Lost in Love escrita por hummingbird


Capítulo 9
A vaca protetora


Notas iniciais do capítulo

Lá vem ela...



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Acordei por volta do meio dia com o corpo dolorido, ainda sentia dores. Caminhei até o banheiro para tomar um banho e notei que nos lugares que foram agredidos havia grandes hematomas roxos e azuis. Doíam com o toque. Tomei um banho demorado e me vesti casualmente com um jeans, uma camiseta e um casaco.

Encontrei meu pai no saguão e caminhamos juntos até o carro.

— Você tem certeza que está bem o bastante para sair? Podemos comprar seu celular outro dia – disse ele.

— Estou bem. Rachel não vai conosco não é? – o desejo pela ausência dela transpareceu.

— Não, Amber. Ela não vai. – ele revirou os olhos.

E lá vamos nós!

............

 Meu quarto estava uma bagunça. Subitamente uma ideia percorreu minha cabeça. Peguei o caixote que minha mãe me enviara e comecei a efetuar uma nova decoração no meu quarto. Deixei a porta aberta porque mesmo com tanto espaço precisei colocar alguns móveis para fora para clarear a noção de espaço. Mudei a cama de lugar e coloquei a cortina florida ao seu redor, fazendo uma fortaleza. Espalhei luminárias pelo quarto e coloquei as fotos dos meus amigos na cômoda ao meu lado direito da cama, perto da janela e a que ficava próxima à porta coloquei uma foto minha com Jackson.

— O que você esta fazendo? – Matt apareceu na entrada do quarto com dois amigos, um do lado esquerdo e outro do lado direito.

— Decorando meu quarto.

Ele entrou no aposento e pegou minha foto com Jackson.

— Seu namorado?

Não respondi apenas o encarei. Ele se retirou com um sorriso malicioso e os dois garotos foram atrás.

—Caramba, Mathews. Sua irmã postiça é muito gata. – Disse um dos garotos. Ele tinha a cabeça coberta por um gorro e usava um casaco grosso com calças justas.

— Cale a boca – eles entraram no quarto de Matt e a porta se fechou atrás.

Terminei a decoração e fui apreciar meu “novo quarto” deitada na cama.Depois, resolvi que uma boa parte do meu dia poderia ser destinada a leitura então peguei meu livro de romance juvenil e li até me dar tédio....

Decidi caminhar pela mansão, apreciar mais lugares que não tinha conhecido. Passei rapidamente pela porta do quarto de Matt e ouvi risadas unidas aos sons de vídeo game. Subi as escadarias em forma de caracol no fim do corredor, elas estavam enferrujadas e emitiam um ruído enquanto posicionava os pés.

Cheguei a um corredor pequeno com apenas uma porta no final, era iluminado por uma claraboia. O piso era de madeira e o pó subia a cada passo dado. Fui até o fim do corredor e abri a porta, em seguida vi um aposento lotado de móveis cobertos com toalhas brancas cobertas de pó. Nada interessante. Me virei para sair do quarto e soltei um grito. A vovó estava atrás de mim sorrindo e com o rosto muito próximo ao meu. Ela acenava com a cabeça para ... bom, para o nada. Sorri.

Em questão de segundos ela saiu correndo do quarto. Fiz o mesmo, porém fui explorando cada sala do andar de baixo. Até relaxar no jardim. Não havia muita coisa a ser feita naquela tarde.

                                               .....

A manhã de hoje, sexta feira, estava repleta de aulas divertidas. Nas duas primeiras tive aula de experimentos fotográficos para um projeto da escola, na aula de francês o professor exibia seu sotaque elegante fazendo as garotas se extasiarem. No meu tempo vago contei tudo a Ashley sobre o acidente, ela pareceu solidária e disse que dali em diante iria me proteger. Sorri. Ashley esta sendo a melhor pessoa que conheci até agora.

Durante o intervalo, fui convidada para me sentar com Alex, Matt, Ashley, Bethany e alguns jogadores de futebol. Me senti um pouco desconfortável no inicio e isso ficou bem claro para todos. Matt chamou minha atenção ao falar comigo na escola:

— Ei, Amber. Nós vamos para a casa do Alex e de Ashley hoje. Você quer ir?

— Oh Meu Deus, me esqueci de te avisar, Amber. Ia fazer o convite na hora da saída. – disse Ashley extremamente culpada.

— Tudo bem, não tem problema – eu ri – Irei, se não for incomodar, é claro.

— Jamais – disse ela.

— Que doce de menina – Bethany se pronunciou com a voz carregada de ironia. Ela se virou para Matt – É uma pena você ter que ir sem mim, meu amor. Tenho um ensaio fotográfico para uma revista muito chique.

— Não precisa se gabar, Bethany. Apenas diga que não pode ir. – A voz rude de Ashley chamou a atenção de todos

— Não estou me gabando. – ela rebateu ferozmente.

— Qual é sua próxima aula? – Matt direcionou a pergunta a mim, prendendo o olhar de Bethany.

— Educação física.

— Ah, a minha também. Meu professor faltou e provavelmente terão que juntar as salas – disse ele.

—Legal.

Ashley havia me informado Matt era do último ano, ele entrara na escola atrasado por isso era o único com 19 anos.

— Também terei aula com você, amor. – Ela o beijou várias vezes no rosto. Ele me encarava.

Eu tinha que admitir que Bethany era a garota mais bonita do colégio. Sempre arrumada e graciosa. Matt a beijou também e minutos depois ele saiu da mesa.

O sinal tocou e eu fui correndo até o vestiário feminino me preparar para a aula. O jogo seria em um campo grande o bastante para ser dividido para futebol para os meninos e croquet para as meninas. Isso seria muito chato. Comecei com um aquecimento junto as outras garotas e percebi que Matt, Alex e os garotos amigos deles estavam no outro campo.

A partida começou e eu corria buscando um objetivo, levando em conta que todas as garotas do meu time estavam totalmente dedicadas a partida. Senti uma dor profunda nas costelas enquanto corria, me fazendo cair e percebi que acabara de levar um chute. Um chute de Bethany. Ainda no chão, soltei um gemido de dor. Aquele lugar ainda tinha hematomas causados pela tragédia dos assaltantes. Olhei em volta e percebi que, além das outras garotas no campo, Matt e Alex corriam até o local com expressões gélidas

— Não gostei da intimidade que você teve com meu namorado esta manhã. Se tiver algum interesse nele, terá sérios problemas. – o tom dela era de acusação.

Senti braços me ajudando a levantar, as agradeci com as mãos segurando as costelas percebendo que várias garotas agora estavam se acumulando a minha volta.

— Não tenho interesse algum em Matt, não somos nem amigos. Somos... Irmãos.

— Ah sim, mentirosa. – ela me deu um tapa, um tapa muito forte que teria me derrubado se não houvesse uma garota ao meu lado que serviu de apoio. – Fique longe do meu homem. Isso foi só o aviso.

A treinadora chegou e dispersou toda a turma, não quis olhar ao redor porque seria muita humilhação para um dia. Todos no campo me olhavam. Fui até a enfermaria e a mulher responsável me deu gelo para ambos os machucados. Ao ver meus hematomas na barriga ela parecia preocupada.

— Oh, céus. O que houve com você?

— Sofri um pequeno acidente há algumas noites, nada grave.

— Puxa, isso esta muito feio. Seu pai é médico?

— É sim.

— E ele viu seus hematomas?

— Não, não mostrei.

— Oh, céus.

— É, acho que vai demorar muito tempo para sumir.

— Talvez não. Volto já – a enfermeira se retirou e segundos mais tarde voltou com uma caixinha circular pequena – Devia ter mostrado isso ao seu pai, ele lhe indicaria esta pomada. Use-a duas vezes por dia e em alguns dias sua pele voltara ao normal.

— Obrigada. – peguei a caixinha e guardei com cuidado na mochila – Posso voltar para a aula?

— Não, querida. Você foi dispensada mais cedo. Pode ir para casa.

— Obrigada de novo.

— Por nada, volte sempre que precisar.

Caminhei rumo à sala onde Ashley estava para avisar que eu iria para casa quando ouvi meu nome. Me virei de costas e percebi que um garoto de cabelos dourados com os olhos castanhos corria até mim. Ele usava uma camisa preta colada e calça jeans folgada.

— Oi – A pele era branca e o nariz delicado. O maxilar dele dava uma expressão forte em seu rosto. Ele era um gato.

— Olá.

— Eu vi o que aconteceu no campo agora a pouco, você esta bem?

— Estou – minha voz falhou e fiquei com um sorriso bobo estampado no rosto.

—Não ligue para as ameaças da Bethany. Às vezes ela exagera quando quer alguma coisa só pra ela. – Seus lábios eram finos e rosados que se mexiam de forma harmoniosa quando ele falava.

— Tudo bem, garotas agem assim quando querem proteger o namorado. Mesmo quando eles não precisam de proteção. – sorri

—Mathews não é o namorado dela. Bethany vive espalhando isso por aí e ele a desmente. Estão apenas... Enrolados. Você entende né?

—Acho que sim.

— Bom, queria saber se estava bem. Qualquer dia podia... Sair comigo? – ele parecia empolgado.

— Sim, adoraria. – espero que a minha cara de idiota não tenha sido notada por ele, pois por dentro minha cabeça estava explodindo. Ai, meu Deus, Amber. O cara mais lindo do mundo está te convidando para sair.

— Perfeito. Até outro dia. - Ele beijou meu rosto e assenti com a cabeça.

Me virei e continuei caminhando até dobrar a esquina do corredor e dar de cara com Ashley escondida perto da pia.

— O que você esta fazendo? – a indaguei.

— Eu estava procurando você e quando finalmente acho estava conversando com Adam Brant. Que bunda é aquela?

— Ai meu Deus, nem eu estou acreditando. Ele me chamou para sair – dei pulos de alegria, mas as dores me fizeram cessar.

— Isso é incrível, Amber. – ao perceber que minha posição desconfortável ela disse – Ah, como você está? Eu vi o que a cobra da Bethany fez com você. O que ela disse?

— Estou bem, ela me disse para ficar longe de Matt porque não gostou nada da “intimidade” que o tratei hoje esta manhã.

— Que idiota, foi uma conversa normal. Aliás, ele só perguntou algumas coisas. Não chegou nem a ser um diálogo. – ela parecia enfurecida – De qualquer forma, onde você está indo?

— Para casa, fui dispensada mais cedo. Acho que não vou a sua casa hoje, não quero ver Matt depois dessa humilhação.

— Entendo. O que vai fazer amanhã? – Ashley estava meio distraída.

—Acho que nada – demorei um pouco para responder – Por quê?

— Vamos ao shopping então?

— Ótimo. Te ligo hoje a noite para combinar. – ela assentiu.

                                                                       ......

Como sempre a mansão estava quieta e tediosa, peguei meu celular e liguei imediatamente para Stacy. Após várias tentativas ela atendeu.

—Olá , minha amigaaaaaaaa!

— Oi, Stacy. – dei uma risadinha – Como vai?

— Bem cansada. E você? Ah, Taylor está aqui... Dormindo.

— Dormindo? Na sua casa?

— Bom, tenho que te contar uma coisa.

— Por favor – curiosidade estava tomando conta de mim.

— Taylor se declarou para mim alguns dias atrás. Foi a coisa-mais-linda-da-minha-vida. Amber, você sabia de tudo e não me disse. – ela estava eufórica.

— ooh, isso é incrível. Finalmente ele contou. Eu tive que ficar na minha porque isso era algo entre você e ele.

— Sei, acho que estou apaixonada. Porque não percebi isso antes, Amber? – ela suspirou antes de continuar a fala – Ele tem sido mais que um amigo para mim depois que você se foi. Carinhoso, atencioso.

— Ele sempre foi assim, Stacy. Você que não percebeu.

— Tudo bem, admito. Fui hipócrita – ela riu – E como está ai no Alasca?

— Bom, sente-se que tenho tanta coisa para contar.

Contei detalhadamente sobre o evento maldoso com Bethany.

— Mas que vaca. E esse Matt aí? Ele é gato?

— Ele é... Bonito.

— Hmmm, e você esta afim dele?

— Não seja ridícula. Ele é uma pessoa desprezível e além disso é praticamente meu irmão.

— Oh, droga. E você não tem nenhuma paquera?- ela parecia preocupada – Tem que esquecer Jackson, amiga.

— Tenho – suspirei – Hoje o menino mais lindo da escola me chamou para sair. Ainda não consigo acreditar, Stacy.

—OMG! E quando vão sair?Amber, conte-me tudo.

E lá estava eu contando para Stacy como Adam Brant me chamou para sair como uma pré-adolescente com os hormônios a flor da pele.

—Escuta aqui. Amanhã mesmo você vai procurar uma roupa muito sexy para sair com este Adam. Ouviu bem?

— Claro, vou vestida assim para escola e aproveito para perguntar quando ele vai me convidar para sair.

— Ele ainda não marcou o dia? Ora, que atrevido. Amber, me ligue amanhã? Taylor acordou e quero ficar um tempo com ele. Pode ser?

— Claro, Senhorita Apaixonada. – eu ri e ela também. – Até amanhã. Beijos, te amo.

— Eu também. Até logo.

Peguei meu Ipod e os selecionei a playlist do Of Monsters and Men, deixei rolar. Espero que amanhã seja um dia melhor.


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