Resiliente escrita por Rafaella Nunes


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Oi! Capítulo um saindo fresquinho e com muitas emoções para vocês. Boa leitura!



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Capítulo I

PRESENTE - ADAM

Adam estacionou o carro e se dirigiu para dentro da estrutura grandiosa da paróquia Królowej Świata, que ficava relativamente próxima à sua casa. Fazia algum tempo que não visitava o local, mas a aparência era a mesma: suntuosa, porém, acolhedora.

As cores claras contrastando com seus ornamentos e vitrais em tons mais escuros dava um ar de pureza à construção e trazia um sentimento de paz, e as pinturas nas paredes faziam-no se sentir mais próximo do céu.

Ao entrar, fez uma reverência ao Senhor, em forma de respeito, andou até um dos bancos de madeira, se ajoelhou atrás de um deles e começou a orar, agradecendo por sua melhora e pela reabilitação social, que, segundo os médicos, estava sendo um sucesso. Pediu mais uma vez para que as imagens desaparecessem de vez de sua cabeça e perdão pelos seus erros.

No meio de seus pensamentos, logo após terminar a oração, ainda ajoelhado, sentiu-se tonto e logo percebeu sua visão nublando, uma dor intensa na cabeça se apoderou dele de tal forma que o fez urrar de dor, chamando a atenção dos poucos religiosos que se encontravam no local.

A sensação era tão tortuosa que, aos poucos, Adam foi perdendo seus sentidos, um a um, até se encontrar jogado no chão. Não demorou muito para um pequeno grupo de pessoas se reunir em torno do garoto, preocupados com seu estado.

Enquanto alguns pegavam seus celulares para ligar para o serviço de emergência e outros apenas o observavam, tentando imaginar o que poderia ter causado seu desmaio, o rapaz, que permanecia atônito ao que se passava a sua volta e também ao que acontecia consigo mesmo, começou a convulsionar, batendo seus braços e pernas na madeira, ao mesmo tempo em que imagens se formavam em sua cabeça, aleatoriamente.

Isso ocasionou algumas lesões em seu corpo e também aumentou um pouco o número de espectadores ao seu redor, sem que nenhum deles ousasse se aproximar demais.

Após alguns minutos, Adam parou de se debater, tendo sua respiração acelerada e olhos arregalados. Levantou-se devagar, cambaleante, conseguindo assim algumas pessoas que o apoiassem, ajudando-o a se sentar.

Eles faziam perguntas ao jovem, tentando saber o que exatamente havia se passado ali, mas não obtinham resposta alguma, pois ele poderia ter se recuperado da crise de espasmos, mas estava longe de retomar a consciência.

As figuras continuavam a aparecer, como flashes dentro de sua cabeça, impedindo que qualquer traço de lucidez o alcançasse e a única coisa na qual conseguia pensar era na sua necessidade de desenhar.

Não era algo racional, o rapaz apenas se sentia compelido a passar tudo o que estava vendo para o papel, em uma busca desesperada para amenizar a confusão que dominava sua cabeça, como se somente aquilo pudesse salvá-lo dele mesmo, de sua falta de controle, da desordem dentro de si.

Seus dedos estavam inquietos, batendo contra sua perna incansavelmente, sentindo enorme falta de lápis e papel, seu corpo agia sem ser necessário qualquer comando consciente, como se tivesse vida própria e tudo o que fazia era guiado por sua vontade incontrolável de utilizar-se da única ferramenta que conhecia capaz de aliviar aquilo.

Isso foi o suficiente para colocar Adam de pé, dando passos firmes em direção à saída da catedral, apesar das muitas pessoas tentando mantê-lo sentado, para que não fosse embora antes de certificarem de que ele tinha condições para isso.

Porém, esperar ali, sem poder colocar suas habilidosas mãos para trabalhar não era uma opção para o rapaz, que não parava um segundo sequer de tentar se esquivar do tumulto que havia se formado.

Cada vez que alguém o impedia de seguir seu caminho, um sentimento de ódio crescia dentro de si, externalizando-se de forma violenta e descontrolada, fazendo com que avançasse em direção à porta principal do local. Enquanto alguns tentavam segurá-lo, para que não machucasse ninguém, o que serviu apenas para deixá-lo ainda mais instável, levando-o a agir com maior brutalidade, sendo orientado apenas por seus instintos.

 

PASSADO - SELIK

A casa da família Bellot era espaçosa e essa era a característica que fazia o esconde-esconde uma das diversões favoritas de Selik, Jhoanna e Loralei, que brincavam daquilo sempre que possível, e naquela tarde de sábado, enquanto sua mãe fazia o almoço, estavam aproveitando ao máximo para explorar a residência como seu esconderijo.

Enquanto suas irmãs se escondiam, o garotinho de cabelos escuros fazia a contagem e, quando terminou, observou o ambiente à sua volta, pensando em que lugar procurar primeiro.

Resolveu então ir para a copa, que dava para a maior parte dos cômodos. Passou primeiro pelo escritório de seu pai, tendo a certeza de que não estariam lá, afinal, seu genitor havia se trancado ali desde que terminaram o café da manhã.

Depois do escritório vinha o banheiro, no qual entrou, empurrando a porta até o final, para se certificar de que não tinha ninguém atrás dela. Vendo o pequeno sanitário vazio, seguiu com a tarefa de encontrá-las.

O próximo local a ser investigado era a sala de jogos de seu pai, então ele entrou, olhando rapidamente em volta, mas ali não tinha muitos lugares para se esconder, apenas uma mesa redonda no canto direito, uma mesa de sinuca no centro e alguns armários onde guardavam garrafas de vinho.

Selik fechou a porta, avistando a escada no final do corredor e subiu os degraus sem fazer barulho, para não anunciar que estava perto.

O primeiro quarto do segundo andar eram os de seus pais e o de Jhoanna, e o menino decidiu entrar primeiro no da pequena, assim que entrou ouviu um barulho baixo vindo do closet da garotinha, parecia de cabides sendo batidos uns nos outros, e então soube que havia encontrado uma das duas.

O garotinho abriu um sorriso grandioso e começou a andar em direção ao barulho, conseguindo logo avistar os pequenos pés de sua irmã mais nova, atrás dos muitos vestidos de sua coleção.

— Onde será que Jho está? — perguntou, enquanto se aproximava dela, recebendo um risinho baixo da pequenina, que ainda tinha problemas para entender que não deveria fazer barulho se não quisesse ser encontrada com tanta facilidade. — Achei! — ele falou entusiasmado ao tirar as roupas de onde estavam e revelar por completo a menininha de olhos claros e cabelos castanhos, no mesmo tom que os seus.

Assim que a menina percebeu que tinha sido descoberta, deu um gritinho agudo, que Selik consideraria engraçado se não estivesse tão próximo dela, ocasionando um desconforto enorme dos tímpanos, levando-o a tampar os ouvidos rapidamente.

— Jho, quantas vezes eu tenho que dizer pra não fazer isso? Seus gritos fazem meus ouvidos doerem, além do mais, agora a Lore já deve saber que estou aqui — o menino a repreendeu com um pouco de chateação, o que resultou em uma carinha de choro da irmã, algo que ele odiava causar, por isso logo emendou com um suspiro. — Tudo bem, não precisa chorar, só me ajuda a achar ela, okay?

— “Tá” bom — ela respondeu, mudando seu bico de choro por um sorriso sapeca e pegando a mão esquerda dele, puxando-o até o quarto de seus pais, parando ao lado da cama do casal e erguendo o tecido da coxa que a cobria até o chão.

— Aqui – Falou a pequena com voz doce de sempre quando viu os cabelos loiros da irmã, e ele sorriu triunfante, enquanto agradecia à caçula e colocava as mãos na cintura em uma postura que considerava ser a de um vencedor.

— Não vale... Não era pra “Joh” ter ajudado você – disse Loralei saindo debaixo da cama o encarando, mas logo mudou seu foco para a garotinha — Isso é “trairagem” e sabe o que os traidores merecem? — perguntou, indo em direção à pequena com as mãos, dando início a um ataque de cócegas.

Enquanto Jhoanna ria, Selik assistia as duas e não demorou muito para se entediar por estar de fora da diversão, o que fez com que ele tossisse forçadamente para enfim chamar a atenção das duas.

— Okay, já foi o bastante, agora vamos voltar pra brincadeira? É sua vez, maninha – informou à mais velha.

— Tem razão, mas eu estou cansada de brincar aqui dentro – a loira anunciou e seus olhos se iluminaram com um brilho travesso. — Por que não vamos explorar lá fora?

— Sim! — os outros dois responderam em um grito alegre.

— Então vão logo enquanto eu conto — mandou, e eles correram para o lado de fora da casa.

A floresta era um ótimo lugar para se esconder, até melhor que a casa, mas não teria tanta graça se Jho continuasse a segui-lo, pois ela o atrasava demais por causa de suas perninhas curtas e sempre acabava se machucando, então, antes de ir se esconder, parou e olhou para a pequenina atrás de si.

— Jho, não podemos nos esconder juntos, vai ficar mais fácil de achar — disse e ela abaixou a cabecinha, mostrando tristeza por não saber para onde ir, fazendo com que Selik olhasse em volta, procurando um lugar para escondê-la, encontrando apenas o pequeno chalé abandonado, há apenas alguns metros de ditância, logo à esquerda da casa deles. — Você vai para aquele lado — sugeriu, indicando com o dedo para onde ela deveria seguir —, vai ficar bem quietinha naquela casa e eu vou pela floresta.

Jhoanna apenas assentiu com a cabeça e foi para onde ele havia indicado. O menino sabia que ela ficaria melhor sozinha e ele com certeza teria uma boa vantagem sem ela, então seguiu por entre as árvores.

Logo ouviu a voz da irmã mais velha, anunciando que o tempo tinha acabado e correu ainda mais rápido. Ela não estava tão longe, tinham perdido muito tempo, e Loralei era rápida e provavelmente iria logo em sua direção, já que era o lugar mais óbvio por ter um nível de facilidade maior para se esconder.

Se certificando de que a tinha deixado para trás, resolveu parar por um tempo para tomar fôlego, encostando-se em um tronco e após conseguir normalizar relativamente a respiração, analisou o espaço de que dispunha para poder se camuflar, mas se deparou com algo totalmente diferente. Um urso.

Seu pai havia lhe falado bastante sobre eles, após assistirem a um noticiário sobre um ataque incomum de um urso dentro de um estacionamento em uma cidade pequena. Não se lembrava exatamente onde, mas recordava das curiosidades que lhe foram contadas, inclusive que eram bem comuns em algumas partes do Canadá, mas também se lembrava de seu progenitor ter assegurado que seria muito difícil encontrar um por aquelas bandas.

Na época em que lhe fora dito isso, Selik ficara emburrado, esperava realmente algo mais emocionante, entretanto, ali, frente a frente a um animal enorme e perigoso, ele preferia que o pai estivesse certo. Um frio na barriga se fez presente, ele pensou em mil e uma maneiras para se manter a salvo, mas era esperto o suficiente para saber que nenhuma das ideias que vinham em sua mente seria o suficiente para livrar-se daquele animal.

A criatura não estava tão longe para que pudesse fugir, o bicho era mais rápido e o alcançaria, com toda a certeza. Não tinha nada para acertá-lo e mesmo que tivesse, não teria força suficiente para fazer com que este desmaiasse, então fazer aquilo poderia deixá-lo bravo, algo nada inteligente.

O animal era enorme, tinha pelagem preta, com uma corcova grande e focinho arredondado. Tudo nele era apavorante, porém, de todas as características do urso, a que ele mais se prendeu foram os olhos, cuja coloração branca passava a impressão de que existia um vazio completamente incomum dentro deles.

Selik sentiu todo seu corpo se arrepiar pela aflição crescente e fechou os olhos, pouco antes do urso encostar o focinho gelado em seu rosto, farejando, levando todos os seus músculos a se contraírem, enquanto esperava aterrorizado o ataque.

Mas ao invés do avanço previsto, o garoto o sentiu se afastar de seu corpo lentamente. Isso o deixou confuso, com um misto de esperança de que a imensa criatura tivesse ido embora e medo de que, assim que abrisse os olhos, o animal ainda estivesse ali, e foi por isso que só conseguiu mexer as pálpebras após alguns minutos de completa paralisação, constatando o desaparecimento da ameaça, sendo que a única coisa que comprovava a recente presença do urso, eram as pegadas que ele havia deixado para trás.

Posterior ao estado de transe em que o garoto ficou ao perceber que não seria morto, seu corpo, involuntariamente, se pôs a andar para o lugar oposto ao qual o urso havia vindo, olhando para trás para se certificar de que a criatura não voltaria para o atacar, não pensando para onde aquele caminho o levaria, apenas seguindo o instinto. Só parou quando se deparou com algo fofo em contato com seu ombro.

— Achei! — Loralei exclamou fazendo com que seu coração se acalmasse um pouco. — Pensei que ia demorar mais... — continuou, mas logo a garota parou de falar e fitou o irmão, que estava mais branco que o normal e tinha uma expressão apavorada.

— O que foi? — inquiriu-o com uma preocupação quase palpável. — Está se sentindo mal? — Ele apenas balbuciava algumas poucas coisas, que saíam ilegíveis, sem conseguir proferir palavra alguma, ainda em choque por ter ficado a centímetros da de um forte predador e mesmo assim estar a salvo e em perfeito estado.

— Está faltando ar? Foi por que correu muito? — ela continuou, mas ele apenas brandia a cabeça em discordância — Então o que foi?
Assim que a irmã terminou o questionamento, já um pouco irritada também, por não saber o que fazer, ele viu o urso novamente, se aproximando rápido por trás dela e foi só então que reencontrou sua voz.

— Loralei! – Ele tentou avisar, mas antes de terminar de gritar seu nome, o urso já tinha a alcançado, derrubando-a no chão violentamente, junto com ele.

O animal cravou suas enormes garras na coxa da menina e a arrastou como se fosse uma boneca, enquanto ela, ainda consciente, gritava por socorro.

Selik olhou para todos os lados e se desesperou, estavam longe de casa ainda, então não iria adiantar gritar por ajuda, por isso, sem ter o que fazer para ajudar sua irmã, apenas  seguiu-os por um caminho relativamente longo, principalmente para uma criança aterrorizada, até que o animal parou.

A menina já estava fraca, quase que totalmente inerte, então, a cena mais aterrorizante de sua curta vida aconteceu. A criatura cravou seus dentes no crânio de Loralei e ela parou de se mexer por completo.

Ele sabia que a irmã estava morta, mas não podia acreditar. Sua cabeça se encheu de lembranças deles, de suas brincadeiras e das brigas, que não eram poucas, já que ambos tinham gênio forte, e recordou-se de quando falavam o que seriam quando crescessem.

Agora Loralei nunca se tornaria advogada, veterinária ou bióloga. Ela não iria crescer. Selik se lembrou com amargura das vezes que desejou que a irmã parasse de “encher o saco”, como ele sempre dizia e pensou, sentindo uma profunda angústia, que seu desejo tinha se realizado e a culpa era toda sua.

Ela não estaria morta naquele instante se não tivesse levado o urso diretamente para ela, se tivesse ele mesmo virado a refeição, mas nem para aquilo ele se sentia útil, nem para estar no lugar dela e livrá-la do fim.

Seu coração estava descompassado, parte pela emoção de ter acabado de presenciar o assassinato de sua irmã, como pelo medo que surgiu nele assim que percebeu que o urso o encarava, talvez considerando se precisava de uma sobremesa.

Inconscientemente, o garoto deu alguns passos para trás, ainda observando o animal, que apenas o encarava, sem se mover, e então correu, com todas as forças que ainda lhe restavam depois daquilo.

A situação toda fez o caminho lhe parecer mais longo, como se a distância tivesse triplicado. Ele só parou quando entrou em casa, encostando-se na porta.

Selik se deixou desmoronar, escorregando pela madeira até o chão. Não conseguia chorar, apesar de aquela ser sua maior vontade, porque, apesar de tudo, a única coisa que conseguia sentir naquele momento era um total vazio, como se todos seus sentimento tivessem ficado na floresta, junto com o corpo da irmã.

— O que foi, mon petit? — A voz de sua mãe soou preocupada, chamando sua atenção para fora de si, mais especificamente para o corredor, de onde a progenitora o olhava, sem entender o motivo de o garoto parecer tão aturdido.

Assim que focou nos olhos azul-acinzentados de sua mãe, que já se aproximava dele, lembrou-se de Jhoanna, que ainda se encontrava lá fora, provavelmente esperando que a mais velha fosse atrás dela, e as lágrimas desceram por seus olhos.

Pensou no quão bom tinha sido se separar dela, caso contrário ela poderia estar morta também e um alívio momentâneo diminuiu minimamente o aperto no coração pelo que havia acabado de presenciar, mas logo que a mãe agachou em sua frente, a angústia voltou com toda a força, pois sabia que seria necessário contar para ela o que havia acontecido.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou e ele tentou falar, formular algo coerente em sua cabeça para dizer a ela que eles jamais veriam Loralei outra vez, mas sua garganta parecia impedir que qualquer palavra saísse.

Sua mãe o abraçou forte e permaneceu em silêncio, percebendo a dificuldade do filho para falar qualquer coisa que fosse, aflita por ver sua criança daquele jeito, sem saber o que havia causado todo aquele desespero, sem saber como ajudá-lo

— Por favor, me diz o que aconteceu. Nós podemos resolver tudo juntos — ela voltou a pedir após minutos, afastando-se um pouco para que pudesse ver seu rosto.

O menino pensou pesaroso que aquilo não poderia ser resolvido e sentiu ainda mais vontade de chorar, mas sentiu como se não existissem mais lágrimas dentro de si.

— Um urso... — Ele conseguiu articular com muita dificuldade, em meio a seus soluços, tentando continuar, mas nada mais saiu.

— Um urso? Onde? — ela quis saber, já alarmada, mas depois de alguns instantes seus olhos se arregalaram e a pergunta principal foi feita. — Onde estão suas irmãs?

O garoto abaixou a cabeça, sem conseguir pronunciar nenhuma palavra em resposta, o que foi o suficiente para ela deduzir o que havia ocorrido.

— Elas estão mortas? — perguntou desolada, com lágrimas nos olhos e a dor estampada no rosto.

— Não, mamãe – negou, ainda soluçando por causa do pranto recém interrompido, voltando seu olhar para ela novamente, tentando diminuir o sofrimento de sua genitora e pôde perceber que por um segundo seus olhos tomaram um brilho de esperança, que foi parcialmente perdido ao fim da sentença dele. — A Jho está escondida no chalé.

— Só a Jhoanna? — questionou, ainda na expectativa de que Loralei pudesse estar bem.

Selik desviou o olhar e sentiu-se encolhendo diante do olhar esperançoso de sua mãe, o que fez com que o garoto quisesse acabar com aquilo o mais rápido possível e simplesmente despejasse as palavras, tentando se livrar do peso que estava carregando consigo.

— Quando eu parei para descansar tinha um urso bem perto de mim, como aqueles do documentário da tv, e ele chegou bem mais perto, mas não me fez nada e se afastou, mas quando a Lôh me encontrou e ele a viu, foi diferente, ele a atacou e... – Selik não conseguiu terminar, não querendo dizer aquilo em voz alta, como se não proferir que ela estava morta pudesse mudar a realidade.

A primeira reação da mulher ao ouvir aquilo foi chorar, mas mesmo se sentindo fragilizada com aquele relato, com o fato de sua filha mais velha estar morta, logo tentou se recompor, pensando na mais nova, que ainda não estava completamente a salvo e poderia ter o mesmo fim.

— Jhoanna pode estar em perigo também — falou, se agarrando à probabilidade de sua pequena estar bem, se levantando. — Fique aqui, eu vou buscá-la e já volto — instruiu a ele e saiu correndo em direção à pequena casa abandonada, enquanto o garoto se encolhia e rezava para que ficassem bem.


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Notas finais do capítulo

Olá, novamente!!!!!!! E então, o que acham que o Adam tem? E porque acham que o urso não atacou o Selik? Gostaram da Jhoanna? Ela é uma fofinha... sou até suspeita de falar. hahaha. Estou ansiosa para saber a opinião de vocês sobre o capítulo, então, nos vemos nos comentários? ♥ Bjs mil!!!!