O Irmão Do Meu Sócio escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Ponto de Vista de Elle Karnezis



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Castiel estava me perguntando pela décima vez o que eu tinha na cabeça para convidar meu ex-namorado que me traiu para uma festa de classe, onde eu lançaria minha nova marca e onde Leigh reinauguraria a sua preciosa loja na qual ele trabalhou tanto. Eu dei de ombros e discordei quando ele me perguntou se isso seria por vingança ou qualquer outro tipo de plano maquiavélico.
    - Não sou uma pessoa rancorosa. Além disso, nós já nos acertamos. – lhe lancei um sorriso maléfico.
Lembrei-me do dia em que eu o fiz passar vergonha na frente de toda a sociedade francesa de alta classe, e como a sua amante tinha o abandonado assim que sua banda perdeu todos os contratos. Apesar disso, voltei atrás depois de um tempo, somente por pena dos seus companheiros de banda, que na verdade não tinham nada a ver com a situação. Pedi que o escândalo fosse abafado e que a banda voltasse ao contrato que tinha antes que Andrew e eu começássemos a namorar.
    - O que é que você está procurando, Dragon? – perguntei, divertida.
Castiel, Lysandre e eu estávamos no parque próximo à escola deles, e Dragon e Boss brincavam de “se matar” aqui perto. Quando o cachorro de Castiel se cansou, ele veio cheirar minhas pernas. Eu estava sentada num banco, entre Lysandre e o ruivo. Passei a mão calmamente pela cabeça de Dragon, que latiu após um tempo, tentando me causar medo, mas eu só ri e lhe lancei um frisbee. Castiel riu ao meu lado e olhou para Boss.
    - Queria que Dragon parecesse mais com Boss, aquele meu cachorro é um frouxo. – ele disse.
    - Dragon é um amorzinho. – eu lhe sorri – Além disso, Boss é quase como um irmão mais velho muito ciumento. Tenho certeza de que você ficaria chateado se ele espantasse suas paquerinhas.
    - Provavelmente. – Castiel fingiu pensar e depois assumiu um semblante de “conquistador” – Mas acho que nem isso as afastaria de mim.
Eu ri alto enquanto ele sorria. Ele tinha deixado claro ontem à noite, por mensagem de texto, para que eu não ficasse intimidada com a sua personalidade. Ele gostava de brincar com as pessoas assim, e especialmente a “futura namorada de Lysandre”, segundo ao ruivo. Apesar de ter dito a ele que não tínhamos nada, ele só me mandou uns emoticons rindo e deu o assunto como encerrado. Eu realmente não entendia sua implicância com o melhor amigo, mas se isso o faz ser meu amigo, quem sou eu para reclamar?
    - Eu acho que já vou. – disse Lysandre, com cara de poucos amigos.
    - Sério? Eu estava pensando em comprar sorvete para a gente. – eu disse com um sorriso para ele.
Não podia negar o meu interesse por Lysandre. Além de lindo e um perfeito cavalheiro, ele tinha ótimos modos e uma personalidade encantadora, que se opunha fortemente a minha. Porém, além da declaração de Castiel, eu realmente não via nenhum sinal de interesse dele em mim. Somente ontem, quando ele me tocou na festa, me passou na cabeça a possibilidade de que ele estivesse interessado em mim como eu estou nele. Claro que não vou me atirar para ele, mas não custa nada ser gentil.
    - Eu compro. – disse Castiel, se levantando – Você quer de quê?
    - Flocos. – eu disse, pegando minha bolsa para lhe dar o dinheiro.
    - Relaxe, hoje eu não estou com vontade de lhe explorar muito. – disse o ruivo sorrindo.
Ele então bagunçou meu cabelo um pouquinho demais para ser considerado um carinho, estava mais para implicância de irmão mais novo ou coisa do tipo. Eu sorri enquanto ele ia embora e tentei ajeitar o ninho que ele tinha formado nos meus cachos. Virei-me então, completamente, para Lysandre, que estava me olhando profundamente com aqueles seus olhos bicolores. Por alguns momentos, perdi o ar. Nossa, ele realmente é lindo. Seus olhos são como o mar, de tão profundos e misteriosos. Às vezes, mostravam tranquilidade e gentileza. Às vezes, como agora, eram simplesmente indecifráveis.
    - Vocês parecem estar se dando bem. – observou Lysandre.
    - O Castiel gosta de me pirraçar. – sorri e dei de ombros.
    - Ele faz isso porque gosta de você. – disse ele simplesmente.
Por mais incrível e paranóico (ou egocêntrico) que pareça, o vitoriano não parecia muito feliz com a própria observação. Eu simplesmente sorri para ele, tentando evitar corar na sua frente. Será que ele estava com ciúmes de mim? Não, isso é impossível. Qualquer dia desses, eu vou matar o Castiel por ficar botando minhocas na minha cabeça.
    - Você gosta dele? – perguntou Lysandre, e então corou – Desculpa. Não é da minha conta.
    - Somos amigos. – eu disse – Só amigos. Gostamos das mesmas coisas, por isso acho que nos demos bem tão rapidamente.
    - Você... – ele parou de falar e corou novamente, olhando para longe.
    - Vocês parecem bem próximos. – observei.
    - Sim, eu e o Castiel somos bons amigos. – ele disse simplesmente.
    - Fico feliz. – admiti – Quando eu e Leigh estávamos na escola, ele falava frequentemente o quanto ficava preocupado com o seu irmão mais novo, que por ser tímido não era muito bom em fazer amigos. Ele até me mostrou uma foto sua, e eu lhe garanti que logo você faria sucesso, nem que fosse somente entre as meninas. Você é realmente muito fofo. – falei.
Imediatamente, meu rosto começou a esquentar e eu fechei a boca rapidamente. Um dos meus maiores defeitos é a falta de habilidade em controlar o que eu digo. Algumas coisas simplesmente me escapam da boca quando eu começo a falar demais, por isso que sempre ensaio meus discursos mil vezes antes de me apresentar. Vi Lysandre sorrir e pensei: pronto, agora estou realmente sem chances. Ele não deve gostar de garotas que insistem assim, ou lhe elogiam com pouco tempo de amizade. Além disso, ele realmente deve me achar uma estabanada e...
    - Você é realmente adorável. – disse ele, me olhando profundamente enquanto sorria.
Senti meu rosto e minhas orelhas ficarem quentes, ainda mais quentes do que já estavam. Tinha certeza que estava corando e que, se tentasse falar agora, eu gaguejaria. Olhei para baixo, para minhas próprias mãos, e respirei fundo, tentando me acalmar. “Calma, foi só um elogio”, pensei “Ele deve dizer isso para muitas garotas”. Então torci o tecido do meu vestido, incomodada pela ideia de que ele dissesse essas coisas para as outras garotas.
    - O-obrigada. – falei finalmente.
    - Não é nada demais. – ele disse.
Exatamente como eu pensei, ele deve dizer isso para todas as meninas. Senti-me tão incomodada que fiquei até assustada comigo mesmo. Eu não posso deixar que essa paixonite me domine a esse nível. Felizmente, nesse momento, Castiel voltou com nossos sorvetes. Ele me entregou a minha casquinha de flocos e deu para Lysandre uma casquinha de chocolate. Percebi, um pouco tarde, que ele não tinha trazido nenhum sorvete para si mesmo.
    - Você não gosta de sorvete? – perguntei, após uma “mordida” no meu.
    - Não o suficiente para comprar um só meu. Mas agora que você falou, sorvete de flocos me parece uma ótima ideia. – ele sorriu.
Então Castiel se aproximou rapidamente, deu uma lambida no meu sorvete e se afastou, com um sorriso de criança que apronta, me deixando corada. Imediatamente percebi que aquela era sua definição de “fazer ciúmes em Lysandre”, e me perguntei se essa ideia era tão boa quando ele havia feito parecer, anteriormente. Acho que não, porque Lysandre se levantou repentinamente, avisou que iria para casa e saiu do parque, deixando seu sorvete numa lixeira no caminho. Assim que ele desapareceu de vista, Castiel começou a rir histericamente do meu lado.
    - Não sei se o seu plano é realmente genial. – eu disse para Castiel.
    - Fala sério! – ele bateu no próprio joelho – Essa cena? Impagável. Nem imaginava que ele fosse ciumento a esse ponto.
    - Eu não sei se ele realmente está com ciúmes. Talvez ele só ache que está incomodando. – eu falei, mordendo novamente meu sorvete.
    - Você é tão bobinha. – Castiel bagunçou meu cabelo novamente.
Assim que Dragon e Boss começaram a se estranhar, eu e Castiel fomos para casa. Ele ainda sorriu e disse que me levaria em casa, mas os nossos cachorros realmente começaram a brigar e ele preferiu voltar para casa sozinho. Eu sorri quando ele saiu e me perguntei se aquela cena que Lysandre havia feito seria mesmo por ciúmes. Acho que não, mas a esperança é a última que morre. Após alguns minutos de caminhada, cheguei à casa de Leigh e soltei Boss no quintal, entrando na casa e indo para o meu quarto desenhar. No caminho para o meu quarto, vi Lysandre rasgando vários papéis em seu quarto. Ele parecia estar tendo um ataque de raiva.
    - Lys, está tudo bem? – perguntei, parando na porta.
Ele pareceu surpreso e imediatamente parou de rasgar os papéis. Ele ficou lá, me encarando, por alguns momentos. Incrivelmente, eu não conseguia me fascinar mais em seus olhos. Nesse momento, ele parecia em transe, e com muita raiva. Não era mais aquele semblante elegante, atemporal e tão bonito que estava presente, mas sim um distorcido e assustador. Quando eu finalmente dei um passo para dentro do seu quarto para tentar lhe ajudar, ele pareceu sair do transe e ficou sério.
    - Eu estou bem. Se você não se importa, eu preferiria ficar sozinho. – ele disse.
Eu tentei fazer com que meu queixo não caísse, mas era tarde demais. Fiquei somente encarando-o por alguns segundos, surpresa e magoada, até que assenti e saí de perto dele, indo para o meu quarto. Pendurando a bolsa numa das hastes do meu cabide de pé, me joguei na cama por um momento, pensando o que eu poderia ter feito que o deixasse tão frio. Resolvi mandar mensagem para Castiel.
    “Péssimo plano, ruivo. Ele tá uma fera comigo.”
Após alguns segundos, ele me respondeu.
    “Relaxe, é apenas o ciúme o cegando. Dou um jeito nisso logo, logo. Agora me diga, quando vai ter mais shows mesmo? ;P”
Eu ri com o seu comentário e resolvi ir fazer logo o meu trabalho, para que pudesse ir aos shows que Castiel havia citado um dia desses.


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Notas finais do capítulo

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