Divided escrita por Pat Black


Capítulo 28
Adore you


Notas iniciais do capítulo

Música - Miley Cyrus - Adore you



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Caminharam lado a lado por boa parte do caminho, as mãos aferradas, com Sam muito ciente de que a sua estava fria pelo nervosismo, mesmo que se sentisse muito quente e acalorada.

Atravessaram o pátio, indo em direção ao galpão adjacente ao Bloco C, onde antes funcionava a área administrativa da prisão. Quando entraram, ele a conduziu a esquerda, passando por um corredor abarrotado de papeis pelo chão, alguns móveis e alguma bagunça.

Sam já estivera ali, é claro. Era um prédio menor e o utilizavam como biblioteca e sala de aula, para guardar mantimentos e o arsenal, um local que ainda estavam organizando.

“Por aqui.” Ele dissera com a voz levemente insegura, parando em frente a última porta, lhe olhando fundo e abrindo, convidando-a a entrar.

Sam se abraçou e sorriu quando olhou ao redor.

Diferente do lado de fora, tudo ali estava muito limpo, sem muito, além de uma mesa com duas cadeiras, onde um jantar os esperava; uma cama, maior que as das celas, forrada com mantas alegres; com um lampião iluminado parcialmente o local.

“É um encontro.” Ela disse olhando para Rick surpresa, por que não esperava.

“Gostou?” Ele perguntou analisando o quão pouco pudera fazer com o que tinham na prisão, mas levara uma boa parte da tarde para organizar tudo o melhor possível.

“Perfeito.” Sam respondeu se aproximando da mesa, apos lhe abracar. “Se soubesse teria me arrumado.”

Rick olhou para a jaqueta que ela usava, a mesma da primeira vez em que a vira no porão de sua casa, alem da blusa preta e o jeans escuro que ela levava, e achou que se estivesse com um vestido ou algo mais chique, não seria a mulher pela qual ansiara desesperado durante todo o dia.

“Está linda.” Ele disse puxando a cadeira para que ela sentasse.

Acendeu a vela que estava no centro da mesa, e sentou do outro lado, destampando uma travessa e rindo.

“Com os cumprimentos do Chefe Dixon.” Falou apresentando a caça do dia e uma garrafa de vinho, que Sam desejou perguntar onde tinha conseguido. 

“Parece muito bom.” Sam mencionou esperando que ele os servisse.

“Pedi a Daryl que separasse o melhor pedaço para nós, para hoje... Tive que explicar, sabe?” Rick baixou a cabeça e meneou de um lado a outro sorrindo sem graça. “Daryl me olhou de um jeito... Depois me disse: Já era hora.”

Rick agarrou a mão de Sam sobre a mesa e ficou sério, apenas os olhos sorrindo então.

“E já era hora realmente.” Murmurou por fim, mas ele não falava sobre estarem ali e sexo, mencionava o fato de deixar patente a todos que estavam juntos.

Sam não corou, apenas o olhou da mesma maneira e apertou sua mão com carinho. Depois olhou para o prato, percebendo que a refeição ainda estava quente, uma leve fumaça subindo do assado.

Comeram enquanto conversavam sobre o dia, como se estivessem no refeitório, com a cumplicidade de anos e não de apenas poucos meses. Mesmo assim, sentiam a energia que emanava de seus corpos, a vibração, por saberem que não era uma refeição comum. Estavam em um encontro e aquela seria a primeira, esperavam, de muitas e muitas noites juntos.

Agora haviam se tornado um casal aos olhos dos demais, e isso tornava tudo ainda mais oficial. Não como Glenn e Maggie que haviam realmente se casado, mas em um meio termo que não poderia ser facilmente desfeito na manhã seguinte.

A vela queimava entre eles e Sam notou que ele parecia diferente sob sua luz, se sentindo diferente de muitas maneiras também. Não precisar mais lutar contra o que sentia por Rick, poder lhe dizer e demonstrar o quanto ele era importante para ela, trouxera uma mulher mais alegre à tona, alguém não mais fechado em si mesmo, incapaz de sorrir por e com prazer.

Sam estava feliz e tudo nela demonstrava essa verdade.

Não comeram muito e beberam menos ainda, mas conversaram sobre tantas coisas, que Sam só pode imaginar que tentavam adiar o que aconteceria de físico a seguir, muito por que estava tudo tão perfeito que temiam estragar aquele momento.

“Quer dançar?” Rick perguntou e Sam tossiu se engasgando porque entendeu outra coisa.

Tomou um gole do vinho e meneou que sim com a cabeça, sem graça, por que ele tinha percebido seu engano.

“Vamos ter que dividir os fones.” Ele disse pegando o ipod, colocando um fone nela e outro nele mesmo. “Essa é a única romântica que encontrei na memória.” Ele explicou dando play e colocando o aparelho no bolso da frente da jaqueta.

Sam ouviu a voz arrastada e de sotaque carregado, muito triste e cheia de emoção de Willie Nelson cantando Always on my mind, enquanto Rick lhe abraçava, uma mão segurando a sua junto ao peito e a outra em sua cintura, se mexendo muito devagar.

“Não sou um bom dançarino.” Ele sussurrou algum tempo depois, por que quase não se mexiam.

“E eu nunca dancei com alguém antes.” Ela explicou, revelando muito de si mesma, sem que ele percebesse.

Sempre fora muito fechada, estudiosa e calma, não tivera aventuras e pouco namorava. Seu baile de formatura passou ao lado do pai assistindo um filme qualquer, rindo por que era uma comédia, não se sentindo triste por  ninguém lhe convidar. Teria ido com Marcos, seu vizinho e melhor amigo, mas ele tinha ficado doente e Sam não quis aparecer sozinha, teria sido humilhante.

Mas agora estava aqui, viva, quando a maioria de seus colegas tinha perecido na praga ou depois. Estava em um encontro com o homem mais bonito, distinto e atraente em que tinha posto os olhos em sua vida, e ele a olhava como se sentisse a mesma satisfação em tê-la nos braços.

“Está tentando me seduzir, Sr. Grimes?” Ela brincou, perguntando muito baixo, quando a música chegou ao fim e ficaram parados.

“Sim... E espero estar conseguindo.” Ele respondeu, recolhendo os fones e colocando o aparelho sobre a mesa.

“Já conseguiu há muito tempo... Sabe disso?”

Ele engoliu em seco, muito sério, muito atraente a lhe encarar. Inclinando o rosto tomou seus lábios, com Sam sentindo nele o gosto do assado, do vinho e dele mesmo. Abrindo a boca para tocar nos lábios dela com a língua, incentivando-a a abrir os seus e deixá-lo avançar, procurando a língua de Sam e convidando-a a invadir a sua boca também, estremecendo quando ela o obedeceu, colando-se ao corpo menor e mais delgado.

Mostrou-lhe que não era santo e ardia de desejo por ela, quando encostou o quadril em sua cintura e se esfregou levemente contra Sam a princípio, e depois com mais ímpeto.

“Passei o dia em aflição.” Sam lhe disse quando ele se separou para que respirassem, a voz saindo ofegante e muito rouca.

“Estou assim desde que me beijou a primeira vez.” Ele revelou puxando Sam em direção à cama, sentando e colocando-a em pé entre suas pernas.

Sam tirou a jaqueta e lhe tomou o rosto para beijá-lo uma e outra vez, enquanto tiravam as roupas um do outro. Muito ciente de cada pedaço de pele que expunha de si e dele. As mãos o tocando onde podia: braços, ombros, pescoço, rosto, cabelo. Ficando muito quieta quando se encontrou apenas de calcinha.

“Você é linda.” Ele soprou muito terno, a mão tocando sua barriga e subindo para lhe afagar um dos seios, as peles de ambos em um bonito contraste, os olhos dele muito concentrados em como seu corpo mostrava-se excitado.

Sam colocou as mãos em seu rosto e o puxou de encontro aos seios, desejosa de sentir a boca de Rick em sua pele e, em especial, naquele, e em outros locais muito sensíveis.

Ele foi terno a princípio, usando a boca com muito de carinho, mas Sam estremecia e se entregava, gemendo muito baixo, de uma maneira inocente e sensual, de modo que Rick não mais conseguiu se controlar, se tornando um pouco mais físico, chupando seu mamilo e o lambendo com a língua, uma das mãos a puxando para mais perto.

Disseram algo um ao outro, mas a ideia por trás das palavras se perdeu, pelo tanto que envolviam e liberavam de si mesmos naquele prelúdio de amor.

Antes de Rick puxá-la para cama e pairar ao seu lado, Sam sentiu sua mão baixar sua calcinha e a tocar com doçura, para depois se perder em suas dobras, em sua umidade e seu calor.

Logo estavam nus e nem um, nem outro, poderia dizer como chegaram a se encontrar assim. Rick voltou a lhe beijar, enquanto lhe dava prazer com uma das mãos, muito consciente do que fazia ela experimentar.

Sam se afastou e encarou seus olhos, sentindo a mão dele a lhe afagar, angustiada pelo prazer, descendo sua própria mão e o tocando, afagando sua carne firme e excitada, se surpreendendo pelo tanto que segurava, com ele rindo de um jeito diferente, um pouco orgulhoso de si mesmo e até mesmo levemente sem vergonha.

“Rick.” Ela soprou quando algo explodiu onde ele tocava e se espalhou por todo o seu corpo, as pernas fechando, com a mão dele ainda entre elas, envergonhada por que gritara, com ele puxando o corpo contra o seu. “Preciso de você.” Sam soluçou alguns minutos depois ainda pelo impacto do prazer, necessitando que estivessem completamente unidos.

“Camisinha.” Ele sussurrou preocupado em manter o controle e a segurança.

“No bolso da minha jaqueta.” Ela respondeu fechando os olhos quando o viu em riste e o sentiu contra sua barriga.

Ele riu.

“O que foi?” Ela conseguiu perguntar, tentando manter os olhos a altura de seus ombros, quando desejava olhar para seu membro novamente, admirando seu peito largo e forte, admirada do quanto ele ganhara de corpo naquele último ano.

“Eu também trouxe... Está embaixo do travesseiro.” Ele lhe avisou.

“Ah!” Sorriu sem graça. “Não quis me arriscar... Você parece não ter problemas em engravidar alguém.” Soltou virando o rosto, estendendo o braço para puxar uma cartela com quatro pacotes e se voltar para ele. “O que foi?” Ela perguntou de novo, ao notar que ele lhe olhava fixo.

“Nunca vou colocar você em uma posição dessas, Sam.” Lhe explicou. “Não quero correr nenhum risco de perder você ou lhe causar mal.”

“Eu sei.” Sam respondeu, depois separou um pacote e tentou abri-lo sem sucesso, agitada, ansiosa de tê-lo por inteiro e se entregar completamente a ele.

Rick não pode deixar de estremecer de satisfação, pelo tanto de desejo que o gesto dela lhe revelava. Adorando a maneira como Sam se entregava, sem medo algum, disposta, aberta. Mas muito ciente de que ela não tinha boas lembranças do ato sexual. Acreditando que ela já havia sofrido o mesmo tipo de violência que Linn, e isso quando a conhecera, após acordar do coma, quem sabia como fora sua vida depois, quando ela evitava lhe contar muito de si mesma?

Iria com mais calma dessa vez, nada de enfiar a mão entre suas pernas e assustá-la novamente, pois foi o que acontecera... Pelo menos, foi o que aconteceu no começo, antes que gozasse contra sua mão e o incediasse completamente.

Sam lhe entregou o pacote e Rick o rasgou com muita precisão. Lenta e cuidadosamente colocou o preservativo, muito experiente.

Ela pensou se não deveria dizer a Rick que não tinha experiência nenhuma, mas temeu que ele desistisse e por isso ficou calada.

Ele ergueu o rosto e a pegou lhe observando, os olhos dilatando, ficando escuros com apenas um halo azul, se projetando sobre Sam e lhe beijando com muito de cuidado.

“Não vou machucar você.” Disse por que interpretou errado seu olhar temeroso, mas Sam acreditou que ele percebera que não seguia muito experiente.

Contudo, qualquer pensamento lúcido se perdeu quando ele voltou a lhe tocar, as mãos por todas as partes de seu corpo, incentivando-a a lhe retribuir as carícias da mesma maneira, com Sam muito disposta a lhe obedecer, puxando Rick para que se colocasse sobre seu corpo, abrindo as pernas quando ele pediu, com ele se ajeitando contra ela, a pélvis contra a sua, invadindo seu sexo em um movimento muito lento, que lhe distendeu e incomodou, por que Sam pensou que não havia como ele caber ali dentro.

Gemeu com a dor, mas o fez muito baixo, perdida entre os sons que ele também fazia, não querendo que ele soubesse que doía, até que Rick avançou um tanto mais, com ímpeto, e Sam gritou quando algo dentro dela se rasgou.

“Sam?” Ele lhe olhou confuso, se afastando apenas um pouco para que lhe visse completamente o rosto. “Por que não me avisou?” A voz não era de acusação, mas soou um pouco incrédula e assustada.

Enquanto ela se recompunha e buscava o ar, Rick gemeu pelo esforço em ficar parado, todo o seu instinto de macho lhe mandando se mexer, investir e conquistar de vez, mas Sam era virgem e devia ter machucado, devia estar doendo.

“Não queria que desistisse.” Ela explicou com o rosto contrito.

“Quer que eu...”

“Não saia.” Ela gemeu aflita. “Não me deixe.” E se mexeu para que ele avançasse, o tomando um pouco mais.

Rick não sabia bem o que fazer, tinha quase quarenta anos, fora casado, se sentia velho demais, mas jamais estivera com uma virgem. Assim, a ternura e o amor que Sam lhe inspirava lhe fizeram hesitar, porém, seu instinto o mandava continuar.

Contudo, quando ela enlaçou seu quadril com as pernas, o homem primitivo venceu e passou a investir contra seu sexo, o mais lento e gentil que podia.

Olhando para seu rosto, observou que a dor dava lugar a uma sensação de prazer, com as unhas de Sam cravadas em suas costas, seu corpo se movendo no ritmo do dele, com ela mantendo os olhos bem fechados por que estava envergonhada dele e de sua total entrega ao que faziam.

“Olhe para mim.” Ele pediu acelerando.

Ela demorou a lhe obedecer, até que o fez. E todo o amor que dizia sentir por ele alagava seus olhos, de modo que não teve dúvidas de seus sentimentos, de que Sam era sua e nada os separaria.

Tomou seus lábios quando ela estremeceu sobre seu corpo, seus músculos lhe apertando, gemendo seu nome, inebriada pelo prazer, admirado, por que temeu que ela não gozasse dessa sua primeira vez, atingindo o clímax um pouco depois, quando realmente perdeu o controle ao sentir-se completamente dentro dela, unidos como um só ser.

Beijou Sam com carinho quando se recompôs parcialmente, quando se recuperou do orgasmo mais longo e completo de sua vida. Rolando para o lado e a puxando para que ficassem abraçados, seus corpos suados e ainda trêmulos.

“Isso foi bom.” Ela murmurou sonolenta.

“Muito bom.” Ele respondeu muito desperto.

“Vai ficar zangado agora?” Ela perguntou por que sentiu algo no tom de sua voz.

“Se tivesse me contado, teria tido mais cuidado.” Ele explicou, o braço sobre os olhos, o peito subindo e descendo ainda rápido, com a respiração custando a voltar ao normal.

Ficaram em silêncio um tanto, mas nada desconfortável.

Sam podia tentar lhe explicar que ele não lhe machucara, que doera no começo, mas depois tinha sido apenas prazer. Entretanto, imaginou que ele devia ter percebido, por que ela perdera muito do controle e de sua reserva natural, gemendo e chamando por ele.

Devagar ele lhe olhou no rosto, depois para o meio de seus corpos, levantou-se, se livrou do preservativo e voltou para a cama com uma toalha úmida.

Sam cobriu os olhos com vergonha quando ele cuidou em lhe limpar, principalmente do sangue que ela vira nele e deveria estará a lhe sujar também. O gesto foi muito íntimo, rivalizando palmo a palmo com o fato de tê-lo dentro de seu corpo há pouco.

 Quando ele deitou ao seu lado novamente, ficou de lado, sobre um cotovelo, puxando a manta para enrolá-los, a mão lhe afagando por baixo do cobertor, demorando-se em seu seio, fechando a mão completamente sobre este.

“Tive poucos namorados e nunca senti vontade disso.” Ela tentou explicar.

“Não estou zangado Sam.” Rick sorriu. “Estou honrado... Foi um presente maravilhoso.” Ele falou tocando seu rosto com doçura, os olhos azuis muito ternos e cheios de orgulho por ter sido o primeiro.

“Parecia zangado quando descobriu.”

“Comigo mesmo, não com você.” Deitou e a abraçou. “Eu tinha imaginado que você havia sofrido... Sofrido algum tipo de violência à época em que nos conhecemos, e não queria ter sido tão... Descontrolado.”

Sam não achou que ele tinha perdido o controle, não o bastante para lhe machucar, mas ficou muito quieta, os olhos desviando dele para o teto.

“Não estava imaginando errado.” Ela revelou. “Mas eles não... não conseguiram, sabe?”

“Sei... Sim, eu sei.” Felizmente.

Beijaram-se com vagar.

“Tinha planejado uma noite bem mais agitada.” Ele tentou afastar as lembranças ruins. “Com mais de mim em você?” Explicou sorrindo.

“E por que não teríamos?” Sam estreitou os olhos, sem realmente compreender, queria mais dele dentro dela também.

“Deve estar dolorida querida.” Explicou. “E se disser que não, vai destruir meu orgulho completamente.”

Sam riu, realmente estava dolorida, desceu a mão e o tocou lá embaixo, com um pouco de vergonha e muito de atrevida, sentindo que ele ganhava vida contra seus dedos.

“Posso usar minha mão em você.” E o acariciou, beijando seu pescoço e subindo, para lhe sussurrar ao ouvido, com uma voz que não parecia a sua. “Ou com minha boca.”

Ele rolou sobre ela muito excitado.

“Ou posso usar a minha em você.” Respondeu, depois ficou sério. “Quero lhe tocar, e lhe ensinar, e lhe amar essa noite e todas as outras que tivermos, Sam.”

Dizendo isso desceu lhe beijando, tomando seu seio, lambendo e continuando, até usar a boca nela, como disse que faria.


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Notas finais do capítulo

Demorou, mas enfim aconteceu. KKKKKK