Delta escrita por Rodrigo Silveira


Capítulo 14
Perda


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao último capítulo do ato II



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De forma nada confortável, Kai me levou consigo em mais um de seus voos por ai. Desse modo, chegamos rapidamente próximo ao incêndio. Kai sequer se preocupou em não sermos visto pelas câmeras.

Quando tocamos o solo, cerca de uma rua de distância de onde os enormes veículos da IRIS estavam posicionados, Kai dirigiu-se a mim:

— Independente do que você tenha decidido ser, você é um revolucionário agora, Reen. Aqueles caras vão te tratar como um. Então é melhor agir como se fosse.

Dito isso, a minha única opção foi segui-lo, ainda que minhas pernas tremessem, enquanto ele ia em direção aos Arcanjos.

Dedico boa parte dos meus comentários para dizer que sou lesado, mas quando eu faço alguma coisa de legal, acho que vale a pena comentar:

Assim que nos viram, os Arcanjos dispararam vários tiros de Orion na gente. Esquivei-me ficando detrás de Kai, que por sua vez tomou todos os tiros no peito, sem, em nenhum momento, sucumbir.

Assim que chegou perto o suficiente, o líder da Revolução arrancou a arma deu um dos Arcanjos, e depois de bater na cabeça dele com ela várias vezes, atirou-a para longe.

Assim que percebi que eles haviam ficado desestabilizados, saí detrás da enorme muralha de músculos de disparei uma rajada de fogo eu um dos Arcanjos que largou a arma, desorientado.

Corri em sua direção e chutei a arma jogando-a no outro lado da calçada. Nesse instante, ele veio em minha direção e acertou um soco em meu rosto, me derrubando.

O Arcanjo sacou outra arma e quase atirou com ela bem no meu rosto, não fosse o fato de que ele foi esmagado por um dos seus carros que Kai arremessou.

Limpei um pouco de sangue que respingara em meu rosto, ainda dolorido do soco, e voltei para perto do líder. Lançar fogo eu tinha aprendido, mas lutar ainda não era uma boa ideia.

Como um trator desgovernado, Kai seguia derrubando todos a sua frente, recebendo tiros e arremessando carros, sempre seguindo adiante. Uma vez ou outra eu teimava em disparar uma bola de fogo, mas nada mais ousado que isso.

Assim que deixamos a rua toda cheia de destroços, homens feridos e metal retorcido, chegamos ao foco das chamas: todas as casas do nosso esconderijo estavam em ruínas e as últimas paredes caiam agora, consumidas pelas labaredas.

Kai escolheu aleatoriamente um dos soldados e ergueu-o pelo peitoral da armadura branca.

— Onde eles estão? — Berrou. Mas dessa vez, aquela voz monstruosa não veio.

O que era aquilo em seus olhos? Eu me perguntava. Raiva? Duvida? Medo?

Ainda que houvesse sangue descendo em seus lábios, o Arcanjo sorriu.

— Mortos — Respondeu — Mas nem todos. Alguns fugiram.

Kai berrou e atirou o cara em um dos derradeiros murros. As veias saltavam em seu pescoço. Não me atrevi a me mexer, nem sequer pronunciar nada.

Eu estava testemunhando aquilo que Kai me dissera mais cedo: Ele também ficava mal quando perdia os dele.

— Quem? — Ele balbuciou, olhando para todos os lados.

Segui seu olhar procurando seja lá o que fosse que ele também estivesse. Até que paramos. Bem no meio da rua, no centro de todos os destroços, o responsável por aquilo havia deixado a sua marca: Um enorme Delta desenhado com fogo no asfalto. No meio dele, o apenas o braço metálico do velho maluco, Grower.

Ao ver aquilo, o Kai de sempre, sério e seguro de si, pareceu voltar.

— Temos que sair daqui — Disse ele.

— Espera — Corri para ele que já caminhava para fora dali — Quem você acha que fez isso? Porque não podem ter sido esses caras, nós acabamos com eles tão facilmente...

— Nós?

— Tudo bem, a maior parte foi você, mas o que estou dizendo é que... — Parei um pouco, ofegante. Acompanhar um cara com mais de dois metros é algo que cansa você — O Taka estava aqui. Ele não deixaria acontecer...

Kai virou-se para mim. Ainda continuava tão assustador quanto da primeira vez.

— Em nenhum momento fomos nós, a Revolução, quem deixou um monte de deltas desenhados por aí em cenas de crime. Era outra pessoa. Alguém independente da IRIS, que também estava procurando por nós. Está caçando e matando qualquer um que tenha relação com a Experiência Delta. Os novatos entre a gente o chamam de Carrasco, ou Fantasma de Aço. Seu nome é Daren Odon.

— Odon? — Era o meu sobrenome. Isto é, quando eu pensava ser filho de alguém.

— Isso mesmo. Se Janine fosse realmente sua mãe, ele seria seu tio.

Fim do Ato II


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Notas finais do capítulo

Em breve começaremos o ato III, o ato final. Gostaria das sinceras opniões de vocês a respeito da história até aqui. Vlws.



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