Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 7
Situações




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Quinta, 12 de Novembro.
A avó de Georgia conversa com ela no jardim:
  - Como você está se sentindo querida? 

  - De uma forma geral estou bem, mas se tratando de cada sentimento me sinto um tanto triste e aflita, porém esperançosa e determinada. - A responde calmamente.

  - Você não pretende desistir da sua amizade com Taylor? - Questiona.

  - Não. Crescemos e vivemos no mesmo mundo, que não é este ao qual se chama Terra, falo de um mundo apenas nosso, um mundo muito fantasioso, porém real! - Explica. - Não o criei sozinha, a Taly faz parte dele também, não irei desistir deste mundo assim como não irei desistir da Taly! 

  - Admiro o seu amor querida! - Beija sua testa. - Mostra como é uma amiga verdadeira.

  - Obrigada vovó! - Agradece carinhosa. - Vou entrar na piscina, já que não está frio. - Informa.

  - Está bem! - Se levanta do banco. - Aproveite!

  - Okay! 

Como dito ela coloca um maiô vermelho rendado nas costas e entra na piscina. Pensativa o vento e as pequenas ondas a fazem boiar suavemente, Georgia fecha os olhos sentindo a brisa tocar seu rosto. Em total transe ela sente como se estivesse flutuando, quando alguém a chama:
  - Georgia? 

  - Hã? - Desperta. - Ah, olá Taly!

  - Posso entrar na piscina também? - Pergunta sentindo a água com a mão.

  - Claro que sim! - Sorri. - Eu tenho roupas de banho na minha mala. Está no meu quarto!

  - Ok. - Entende e sai.

Sem muita demora ela aparece e entra:
  - Água quente! - Detalha.

  - Sim! - Concorda.

  - Hã... Posso fazer uma pergunta? - Questiona curiosa.

  - Pode, quantas quiser! - Exclama.

  - Eu sei nadar? - Indaga.

  - Olha. Aprendemos a nadar juntas. - Informa. - Você é até melhor que eu, mas... Não sei se ainda sabe. Por causa do acidente! 

  - Ah. Ok! - Compreende e anda até ela. 

  - Você se importaria de falar sobre a minha família? Digo, deve conhecê-los. - Insinua.

  - Sim, conheço. - Assegura. - Vou te contar tudo que quiser saber. - Comunica.

  - Ok. - Espera.

  - Sobre o que quer saber primeiro? 

  - Meus... Pais. O que eles fazem? - Interroga.

  - A tia Luna é advogada criminalista e o tio Lucas é advogado empresarial. Eles se conheceram na faculdade! - Detalha. - Foi um amor que cresceu com o tempo. 

  - Hum. E o meu... Irmão?

  - O Tony faz faculdade de enfermagem. Acabou o primeiro ano agora, faltam uns anos para se formar. - Conta. 

  - Faculdade?! Como ele está viajando com a gente? - Questiona.

  - Ele está de férias, assim como nós. Sua mãe foi na escola e falou com a diretora e ela nos liberou um pouco antes dos outros, o mesmo aconteceu com a faculdade do seu irmão. Os liberaram mais cedo. - Esclarece.

  - Ah! Entendi. - Acentua. - Eu tenho uma boa relação com eles? 

  - Sim, tem! Você os ama muito e é uma filha muito prestativa! - Sorri. - Adora os surpreender com presentes! 

  - Hum! - Sorri leve. - Você parece que também é ligada à eles. 

  - Sim. Os conheço desde que nasci, sou praticamente alguém da família! - Comenta. 

  - Desde que nasceu?!
 
  - Sim! As nossas mães se conheceram na faculdade, e ficaram grandes amigas. Se casaram na mesma época, mas sua mãe teve filho primeiro, que foi o Tony. Depois nós duas nascemos, crescemos juntas! - Destaca. - Nos conhecemos desde que nascemos Taly! 

  - Nossa! - Se espanta. 

Georgia sorri inibida:
  - Ah! Não se preocupe, sua família é maravilhosa! - Ressalta. - Eles te amam muito e sempre cuidaram de você e te apoiaram. Não vão te abandonar! - Acentua. 

  - Está bem! - Escuta. - Fala da sua família. - Pede. - Onde está sua mãe e seu pai?

  - Minha mãe mora na Noruega com minha irmã e meus avós, também tenho algumas tias maternas lá. - Conta.

  - Hum. E seu pai? - Indaga.

  - O meu pai... - Fica séria. - Ele morreu quando eu tinha 6 anos! - Conta com o coração apertado.

  - Nossa, lamento. - Engole seco. - O que aconteceu?

  - Ele era bombeiro em Toronto, o meu tio, marido da minha tia Laura, era parceiro dele. Eles eram considerados os melhores! - Diz orgulhosa. - Mas teve um dia... Que ele saiu para trabalhar e não voltou! - Lágrimas doloridas caem. - Um prédio estava em chamas, ele e titio tiraram todas as vítimas em segurança, mas teve... Mas... Eles ouviram um choro de criança no 6° andar e voltaram para salvá-la. Papai a pegou e entregou para o tio, ele foi na frente levando ela no colo enquanto papai vinha atrás. - A voz fica trêmula. - Uma grande parte do prédio desmoronou antes que ele pudesse sair, meu tio já estava do lado de fora quando aconteceu. Eles tentaram... Tentaram ajudá-lo, mas o gás explodiu! Não conseguiram salvá-lo! - Olha para Taylor abatida. - Foi muito difícil para mamãe, muito difícil! Eu tinha 6 anos, ainda lembro de seu rosto mas não tenho muitas lembranças, às vezes não sei se são lembranças ou se foi um sonho ao qual tive, mas pelo menos sei como ele era, só que a Giovanna não sabe, ela não se lembra. Minha irmã só tinha 2 anos quando ele morreu, ela não se lembra dele. Sabe como é seu rosto por causa de todos os vídeos ao qual temos com ele e das fotos. Apenas por isso!

  - Nossa. Sinto muito! - Lamenta. - O que aconteceu depois? 

  - Bem, 7 anos depois, o meu tio também faleceu, de um modo parecido. Acho que quase todos os bombeiros morrem de um modo parecido! - Sublinha. - O incêndio foi numa fábrica de produtos tóxicos, ouve uma grande explosão e toda a fábrica desmoronou. Dessa vez ele e o seu novo parceiro morreram. Ainda é muito difícil para a titia, fazem apenas 3 anos, e a Lika lembra de seu rosto perfeitamente. Ela sente tanto a sua falta! Tanto! E eu entendo a dor dela, pois muitas vezes, eu só queria o meu pai do meu lado! - Escorre uma lágrima e ela enxuga. 

  - Sua família já passou por momentos bem difíceis! - Destaca.

  - Sim. A minha avó Georgette perdeu dois filhos num incêndio, já que meu pai e titio eram irmãos. Ela tem mais um filho, o mais novo, foi o único que não seguiu o caminho do vovô, sendo bombeiro. Eu, Giovanna e Lika perdemos nossos pais e a mamãe e titia perderam seus maridos! - Relembra. - Tudo vai se amenizando com o passar do tempo. A dor se acalma!

  - Sim! - Concorda. - E o que aconteceu com sua mãe? Por que ela mora na Noruega?

  - Depois que papai morreu ela perdeu a vontade de viver no Canadá, até que meu avô ficou bem doente, e ela decidiu ir para lá assumir os negócios da família. Mas eu não quis ir, eu não podia deixar você! - Informa. - Falei com ela que me disse... me disse que se eu encontrasse um lar para ficar, poderia ficar morando lá. Conversei com tia Laura, já que se falasse com um desconhecido ela nunca deixaria. Tia Laura me deixou morar com ela sem algum problema, conversei com mamãe novamente e ela concordou. Moro com tia Laura há 5 anos, não vejo minha mãe há 1 ano, desde a viagem do ano passado. - Explica. - Não é ruim morar com a titia, ela é uma ótima pessoa e cuida muito bem de mim, é atenciosa e carinhosa, mesmo não sendo minha tia de sangue me ama muito, e Lika também é uma doce garota, mais meiga que minha irmã eu diria. - Comenta. - Acho que já falei muito sobre minha vida. 

  - Hum, sim. - Concorda. - Disse coisas que nem precisava saber! 

  - Hum. - Resmunga. 

  - Vou ficar do outro lado relaxando agora. Se não fizer bagunça eu agradeço. - Realça. 

  - Está bem, não irei fazer! - Afirma. 

  - Ótimo! - Anda até o outro canto da piscina. 

Georgia fica pensando na conversa que teve com Taylor e em como acabou de um modo "frio". Cortando o silêncio se ouve Georgette a chamando alto:
  - Georgia sua mãe está no telefone!— Grita.

  - Oh! Estou indo! - Responde e sai correndo da piscina. 

Chegando na sala ela escorrega com os pés molhados e cai batendo as costas no chão com força:
  - Caramba! Você está bem?! - Tony que estava sentado no sofá a ajuda a levar.

  - Estou. Obrigada! - Corre para pegar o telefone.

Parado no meio da sala ele começa a rir baixo lembrando a cena:
  - Ver a Georgia correndo com aquele maiô dá até dor nos olhos! - Exclama Catarina chegando. 

  - Hum. Por que? - A questiona. 

  - Porque ela é um palito de magra. Não tem corpo essa pivete! - Responde estúpida. 

  - Se eu fosse você a parava de chamar assim. - Diz sério se sentando no sofá novamente. 

  - Por que? - Indaga.

  - Simples Catarina. É falta de educação e ridículo de sua parte! - A encara e responde grosso.

Diante de sua resposta ela engole seco e se cala.

Na sala principal Geor conversa com sua mãe:
  — Então você está bem filha?— Reponta.

  - Sim mamãe. Estou! - Frisa educada.

 — E como está a Taylor? — Interroga.

  - Ela... Ela está bem. Ainda irá recobrar a memória. - Informa dolorida.

  - Sinto muito querida! — Lamenta. — Mas então, passe aqui em casa. Estamos com muitas saudades, ontem mesmo sua irmã estava dizendo "mamãe quero ver minha maninha!"

  - Giovanna tem 12 anos mamãe! E também ela jamais diria isso, não deste jeito! - Argumenta cuidadosamente.

 — Está bem! Mas... Ela falou do jeito dela que está com saudades! — Insiste.— Passe aqui na Noruega filha!— Pede novamente.

  - Está bem, vou falar com titia! - Aceita. 

  - Ok!— Acentua. — Filha, eu te amo muito, você e sua irmã são as jóias mais importantes da minha vida!— Fala amorosa. — Não se esqueça disso!

  - Eu sei mamãe! - Se emociona. - Eu te amo muito! - Uma lágrima cai. - É muito bom falar com a senhora!

 — Eu sei querida! Vou tentar ter mais tempo para ligar mais vezes! — Comenta. - Tenho que sair agora. Ah, antes que me esqueça de falar, passe no banco antes de ir para Nova Iorque amanhã, já depositei seu dinheiro. — Informa. 

  - Está bem mamãe. Obrigada! Te amo! - Frisa meiga.

  - Também te amo filha. Beijos! — Ressalta. 

  - Beijos mamãe! - Conclui e desliga o telefone.

De noite os Wood se preparam para viajar no dia seguinte, começam a organizar as malas devagar. Depois do jantar Sr. e Sra. Wood conversam com Georgette e Emanuel na sala, Taylor participa da prosa e Catarina reclama da viagem no quarto. Na varanda, vendo as estrelas e a neblina que ofusca a paisagem, Georgia pega seu violão para o tocar. Ela sente cada nota e melodia, singela e delicadamente:
  - Você foi forte hoje! - Tony ressalta aparecendo.

  - Hã? Ah! Olá! - Cumprimenta doce. - Por que diz isso?

  - Aquela queda, foi dolorosa, não foi?! - Questiona se aproximando. 

  - Ah, sim. - Concorda receosa. - Perdi a firmeza por um momento, minhas costas bateram com muita força! - Conta. - Mas passou logo! - Sorri leve. 

  - Hum! - Resmunga. - Está compondo? - Observa os cadernos.

  - Sim! - Sorri. - É o modo que tenho de me expressar! - Fecha os olhos ao tocar.

  - Eu sei! - Acentua. 

Ela o olha doce:
  - Bem, vou comer um pedaço daquele bolo de flocos antes que acabe! - Se levanta. - Deveria levar um pedaço para Catarina! - Sugere. - Ela iria gostar, e seria um bom jeito de fazerem às pazes! 

  - Hum! - A encara.

  - Até mais! - Fala amável e sai. 

  - Até, Georgia Emanuelly! - Responde neutro.

Tarde da noite, meia-noite em ponto Georgia tenta terminar uma última estrofe da música que fizera:
  - Aff, já está todo mundo dormindo e eu aqui! - Resmunga. 

Toda a casa está na escuridão, apenas se tem luz na sala pois ela deixa a TV ligada:
  - Este sofá é tão confortável! - O sente com a mão. - Vou descansar um pouco e já termino a música. - Coloca o caderno na mesinha de centro, o violão apoiado na parede e se deita. - Este programa é legal! - Boceja.

Em poucos instantes ela apaga de cansaço. Algum tempo se passa, quando Georgia acorda de repente:
  - Mamãe! - Se senta assustada. - Nossa, apaguei! - Coça os olhos. 

Ela morde os lábios e bagunça o cabelo sonolenta:
  - Ainda estou com o gosto do bolo na boca! - Resmunga. - Meu Deus, vou para o quarto! - Se levanta.

Após pegar as coisas e desligar a TV Georgia vai para o quarto e apaga imediatamente. Como uma pedra ela dorme à noite toda!

Sexta, 13 de Novembro.
Antes de irem para o aeroporto Tony conversa com Luna e Lucas:
  - Mãe, quero falar com você e papai! - Informa.

  - Diga filho! - Exclama.

  - Vou ficar mais uns dias em Los Angeles! - Conta. - Catarina vai fazer umas entrevistas em umas galerias de design e decidi ficar esse tempo aqui com ela. Encontro vocês na segunda. - Explica. - Tudo bem?

  - Bom... - Luna olha para Lucas.

  - Você tem certeza disto filho? - Ele indaga.
 
  - Sim pai. - Afirma.

  - Está bem então. Tome cuidado! - Pede.

  - Ok! - Entende.

Na hora de saírem Tony pega o carro para ir a um hotel com Catarina, já que não ficaria na casa dos avós de Georgia "sozinho". Todos se despedem:
  - Tchau querida, tome cuidado e avise quando chegar! - Georgette pede para sua neta.

  - Tchau filha, se divirta! - Emanuel acentua. 

  - Está bem vovô! - Termina de abraçá-los. 

Vendo todos se despedindo Georgia entra em transe:
  - Até mais Georgia Emanuelly! - Tony a diz sério.

  - Até Tony! - Sorri doce. - Tchau Catarina! - Fala educada.

  - Fedelha! - Entra no carro estúpida. 

Já no carro o primeiro a sair é Sr. Wood que dirige para o aeroporto. Da janela Georgia acena para a última pessoa que vê do lado de fora, Tony acena de volta  brando. Um sorriso levemente doce surge em seu rosto.


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