Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 2
Dano




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Canadá, Toronto.

Sábado, 31 de Outubro de 2015.
Taylor procura por Georgia no meio de todos, a festa de Halloween está cheia com a maioria dos alunos presentes.
  - Amanda, você viu a Geor? - Pergunta. 

  - A última vez que a vi ela estava pegando petiscos na cozinha! - Amanda responde. 

  - Ah! Okay! - Agradece.

Ela continua olhando tudo ao redor, muitos rostos distintos são processados em sua mente:
  - Sandy, Sandy! - A para. 

  - Oi Taly! - Exclama.

  - Olá! Você viu a Georgia em algum lugar? - Indaga preocupada.

  - Não, não. - Nega. - Vocês duas fizeram as pazes? 

  - Infelizmente não! - Lamenta. - Bem, obrigada! 

Taylor fica parada no meio do salão sem saber onde procurar mais. Respira fundo e devagar:
  - Taylor? - A chamam.

  - Hã? - Resmunga. - Ah, oi Amélia!
 
  - Está procurando por Georgia, não é? - Interroga.

  - Sim! - Exclama. - Você a viu? 

  - Sim. - Engole seco. - Ela saiu faz uns minutos, saiu da escola! 

  - Saiu da escola?! - Questiona. - Por que?! Espera... Cadê Felipe? E Sabrine? - Raciocina.

  - Eles... - Gagueja. - Os dois saíram juntos uns minutos antes de Georgia sair! Eu acho que... Que ela...

  - Ela foi atrás deles! - Conclui segura. - Obrigada Amélia! - Diz andando.

  - Aonde vai? - Indaga.

  - Atrás de Georgia! - Grita saindo da festa. 

O sol começa a se pôr, o vento balança as folhas das árvores e os pássaros não se impõem para cantar, ficam em pleno silêncio. Taylor caminha na rua procurando por Georgia, até que vê na esquina uma garota loira de cachos:
  - Finalmente! - Murmura indo até ela. - Geor... - Para. 

Georgia está paralisada olhando para frente, uma cena a deixa imóvel e sem reação:
  - Essa não! - Taylor resmunga. - Georgia... Georgia! - A chama com o coração na mão. 

Taylor toca o ombro dela, ao qual não expressa qualquer reação, permanece imutável diante de tal cena:
  - Georgia! - Tenta virá-la preocupada.

Então de repente ela sai correndo, como um jato no meio da rua. Sem saber o porquê, Taylor a segue desgovernada e aflita:
  - Georgia, pare! - Pede ofegante. - Por favor, pare Geor! - Grita. 

Elas passam pelo meio de árvores, matos, areia, pedras, sobem em calçadas, pulam de batentes, passam na frente de carros. Mesmo velozmente, Taylor não alcança Georgia que corre com força e rapidamente, parece fora de si:
  - Aonde está indo?! - Indaga. - Georgia!

Uma passada dos olhos faz com que Taylor veja um carro se aproximando muito rápido na rua ao qual Georgia está prestes a passar, ela trava e a cena de um acidente vem em sua mente:
  — GEORGIA!— Grita.

Ela dispara como um raio, suas pernas aceleram incontrolavelmente e sua mente para de processar. O carro se aproxima desgovernado; já batendo em Georgia ela é puxada e jogada na calçada. Injustamente o carro vai embora sem prestar socorro:
  - Hã... - Georgia resmunga se levantando. - O que?... Taylor! 

Georgia corre até ela que está estirada sangrando no meio da rua:
  - Taylor! Taylor o que você fez?! - A balança. - Taylor, acorda! - Pede. - Taylor! TAYLOOOR!— Grita chorando.
 
No hospital.

Os médicos entram correndo com Taylor na maca:
  - Os batimentos estão caindo Doutor!— Se ouve os gritos. 

Georgia se desespera do lado de fora:
  — TAYLOR!— Grita tentando entrar na UTI.  

  - Georgia, se controle querida! - Pede Sra. Wood. - Precisamos nos acal... Acal.. - Começa a chorar.

  - Vai dar tudo certo querida! - Sr. Wood a consola. 

  - Tayloooor! - Continua atordoada. - Taylor! 

  - Georgia Emanuellly, se acalme! - Tony a segura. 

  — Ela está sem pulso— Ouve.

  - Tayloor! - Corre até ela chorando.

  - Georgia Emanuelly! - A puxa. - Se controle! - Pede rude. 

O coração dela não responde, o monitor faz traço reto mostrando que ele parara:
  — TAYLOOOOOR!— Georgia grita apavorada e berrando. 

  - Georgia, Georgia! - Tony a segura forte.

  - Aaah!— O bate no peito. - A sua irmã está morrendo e você não demonstra qualquer sentimento! - Grita com as lágrimas caindo. 

  - Chorar e berrar não vai ajudá-la! - Destaca. - Eu estou triste Georgia Emanuelly, estou chorando por dentro, assim como você e minha mãe estão chorando por fora. - Esclarece sério.

 — Aaah. - O empurra. - Insensível! - Reclama atordoada. 

  - Eu estou com medo assim como você está! - Grita. - É a minha irmã que está morrendo Georgia, a minha irmã! - Acentua. 

Ela o encara e olha para Taylor que não reage, vê o desespero no rosto dos enfermeiros e do médico. Cai no choro sentindo o coração latejar. Sem abrigo ela encosta o rosto no peito de Tony e chora, ele a abraça um tanto receoso. Então, inesperadamente se ouve o monitor apitar:
"Pi... pi... pi..."

Georgia levanta o rosto soluçando:
  - Taylor? - Resmunga. - Taylor! - Corre até a porta. 

  — Estamos com pulso!— Gritam. 

  - Taylor! - Suspira aliviada. Lágrimas caem esperançosas. 

Um pouco mais tarde o clima se acalma, Tony e Sr. Wood levam Georgia e Sra. Wood para tomar água:
  - Filho, vou no jardim com sua mãe, para ela se acalmar! - Lucas avisa. 

  - Está bem. - Balança a cabeça.
 
Eles saem:
  - Aqui, beba. - Ele entrega a Georgia.

Ela respira lento sentada no banco:
  - Está com os olhos inchados de chorar! - Informa. - Precisa beber água! - Insiste.

  - Okay! Obrigada. - Pega o copo e bebe. 

  - Ela vai ficar bem agora! - Se senta ao seu lado. 

  - Humrum! - Balança a cabeça e o olha.

  - Tony! Tony! - Chamam por ele. - Tony, está aqui! 

  - Oi Catarina! - Se levanta sério.

  - Oi amor! - Impulsiona beijá-lo. 

  - Catarina, agora não! - Frisa. 

  - Hum. - Resmunga e encara Georgia. - Como está a Taylor? 

  - Ela vai ficar bem! - Georgia se impõe branda. - Está dopada, vamos saber mais sobre seu estado quando acordar! 

  - Caramba! Está péssima pirralha. - Diz estúpida. 

  - Eu tenho sentimentos. - Se levanta. - Minha melhor amiga quase morreu, ainda está doendo muito. Como eu deveria estar?! - Indaga. 

  - Não sei, me diga você, espertinha! - Acentua. 

  - Sinceramente! Me deem licença. - Joga o copo no lixo e sai irritada. 

  - Catarina! - Tony exclama chamando sua atenção. 

  - O que foi? - Questiona sínica. 

  - A Georgia Emanuelly é a que mais está chorando e se culpando. Ela já chorou, gritou, berrou e invadiu a UTI. Não fale bobagens, por favor! - Pede ríspido.

  - Aff, está bem! - Reclama. - Eu só vim para ficar com meu namorado! - O agarra. - Me dá um beijo! - Pede. 

  - Catarina, minha irmã está internada! - Ressalta perplexo. 

  - Vamos, só um beijo! - Insiste. 

  - Caramba! - A empurra. - Aish.— A deixa sozinha. 

Georgia passa à noite no hospital junto dos Wood, mas à pedidos de Sra. Wood vai para casa descansar, tomar café da manhã e ver sua família.

Domingo, 01 de Novembro.
De 09:00 Georgia chega no hospital, ainda tensa e preocupada:
  - Georgia Emanuelly, ainda bem que chegou! - Tony a aborda no corredor. 

  - Bom dia Tony. O que houve? Taylor piorou? - Indaga temerosa. 

  - Ela acordou! - Diz rápido. 

  - Sério? - Sorri e impulsiona andar. 

  - Espera! - A segura. - Tem uma coisa que precisa saber! - Comenta. 

  - O... O que? - Teme. 

  - Georgia, a Taylor...

Eles conversam, e ela não acredita na notícia:
  - Não! Não pode ser! - Exclama assustada. 

  - Mas é verdade, infelizmente! - Frisa. 

  - Não. - Corre. 

  - Georgia Emanuelly! - Vai atrás dela.

Georgia entra na UTI e vê todos ao redor de Taylor. Ela está deitada na cama coberta com lençóis brancos.
  - Ta... Taylor? - A chama tremendo. 

  - Sim! - A olha. 

  - Olá Taly! - Sorri e se senta ao lado dela. 

Taylor se esquiva:
  - Taly? - Olha para Sra. Wood. - Esta mulher disse que meu nome é Taylor! - Explica. 

Georgia se levanta pálida:
  - Tay... Taylor! - Gagueja. - Você não sabe quem é Taly?

  - Não. Quem é? É você? - Questiona.

  - Querida! - Sra. Wood toca o ombro de Georgia. - Vai dar tudo certo!

  - Você... Você. - Fala quase chorando. - Você não sabe quem sou eu?

  - Não. Quem é você? - Interroga. 

  - Você não sabe mesmo? - Insiste atordoada. 

  - Não. Eu não sabia da sua existência até entrar aqui! - Taylor frisa. 

  - Então é verdade! - Acentua. - Você... Sua memória... Ela se foi! - Lágrimas caem.
 
  - Sinto muito! Você é uma estranha para mim! - Destaca. 

  - Estranha... - Resmunga chorando. - Estranha! 

Georgia on.

Você sabe o que significa inexistente?
É algo que não existe, algo sem importância, irreal, sem valor.
Você sabe o que significa estranho?
Se você é alguém que toma decisões e atitudes diferentes dos outros então já deve ter sido chamado de estranho, anormal.
Foi isso que me tornei, eu me tornei uma pessoa sem importância e anormal para uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu prefiro sumir, a ser inexistente!


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