Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 3
Habilidade Secreta


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, desculpem a demora mas sofri de um recente bloqueio. Enfim, espero que gostem. Boa leitura. Enjoy



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Logo, chegou em um certo bairro. Era bem simples. Vários apartamentos, e algumas poucas casinhas. Nada luxuoso, ou tranquilo e agradável como o bairro em que ela morava. Podia ver alguns viciados escondidos nos becos escuros. Facilmente reconhecidos pelos pontinhos que acendiam e apagavam de seus cigarros de crack e maconha.

Chegando em certa rua que era mais tranquila e agradável, em comparação às outras, ela avistou alguns carros pretos estacionados “aleatoriamente” pela rua. Deu ar de riso estacionando na frente de um pequeno prédio. Pegou a carta e o rastreador e saiu travando o carro. Entrou no prédio e subiu algumas escadas. Subiu até o último andar e encontrou um apartamento aberto. Nem se preocupou, pois sabia quem estava na casa de Clint. Ao tentar entrar, foi barrada por um agente.

— Sinto muito, senhorita. Não pode entrar aqui. – o agente falou sério.

— É mesmo? Não me diga. – ela deu um sorriso debochado. – Com licença, garoto.

— Senhorita, vou ter que pedir pra se retirar. Isso é assunto do governo agora. – ele insistiu.

— Eu sei muito bem disso, garoto. Por isso estou aqui. – Natasha deu um pequeno sorriso.

— Senhorita, eu vou ter...

— Natasha. – uma voz o interrompeu. Ele se virou e viram Coulson se aproximar.

— Senhor, ela...

— Tudo bem, Warley. Deixa ela entrar. – Coulson falou. – Essa é a agente Romanoff. – Coulson avisou. O rapaz ficou sem palavras por um momento.

— Sinto muito, se- senhora! Eu não sabia. – ele gaguejou.

— Eu sei. – Natasha respondeu passando por ele entrando no apartamento.

— Se divertindo com os recrutas, Natasha? – Coulson perguntou divertido depois que se afastaram.

— Acredite, não estou muito pra diversão. – Natasha retrucou.

— Eu sei. – Phil concordou. – Então, o que te trás aqui? – ele perguntou cruzando os braços.

— Eu recebi esses itens quando cheguei em casa. – ela lhe entregou a carta e o potinho.

— O que é isso? – Phil perguntou encarando o objeto metálico dentro do pote de plástico.

— Rastreador, eu acho. – ela respondeu. – Eu não sei quem foi, mas tudo indica que não gosta de mim. A carta não tem identificação.

— Certo. – ele concordou lendo a carta. – Isso facilita as coisas. Prova que a morte do Barton não foi acidente. – ele guardou a carta e o rastreador numa maleta. – Vou contar ao diretor, e iniciar as investigações. Talvez seja melhor eu deixar alguns agentes a postos pra vigiar sua casa.

— Não precisa. Eu me cuido. Se eu tiver alguma novidade, vai ser o primeiro a saber.

— É o que eu espero. Quando tivermos algum resultado nas investigações eu aviso a você. Até lá, continua de férias. – ele falou. Natasha bufou frustrada. – Eu sei que não gosta disso. – ele falou. – Mas como você está? – ele mudou pra um tom preocupado. Natasha suspirou negando com a cabeça.

— Não sei. Não sei o que pensar. – ela respondeu.

— E o Arman? – ele perguntou.

— Está bem. Parou de arranhar as portas dos armários da cozinha, e não mastiga mais o estofado do meu sofá. Então eu diria que estamos evoluindo. – ela contou.

— Que ótimo. – Phil sorriu entusiasmado. – É um grande avanço.

— Mas ainda põe o carteiro pra correr. – ela comentou pensando.

— Isso não é tão ruim, é? – Phil argumentou.

— Não. Mas faz atrasar minhas contas já que eu não as recebo, e quase não tenho tempo pra ir direto na agência de correios. – ela comentou.

— Uma pergunta, como sabia que estávamos aqui? – ele perguntou.

— Não é óbvio? Um dos nossos agentes morre numa misteriosa explosão num lugar cheio de criminosos. É bem fácil de adivinhar onde as investigações vão começar, pra ver se esse agente tinha alguma relação com o ocorrido. Não se esqueça de que conheço os métodos de investigação da SHIELD. Afinal, eu trabalho lá. – ela respondeu calmamente. Coulson deu ar de riso.

— Tenho que me lembrar de nunca subestimar você. – ele comentou divertido.

— É, eu faço o meu melhor. Mas acho que vou pra casa agora. Já fiz o que tinha que fazer. Agora é com vocês.

— É. Boa noite, Natasha. – ele falou.

— Boa noite, Coulson. - ela respondeu. O celular de Coulson tocou e ele se afastou atendendo.

Natasha olhou em volta. Não tinha ninguém por perto, então ela entrou no quarto de Clint. Estava claro pelas várias roupas jogadas pelo quarto, que ele não era muito organizado. Pegou no guarda roupas dele, uma calça de moletom, uma blusa de manga curta acinzentada e saiu do apartamento sem ser vista.

Entrou em seu carro, e dirigiu de volta pra casa. Não poderia demorar, pois não era muito seguro deixar Clint sozinho com Arman. Tinha medo que se Clint tentasse entrar no quarto dela, Arman o machucasse. Afinal, seu cão não era muito sociável com invasores. O carteiro ainda não conseguia entregar as correspondências, graças a ele.

Estacionou na garagem de sua casa e entrou. Subiu as escadas em direção ao quarto de hóspedes que era vigiado por Arman.

Oi garoto.— Natasha tocou sua cabeça passando por ele. Deu umas batidinhas na porta. – Clint? – ela chamou.

— Nat? – ele perguntou.

— Quem mais seria? – ela ironizou.

— Hã... é que eu não tô muito apresentável. – ele comentou um pouco sem jeito.

— Eu sei. - ela riu. - Trouxe umas roupas pra você.

— Ok. – ele falou e logo a porta se abriu numa fresta. Ela lhe estendeu a roupa e ele pegou voltando a fechar a porta. – Obrigado.

— Como está o ombro?

— Tá bem. – ele respondeu.

— Você quer comer alguma coisa? – ela perguntou.

— Claro. Pode ser. – ele respondeu.

— Tudo bem, te espero lá embaixo. – ela respondeu.

— Tá. – ele concordou.

Natasha fungou e saiu descendo as escadas. Entrou na cozinha já projetando em sua mente o que iria fazer pra eles comerem. Ela estava feliz por estar com fome naquela hora. Significava que não estava mais triste, e podia voltar a ser o que sempre foi. E uma das coisas que a deixava animada, era cozinhar. E esse era um lado que ninguém conhecia nela.

Natasha encheu uma panela com água e colocou pra ferver com um pouco de azeite e sal. Tirou a jaqueta e a arma. Deixou na sala, arregaçou as mangas da blusa e prendeu o cabelo.

Voltou pra cozinha, pegou um maço de cheiro verde na geladeira, cebola, alho e uma lata de extrato de tomate. Começou a cortar os temperos.

— Olha só. A Viúva Negra na cozinha. Se a comida for boa eu até me caso com você. – Clint comentou se aproximando do balcão.

— Eu não te daria esse prazer. – ela deu um sorriso sínico.

— Mesmo? Porque eu sempre achei que você quisesse isso. – ele comentou se apoiando no balcão. – Ficou toda alegre de me ver vivo, acho que até chorou quando pensou que eu morri.

— Não seja idiota, eu não choro. – ela respondeu se concentrando no que estava fazendo. – Ah! Não, espera! Não posso mandar você deixar de ser idiota, quando isso é só o que você é.

— Ahá! – ele exclamou a assustando. – Você sempre reage assim quando eu acerto um ponto fraco! Você me insulta pra me fazer acreditar que você não gosta de mim.

— Eu te aturo. É diferente. – ela respondeu. – Agora faça algo de útil, e pega o macarrão no armário. A água já tá fervendo. –ela pediu pegando outra panela.

— Sim senhora. – ele falou rumando pros armários. – Ok. Onde está sr Macarrão? – Clint pensou alto mexendo nos armários.

— Fica no armário de cima. – Natasha avisou começando a fazer o molho. – Terceira porta à direita. – ela falou.

— Achei. – ele falou tirando o pacote de macarrão de dentro do armário. – Parafuso? Você come macarrão parafuso?

— Algum problema com isso? – ela perguntou colocando coloral no molho.

— Não, só achei estranho. O clássico é espaguete. – ele comentou.

— Ok. Coloca na água, por favor.

— Sim senhora. – ele concordou abrindo o pacote e colocando o macarrão na água que borbulhava.

Ele jogou fora o pacote vazio e observou Natasha fazendo o molho. Ela começou a mexer com uma colher pra que não queimasse.

— Não. Não, não é assim. – ele falou.

— O quê? – ela perguntou.

— Assim vai espirrar molho em você. – ele falou pegando a colher da mão dela e tomando seu lugar. – Olha. Movimentos circulares, tá vendo? O movimento tá no pulso, não no ombro. Não é força, é jeito.

Ela fungou cruzando os braços o observando.

— Aqui. Viu? Vem, faz você. – ele lhe estendeu a colher de pau e Natasha recuperou seu lugar. Clint se colocou atrás dela colando seu tronco nas costas dela, e segurou seus pulsos guiando os movimentos das mãos dela. – Isso, movimentos lentos e circulares. Viu?

Natasha se arrepiou por senti-lo tão perto. Era quase um abraço.

— Tá querendo me ensinar a cozinhar? – ela perguntou.

— Eu? Não. Só tô ensinando técnicas novas. – ele respondeu sem soltá-la.

— Tem que ser com você encima de mim?

— Por quê? Não gosta? – ele perguntou debochado.

— Bom, é que... – ela foi interrompida por um rosnado. Os dois olharam pra entrada da cozinha e viram Arman em estado de alerta rosnando. – Não importa muito o que eu gosto. Não sou eu quem quer te matar no momento.

Arman latiu e Clint se afastou de Natasha dando alguns passos em direção ao armário erguendo as mãos. Natasha riu divertida.

Arman, vai dormir.— ela mandou. O grande Husky saiu rosnando e bufando. Natasha voltou sua atenção para as panelas. Mas sem tirar o sorriso divertido do rosto.

— Quanto tempo esse ódio que ele tem por mim vai durar? – Clint perguntou.

— Sei lá. Qual a média de vida de um Husky Siberiano? – Natasha respondeu. Clint bufou.

— Quanto tempo vou ter que aturar isso?

— Espero que pouco. Porque a cada hora que te escondo aqui em casa, aumenta as chances deu ser castigada, morta, ou pior! Demitida. – Natasha respondeu.

— E mesmo assim você continua fazendo isso. Só porque eu pedi. Que coisa fofa, Tasha. – ele comentou com um sorriso no rosto. Natasha ficou séria.

— Não me chame de “Tasha”. – ela rosnou pausadamente.

— Tá bom. Que tal “Nat”? Tá bom assim? - ele perguntou não se intimidando com o tom mortal da ruiva. Afinal, a intenção dele era irritá-la mesmo. E ela sabia disso. – Ah! Olha essa carinha. Que coisa mais linda esse biquinho brabo que você faz. – ele falou debochado.

— Não me provoque. – ela rosnou.

— Tá bom. Eu paro. – ele riu. – Mas que você fica linda quando tá braba, você fica.

— Arman acabou de te acuar aqui na cozinha. Quer que eu chame ele pra terminar o serviço?

— Não precisa Obrigado. – Clint respondeu.

— Então vai arrumar o balcão, que a comida tá pronta. – ela ordenou.

— Sim, milady. – ele concordou indo em direção ao balcão.

***

— Wow! É, acho que vou ter que casar com você mesmo.

— Sem chance. – Natasha respondeu.

— Essa comida é incrível! – Clint comentou. Natasha deu ar de riso negando com a cabeça. – É sério, Nat. Está ótima. – ele mudou para um tom menos debochado, e mais gentil.

— Obrigada. –ela deu um pequeno sorriso tomando um pouco de vinho. –Aposto que essa é uma habilidade minha que você não conhecia. Aliás, umas das muitas que você não conhece.

— De fato, não conhecia. – ele a olhou sorrindo. – Mas com você vivendo por tanto tempo em tantos lugares, eu nem deveria me surpreender com suas habilidades.

— É. Vocês nunca aprendem que não se deve subestimar uma mulher. Ainda mais eu. – Nat deu um sorriso arqueando as sobrancelhas. Clint riu.

— Ok. Me lembre de nunca subestimar a Viúva Negra.

— Vou lembrar. – ela sorriu o olhando. Os dois se encararam por alguns instantes.

— Então... – Clint começou. – você... foi ao meu apartamento. Posso saber porquê?

— Puramente acadêmico. Eu te trouxe um pijama, não é razão suficiente? – Natasha perguntou.

— Natasha. Você não sabe mentir pra mim. – Clint a olhou sério. Natasha desviou o olhar para seu prato. – Tasha.

— Não me chame assim. Por favor. – ela pediu.

— Tá. Então me conta. Por favor. O que teria a esconder?

— Tem razão. – ela o olhou. – Eu fui ver o Coulson. Eu... sabia de alguma forma que ele estaria lá com a equipe da SHIELD.

— Não, EU disse isso pra você.

— Me disse que a SHIELD estaria lá. Mas quanto ao Phil eu deduzi por mim mesma. – ela retrucou com um olhar esperto.

— “Phil”? Que história é essa de Phil. – Clint perguntou.

— Posso terminar? – Natasha cobrou. Clint suspirou concordando. – Eu só fui entregar umas coisas pro Coulson.

— Que coisas?

— O rastreador. – ela respondeu num suspiro.

— Vo-você foi entregar o rastreador? Você foi contar pra ele que eu tô aqui??? – ele se indignou. – Tá maluca? O que tínhamos conversado?

— Não. Eu não falei nada de você. Só entreguei a droga do aparelho. E pare de falar assim comigo! Eu tô tentando te ajudar, droga! – ela falou se levantando. Rumou pras escadas.

— Na.. Natasha... – Clint tentou segui-la.

— Nem pense nisso. – ela ordenou e ele parou no mesmo instante.

— Nat...desculpa. – ele pediu.

— Só... arrume o balcão e vai dormir. – ela mandou. Ele concordou com um aceno. – Eu vou pra cama. E se tiver algum problema, me deixe em paz. – ela pediu subindo as escadas.

— Tá, boa noite, ruivinha.

— Ah! Vai se ferrar. – ela reclamou sumindo no corredor.

Clint deu ar de riso. Sabia que estavam bem de novo. Afinal, sempre foi assim se desculpar com Natasha.


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Notas finais do capítulo

É. Ela sabe cozinhar. Obrigada por lerem. e não esqueçam dos comentários. Eles são importantes pra mim. Preciso saber da opinião de vocês. Bjocas. ♥♥♥