Resiliente escrita por Rafaella Nunes


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores lindos, divos e maravilhosos!!! Tenham uma boa leitura e até as notas finais.



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Prólogo

PASSADO - VERENA

Enquanto algumas serviçais davam os toques finais em sua aparência, se certificando de que tudo ficasse perfeito, Verena olhava para o grande e redondo espelho dourado, preso à parede em sua frente, admirando o vestido que cobria seu corpo.

Ele era azul claro, como mandava a cultura da época, destacando ainda mais o belo azul-acinzentado de seus olhos. Além disso, a peça marcava sua cintura e o colo de forma elegante, o barrado contrastava com o resto da vestimenta, por ser bordado em um tom um pouco mais escuro que o tecido e seus longos e negros cabelos se encontravam presos em uma trança, envoltos por um véu adornado com pérolas.

Ela havia aprendido desde cedo a apreciar a beleza e a imagem que via era nada menos que perfeita. Isso a fez pensar no quão abençoada era. Tinha uma aparência invejável, logo seria esposa de um dos senhores de terras mais poderosos da região e teria uma vida repleta de conforto, preocupando-se somente com a criação de seus filhos, que provavelmente nasceriam logo, já que seu marido não era tão velho.

Não que pretendesse ter muitos, afinal, precisava apenas de um primogênito, mas talvez tivessem uma filha também, o que não seria ruim, já que poderia lhes servir como parte de um acordo político, assim como Verena estava servindo para seu pai.

Assim que terminaram, ela sorriu presunçosamente para seu reflexo, deleitando-se com sua vaidade, pouco antes de ouvir a voz de sua mãe, que acabara de adentrar seu quarto, e, com apenas um gesto, mandou que suas criadas saíssem.

— Está linda, minha filha! — sua progenitora disse com um sorriso sincero e voz doce, enquanto a admirava.

— Obrigada, minha mãe. — Verena sorriu de volta para ela, girando lentamente, olhando-se por inteira. – Hoje, tudo será impecável.

As duas sorriram cumplices, enquanto a mulher mais velha se aproximava de sua filha com os olhos brilhando de orgulho

— Como o planejado — falou com a voz repleta de alegria, pegando a mão de Verena na sua, apertando-a levemente.

(...)

Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, junto de seus pais, a morena tinha a impressão de que o caminho até o salão de festas havia se tornado muito mais longo, mas ela sabia que aquilo se devia apenas ao fato de estar ansiosa para a cerimônia.

Seu coração acelerava a cada passo. Mal podia conter a expectativa dentro de si. Pensava na celebração feita pelo sacerdote, nas palavras que iriam trocar, nos presentes que seriam oferecidos por seus convidados, na noite de núpcias e em cada um dos detalhes de sua vida a partir daquele momento tão esperado por ela.

Chegando ao local programado, Verena avistou seu noivo em frente à porta do salão, conversando com um homem com roupas de couro e uma capa de pele de animal em suas costas, o que a fez perceber rapidamente que se tratava de um militar.

A fisionomia de ambos trazia uma obvia preocupação. A inquietude e a tensão exalavam de seus corpos. Isso a levou a pensar que algo não estava certo e naquele instante sentiu a frustração tomar todos os seus pensamentos, antes mesmo de saber sobre o que falavam.

Ainda assim, manteve a pose, deixando que seu pai desse alguns passos à sua frente e exercesse seu papel, questionando-os, com a voz firme do grande chefe militar que era, sobre o que estava acontecendo.

— Teremos que adiar o casamento, — informou-os seu noivo. — estamos sob ataque.

PRESENTE - ADAM

Adam rabiscava o papel com precisão e concentração incríveis. Nada o distraía, nem mesmo as muitas pessoas que entravam no café onde se encontrava e passavam pela mesa na qual se debruçava, observando curiosas seu “ataque artístico”, sem nem mesmo imaginar o que realmente se passava ali.

Adam vinha tendo esse tipo de comportamento há muitos anos. Lembrava-se bem de quando aquilo havia tido início. Primeiro, apenas algumas imagens apareciam para ele, periodicamente, geralmente em seus sonhos, depois começaram a aparecer mais frequentemente, enquanto estava acordado, tirando-o da realidade, e então as coisas começaram a piorar, saindo de seu controle.

Desde então, enfrentava seu subconsciente em uma batalha pelo domínio de seu corpo, tendo a cada novo ataque mais dificuldade nessa tarefa. A única forma que havia encontrado de amenizar aquilo era passar para o papel tudo o que vinha em sua cabeça.

Ele começou com alguns rabiscos, em uma tentativa desesperada de tentar entender o que acontecia consigo e evoluíra muito com o passar dos anos, com muito treino.

Enquanto terminava os detalhes do rosto de uma das personagens que lhe assombrava internamente, sentiu uma mão tocar seu ombro, trazendo-o de volta para o mundo real e ocasionando um risco na folha.

Adam respirou fundo antes de olhar para a pessoa que o tinha interrompido, tentando conter a irritação por ela acidentalmente ter estragado sua obra perfeita.

— Desculpa, não queria interromper, mas não tive escolha. — exclamou a garota de cabelos dourados, tão diferentes dos seus, sentada ao seu lado, com cara de arrependida e celular na mão, indicando que acabara de receber uma mensagem que o moreno logo deduziu ser de sua mãe. — Temos que ir.

O rapaz apenas suspirou e se voltou para a folha de papel, analisando a única imperfeição em seu desenho, pouco antes de amassá-la e tomar o resto de seu cappuccino de chocolate

— Nossa mãe podia tentar fingir que confia ao menos um pouco em mim depois de eu ter passado mais de um ano tentando provar que eu estou bem.

A loira revirou os olhos.

— Você sabe que é o jeito dela e nada vai fazer com que a Sra. Reinhardt consiga ser um pouco menos zelosa com os filhos. Ela nem me deixou ir à festa de sábado na casa da Lisa.

O comentário fez Adam rir um pouco.

— Talvez porque você é jovem demais para frequentar festas.

— Olha quem fala... — Devolveu debochada. — O velho de vinte e quatro anos.

— Exatamente, o velho de vinte e quatro anos que ela também não deixa sair — o moreno replicou de forma zombeteira, rindo da irmã, sabendo que isso a faria ficar quieta, já que a garota não iria ter coragem de atestar que no seu caso era por ele ser um completo maluco que via coisas.

— Chato. — Soph mostrou a língua para ele enquanto se levantava e fingia estar brava, o que só o fez querer rir ainda mais.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do prólogo? Sei que não tem muita coisa em que se basear para dar a opinião, mas ficaria imensamente feliz se me dessem um feedback. Bjs mil e até o próximo! ♥