Quarta, 11 de Novembro.
Em mais um dia na cidade de Los Angeles, o café da manhã é posto na mesa na casa dos avós de Georgia. Um café leve e natural:
  - Bom dia querida! - Sua avó a deseja ao vê-la.

  - Bom dia vovó! - Boceja leve.

  - Onde está a Taylor? - Questiona.

  - Ainda não acordou. - Informa.  

  - Geralmente ela acorda cedo assim como você! - Exclama. 

  - As coisas estão diferentes vovó. - Relembra meiga. - Eu vou me ajeitar. Com licença! - Acena com a cabeça e levanta.

  - Bom dia querida! - Luna a cumprimenta a vendo sair da cozinha.

  - Bom dia tia! - Diz doce e sobe.

  - O que houve com ela? - Lucas indaga. - Não parece bem!
 
  - Ela está um pouco cansada, além de todo o abalo que está vendo acontecer na vida! - Georgette comenta. 

  - É um momento difícil para todos! - Luna frisa. 

  - Tudo vai ficar bem! - Vó Georgette não perde o otimismo. 

Horas mais tarde Taylor acorda e desce para tomar café. Encontra Georgia na cozinha comendo:
  - Bom dia Taly! - Diz simpática.

  - Bom dia. - Responde meio séria. - O que tem para o café da manhã?

  - Várias coisas! - Exclama. - Quer que...

  - Eu faço minha própria comida! - Taylor ressalta.

  - Ah, claro! - Fica sem jeito. - Desculpe! - Se levanta inibida e coloca a tigela de cereal na pia.

Georgia a vê colocar canela no mingau:
  - Você não gosta de canela! - Conta cuidadosa. 

Taylor franze a testa e coloca uma colher cheia de mingau na boca; imediatamente cospe fora:
  - Isso é muito... 

  - Forte! - Georgia completa. 

  - Isso! - Concorda a encarando. - Aff... - Resmunga.  

Irritada Taylor pega uns mirtilos e os mistura com iogurte. Ao provar põe para fora como com a canela:
  - Também não gosta de mirtilos! - Acentua Georgia que observa quieta. 

  - Ora, então o que eu gosto daqui?! - Indaga zangada. - Que droga!

  - Gosta de muitas coisas. - Anda até a mesa. - Torradas e creme de avelã. - Passa com uma espátula. - Morangos e queijo! - Recheia. - Aqui! Pronto! - A entrega o sanduíche. - Prove! - Pede.

  - Isto?! Parece tão... Esquisito! - Reclama.  

  - Sim. Prove! - Não deixa de ser meiga.

  - Aish, está bem! - Morde. - Huuum... É bom! Sabor interessante! - Destaca.

Georgia sorri:
  - Sim, é muito bom. E esquisito! - Brinca.

Taylor a encara:
  - Não quero mais. - Joga o sanduíche no lixo. 

  - Por que? - Questiona confusa.

  - Não sou uma esquisita que come um sanduíche esquisito feito por uma esquisita! - Frisa. - Vou escovar os dentes de novo! - Fala fria e sai.  

  - Mas... - Resmunga sem reação. - É um dos seus sanduíches preferidos! - Se senta abatida.  

Minutos que se tornam horas fazem o tempo passar; depois do almoço Sr. Wood sai com Emanuel para fazer "coisas de homem e pai", Sra. Wood faz "coisas de dona de casa" com Georgette, Tony ajeita o jardim, Catarina vê TV, e Georgia procura por Taylor.
  - Taylor, Taly! - A acha na calçada. 

  - O que quer? - Pergunta séria.

  - Você quer sair?! Digo, andar na cidade, comprar algumas coisas! - Fala entusiasmada. - O que acha?

  - Não estou afim de sair. - Afirma. 

  - Ah. - O entusiasmo cessa. - Eu estou querendo comprar um casaco, trouxe poucos e são finos, preciso de um mais grosso para Nova Iorque. Não quer ir comigo? - Questiona inibida. - Você pode aproveitar e comprar um para você. Podemos comprar outras coisas também! - Exclama sorridente enquanto a vê resmungar. 

  - Repetindo. Não estou afim de sair! - Reponta levemente grossa. 

  - Poxa Taly, estamos em Los Angeles e mal saímos! - Reclama fofa. 

  - Eu não vejo nenhum problema nisso, Georgia! - Sublinha. - Agora me deixe sozinha, estou tentando entender a minha vida! - Fecha o portão as separando.

  - Está bem. - A olha e sai. 

Caminhando devagar pelo jardim Georgia se senta no batente da varanda. Pensamentos a castigam, quando sente gotas de água a molhando:
  - Wow! - Se surpreende. 

  - Caramba! Desculpe Georgia Emanuelly. - Tony pede constrangido.

  - Tudo bem! - Se limpa. - É só água! - Tenta sorrir, sem sucesso. 

  - Hum. - Ele resmunga. - O que houve? 

  - Hum? - O olha. - Nada. - Olha para baixo.

Ele desliga a mangueira e se senta ao lado dela:
  - Sabe, eu te vi crescer. São 16 anos de convivência, posso dizer que te conheço, conheço ao ponto de saber que tem algo errado. - Acentua.

  - A Taylor não age mais como antes, ela está bem diferente. - Cita.

  - Sim, é verdade. - Concorda sério. - O médico disse que isto poderia acontecer, essa mudança de personalidade! - Relembra.

  - Sim. 

  - O que há mais? - Indaga a observando. 

  - Sabe Tony, eu percebi que não tenho com quem conversar durante esta viagem. A tia e o tio são adultos e não vão querer me ouvir reclamar e lamentar, o vovô e a vovó tem suas preocupações, e a Taylor... Bem... - Suspira desanimada. - Vou ter que criar a minha própria percepção das coisas, sozinha. 

  - Converse comigo Georgia Emanuelly! - Frisa. 

  - Agradeço seu ato. - Sorri meiga. - Mas não quero que Catarina tenha mais rixa comigo. - Explica. - Eu vou conseguir ajeitar tudo na minha cabeça. É só drama meu, bobagem! - Detalha gentilmente. 

  - Georgia Emanuelly! - Realça. 

  - Sim? - O olha. 

  - Muitas vezes quando precisou já te ajudei, já conversei, já salvei. - Sublinha. - Por que agora seria diferente!? - Interroga.

Ela permanece calada:
  - Georgia Emanuelly! - Frisa novamente.

  - Diga Tony! - Diz suavemente olhando para frente.

Ele a olha sorrindo levemente, seu olhar é atraído e desce para a sua boca avermelhada:
  - Acho que já te ocupei muito tempo. - Ela insinua. - Vou me retirar!

  - Vai ficar tudo bem! - Ele a diz otimista.

  - Com licença! - Georgia se levanta séria e sai andando sem olhar para os lados. 

Sentado no batente Tony a olha sair:
  - O que aconteceu aqui? - Catarina interroga de surpresa.

  - Georgia Emanuelly precisava conversar. - Ele se levanta. - Apenas isso Catarina!

  - Hum! - Olha para ela que fecha o portão. - O que está fazendo? 

  - Ajeitando o jardim à pedidos do Sr. Emanuel. - Responde sério. 

  - Por que você não solta esse vaso um momento e faz o que queria fazer ontem de noite?! - Ressalta maliciosa. 

Tony sorri de lado, coloca o vaso de lado e vai até ela. Com as mãos ele a puxa pela cintura e a beija, veroz.

No jantar pedem comida japonesa num restaurante famoso por suas especialidades. Sobre a mesa são postas várias comidas ao qual Taylor não tem conhecimento.
  - O que é isso? - Pergunta assustada. 

  - É lula. - Sua mãe responde.

  - Eu não vou comer isso! - Exclama. - Me nego a comer estas coisas!

  - Você gosta muito Taly. - Georgia conta. 

  - Sim. - Lucas concorda. - Prove filha!

  - Esta comida só não é mais estranha que ter pessoas "desconhecidas" como minha família. - Comenta sem pensar. - Hã... - Vê a expressão no rosto de todos. - Falei sem pensar, desculpem. - Fica constrangida. - Vou comer! - Coloca a lula na boca.

Mesmo com a tentativa de fazer do jantar uma refeição agradável, desta vez se tem um jantar estranho, com todos se olhando inibidos.
Na sala a TV fica ligada no canal de filmes, ao qual assistem calados Tony, Georgia e Taylor. Catarina aparece de propósito:
  -   Amor, são 23:19, está na hora de dormir! - Chama fazendo manha. 

  - Então durma, boa noite! - Responde olhando para a TV.

  - Eu quero dormir com você! - Entra na sua frente. 

  - Não podemos dormir no mesmo quarto Catarina. - Assegura sério. 

  - Ninguém precisa saber! - Diz maliciosa.

Ele balança a cabeça perplexo:
  - Me deixe terminar de ver o filme, e então subimos. - Acentua.

  - Ok. - Concorda e senta ao lado dele. - Que filme é? 

  - O preferido de Georgia Emanuelly. Um dia! - Ele responde concentrado.

 — Georgia!— Murmura baixo e a olha. 

Georgia vê o filme quieta e enfeitiçada:
  - Vamos! - Puxa Tony. 

  - Espere! - Frisa. 

  - Vamos logo! - O puxa forte. - Vamos para o quarto! - O arranca do sofá.

  - Catarina eu já disse que agora não vou! - Rudemente solta o braço.

  - Mas eu quero subir agora, eu quero seu corpo. Quero nossos corpos suando colados agora! - Ressalta estúpida.

Taylor e Georgia observando a cena pasmas:
  - Maria Catarina!!— Tony chama sua atenção rude. - Porra, não seja estúpida garota! 

Irritado ele sai da sala e sobe a escada ríspido. Paralisada Catarina se sente intimidada:
  - O que foi suas pirralhas!? - Indaga. - Vão brincar de boneca e me deixem dormir com meu namorado em paz. Fedelhas! - Corre constrangida para o quarto. 

Sem mais cabeça para ver qualquer filme, programa, série, etc. Taylor e Georgia sobem para seus devidos aposentos. Na cama Geor tenta ajeitar os pensamentos.

Georgia on.

Não consigo mais pensar, estou bem cansada. Não sei se consigo criar minhas próprias idéias. Vou tentar!
Estou tão... Confusa!