Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro escrita por Helem Hoster


Capítulo 17
É terrível quando alguém te conhece tão bem


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha. Mais um cap quentinho pra vocês. Dedico ele à minha grande amiga MaryLMel que me inspirou pra escrevê-lo. Espero que gostem. bjos enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674301/chapter/17

Assim que terminou de limpar a bagunça, Clint começou a preparar o almoço. Estava preocupado, não sabia ao certo o que se passava no QG.  Mas sabia que a KGB era perigosa, e estava pronta pra qualquer tipo de contratempo.

— Mas com certeza, não vamos derrotar ela de barriga vazia. – ele comentou. – E nem com o tédio desse silêncio. – ele saiu de perto das panelas e começou a fuçar os CD’s que Natasha tinha. – Meu Deus! Será que ela não tem nada deste século? Só tem disco! Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, nada mal. – ele comentou olhando os discos. Olhou para a estante e viu algo interessante. – Ah! Agora eu vi vantagem.

Natasha estacionou o carro e desceu.

— Agente Romanoff? – ela ouviu uma voz feminina chamar. Olhou.

— Agente Carter. – Natasha cumprimentou a vizinha em tom respeitoso.

— O que aconteceu? – a veterana perguntou devido ao estado da ruiva.

— Problemas do ofício. – Natasha deu de ombros.

— Entendo. Eu acho que você deixou seu rádio ligado. – ela avisou.

— Ah. Tá. Obrigada. – Natasha agradeceu entrando na varanda de casa. – Rádio? – ela pensou alto franzindo o cenho. Aproximou a cabeça pra porta a fim de ouvir o que estava acontecendo. Ouviu um som estranhamente familiar. –I Want To Break Free, Queen 1984. O Filho da mãe tá mexendo no meu som! Eu vou matar ele! – ela cerrou os dentes entrando.

Viu Clint dançando na cozinha enquanto cortava temperos. Algumas panelas fumegavam atrás dele no fogão. O cheiro era delicioso, o que a fez mudar de ideia quanto a mata-lo, mas ainda brigaria.

— O que acha que está fazendo? – ela perguntou deixando as chaves no chaveiro e se aproximou.

— Almoço. – ele respondeu sem olhá-la.

— É. Essa já é uma boa razão pra eu te matar. Você está na minha cozinha, e mexeu no meu som, nos meus discos! Tem ideia do quanto eles valem? – ela perguntou. – De como são raros?

— Tenho. – ele respondeu. – E pra quê tantos discos de rock? Você passou por Woodstok por acaso?

— Pela maior parte deles. – ela respondeu. – Você tem ideia do perigo?

— Que perigo? Você vai me matar por acaso? Só porque eu vi os seus discos secretos e obscuros? – ele perguntou em tom de provocação virando se de costas e jogando os temperos em uma panela.

— Como assim? – Natasha espreitou os olhos.

— Não se faça de desentendida. Não pense que eu não vi a sua coleção completa de discos da ABBA. – Clint falou. – Mas é claro que a ABBA não vai te convencer. Mas... que tal aqueles discos secretos da Rita Lee?

— Você não se cansa de brincar com o perigo, né? – Natasha perguntou. – Ninguém vai acreditar se você contar. E ninguém vai perceber se eu te matar. Pensam que você já está morto mesmo. – ela ameaçou se colocando atrás dele.

— Uh. Agora eu senti um friozinho. Natasha há muitos anos que você não me bota medo. - ele debochou.

— É mesmo? – Natasha perguntou em tom ameaçador. Clint se virou pra ela com um sorriso debochado, mas o sorriso se desfez ao ver que ela estava coberta de sangue.

— Por favor, me diz que esse sangue não é seu.

— Não é meu. – ela respondeu.

— Você disse porque eu pedi, ou porque é a verdade? – ele perguntou.

— Porque é a verdade. E eu não mentiria só pra te agradar. – ela retrucou se afastando. – Eu vou tomar um banho. É melhor que esse almoço esteja realmente bom.

— Pode deixar. – ele prometeu enquanto ela subia as escadas.

Natasha entrou em seu quarto já se despindo. Deixou sua roupa em seu cesto de roupas sujas e pegou seu roupão com uma toalha e foi pro banheiro. Ao entrar no box, e sentir a água morna escorrer por seu corpo, relaxou. Olhou para baixo e viu o sangue escorrer pelo ralo. O mais estranho foi saber que desta vez o sangue não era dela. Passou a mão por seu rosto e seu pescoço tentando se limpar do sangue.

— Tarântula sem veneno uma pinoia, Cyka. – Natasha xingou assistindo o sangue escorrer pelo ralo como uma cena de Psicose de Hitchcock.

  Depois do banho, Natasha se enrolou no roupão e saiu do banheiro. Sentou-se em sua cama e começou a secar seus cabelos com uma toalha. Seu celular vibrou indicando mensagem. Ela olhou. Uma mensagem de Coulson e uma de David.

“Tá afim de sair hoje?”   

                            David

“Mandei a russa pro nosso hospital. O diretor já está tomando providências quanto às informações. Obrigado por ter deixado o que sobrou dela vivo.”

                                                                        Coulson

Natasha pousou o celular no colchão e soltou um suspiro olhando para baixo. Ouviu uma leve batida na porta que estava aberta. Olhou e viu Clint parado na porta.

— Tudo bem? – ele perguntou em tom suave e preocupado. Ela concordou com um aceno e voltou a enxugar o cabelo desviando o olhar. – Natasha? – ele chamou. Ela o olhou. - Como foi com o infiltrado?

— Foi bom. – ela respondeu sem nem pensar no que falava. – Divertido.

— Deve ter sido mesmo. Você voltou toda ensanguentada. E o sangue sequer era seu. – Clint cruzou os braços se apoiando na batente da porta. – Quem era?

— Hum? – Natasha o olhou parando com o que estava fazendo.

— Quem era o infiltrado? – ele perguntou. – Era alguém que você conhece. Então...

— Como sabe que é alguém que eu conheço? – Natasha perguntou.

— Porque te deixou abalada. – ele respondeu.

— Eu não tô abalada. – ela retrucou.

— Está sim. – ele rebateu.

— Por que acha isso? – ela perguntou.

— Porque você acabou de evitar uma longa discussão comigo de “Está sim” e “Não estou não”. – Clint falou.

— E o que isso significa? – ela perguntou.

— Que está sem forças pra discutir comigo. E você só fica sem forças pra discutir comigo quando está abalada. – ele respondeu. – Então, aconteceu algo muito pesado pra te deixar abalada.

— É terrível quando alguém te conhece tão bem. – Natasha riu com ar de cansaço.

— Te conheço melhor do que imagina. – Clint sorriu.

— É. Me lembra de não me permitir me abrir tanto assim pra mais alguém. – ele pediu.

— Claro. Eu quero ser único. – ele prometeu.

— Aliás, por que está aqui? – ela perguntou o olhando.

— O almoço. – ele respondeu. Ela ergueu uma sobrancelha. – Está pronto. – ele completou.

— Tá. Já desço. –ela prometeu.

— Tá. – ele concordou e se afastou.

Ela se vestiu, fez uma trança simples no cabelo e fez o curativo das mãos que ainda estavam machucadas. Desceu as escadas. O prato dela estava pronto no balcão. Clint terminava de fazer suco de laranja natural.

— Espero que não se importe. Eu espremi suas laranjas... quer dizer eu...eu fiz suco. – ele se atrapalhou. Natasha franziu o cenho.

— Tá. As frutas estão aí. Use-as. – ela deu de ombros.

— Tá. – ele suspirou desviando o olhar. – Seu prato está no balcão. – ele mostrou.

— Ok. – ela concordou sentando-se ao balcão, e começando a comer. Clint entregou a ela um copo do suco que ele havia feito. – Obrigada. – ela agradeceu. Ele deu um leve sorriso.

— Sabe, como eu sei que você odeia ervilhas eu não fiz nada que tivesse isso. – ele avisou.

— Oh. Tudo bem. Obrigada. – ela agradeceu num sorriso. – Está tudo ótimo, Clint. Você até que manda muito bem no fogão. – ela elogiou.

— Pois é. – ele se apoiou no balcão. – Eu não piloto só Quinjets.

— É. Surpreendentemente você também tem lá suas surpresas. – ela comentou.

— Vou levar isso como um elogio. – ele falou. – Pela minha sanidade mental, é melhor achar que você fez um elogio.

— Tem toda a razão. –ela riu. Ele sentou do lado dela.

— Então, você ainda não respondeu a minha pergunta. – Clint cobrou.

— Não respondi o quê? – ela perguntou.

—Sobre o infiltrado. – ele respondeu. – Quem era?

— Uma agente da KGB. – ela respondeu.

— “Uma” agente? – ele perguntou.

— É. É uma mulher. – Natasha confirmou. – É a Viúva Negra que a KGB escolheu pra me substituir depois que eu saí. – ela contou. – Yelena Belova. Ela não era muito fã minha quando eu estava na KGB, porque eu era a favorita do chefe, tinha um estatus na agência, tinha minha própria aprendiz. Era a agente perfeita. E eu tinha uma coisa que ela sempre quis. O soro.

— E ela não parou de te odiar, imagino. – Clint comentou.

— Não mesmo. – Natasha respondeu. – Mas, o lado bom, é que eu pude passar duas longas horas brincando um pouquinho com ela.

— É. Eu vi como você chegou. Mas com ela ficou? – ele perguntou.

— Coulson me mandou mensagem dizendo que mandou ela pro hospital da SHIELD. – Natasha respondeu. Clint fez uma careta.

— Coulson só manda um prisioneiro pro hospital da SHIELD quando a coisa tá muito feia. O que você fez? Desfigurou o rosto dela? Arrancou todos os membros do corpo? Enfiou a mão no peito dela e esmagou os pulmões? – ele perguntou. Natasha soltou um grunhido por estar de boca cheia. Ela cobriu a boca pra falar.

— Não vai querer saber.

— Desfigurou o rosto dela. – Clint concluiu.

— Céus, não! – Natasha negou tomando um gole de suco. – Não. Não sou um monstro. Não fiz nada que seja irreparável com o rosto dela.

— Tá. – ele riu. – Mas arrancou alguma coisa dela?

— Um monte de informações.- ela respondeu.

— Sabe que não era a isso que eu me referia.

— Mas é o que importa. – Natasha retrucou. Clint soltou um pequeno suspiro. Olhou para as mãos dela que estavam enfaixadas.

— Coulson perguntou disso? – Clint perguntou indicando as mãos dela com um olhar.

— Não. Ele está acostumado com meus “acidentes”. – ela respondeu calma.

— E, os machucados não te atrapalharam com a cessão? – ele perguntou curioso. Natasha negou levemente com a cabeça.

— Desde quanto ferimentos me impedem de fazer algo? – ela riu.

— É. – ele concordou. – Só impedem, quando o ferimento é em outra pessoa.

— Uhum. – ela concordou. – Falando nisso, como está o ombro? – ela perguntou.

— Tá funcionando. Ainda não é o mesmo de antes, mas, tá melhorando. – ele respondeu. – Você tem uma mão boa para curativos.

— Você também tem. São ossos do ofício. Nem sempre podemos contar com médicos. – ela comentou.

— Verdade. – ele concordou. – Se bem que eu acho que vou precisar de muito mais que um médico pra me concertar depois que o Fury acabar comigo. – ele comentou a fazendo rir.

— Vai. – ela concordou. – Ainda mais agora que já é seguro contar sobre você.

— É. Mas só vamos contar amanhã. Como planejado. Eu ainda quero curtir mais uma noite em uma cama macia antes de ir pra cadeia. – ele cobrou.

— Tudo bem. – ela deu de ombros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uh! Não sabia que a Nat gostava de música. Altas revelações. E cara! Ela passou por woodstok? Tem disco da Rita Lee? Até que faz sentido, a música Perigosa do disco da Rita Lee discreve muito bem a Natasha. Essa foi pesada! kkkkkk espero que tenham gostado meus amores. bjus nos vemos nos reviews



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos de Mentora Russa - Morte do Gavião Arqueiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.