Delta escrita por Rodrigo Silveira


Capítulo 13
Ruinas




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Comecei respirando devagar enquanto tentava conseguir forças para remover aquele número enorme de escombros de cima de mim. No fim das contas, estava sem fôlego imaginando que nunca conseguiria até que um raio de luz veio em meu rosto. Kai, cheio de areia no rosto, estava retirando as pedras que me soterraram.

Quando removeu escombros o suficiente, ele me puxou pela camisa e me ergueu me permitindo respirar mais aliviado. Assim que meus pés tocaram o chão, minhas pernas fraquejaram me fazendo notar que o que eu tinha comido não fora o suficiente.

— Aguenta firme — Kai sugeriu — Ainda temos que encontrar o túmulo.

Que ótimo. Se eu não conseguira encontrá-lo quando tudo estava como antes, agora naquela bagunça seria impossível, principalmente para mim que ficava perdido na bagunça do meu quarto.

— Onde está o Ruben? — Meus pulmões ainda não estavam cem por cento.

Kai parou de caminhar entre os destroços.

— Continue procurando.

Adicionei a morte de Ruben na minha lista.

Kai arrancava pedras a todos os lados. A explosão, armada por Zac Nelos, havia revirado o chão e toda a estrutura do cemitério. Os primeiros cadáveres que encontrei espalhados no chão foram traumatizantes. Os outros também.

Aproximei-me do líder e vi que a morte de alguém de seu time também o machucava. Mesmo ele, que parecia tão forte, parecia ter um ponto fraco. Kai atirava pedras e pedaços de caixões para longe.

Decidi que tentar consolá-lo não era o melhor a se fazer. Então me esforcei para remover alguns destroços menores que estavam ao meu alcance do caminho. Os uniformes de policial mirim tinham se covertido em retalhos sobre a roupa a prova de fogo. Meu rosto ardia devido aos vários arranhões em minha pele. Meus dedos estavam em carne viva, mas eu me negava a parar.

O sol já estava quase se pondo quando encontramos. Eu estava exausto, mas Kai, que movera mais peso do que eu, só parecia abalado pela morte de Ruben. Percebi sua roupa estava queimada no local onde ele me agarrou, mas suas costelas estavam perfeitamente bem. Talvez fosse efeito de seus poderes, que eu não sabia exatamente qual eram.

Fiquei olhando ele remover a pedra sobre o tumulo e todo o resto de areia até ter cavado o suficiente. Em seguida, Kai saiu de dentro da cova, mas sem nada nas mãos.

— Sua vez — Disse ele — Se ainda acha que pode negociar com a IRIS, hora de você ver o que há lá dentro.

Levantei de onde estava escorado e olhei dentro do buraco que ele cavou. Lá estava o caixão enterrado há quatorze anos. Imaginei que estava prestes a cruzar o limiar entre a minha vida antiga e a nova. Na verdade, eu nunca tive escolha.

Achei sacanagem Kai ter me deixado para abrir aquela porta que mesmo depois de anos, era bastante dura, ou talvez eu fosse só fraco mesmo.

Depois de muito esforço, consegui quebrar a porta o suficiente para ver o que havia lá dentro.

Finalmente entendi o motivo pelo qual Erik parecia vazio ao olhar aquele tumulo.

— Nada — eu disse — Nem mesmo os tais projetos.

Kai me tirou de lá, perplexo, e como se eu fosse um brinquedo, me pôs sentado ao lado do buraco enquanto ele entrava novamente.

Então ele jogou para fora um enorme pedaço de madeira que quase me atingiu na cabeça.

— Fundo falso — gritou lá de dentro — Não menospreze o cara mais inteligente que Grower já conheceu.

Em seguida, Kai saiu do buraco com uma caixa que colocou em minhas mãos. Não tive tempo de reagir porque ele me puxou pelo pescoço me carregando para fora do cemitério, me jogou no banco da frente e assumiu a direção do carro que outrora pertenceu a Ruben. O líder pisou fundo e saímos dali em disparada.

— Pra quê a pressa — Perguntei com a caixa em mãos — Conseguimos o que a gente queria. E além disso, ele acha que nos matou.

Kai ainda estava com aquela cara de “vou matar o Zac Nelos”. Achei que não fosse responder.

— Nelos não é idiota — Apontou com a cabeça quando passamos bem perto de uma câmera — Não estão desligadas.  Se isso é uma armadilha, ainda não acabou. Um bom caçador tem sempre mais de um truque.

Com a caixa em mãos, foi difícil resistir a tentação de abri-la. Removi a tampa de madeira, toda empoeirada, e dei de cara com uma fotografia. É redundante dizer que algo como uma foto em papel é algo velho, mas o material parecia consumido pelo tempo em que estivera enterrado.

Na imagem, os membros da tal equipe de desenvolvimento científico todos vestidos com um jaleco com o símbolo da IRIS estampado. Pude reconhecer três rostos ali, Erik, Grower e uma mulher de pele negra, a mesma que estivera nos porta-retratos. A que meu pai apontava quando eu questionava sobre como era minha mãe.

Por Erik ser branco, nunca questionei o fato da cor da minha pele, na verdade, eu diria que sou uma mescla de ambos, o dele e o de Janine. Mas até mesmo isso, é mentira.

De repente, tudo o que havia na caixa foi jogado para cima e depois para os lados. Eu só não fui jogado para longe no momento em que o carro capotou porque estava usando o cinto. Coisa que não aconteceu com Kai. Ele foi arremessado para longe. Despendi-me do cinto de segurança assim que o veiculo parou de girar e sai pela porta catando os papeis e pondo de volta na caixa que trouxe comigo. O carro estava de cabeça para baixo.

Das poucas vezes em que dei ouvidos à uma das conversas cientificas de Dex, ouvi dizer que na antiga terra haviam fenômenos naturais que abalavam toda a superfície, destruindo o solo e derrubando prédios. Mas isso não era possível de acontecer nas treze cidades. Era o que eu pensava até ver que todo o bairro estava exatamente assim.

— Kai — Chamei por ele sentindo o gosto de ferro na boca.

Minha cabeça não parava de doer e o sangue descia pela minha testa. Caminhei pela rua tentando encontra-lo em meio aos destroços. O líder da Revolução estava caído junto a uma árvore destruída.

Corri até ele no exato momento em que começou a levantar. O que havia se transformado em uma bola de carne viva estava voltando a ser o Kai. O poder de regeneração dele era de encher os olhos.

Kai correu e me agarrou com um braço, me jogou de novo dentro do primeiro carro que encontrou.

— Já temos o que viemos buscar — Disse ele dando partida — Vai cooperar, agora que já tem suas provas?

Eu confirmei com a cabeça, mas aquela altura não fazia mais ideia de nada que estava acontecendo.

— O que houve? — Perguntei.

— Essa é a vingança do Nelos.

— O quê?

— Ele vai derrubar Nova Eufrades. Com a gente aqui.

Ignoramos todos os sinais de trânsito em direção à Estrada de Diamante. Sabíamos que eles estavam nos esperando em Silverado, mas não tínhamos outro lugar para ir.

Como você já deve ter percebido, eu não sou um poço de coragem. Hora de confessar que gritei como uma menininha quando antiga loja de calcinhas quase desabou sobre nós.

— Acelera! — Implorei.

— Se fosse você — Kai falou — Não olharia pelo retrovisor...

Então eu olhei.

— Acelera mais! — Falei, depois que vi não só uma rua, mas todo o bairro atrás de nós desabando na imensidão.

Kai estava com um sorriso malicioso como o de Taka quando virei para ele. O cara começou a mexer no veiculo para ligar o som. A música relaxante de John Reyer começou a tocar.

— Põe as mãos no volante, seu maluco! — Gritei.

— Cala. A. Boca.

Kai insistiu, mexendo até que dos autofalantes começassem a sair as batidas excitantes de David Zeta. Só então ele voltou à direção, dessa vez, ele só tinha a estrada em seus olhos.

A melodia tomou conta de nós dois que gritamos juntos assim que nosso carro passou por cima de uma enorme cratera que se abriu na nossa frente. Acho que era isso que Grower tinha falado sobre reagirmos bem com a música.

Agora tínhamos apenas a Estrada de Diamante à nossa frente. A hora de voltarmos e nos juntar a Revolução havia chegado. As chances de retornar a minha antiga vida tinham ruído junto com Nova Eufrades e tudo o que me restou estava naquela caixa em meu colo.

[...]

Se você acha que nosso retorno à Silverado foi suave, acho que não conhece minha história. A primeira coisa que aconteceu assim que o veículo em que estávamos tocou a Estrada de Diamante foi sermos recebidos com uma chuva de tiros.

Agora que sabiam onde nos encontrávamos, os policiais, junto com os Arcanjos, esperaram por nós logo na entrada. Assim que recebemos a primeira saraivada de tiros, Kai virou bruscamente o volante do nosso novo carro velho tentando sair do alvo deles, mas era quase impossível, já que havia mais de dez viaturas, normais e as dos Arcanjos, avançando em nossa direção.

  — Eu vou lançar uma bola de fogo — Sugeri, ainda eufórico com as batidas eletrônicas.

— Nem ferrando — Kai retrucou — Se colocar a mão pra fora, vai ficar sem ela. Olha o estrago que já causaram na lataria.

De fato, não sabíamos quanto tempo aquele carro suportaria os tiros de bala e as rajadas de energia. Um dos veículos nos acertou pelo lado do motorista, quase nos jogando para fora da estrada. Mais uma vez, sem noção, Kai soltou o volante e com as mãos do lado de fora, primeiro arrancou o Arcanjo que estava pra fora do carro deles e, tendo tomado a arma dele, atirou no que dirigia, tirando eles do nosso encalço.

Um já era. Faltavam novecentos e noventa e nove.

Antes mesmo que chegássemos à cidade, um disparo acertou nosso motor fazendo com que mais uma vez capotássemos. Não tenho certeza do que houve em seguida. Sabia que eles estavam chegando, porém eu estava atordoado demais pra reagir.

Foi então que Kai apareceu, me arrancando para fora do carro fumegante com cinto de segurança e tudo. O sangue em meu rosto dificultou um pouco minha vista, apesar disso, eu não estou louco, sei o que aconteceu ali.

Os policiais e Arcanjos passaram a atirar para cima porque nós não estávamos no chão. O líder da Revolução me tomou pelo braço e, com um salto, se projetou nas alturas. Não posso chamar de voo, pois ele tinha de tocar o chão para saltar novamente, mas aquilo era o mais alto que eu já havia chegado em toda minha vida.

Depois de saltarmos meia cidade, nós paramos sobre um dos enormes prédios de Silverado. Abaixo a gente, um telão noticiando um grande desastre em Nova Eufrades.

Kai finalmente me pôs no chão.

Sabe, aquela refeição não muito gostosa de antes? Pois é. Vomitei tudo.

— Sem tempo pra isso — Kai falou — Temos que continuar.

Levantei e encarei-o de frente. Lá em baixo, as pessoas se amontoavam ao redor dos carros dos Arcanjos para ver os caras que voavam.

— Continuar? — Minha boca quase não conseguiu pronunciar — Quer mesmo continuar? Olha isso tudo! Já chega! É o fim! Eu já perdi gente demais nessa droga!

Kai deu um sorrisinho no canto da boca.

— Não seja ridículo — Disse ele — O que exatamente você perdeu? Prenderam o Erik, mas como Nelos disse, ele está vivo. O que mais? Seu amiguinho?

Me mexi em sua direção. Mesmo que não pudesse contra ele, não ia deixar ele falar do Dex.

— Tudo bem — Kai prosseguiu — Foi uma perca, mas olhe pra baixo.

Obedeci. A multidão continuavam lá. Chuto que eram uns duzentos civis. Os Arcanjos dispararam tiros de Orion que por pouco não nos acertaram.

— Um amigo seu morreu, e você quer desistir. A Revolução perdeu muito mais gente do que todos os que estão aqui. É por isso que nós não desistimos. Fala sério, Zero-Três, onde está Nova Eufrades? Prenderam teu pai, você não tem mãe, e mataram seu único amiguinho. Você não tem o que perder mais.

A lógica dele fazia sentido. Ainda assim, eu estava furioso. Mais uma vez, as lágrimas caíram. Disparei uma bola de fogo em direção aos Arcanjos, com uma mão, mantendo sempre a caixa de projetos na outra. Ignorei os civis ali naquele momento.

Kai veio de encontro a mim novamente e me... Bem... Agarrou... Eu interpretaria como um abraço, então lá fomos nós dois saltando por ai.

Kai saltou para dentro de um prédio dessa vez. Atravessamos uma janela de vidro e adentramos um escritório.

Algumas pessoas ali presentes correram e as que não tiveram atitude para fazê-lo, abaixaram-se nas mesas.

— Que ideia é essa agora — Eu disse, começando a tirar os cacos de vidro da minha roupa a prova de balas.

— Não vamos machucar ninguém — Kai falou para eles, mas do jeito que falou, eu teria mijado nas calças se fosse comigo — Só precisamos de um celular com acesso a TV.

No mesmo instante, um dos homens ali ergueu a mão com um. Kai fez um movimento de cabeça para que eu pegasse.

Dei um leve sorriso tentando tranquilizar o homem, que na verdade, estava tão nervoso quanto eu. Fui até Kai e entreguei o dispositivo a ele.

Kai mexeu um pouco e encontrou o que procurava.

— Como eu imaginei — disse ele, me deixando ver o que estava olhando — Vi algo passando nos prédios, era isso.

Um noticiário. Nele, as inquietantes imagens de Nova Eufrades caindo e a manchete: Revolução derruba mais uma cidade.

Se eu estivesse um pouquinho mais perto da janela teria caído pra trás com o que vi em seguida: Era Rijjad Vinsyl, o pai de Lea, quem estava apresentando o jornal.

Olhei desesperado para Kai. Ele simplesmente olhava para a tela.

Rijjad continuava a falar:

... Vejam a monstruosidade que nós presenciamos hoje! Quanto mais teremos de suportar? Até quando deixaremos de fazer nosso dever? Há anos atrás, encerrei minha carreira na Cidade Senado em prol de algo que achava maior. Eu constituí uma família! Mas, assim como Nova Eufrades, ela foi destruída pela Revolução. Na noite em que os terroristas, conhecidos como Reen Kosh e Taka, fugiram, haviam outros membros na cidade...

Não importa quantas vezes eu ouvisse isso, ser acusado por tudo aquilo ainda me embrulhava o estômago.

Mais uma vez, meu rosto e o de Taka apareceram na tela.

... Naquela noite, mais um membro dessa Revolução terrorista foi até a minha casa, a incendiou, matou minha esposa, e sequestrou minha filha. Nós também temos imagens disso.

Então foi a vez de Kai estampar o telejornal. Ele estava levando Lea depois da diretora Sali tentar assassiná-la. Novidade para mim era saber que sua mãe havia morrido. E mais assustador era pensar que o próprio Rijjad, ou mesmo a diretora Sali, poderiam ter matado ela.

... Esse mesmo terrorista, senhoras e senhores, foi flagrado em Nova Eufrades, ao lado do jovem criminoso Reen e outro desconhecido, vestido de policial, minutos antes da grande catástrofe...

A terceira imagem a aparecer era de mais cedo quando estávamos no cemitério junto com Ruben. Propositalmente, Zac Nelos não apareceu em nenhum momento.

Os dois dedos de Kai que seguravam o aparelho celular destruíram-no amassando como se fosse uma bola de papel. Ele avançou, saindo do escritório pela porta, segui-o dando um leve sorriso na tentativa de me desculpar com o cara que perdeu o celular.

— Como colocaram o pai da Lea pra apresentar um telejornal? — Perguntei, enquanto acompanhava o líder pelos corredores do prédio.

— Nelos tem outros planos para ele. Rijjad era influente.

— Por isso que vocês pegaram a Lea. A refém.

Kai não respondeu. Ele não precisou. E não conseguiria.

Um tiro de energia Orion o acertou fazendo com que ele caísse do outro lado do corredor. Os Arcanjos tinham entrado.

Rapidamente, Kai ergueu-se e arrancou um uma das portas defendendo-se de mais rajadas de energia. O material de madeira não suportou mais de dois tiros antes de se despedaçar e Kai teve de resolver as coisas com as mãos.

Enquanto isso, o lesado aqui correu e se escondeu em uma das salas já evacuadas. O maior barulho de quebradeira da historia das treze — agora doze — cidades foi escutado lá de fora.

E em seguida o silêncio.

Eu só podia ouvir meu próprio coração, palpitando aceleradamente. E então a porta se abriu.

O Arcanjo que entrou tinha parte da armadura e do capacete arrancado deixando a mostra um pouco de sangue em sua cabeça. Ele avançava em minha direção com a arma em mãos. Eu estava de pé. Tentando me manter calmo e formular sequer uma bola de fogo.

Eu consegui? Claro que não.

Eu teria sido jogado pra fora do prédio com o tiro não fosse por Kai, meu herói supermusculoso, que segurou o cara com uma mão só e o arremessou por cima de mim para fora do edifício.

Kai respirava apressadamente. Seus enormes músculos estavam todos rígidos e sobre sua cabeça careca, o sangue de outro alguém descia lentamente.

Kai simplesmente me puxou pela roupa colada me arrastando de volta aos corredores. Admito que eu fechei os olhos no momento em que passamos pelos homens que possivelmente Kai tinha matado.

Ele parou e me olhou de frente.

— Eles não estão completamente errados sobre nós — falou ele, ofegante — A Revolução também mata.

— Percebi — Falei, tremendo.

— A diferença é que nós não estamos mudando os fatos pra falsificar a verdade.

Ele veio até mim e me encarou de cima. “Kai em modo de combate” não é algo que você vai querer ver.

— Se quer sobreviver, vai ter que aprender a ser um de nós. E isso implica em matar, caso seja necessário. É uma coisa egoísta, Reen, matamos os deles para salvarmos os nossos. Mas isso é tudo que temos. E não queremos perder mais, certo?

O líder não esperou minha resposta. Eu não estava pronto para dá-la, sequer saberia qual é.

Passamos pelas escadas e fomos até a parte de cima. Onde Kai estava prestes a me leva para mais uma não-divertida-viagem de saltos enormes, mas algo o fez parar.

Não saberia dizer as expressões que fiz no momento em que vi Dex morto. Mas acredito que Taka observara em naquele dia a mesma expressão que Kai tinha agora.

Procurei o que ele estava vendo. Havia uma parte de Silverado em chamas naquele fim de tarde. Uma enorme nuvem de fumaça vinha de lá.

Do lugar onde tínhamos partido e para estávamos tentando voltar.

Nosso refúgio na Cidade de Neon tinha sido encontrado pela IRIS.


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