Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 3
Memória




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Domingo, 01 de Novembro. (Continuação)

Georgia on.

Eu não consigo acreditar que a Taylor não se lembra de mim, é algo que nunca pensei que aconteceria, e o pior é que tudo isso só aconteceu porque fui uma tonta. Eu fui o mal para a minha melhor amiga!

Observador on.

Enquanto Georgia tenta voltar a si, Sr e Sra Wood conversam com Taylor. Tony fala no telefone com Catarina, parece alterado.

Georgia on.

Tony está no corredor brigando mais uma vez com Catarina, Tia Luna e Tio Lucas estão tentando ver se Taly se lembra deles, o médico não aparece. Acho que preciso de ajuda, coloco a mão no peito e sinto meu coração latejar, respiro fundo e meu corpo dói, meus olhos estão ardendo muito, deve ser do tanto que já chorei. Não sei o que estou fazendo sentada neste banco, todos passam de um lado para o outro, me sinto invisível pois não me notam; melhor assim.

Observador on.

Sozinha sentada no banco do corredor Georgia viaja em pensamentos. O médico aparece com uma prancheta na mão, ela se levanta rápido:
  - Srta. Rose, onde estão Sr e Sra Wood? - A pergunta sério.

  - Estão conversando com Taylor Dr. James. - Diz educada. 

  - Vou chamá-los, espere aqui! - Pede e sai.

  - Sim senhor. - Ela inspira e expira devagar segurando a aflição e dor dentro do peito.

  - Dr. James quer conversar conosco. - Tony diz do lado dela a assustando sem querer.

  - Hã?! Ah! - Suspira. - Ele me avisou. - Informa amena. 

  - Como está? - Se vira para frente olhando para a parede como ela e coloca as mãos nos bolsos da calça. 

  - Sinto em dizer que não sei a resposta de tal pergunta. - Responde. - A melhor resposta no momento é o meu silêncio. 

Tony abre a boca para falar, mas seus pais aparecem com o médico e ele se cala:
  - Agora que estão todos juntos vou falar do estado da Taylor. - O médico comunica. 

  - Ela está muito mal Doutor? - Sra. Wood indaga temerosa.

  - Ela vai ficar bem. - Afirma. - A Taylor não sofreu graves fraturas, os ferimentos estão se cicatrizando rápido. Bem, sobre a perda de memória, esta é a pior conseqüência do acidente. - Explica. - Ela não tem hora para voltar a si, pode ser hoje, amanhã, daqui duas semanas, 10 anos ou nunca. - Frisa. - Sua memória pode voltar aos poucos ou de uma só vez. Nestes casos, peço sempre muito cuidado, principalmente a vocês os pais dela.

  - Nós?! - Sr. Wood indaga.

  - Sim. Ela os esqueceu também, esqueceu todos, vai demorar para se acostumar, vão ser dias um pouco difíceis, peço que tenham paciência. Contar histórias e seguir a rotina pode ajudar Taylor a recobrar sua vida. Vou passar todos as restrições e cuidados que terão que seguir de agora em diante. Não desistam agora, vocês todos terão que ser fortes e determinados. - Ressalta.

  - Nós seremos! - Sr. Wood assegura. - Seremos!

  - Acredito em vocês! - Acentua. - Me acompanhem. - Pede aos pais. 

  - Ok. 

Parados no corredor, Tony vê Georgia pálida:
  - Devia se sentar. - Diz sério.

  - Estou bem! - O olha e tenta sorrir. Sem sucesso. - Vou andar um pouco. Com licença! - Diz e sai. 

Ela caminha distraída até a capela, que fica atrás do hospital, ele é rodeado de flores e árvores ornamentais, além de plantas medicinais. Várias pessoas são encontradas rezando, Georgia anda devagar até o altar, se benze, acende uma vela e se ajoelha no banco. Lágrimas começam a escorrer, ela abaixa a cabeça e entrelaça os dedos:
  - O nome dela é Taylor Alyce Wood. - Fala com a voz trêmula. - Ela tem cabelo negro longo, olhos violetas, sim, olhos violetas, pele clara e altura de 1,70. Ela ama tirar foto e teatro, ela adora animais e bebês, não gosta de mentir e odeia injustiça. - Levanta o rosto chorando forte. - Ela é uma garota incrível, ela não merece ser castigada, ela nunca fez nada de errado, ela ama a família, os amigos e o senhor. Meu Deus, por favor, ajude ela, ajude ela. - Soluça. - Eu te peço, nunca te pedi nada, não tão grande assim, mas estou aqui hoje pedindo, pois sei que está me ouvindo. Senhor! - Soluça forte. - Me perdoe, se a Taylor está nesta situação é por minha causa, eu sou a culpada do estado da minha melhor amiga, me perdoa por ser uma péssima filha, me castigue, mas não a deixe pagar esse mal no meu lugar. Ajude a Taylor, ajude. - Implora. - Ela o ama, ela me ama, ela ama à todos. O nome dela é Taylor Alyce Wood, apelido, Taly. Deus, senhor, eu não sou melhor que ninguém, porém sou humana como todos, e uma humana ao qual amo está precisando de ajuda, por minha causa, eu não posso fazer nada para ajudá-la, recebo isso como sendo o meu castigo, e estou aqui como sua filha pedindo por ela que é a mais importante da minha vida, senhor, DEUS, AJUDE ELA! - Grita chorando. - Ajude ela! - Resmunga aflita. - Ajude-a, ajude-a. Ajude ela. Ajude! 

Georgia permanece chorando de cabeça baixa pelos minutos seguintes. Uma mão toca seu ombro a fazendo despertar:
  - Querida! 

  - Tia? - Levanta o rosto.

  - Não precisa se culpar assim, a culpa não foi sua. - A levanta. - Venha! Vai ficar tudo bem! 

  - Tia! - A abraça chorando. 

  - Tudo bem querida. Tudo bem! - A consola.

Segunda, 02 de Novembro.
Pelo seu emocional estar prejudicado e abalado Georgia não vai a escola, passa a manhã no hospital ao lado de Taylor, com esperanças de sua memória voltar. Sem sucesso ela vai para casa almoçar à pedidos de Sra. Wood. Ao chegar abre a porta e caminha até a cozinha devagar:
  - Olá querida!

  - Oi tia! - Diz abatida.

  - Como está a Taylor? - Questiona.

  - Ela está se recuperando, mas ainda não tem muita lucidez. Os medicamentos são um pouco fortes. - Explica. 

  - Ah. Mas vai ficar tudo bem filha, tenha fé! - Ressalta. - Eu vou comprar umas coisas para fazer o almoço e já volto. - Avisa. - Vai ficar tudo bem! - Beija sua testa. - Deixe tudo fechado!

  - Está bem! Boas compras! - Deseja meiga a vendo sair. 

Após sua tia sair ela sobe a escada para o quarto; pega uma roupa qualquer e vai se banhar. A campainha toca logo em seguida do término do banho, Georgia desce os degraus correndo e abre a porta:
  - Olá! - Exclama.

  - Oi Geor! - Entra.

  - Como foi a aula? - Pergunta como de costume.

  - Normal! - Reponta. - Onde está mamãe?

  - Titia foi comprar as coisas para fazer o almoço. - Conta secando o cabelo. - Daqui a pouco chega.

  - Ah. Vou tomar banho. - Diz indo para a escada. 

  - Também vou subir, me dê sua bolsa que eu levo! - Pede.

  - Obrigada prima. - Agradece.

  - Por nada Lika! - Sobem a escada.

Lika é uma menina de 12 anos, estuda num colégio do bairro vizinho. Ela tem metade da gentileza da mãe e metade da coragem ao qual tinha o pai. É uma boa menina, às vezes muito meiga, às vezes muito orgulhosa, porém, uma boa menina!

Os dias passam rápido, Taylor se recupera forte, tão forte que os médicos a decidem dar alta do hospital, e na quinta-feira ela volta para casa.

Quinta, 05 de Novembro.
Tony abre a porta de casa, Sra. Wood segura na mão de Taylor e ela entra olhando tudo ao redor:
  - Então? O que acha? - Sra. Wood pergunta receosa.

  - É uma casa bonita! - Diz neutra. 

  - Você cresceu aqui! - Georgia conta. - Aquele sofá é o seu preferido e esta parede... - Corre. - É onde tia Luna marca sua altura desde que nasceu. 

  - Sim, é verdade querida! - Concorda.

  - Bem, acho que vou me lembrar aos poucos. - Acentua. - Eu estou um pouco cansada, será que pode me mostrar onde é o meu quarto e o banheiro Sra... Mamãe? - Trava. 

  - Tudo bem querida! - Diz. - É por aqui, se quiser Georgia pode te ajudar. 
 
  - Sim. Posso! - Destaca. 

  - Hã... Não precisa, está tudo bem! - Nega. - Obrigada. Vamos! 

  - Ok! - Sra. Wood olha para Georgia lamentando e segue com Taylor.

Georgia suspira lento:
  - Georgia! 

  - Sim tio? - Sai do transe. 

  - Me ajude a fazer o almoço, sim?! - Pede.  - Vamos nos distrair um pouco!
 
  - Está bem. - Sorri leve. - Torta ou lasanha?

  - Lasanha! - Sorri. - Vou fazer a massa.

  - Faço o molho!

Lucas e Georgia fazem a lasanha com queijos e presunto, salpicando com orégano no final:
  - Vou ajeitar a cozinha! - Sr. Wood informa.

  - Georgia Emanuelly, me ajude a colocar a mesa. - Tony diz sério.

  - Está bem! - Entende. - Vou pegar os pratos. 

Os dois arrumam a mesa em sincronia, a lasanha fica pronta, Taylor e Luna descem e todos almoçam, em um clima de desconhecidos.

A semana passa regularmente, todos tentam ajudar Taylor a se lembrar, porém nenhuma alteração se consegue, apenas o convívio que a vai deixando mais confortável aos pais e irmão.

Sábado, 07 de Novembro.
Mexendo no guarda-roupa a procura de um casaco desaparecido Georgia acha uma caixa de sapato pintada com tinta rosa:
  - O que é isso? - Se pergunta.

Ela a abre:
  - Não acredito que tinha esquecido disto! - Destaca e uma ideia vem em sua mente. - Mas é claro! - Corre e pega um casaco qualquer. 

Descendo a escada correndo ela grita:
  - Tia, vou sair. Não se preocupe, sabe aonde vou! - Explica. - Beijos! 

  - Tenha cuidado querida! - Laura pede. - Está marcando 3° graus! - Ressalta. 

Correndo na rua o vento frio a faz tremer, ela vira a esquina e chega ao destino:
  - Tia, tia! - Entra na casa.

  - Olá querida, o que houve? - Indaga assustada.

  - Tia, onde está Taylor? - Pergunta ofegante.

  - Estou aqui. - Taylor aparece de trás de Luna.

  - O que aconteceu Georgia Emanuelly? - Tony se levanta do sofá.

  - Que barulheira é essa? - Lucas pergunta vindo até a sala.

  - A Geor que nos contar algo querido. - Luna explica. - O que é querida?

  - Primeiro, me desculpem pelo alvoroço, segundo... - Respira fundo. - Eu tive uma ideia que pode ajudar na volta da memória da Taylor. - Conta.

  - O que é?! - Taylor indaga.

  - Diga querida! - Luna pede curiosa. 

  - Vamos refazer a viagem dos nossos 15 anos! - Comunica.

Georgia abre um álbum de fotos com milhares de lembranças. E esperanças!


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