Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 15
Apendicite




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Domingo, 22 de Novembro. (Continuação)
  - Mãe, não acredito que chamou o Mex para ficar conosco. - Tony diz indignado.

  - Filho, ele estava num hotel, pagando por um quarto. Não há mal em ele ficar conosco, já o conhecemos. - Responde. 

  - Não, a senhora não o conhece. - Se irrita. - Está cega, que saco! - Sai da cozinha batendo a porta. 

  - Tony! - Sua mãe grita. - Está estressado! - Resmunga terminando de arrumar o jantar. 

Mex aparece na cozinha assim que Tony sobe:
  - O que há com ele? - Pergunta tentando se fazer de desentendido.

  - Só estresse da viagem. - Omite. 

  - Hum. 

  - Chame todos para jantar. Está pronto. - Informa. 

  - Ok. - Vai até a sala e os chama. 

Durante a refeição pouco se ouve Tony, ou Georgia falando, enquanto isso Taylor ri com piadas (sem graça), de Mex, Sr. Wood o observa, e sua esposa se mostra entrar na conversa.

Após a refeição eles se juntam na sala novamente, Geor continua calada demais.
  - Vamos sair, estamos no México. Tem tantas festas para se ir. - Mex ressalta.

  - Sim, é verdade. - Luna concorda. - O que acham? Vamos dançar? 

  - Desculpem-me, mas se não se importam vou me deitar no meu quarto. - Diz pálida e voz mansa. Caminha até a escadaria. 

  - Está bem, querida? - Sua tia preocupa-se. 

  - Estou. Só dor de cabeça. - Conta e sobe.

Algumas horas passam, Georgia acorda depois de apagar com dor, prende o cabelo bagunçado, lava o rosto no banheiro e desce, não vê ninguém. Caminha até a cozinha, sala, quartos, sem achar um vestígio de gente.
  - Olá? - Chama receosa. - Será que todos saíram!? - Murmura.

  - Venha na varanda. - Ouve alguém dizer distante. 

Vai até lá como pedem:
  - Ah! Oi tio. - Se senta no banco. 

  - Olá, querida. - Responde. - Está melhor?

  - Estou. - Olha ao redor. - Onde estão todos? 

  - Saíram, foram para uma festa. Não quis ir, já está tarde. - Comenta. 

  - Ah. Acho que não iria também... Sabe? O Mex, a Taly... 

  - O que tem eles? - Tenta conversar com ela. 

  - O Mex é um rapaz no mínimo.... Que você sente receio em alguns momentos; aparece do nada, educado, bom moço... - Sublinha irônica. - E a Taly está tão diferente... Não é mais àquela minha melhor amiga. - Lamenta. 

  - Não está se divertindo nessa viagem, não é mesmo? - Questiona.

  - Não... - Concorda.
 
  - Acho que deveria deixar a Taylor um pouco de lado, falar mais "dane-se" para ela e se divertir. - Acentua. 

  - Tio?! - Arregala os olhos. 

  - Querida... Ela está chata mesmo, não é a mesma. Eu sinto muito por lembrar que a minha filha é outra totalmente diferente. Olha, sou seu tio, faça o que digo. Se divirta e aproveite, ou essa viagem vai se tornar a pior lembrança da sua vida. - Realça. 

  - Depois que meu pai morreu, você cuidou de mim como sua filha. - Lembra. - Obrigada por isso. - Agradece meiga.

Ele vai até ela, se senta ao seu lado:
  - De nada, querida. - Beija sua testa. - Seu pai era um grande homem, um grande amigo. Cuido de você como minha filha, assim como Luna.

  - E Tony. - Menciona. 

  - Não... Tony tem uma preocupação diferente. - Insinua. 

  - Diferente? - Indaga. 

  - Sim, e não é de hoje. 

Ela o encara:
  - Esqueceu quantas vezes ele te ajudou? Mais você do que a irmã. - Relembra. - Ele se preocupa muito com você, lembra do dia da apendicite? 

  - Como esquecer?! - Suspira. 

  - Foi um dia que marcou o tipo de preocupação dele. - Afirma. - Bom... Vou preparar um lanche para a gente. - Se levanta saindo. 

  - Okay. - O vê sair. 

Georgia fica sentada, observando as estrelas:  
  - O tipo de preocupação dele... - Repassa na cabeça. 

—__

Toronto.

Sendo mais um dia normal na escola, Georgia e Taylor entram no intervalo:

  - Vamos para nosso canto? - Geor pergunta. 

  - Claro! - Taly exclama. 

A caminho de seu lugar preferido, elas vêem Tony na área de leitura estudando:
  - Tony! - Vai até o irmão. 

  - Oi, moça. - A abraça. - Olá, Georgia Emanuelly.

  - Oi, Tony! - Sorri leve. 

  - O que faz aqui? 

  - Vim estudar. - Mostra os livros. - Aqui é um ótimo lugar para fazer isso, ainda bem que sua escola tem ligação com a minha faculdade. Posso estudar aqui e lá. - Brinca bagunçando seu cabelo.
 
  - Sim. - Ajeita o cabelo. - Vamos para lá.

  - Ok. Vou embora daqui a pouco. - Conta.

  - Está bem. Até em casa. - O abraça. 

  - Até! Até, Georgia Emanuelly. - A olha. 

  - Até já já, Tony. - Retribui doce.

Elas se escoram na parede do corredor:
  - Com certeza ele deve estar fugindo de Catarina... - Taylor comenta.

  - Humrum... - Geor concorda calada.  

  - Geor, o que foi? - Vai até ela. 

Georgia aperta a barriga escorada na parede:
  - Estou com uma cólica horrível. - Conta. - Está ficando pior. 

  - Geor, tem certeza que é cólica? - Questiona preocupada.

  - Não. Nunca senti dor tão forte. - Respira fundo. 

  - Taylor, estou indo... - Tony aparece. - O que está acontecendo? 

  - A Geor, está com dor. Não sabemos o que é. - Conta ficando aflita. 

  - Hum. - Se aproxima. - Onde está doendo Georgia Emanuelly? 

  - Eu não sei dizer. Mas é bem forte. - A dor se intensifica mais e ela vai perdendo a firmeza. - Está muito forte. - Levanta o rosto pálida.  

  - Segure minha bolsa. - Dá para Taylor. - Georgia Emanuelly, vou tocar em seu abdômen, me diga onde dói.

  - O... Okay. - Gagueja com dor. 

Ele vai tocando devagar, passando por todo seu abdômen:
  - Está doendo, doendo muito. - Quase chora. 

  - Ok. - Tira a mão.  

  - Tony, o que ela tem? - Taylor observa aflita. 

  - Eu acho que... 

De repente a dor piora desgovernada, Georgia perde a voz para gritar, fica sem força e cai:
  — Geor!— Taly grita. 

Tony a segura antes que bata no chão, a coloca rápido no colo:
  - Taylor, precisamos ir para o hospital agora! - Exclama. 

  - Vamos para diretoria. - Fica sem saber o que fazer. 

Tony quase corre com Georgia nos braços, enquanto Taylor pega suas bolsas e o encontra na diretoria:
  - O que aconteceu com ela? - Indagam.

  - Precisamos ir ao hospital agora. - Ele informa. - Agora, ou ela morre. - Frisa sério. 

  - Vou pegar minhas chaves.- A diretora corre. - Vamos para meu carro. 

Eles correm até o estacionamento:
  - Temos que ir até o hospital mais próximo. - Destaca. 

  - Eu não conheço os hospitais do bairro. - A diretora conta confusa.

  - Que droga! Estamos perdendo tempo! - Se irrita. - Eu dirijo! - Arranca as chaves da mão dela. - Taylor, entra. 

Coloca Georgia no colo de Taly e entra no carro rápido. Ele sai da escola voando:
  - Taylor, ligue para Laura e depois para nossa mãe. - Pede. 

  - Está bem. - Pega o celular tremendo. - Tony.... - O chama assustada. - Ela está com febre, e não acorda. O que está acontecendo? - Seus olhos enchem de lágrimas.

  - Tenha calma. Apenas ligue. - Dirige. 

  - Okay. - Respira fundo e liga. - Tia Laura? Estamos levando Geor ao hospital, ela não está bem... - Começa a contar.

Pelo retrovisor Tony olha Georgia adormecida, volta a olhar a rua e respira lentamente.

Chegam no hospital e correm:
  - O que houve? - Enfermeiros perguntam ao vê-los. 
 
  - Eu acho que é apendicite... - A coloca numa maca. - Ela está apresentando alguns sintomas. 

  - Vamos fazer alguns exames. 

  - Não há tempo, ela precisa ir para a cirurgia agora. - Se altera. 

O seguram:
  - Calma rapaz. Doutor? 

O médico encara Tony:
  - A preparem para a cirurgia. - Manda.

  - Ok. 

  - Vamos cuidar dela. - Diz para eles. 

  - Obrigada. - Taylor agradece. - Tony, ela vai ficar bem, né? !

  - Vamos esperar os outros chegarem. - Fala sério caminhando até a sala de espera. 

Com alguns minutos Laura e Luna chegam, Taylor fica nervosa, batendo os pés e roendo as unhas:
  - Mamãe, ela vai ficar bem, né? - Indaga.

  - Se acalme, filha. - Pede se levantando para beber água. 

  - Mãe, já é o sexto copo de água que toma. - Tony relembra sério. 

  - Estou nervosa. - Acentua. 

  - Também vou beber. - Laura treme preocupada. 

O relógio bate, e cada segundo parece um século:
  - Há quanto tempo ela está na cirurgia? - Pergunta ao irmão. 

  - Uns 30 minutos. - Responde. 

  - Aish! - Bagunça o cabelo. - Tia Laura, ela vai ficar bem, né? 

  - Estamos todos torcendo. - O celular toca. - É a mãe dela, vou atender. 

  - O meu Deus! Geor... - Resmunga atormentada. 

  - Venha aqui, sente-se. - Tony a chama. - Se acalme. - A abraça passando o braço ao seu redor. 

  - É tão difícil! - Deita o rosto no seu ombro. 

  - Eu sei. Mas daqui a pouco a cirurgia acaba e o médico nos trará notícias. - Beija sua testa. 

O celular dele toca, vê e desliga:
  - Não vai atender? 
 
  - Não. - Guarda.  

Mais alguns minutos passam e o médico aparece. Todos se levantam:
  - A cirurgia foi muito bem. 

Tony respira aliviado no canto da sala.

  - Ela vai ficar bem, né? - Indaga Taly. 

  - Sim, vai. - Concorda. 

  - Podemos a ver? - Laura pergunta.

  - Agora ela está descansando, mas podem quando acordar. Mas de preferência duas pessoas de cada vez. - Avisa. 

  - Está bem, Doutor. 

  - Muito obrigada por cuidar da Geor. - Taylor agradece aliviada. 

Ele balança a cabeça e sai.
  - Vou avisar a mãe dela. - Laura liga. 


Esperando dar a hora de falar com sua melhor amiga, Taylor conversa com Tony na frente do quarto dela.
  - Por que deixamos mamãe e Laura irem primeiro mesmo? 
 
  - Porque elas são.... Não sei. - A olha e sorri. - Está mais calma? 

  - Estou. Ela está bem. - Assegura. - E é muito bom falar isso. 

  - Sim. Eu sei. 

  - Também ficou preocupado. - Insinua. 

  - Talvez. - Abaixa o rosto pegando o celular. 

  - Você se preocupa com ela, eu sei. Confirme para mim. - Pede. 

  - AFF! Sim, eu me preocupo com a Georgia Emanuelly, Taylor. - Afirma.

  - Eu sabia! - Exclama. - Vocês ficam tão fofos juntos! 

  - O quê? - Levanta o rosto. - Está gravando?! - Indaga. 

  - Vou mostrar à ela. Eu sabia que estava certa. - Pula de alegria. 

  - Que estava certa? - Fica confuso. - Bom.... apague isso. - Pede.

  - Desculpe, irmão. Mas não vou apagar. Esperei tanto por isso, uma prova. - Conta.

  - Taylor Alyce, apague! - Manda.

  - Não. 

  - Taylor... - A encara.

  - Só apago, se conseguir me pegar. - Sai correndo pelo corredor.

Ele corre atrás dela, a alcança na entrada e a segura na cintura:
  - Apague isso. - Tenta pegar o celular.

  - Nunca. - Ri. 

"Brigam" e brincam como típicos irmãos.
  - O que é isso? - Catarina aparece. 

  - Catarina... - Tony a solta. - Apague. - Cochicha para a irmã. 

  - Hum. Vou deixá-los a sós. 

  - Não me atendeu, te liguei várias vezes e desligou. - Reclama.  

  - Estamos em um hospital, óbvio que ocorreram problemas. - Frisa. 

  - Dê mais prioridade à mim, Thomas! - Quase grita. 

  - Fale baixo. - Manda. - E a Georgia Emanuelly, a minha irmã, minha mãe.... Precisavam de mim. - Começam a discutir.

Finalmente Taylor consegue falar com Georgia:
  - Olá! - Geor diz calma.

  - Olá, moça! - Exclama. - Céus, que susto nos deu. 

Geor ri levemente:
  - Desculpe. - Pede. 

  - Bobagem. - Brinca. - Ainda bem que passou. Perguntei para todos: "ela vai ficar bem, né?", mas ninguém dizia "sim, vai". Comecei a ficar louca, passando mil coisas na minha cabeça. - Conta. - Mas você está bem, está aqui! 

  - Estou. Sou forte. - Brinca. 

  - É sim. - Concorda. - Como é? Dói muito mesmo? 

  - Sim. Lembro que deu uma dor muito forte, e depois não lembro mais de nada.

  - Você desmaiou. Foi uma correria. - Comenta. - Todos nós preocupados. 

  - Imagino que sim. Principalmente você, do jeito que é sensível. - Ironiza.

  - É, está muito bem. Está até brincando já. - Deduz.

  - Estou bem sim. Vou ser liberada com uns 2 dias no máximo, e depois repouso. - Comemora.

  - Não faça mais isso, não me mate mais de preocupação. - Pede amável. 

  - Está bem. Vou ter mais cuidado. 

  - Obrigada. - Beija sua testa.

Passam 2 dias, Georgia é liberada para ir para casa sem hesito. Lucas vem buscá-la junto com Taylor:
  - Como pediu, vai passar a noite aqui. - Lucas coloca as coisas no quarto de Taylor. 

  - Obrigada, tio. - Agradece. 

  - De nada, querida. - As deixa só. 

  - Vou avisar a titia que cheguei, melhor né? 

  - Sim. - Se joga na cama. - Meu irmão ficou muito preocupado contigo. - Conta de propósito. 

  - Ficou? - Desliga e se senta com ela.

  - Sim. Ele te colocou nos braços e correu com você, não ficou sossegado até o médico dizer que estava bem. Foi tão fofo! - Exclama. 

  - Ah! Aish, você torce demais para que fiquemos juntos. - Levanta a sobrancelha.

  - Eu vejo algo interessante quando ele te olha, quando é em relação à você. - Comenta. - Não é coisa da minha cabeça. 

Batem na porta:
  - Meninas, o lanche está pronto. - Luna avisa. 

  - Está bem, mamãe. Já vamos. 

Ela sai.
  - Olha, vou continuar imaginando vocês dois juntos. - Avisa. 

  - Não devia, Taly. Ele é seu irmão, é mais velho e... eu não sinto nada por ele. - Completa. - Não desse jeito, somos basicamente da mesma família. Somos amigos. - Explica. 

  - Eu sei... Mas amigos se apaixonam! - Sonha romântica.

  - Aish... Boba! - Se levanta e a empurra. 

  - Você também é. - Pula em cima dela. 

  - Ai! - Geor sente os pontos.
 
  - Aish, desculpa! - Pede arrependida. - Está bem?!

  - Estou, estou sim. Não se preocupe. - Sorri leve. 

Taylor a abraça:
  - Eu te amo, Geor! - Exclama carinhosa.

  - Também te amo, Taly. - Retribui. - Bastante...

—__

Georgia caminha pela casa:
  - São mais de meia-noite e não chegam... - Resmunga. - Vou ver se tio está acordado. 

Ela vai até seu quarto:
  - Não, está dormindo. - Fecha a porta. - Huum.. - Resmunga pelo corredor. - Vou comer! - Decide. 

Desce a escadaria distraída, vira para ir até a cozinha, e é presa na parede. Se assusta:
  - Mex! - Ele tampa sua boca. 

  - Finalmente posso fazer o que quero há muito tempo, Georgia. - Informa. - Beijar sua boca linda. - Alisa seus lábios. 

  - Hum... - Ele segura seus braços. 

  - Vai ser delicioso. - Morde a boca. 

Mex se aproxima para beijá-la, quase toca sua boca, mas Georgia chuta seu tornozelo e se solta:
  - Fique longe de mim, Mex. - O encara.

Ela sai rápido indo até a sala, olha para trás e esbarra em Tony:
  - Desculpe! - Pede rápido. 

Ele a observa, olha para a direção da cozinha e vê Mex vindo. Sério ele nota detalhadamente as expressões deles. Estrala o pescoço:
  - Devia estar dormindo. - A diz frio.


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