Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 2
Arman, Ataca!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. bjs enjoy♥♥



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Estava frio, estava escuro, e ela estava com medo. Natasha não via nada ao seu redor. Sacou sua arma e começou a andar sorrateiramente, mantendo seus sentidos apurados. Logo ela sentiu um obstáculo a sua frente. Parecia uma parede. Ela tateou com a ponta dos dedos seguindo, até que achou uma espécie de maçaneta. Ela girou e uma porta se abriu. A luz forte a cegou e ela piscou com força.

Logo que conseguiu retomar sua visão, saiu olhando em volta. Não tinha nada de mais. Era um simples beco iluminado apenas por um poste fraco. Viu lá no finalzinho algo que fez seu coração disparar.

— Clint? – ela sussurrou, caminhando lentamente até ele. – Barton. – ela chamou mais alto. Ele ergueu a cabeça e se virou pra ela.

— Terminei. – ele falou.

— Terminou o quê? – ela perguntou. Ele arrumou o arco em sua mão. Natasha notou que as mãos dele estavam sujas de sangue e assustou-se com isso. – Clint, o que você fez?

— O que me mandaram fazer. E o que eu devia ter feito há muito tempo. – ele respondeu. Natasha sentiu uma dor agonizante, e sentiu seu traje úmido. Ela tocou seu abdômen e sentiu dor. Olhou para suas mãos e viu seu próprio sangue. – Agora, seu coração. – ele enterrou um punhal no peito dela.

***

Natasha abriu os olhos, ofegando. Piscou com força limpando o suor do rosto. Arman cheirou seu rosto como se verificasse se ela estava bem.

Tudo bem.— ela afagou seu pelo malhado. – Foi só um sonho. Tudo bem. Eu te acordei?— ela perguntou. Ele chiou baixo. – Acordei? Desculpa.— ela pediu afagando as orelhas dele. Ele cheirou o rosto dela lhe fazendo cócegas com o focinho gelado e úmido. Ela riu baixo. Mas ouviu um som vindo das escadas.

Arman, á espreita.— ela ordenou. O grande cão se deitou na ponta da cama. Natasha se arrumou na cama enfiando a mão debaixo do travesseiro pegando sua P.29. Ela pensou no aviso da carta. Teria que estar preparada pra qualquer coisa. Ouviu passos se aproximando da porta descaradamente, sem qualquer sinal de discrição. Natasha achou estranho.

A porta se abriu lentamente. E ela esperou até se aproximar da cama.

Arman! Ataca!— ela gritou se sentando, e o grande Husky pulou sobre o invasor o derrubando no chão.

— AI! – o invasor gritou.

Arman! Mantenha.— Natasha ordenou se levantando. Olhou pra porta esperando qualquer sinal de outros invasores, mas não tinha ninguém. – Então é isso o que eles mandam pra me matar? Um agente atrapalhado? – ela perguntou com ar de deboche. E acendeu a luz. Voltou pra perto do invasor com a arma em punho.

Ela ao ver o rosto do invasor, paralisou por vários segundos. Arman rosnava para o invasor esperando uma única ordem de sua dona pra acabar de uma vez com ele.

— Calma, cachorrinho. Cãozinho bonzinho. – o invasor repetia com medo. Natasha se sentia trêmula e confusa, ouvindo uma voz tão familiar.

Arman... mate...

— Natasha! – o invasor gritou segurando o focinho do cão que se debatia pra se soltar. Então prendeu o corpo do cachorro num abraço forte. O cão gania e se debatia entre rosnados.

— Solta ele! – Natasha ordenou destravando a arma.

— Nat, escuta. – ele insistiu.

— Solta o meu cachorro agora! – ela ameaçou direcionando a arma direto pra cabeça dele.

— Tá bom! – ele soltou Arman.

Arman, recue. — ela ordenou. O cão deu alguns passos pra trás saindo de cima do invasor, mas mantendo a guarda, e rosnando. – Tem 20 segundos antes deu mandar ele retalhar tua cara. Quem é você e quem te mandou?

— Natasha, sou eu, Clint. – ele respondeu tentando se levantar.

— Fique onde está! – ela rosnou. Ele parou. – Eu vou perguntar uma última vez. Me diga a verdade, e talvez eu te deixe viver.

— Tasha. Sou eu. Acredite em mim. Sou eu. Sou seu amigo. – ele falou num tom quase desesperado. Se sentia nervoso por estar na reta de uma arma, e com um cão enorme só esperando uma simples ordem pra acabar com ele.

— Barton morreu. Quem é você? – ela falou entre dentes.

— A explosão. – ele deduziu. – Tasha, eu sei que era pra vocês acharem que estou morto mas não estou. Por favor. Você sempre confiou em mim. Então confie agora. – ele pediu.

— Prove. – ela ordenou mantendo a arma em punho. – O que eu te dei no seu primeiro aniversário depois que nos conhecemos?

— Um punhal, com cabo preto de metal. Que aliás eu perdi. Desculpa. – ele falou.

— E o que Clint me deu no meu segundo aniversário? – ela perguntou. Ele se levantou lentamente mantendo suas mãos erguidas pra que ela não se sentisse ameaçada.

— No seu aniversário, eu... te dei um colar, com um pingente de flecha. – ele respondeu se colocando na frente dela. Arman se armou pronto pra atacar o loiro, mas Natasha deu um leve toque em sua cabeça o fazendo se acalmar. Mas sem desviar os olhos do indivíduo a sua frente. – Tasha, eu estou aqui. Acredite em mim. – ele pediu.

— Como? – ela perguntou sentindo algo entalado em sua garganta. Talvez um choro. – Como pode estar vivo?

— Eu não sei. Mas estou. – ele respondeu. Natasha abaixou a arma relaxando. – Olha... eu...

Ela o interrompeu com um abraço forte. Ele se sentiu aliviado, e a abraçou de volta.

— Seu idiota! – ela xingou sem soltá-lo. – Se fizer isso de novo, eu juro que acabo com você!

— Anotado. – ele falou depois que ela o soltou. – Sentiu minha falta, né? – ele sorriu maroto.

— De você? – ela falou com ar de desprezo. – Se enxerga, cara. Até parece que EU iria sentir sua falta. – ela se dirigiu a sua cama escondendo novamente a arma.

— Ah! Você sentiu sim... – Clint tentou segui-la, mas Arman se colocou na frente dele rosnando. – Na... Nat. – Clint chamou recuando, enquanto Arman o cercava rosnando e sibilando com os dentes grandes e brancos à mostra. – Natasha! – Clint chamou mais alto com a voz trêmula.

Arman!— Natasha chamou em tom firme. Ele parou mas continuou rosnando. – Saia. Guarda o perímetro.— ela ordenou. Arman lançou um olhar raivoso para Clint antes de sair do quarto todo imponente. – Não se preocupe. Ele não fará nada se eu não autorizar. Só estava se divertindo um pouco. – Natasha falou em tom tranquilizante.

— Tá. Mas, quem é o urso de pelúcia? – ele perguntou.

— Não chame ele assim! – Natasha bateu no ombro dele e ele reclamou segurando o ombro.- O que foi? – ela perguntou preocupada.

— Eu... acho que tem alguma coisa no meu ombro. – ele reclamou. –Deve ser um estilhaço da explosão. – ele explicou.

— Tá. Senta, deixa eu ver. – ela pediu indicando a cama. Ele sentou. Ela foi até o banheiro e mexeu no armário procurando seu kit de primeiros socorros.

— Mas me diz, desde quando você tem um cachorro? – Clint perguntou.

— Isso é confidencial. – Natasha respondeu.

— Vamos, Nat! Sem essa. – ele pediu. Natasha suspirou pegando o kit e saindo do banheiro.

— Ele é um Husky siberiano. Eu ganhei ele na minha última missão com Coulson. – Natasha explicou se aproximando da cama.

— Mas isso foi a três anos. – Clint argumentou a olhando. Ela deu de ombros. – Por que nunca me contou?

— Porque era pra ser temporário. – ela respondeu segurando o riso. Sentou na cama mexendo na maleta. – Tira a camisa, pra eu poder ver os estragos. – Natasha pediu separando os instrumentos. Clint tirou o colete do uniforme, e a blusa que um dia foi branca. Nat teve que se esforçar um pouco pra prestar a atenção só no ombro dele.

— Como tá? – ele perguntou. Natasha analisou.

— Não parece um estilhaço. – ela respondeu. –Estranho. – ela tentou tocar, mas ele se esquivou reclamando. – Para! – ela ordenou segurando o ombro dele. Ele parou. – É metálico. – ela comentou observando. – Parece um rastreador mal colocado. E tá cravado em você. Eu vou ter que tirar, porque com essa ferida aberta, vai infeccionar. – Natasha explicou. – Mas vai doer.

— Tá. Faz o que tiver que fazer. – ele concordou com um aceno de cabeça.

Natasha pegou uma pinça de sua maleta, e encaixou no objeto metálico que estava cravado no ombro do parceiro. Ela contou até três mentalmente, e puxou numa vez só. Clint deixou um grito escapar se inclinando pra frente.

— Pronto. – ela falou.

— Conseguiu? – ele perguntou fazendo uma careta de dor.

— Consegui. – ela respondeu colocando o pequeno objeto metálico num potinho de plástico e tampou. Ele tentou se virar pra olhar mas ela o impediu o fazendo endireitar-se. – Fica quieto. Ainda tenho que fazer o curativo. – ela ralhou.

— Desculpa. – ele pediu. Ela pegou uma seringa dentro da maleta e colocou um líquido transparente.

— Por que não foi pra casa, ou pra um hospital? – ela perguntou.

— A SHIELD tá na minha casa, e se eu fosse pra um hospital, iriam me achar. – ele respondeu.

— Tá, eu vou aplicar um anestésico local, pra poder dar os pontos. Vai doer no início, mas fica parado que a dor passa. – ela avisou. Ele concordou com um aceno. Ela aplicou a anestesia perto da ferida. Clint fez uma careta, mas não se moveu. Logo não sentia mais nada, então resolveu relaxar. Natasha começou a dar os pontos. – Por que não quer ser visto pela SHIELD?

— Acho que até descobrirem o que aconteceu, é melhor que ninguém saia que eu estou vivo. –ele respondeu.

— Por quê? – ela perguntou começando a dar os pontos.

— Quem tentou me matar tem que parecer que conseguiu. Até descobrirem quem é, quero continuar vivo. – ele respondeu.

— Não se mata quem já morreu. – ela pareceu compreender. – Sabe que vai se encrencar por isso, né?

— Sei. Mas eu estava mesmo querendo tirar umas férias. – ele sorriu.

— Hum. É? Devia fazer um testamento. – ela falou divertida. – “Eu Clint Barton, quero que todos os meus bens sejam doados para uma fundação que acolhe idiotas como eu que se fingem de mortos.”

— É. Vou pensar a respeito. – ele riu divertido.

— Uhum. – ela concordou com um pequeno sorriso. – E o que você pretende fazer? Vai arranjar um lugar pra se esconder até descobrirem? E como vai fazer isso? – ela perguntou mantendo sua concentração no ombro dele.

— Bom, eu pensei de ficar aqui. – ele respondeu. – Mas... acho melhor não. Eu posso encrencar você. E o seu cachorro não curtiu muito me conhecer.

Natasha pensou um pouco. Reprimiu os lábios suspirando.

— Vai ser legal te ter aqui. Mas vai ter que seguir minhas regras. – ela falou.

— Tá. – ele concordou com um aceno. – Tem certeza?

— Tenho. Vai ser legal. – ela concordou num tom amigável.

— Ok. Que regra eu tenho que seguir? – ele perguntou.

— Vai ter que me obedecer e fazer o que eu disser. E, pra começar, você fica no quarto de hóspedes. – ela falou. Ele tentou olhá-la sem entender. Mas ela ralhou com ele, e ele se endireitou. – Conheço você muito bem. E conheço sua reputação. Você fica no quarto de hóspedes. – ela falou.

— Tá bem. – ele deu um pequeno sorriso divertido.

— Você também fica longe do meu armário de bebidas. – ela falou. – Fique sabendo que se você se esquecer, Arman vai te fazer lembrar.

— Tudo bem. – ele suspirou conformado. – Mais alguma coisa?

— Se seguir essas regras, não tem que se preocupar com Arman. Ele só faz o que eu mando. E não vai te atacar se eu não deixar. – ela falou terminando de dar o último ponto. Foram apenas três pontos, mas ela queria fazer isso com todo o cuidado pra não machuca-lo. Ela começou a colocar a gaze.

— Ok. Me deixa feliz saber que tenho uma trégua com o urso russo. – Clint concordou com um leve aceno.

— E pare de chama-lo assim. Ele não entende, mas eu entendo, e não gosto. – ela advertiu.

— Ok. Desculpe. – ele pediu.

— Pronto. Agora, acho melhor você colocar essas roupas na lavanderia no andar de baixo, e ir tomar um banho antes de ficar completamente grogue com esse anestésico. E tome cuidado com o ombro, porque se abrir os pontos agora, você não vai sentir. Mas garanto que depois você vai se arrepender de ter ombros. – eu garanti.

— Ok. – ele concordou.

— Vem, levanta. – ela o ajudou a se levantar.

— Tudo bem. – ele dispensou a ajuda.

— Venha, o quarto de hóspedes fica aqui. – ela o guiou pra fora do quarto. Seguiu até a segunda porta do corredor, e entrou no cômodo. Era confortável. As paredes eram num tom bege, tinha uma porta que dava pro armário, e outra que dava pro banheiro. Tinha uma cama de casal confortável, encostada em uma parede com um criado mudo contendo um abajur. A janela tinha uma cortina escura que bloqueava qualquer luminosidade vinda de fora.

— Nada mal, Tasha. – Clint comentou.

— Que bom que gostou. É aqui que você fica. – Natasha falou. – Tem toalhas e roupão no armário. Tome um banho. Eu vou sair, mas não demoro pra voltar. – Natasha falou saindo do quarto.

— Posso saber onde você vai? – Clint perguntou.

— Não. – Natasha respondeu curta e grossa, e fechou a porta se afastando do quarto.

Clint deu ar de riso rumando para o banheiro. Ele conhecia bem sua amiga, e parceira em missões. Sabia que ela só estava assim porque estava tentando esconder sua felicidade e alívio de vê-lo vivo.

Mas a verdade, é que ela sentia muito mais do que isso. Ela também sentia medo. Ela entrou em seu quarto e trocou de roupas. Pegou sua arma, e a carta que recebera mais cedo. Porém deixou o punhal onde estava. Bem guardado. Pegou o potinho com o “rastreador”, e limpou o pequeno objeto de metal, que estava sujo de sangue.

Desceu as escadas e encontrou Arman na sala. Ele estava deitado perto da porta, mas se levantou assim que sentiu ela se aproximar.

Arman, vigia o perímetro, fica de olho no hóspede. — ela deu os comandos. – Se alguém desconhecido se aproximar, mate.— ela ordenou. Coçou as orelhas do grande cão malhado e saiu

Entrou em seu carro e dirigiu pelas ruas desertas. Era tarde da noite, então não teria muito trânsito. Sua mente estava um rolo de fios desencapados. Nada estava se resolvendo. Era difícil pra ela que sempre teve sua mente bem organizada. Ela não sabia o que fazer ao certo. Na carta, disseram que se livraram de Clint. E então, ele aparece bem vivo no meio da madrugada, com um rastreador no ombro. O que estava acontecendo? O que queriam com ela afinal? Fosse o que fosse, de uma coisa ela sabia. Não seria bom.


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Notas finais do capítulo

Viiiiiiuuuu?????? Não matei ele por muito tempo. Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar. Eu preciso saber da opinião de vocês. bjocas, espero que tenham gostado do Arman... e da fic. bjocas nos vemos nos reviews♥♥