Em Más Companhias escrita por Maritafan


Capítulo 2
Cap 1 Grupo Bizarro


Notas iniciais do capítulo

Fiquei ansiosa quando consegui postar o prologo, então como o primeiro cap que apresenta o grupo estava pronto resolvi postar... ;)) muito feliz!!!



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O Porteiro morreu na noite passada.

A Mulher olhava o corpo do companheiro de sobrevivencia, avaliando os estragos que a dura vida de um sobrevivente nomade nas estradas repletas de desmortos e vivos ainda piores causaram ao homem outrora corpulento, bem vestido, educado e sorridente que havia conhecido em Nova Orleans.

Apenas seus olhos mortos ainda guardavam vestigios da alma magnifica que tanto fizera pelo grupo.

Agora estava morto.

E pelo exame que o Alfaiate e Lizzie fizeram em seu corpo, morrera sem nenhuma razão, exceto a de estar vivo.

- Morreu de frio. Concluiu o Alfaiate, homem parco de palavras e generoso de gestos altruistas.

- Estava cansado de viver, resumiu a adolescente pertubada.

A Mulher concordou com ambos, o frio e o cansaço matavam tanto quanto os desmortos e os vivos.

O grupo não estava tão faminto e sedento quanto já estivera, graças as pupas de cigarra que haviam encontrado enterradas quando deixaram a fronteira da Georgia, há uma semana.

Quanto à agua, seu grupo há muito havia aprendido a seguir perto de rios e corregos, escolhendo as partes mais limpas para encher as dezenas de garrafas plásticas que guardavam o precioso liquido.

As Cargas davam conta da parca bagagem e mantimentos que possuiam, poupando a energia do grupo para a caminhada constante atrás de abrigo, água e comida.

O frio estava se intensificando e as noites que passavam ao relento, protegidos por barracas há muito danificadas e aquecidos por fogueiras cuja luz era escondida por placas de aluminio de fogőes há muito sem uso, teriam que terminar.

Qualquer embalagem, sucata ou pano velho e mofado tinha utilidade para um grupo sempre no limite como aquele.

Enquanto a Mulher avaliava o morto e listava as necessidades diárias, seu grupo preparava o levantar do acampamento e a primeira refeição do dia.

Aquelas pessoas cuidavam umas das outras enquanto utilizavam as moitas.

Crisalidas de cigarras eram torradas em cima de antigas calotas de carro.

Cereais misturados com agua eram oferecidos aos pequenos que eram bebês de colo quando as portas do inferno foram fechadas deixando os mortos vagando sem descanso pela terra.

Assim que cada um do grupo de 28 pessoas que seguia a Mulher terminava suas tarefas se aproximava do companheiro morto para esperar, exceto os vigias atentos a possivel aproximação de vivos e mortos.

Então aconteceu, espasmos movimentaram braços e pernas enrigecidos pela frieza do tempo e da morte e os olhos antes castanhos e limpidos na imobilidade tornaram-se azulados e raiados de sangue.

A boca se abriu e um ronco odioso saiu da garganta morta.

Ainda que três anos haviam se passado desde o horror do inicio e as vezes que cada uma daquelas pessoas testemunhou a transformação era incontável, ainda assim o suor gelava na pele e a vontade de correr para longe era quase insuportável.

A mulher tomou nas mãos seu canivete verde e o abriu e enquanto se aproximava do recém transformado, este estendeu seus braços para ela como uma súplica para um abraço, mas o tempo das duvidas há muito tinha passado e no presente, o remorso não tinha espaço.

O golpe na tempora fora firme e limpo nao danificando o rosto do amigo amado.

Um suspiro coletivo foi ouvido e alguns soluços de tristeza aqui e ali.

Mas o silencio do choque do grupo por um de seus membros ter morrido por morrer era por demais eloquente....


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Notas finais do capítulo

Tentei editar o melhor que pude... Faço os espaços de parágrafo no editor, mas não reflete no cap pronto.