Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 4
Amor, vou dar uma saída.


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, amores. Mas estive muito ocupada nessas últimas semanas. Espero que gostem do cap. bjocas. boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674301/chapter/4

Natasha acordou sentindo um focinho húmido e gelado roçando em seu rosto. Abriu os olhos e encontrou um cão grande e peludo a olhando de volta. Ela deu um pequeno sorriso.

Bom dia, querido.— ela falou afagando as orelhas dele que chiou. – Dormiu bem? Vamos passear hoje? Quer passear comigo? Hum?— ela perguntou baixo. Ele inclinou a cabeça recebendo o carinho de bom grado. – Certo, vou me arrumar pra sairmos, tá?— ela falou se sentando o obrigando a recuar. Ela se levantou calçando suas pantufas e rumou pro banheiro.

Depois do banho, ela se vestiu e desceu as escadas colocando um casaco de moletom com gorro. Colocou a coleira e a guia em Arman, e os dois saíram pra uma caminhada.

O céu estava colorido pelo amanhecer.

— Bom dia, senhorita Romanoff. – uma idosa falou da varanda de sua casa.

— Bom dia, Sra. Mackenzie. – Natasha cumprimentou a mulher de bobs ao passar pela calçada da casa dela. – Por que ela sempre levanta tão cedo, heim Arman?— Natasha perguntou divertida olhando pro cachorro. Ele simplesmente chiou em resposta.

— Opa! – Natasha ouviu uma voz masculina exclamar antes de esbarrar num indivíduo. – Desculpa. – ele falou. Nat o olhou.

— Sr. Ganter. – ela cumprimentou.

— Natasha. – ele deu um sorriso galanteador. – Bom dia.

— Bom dia, David. – ela sorriu num tom gentil olhando para o homem alto de cabelos negros e olhos castanhos. Era bonito. – De pé tão cedo?

— Pois é. Alguns homens tem que trabalhar. – ele sorriu.

— Em pleno sábado? – ela questionou.

— Hoje é sábado? – ele pareceu surpreso e os dois riram divertidos. – Eu nem reparei.

— Eu quem fico fora um tempo, e você quem fica perdido? – ela pareceu divertida.

— Pois é. – ele sorriu encabulado. – E pra onde foi nessa temporada?

— Não muito longe. Só uns dias em Baltimore, com uns amigos. – ela respondeu.

— Jura? O que tem de legal lá? – ele questionou cruzando os braços.

— Acredite, não tem nada de interessante... além de alguns bares. – ela deu um sorriso de canto. Ele sorriu de volta.

— Sei, aposto que você tornou o lugar interessante. – ele comentou galanteador. – Vai fazer alguma coisa legal hoje à noite? – ele perguntou. – A gente pode.. sei lá. Tomar um sorvete, quem sabe um cinema? Eu soube que estreou um filme legal essa semana.

— Obrigada, mas vou estar bem ocupada essa semana. – ela dispensou num tom gentil. – Mas quem sabe outro dia.

— É. – ele concordou. – Então, eu tenho que ir, tá?

— Eu também.

— Mas foi bom falar com você. Tá? Até mais. Vou trabalhar agora.

— Bom dia. – ela sorriu.

— Tchau, Arman. – ele afagou a cabeça do cachorro que aceitou o carinho de bom grado. – Tchau, Nat. – ela a olhou se afastando.

— Tchau, David. – ela o observou se afastar.

Arman chiou e latiu baixo.

O que foi?— Natasha o olhou. Ele a encarava arfando. – Eu sei o que está pensando, moço. É melhor parar com isso se não quiser dormir do lado de fora essa noite. Lembra o que aconteceu quando você rasgou meu estofado do sofá?

Arman abaixou a cabeça. Obviamente não entendia muito do que ela falava, mas o tom era repreensivo. Natasha deu um pequeno sorriso comovido ao ver aquela carinha de arrependido.

— Tudo bem. Vamos. Temos um hóspede pra cuidar. – ela falou afagando suas orelhas. Continuaram sua caminhada dando a volta na quadra.

Voltaram pra casa, e Natasha soltou Arman da coleira, e ele correu subindo as escadas. Ela rumou pra cozinha e pegou uma garrafinha de água na geladeira. Colocou o conteúdo num copo, e tomou num gole. Suspirou olhando pela janela da cozinha. Estava tudo tranquilo. Os carros passavam pela rua, as crianças brincavam nos quintais. Ela olhou no relógio que marcava 8:00 AM.

— Ele ainda tá dormindo? – ela bufou saindo da cozinha e subindo as escadas. Parou na frente do quarto de hóspedes. Arman se colocou ao lado dela. Ela ia abrir a porta mas parou com a mão a meio caminho do trinco. Ela olhou pra Arman que a olhou curioso. – E se foi só um sonho? E se ele morreu mesmo?— ela perguntou. Suspirou e abriu a porta. Fosse o que fosse, a resposta estaria no quarto de hóspedes. Necessariamente dormindo na cama.

Ela olhou dentro do quarto. Deu um pequeno sorriso. Clint dormia na cama. Ou, boa parte dele estava na cama. Ele tinha um braço e uma perna tocando o chão. Ele estava deitado de bruços. A coberta estava embolada em seu pé, e seu ronco era baixo e abafado. Natasha mordeu o lábio inferior se segurando pra não rir da cena. Se sentia feliz. Seu amigo estava ali. Tão perto. Vivo, e bem. Seu dia não podia ficar melhor. Suspirou e saiu do quarto fechando a porta.

Desceu de volta para a cozinha tirando o casaco e colocou a frigideira no fogo. Se conhecia bem Clint, sabia que ele fica de mal humor quando tá com fome. E ele come muito.

Depois de terminar de fazer seu prato, seu celular tocou. Ela atendeu.

— Que foi, Coulson? – ela perguntou pegando seu prato e se sentando no balcão.

— Bom dia, Natasha. Que horas são? – ele perguntou.

— Oito... –ela falou e olhou no relógio. – E vinte. Por quê?

— Bom, eu passei a noite acordado, então só queria ter certeza de que não atrapalhei seu sono. – ele falou.

— Acredite, não é você que atrapalha meu sono, Phil. – ela pensou alto.

— Eu sei. – ele falou em tom manso.

— O que você quer, Phil? Não me ligou só pra perguntar o horário, né? – ela perguntou.

— Não. Eu liguei pra falar sobre ontem. – ele começou. - Eu mandei analisar as coisas que você me entregou. Não encontrei nenhuma informação sobre a carta.

— E o rastreador?

— Aí é que tá. A tecnologia usada é avançada. Mas não tem identificação. Estamos fazendo as pesquisas pra ver se achamos alguma coisa. Eu queria saber se você teve mais alguma informação.

— Não. – Natasha suspirou.

— Não mente pra mim. – ele pediu.

— É que... Não consigo deixar de me sentir culpada. Eu sei que podia ter feito mais. E agora que eu sei que ele morreu só pra me atingirem... – ela comentou. – Se eu tivesse me esforçado, não estaríamos passando por isso.

— Não fique assim, Natasha. Não devia se cobrar tanto. Você é habilidosa. Barton também era. Mas não é tudo que você pode impedir. Eu sei que ele morreria por você. Sei o que a amizade de vocês significava pra você, e pra ele também. – Coulson falou em tom apaziguador.

— Eu sei, Phil. Mas... sinto que é só o começo. Sinto que... ainda podem fazer muito mais. Que mais gente pode sofrer por minha causa. Gente inocente.

— Não pense assim. Vamos descobrir o que está acontecendo. Como eu não consegui descobrir de quem é essa tecnologia, possamos rastreá-la.

— Pra descobrir de onde veio. Brilhante! Mas pode levar um tempo, não acha? – ela comentou.

— Pode levar alguns dias. Mas vou ver se podemos agilizar aqui. Relaxa. Por enquanto descanse. Saia, divirta-se um pouco. – ele aconselhou.

— Com quem eu vou sair, Phil? Eu não tenho amigos, esqueceu? – Natasha comentou, e Arman a olhou como se parecesse ofendido. – Só você, amor. Você é minha paixão.— ela falou para o cão que simplesmente saiu resmungando. Natasha deu um pequeno sorriso divertido.

— O quê? – Phil pareceu confuso.

— Eu tava falando com o Arman. – Natasha explicou.

— Ah, sim. Como ele está? – ele perguntou em tom divertido.

— Está bem. Acabamos de voltar do passeio matinal. – ela contou.

— Legal.... o quê? Tá, leva pro laboratório, vê se dá pra escanear pra conseguir mais resultados. – ela ouviu Coulson falar para alguém.

— Tá ocupado? – Natasha perguntou.

— Ah! Desculpe por isso. – Phil pediu.

— Tudo bem. Pode ir trabalhar. Eu vou estar com o telefone quando quiser ligar. – Natasha falou.

— Se tiver mais alguma coisa que possa nos ajudar, me avise. Eu ligo se tivermos alguma novidade. – Phil falou. – Até mais, Natasha. Se cuide.

— Tchau. – Nat desligou e colocou o celular no bolso. Ouviu passo descendo as escadas. – Bom dia. – ela falou comendo uma tira de bacon.

— Uhum. – Clint gemeu se aproximando. Ela o olhou.

— Tem ovos mexidos e bacon na frigideira, pra você. – ela avisou.

— Obrigado. – ele resmungou se aproximando do balcão da pia pegando um prato.

— Como está o ombro? – ela perguntou.

— Está bem. Com aquela dorzinha de dia seguinte, mas tá funcionando. – ele a olhou rapidamente e voltou-se para o fogão. Nat deu um pequeno sorriso. Ele tinha a cara amassada de sono, os cabelos cor de areia estavam bagunçados, e ele mal conseguia abrir os olhos. – Mas, - ele continuou, enquanto terminava de preparar seu prato. – Eu dormi de bruços pra não forçar. – ele se aproximou e sentou no balcão, de frente pra ela.

— Eu sei. – ela simplesmente respondeu comendo uma garfada de ovo mexido.

— Hum. Sabe? – ele a olhou. – É? Como?

— Hum? O quê? – ela o olhou terminando de mastigar.

— Como sabe? – ele perguntou. Natasha não respondeu, apenas desviou o olhar para seu prato. – Natasha? Você me observou dormir? – ele perguntou com um quase sorriso se formando.

— Não. – ela respondeu. – Eu fui lá em cima antes de você levantar. Eu ia te acordar, mas achei que estaria muito cansado, então te deixei dormir mais um pouco. – ela deu de ombros.

— Hum. – ele gemeu compreendendo. – Que horas são? – ele perguntou.

— 8:45. – ela respondeu olhando no relógio da sala.

— Olha. Pra uma manhã de sábado, eu diária que acordei bem cedo. – ele deu um pequeno sorriso.

— Isso explica as suas caras de cansado nos sábados de maratona. –ela deu um pequeno sorriso.

— É. Eu odeio quando o Coulson nos chama de surpresa pra treinamento. – ele comentou.

— Preguiçoso. – ela xingou. Ele deu um pequeno sorriso.

— Eu sou um homem, Nat. Eu preciso de um tempo pra mim. Pra dormir, ou ficar sentado fazendo nada. – ele falou. – E esse dia é no sábado. Sábado, é o “Dia do Barton”.

— Pois eu te mostro como comemoro dias “especiais”. –ela falou se levantando.

— Ah é? – ele perguntou com um pequeno sorriso. Ela se aproximou dele com um pequeno sorriso. Ele se virou pra ela se levantando. Ela se aproximou dele segurando seu rosto. Ele deu um pequeno sorriso. Ela sorriu e lhe deu uma rasteira o empurrando e o fazendo se inclinar sobre o balcão. Ele ia se levantar, mas ela apoiou sua mão sobre o ombro machucado o fazendo reclamar.

— Fica quietinho. – ela pediu tirando o celular do bolso.

— Que vai fazer? – ele perguntou.

— Relaxa. – ela falou mexendo na etiqueta da blusa dele. – Hum. Você é gordinho, né?

— Hey! Eu tenho sentimentos! – ele ralhou.

— Eu sei. – ela guardou o celular e o soltou o ajudando a se recompor.

— Au. – ele reclamou mexendo o ombro.

— Desculpe. – ela pediu. – Mas eu sei que se eu te pedisse, você diria não. – ela falou.

— Eu não diria não, se pedisse com jeitinho.

— É. Esse é o meu jeitinho, no qual você não precisa dizer nada. – ela disse sorrindo.

— Sei. Eu não digo nada, só sinto dor. Né?

— É o melhor jeito. – ela deu um pequeno sorriso de canto.

— Você sabe que se continuar sorrindo desse jeito vai ser impossível ficar bravo com você. – ele reclamou.

— E você está tentando? – ela perguntou com o mesmo sorriso. Ele suspirou. – Ok. Eu vou dar uma volta. Você vai esperar aqui quietinho, até eu voltar. – ela falou e rumou pras escadas.

— Espera. Como assim “vai dar uma volta”? – ele perguntou.

— Eu vou sair por aquela porta, e andar por aí. – ela explicou calmamente, e voltou a subir as escadas sumindo no corredor. Clint suspirou e voltou para o balcão voltando a comer.

Natasha entrou em seu quarto e trocou de roupas rapidamente. Saiu do quarto vestindo uma jaqueta de couro marrom clara. Desceu as escadas pegando sua bolsa e a chave do carro.

Entrou na sala, onde Clint estava sentado no sofá, e Arman, estava deitado no chão.

— Amor, eu vou dar uma saída agora, tá? Volto antes das onze. Cuide da casa. – ela falou rumando para a porta. – Comporte-se.

— Pode deixar. – Clint respondeu.

— Comporte-se você também, Clint. – ela falou fingindo finalmente notar que ele estava ali. Ele a olhou confuso. Então olhou para Arman e pareceu entender.

— Tava falando com ele? – ele gaguejou. Nat apenas deu u pequeno sorriso saindo sem responder. Clint suspirou rindo baixo e ligando a televisão. Olhou para Arman. – Ela é fogo, né?

Arman o encarou por poucos segundos e saiu deixando Clint sozinho.

— Eu disse algo errado? –ele perguntou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como assim? O Arman aceitando de bom grado o carinho de um cara?
Uhhhh.
Espero que tenham gostado. N esqueçam de comentar, pelase. Preciso saber a opinião de vocês. Bjocas♥♥♥