Lost in Love escrita por hummingbird


Capítulo 8
Pior decisão


Notas iniciais do capítulo

Então, Matt é o Hunter, O lutador. Como será os proximos dias de Amber naquela escola sabendo desta revelação de seu irmão postiço?



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Todos os alunos da escola falavam sobre a luta de ontem, Hunter era um herói para eles e um babaca machista para mim. Ele não veio à escola hoje porque disse à mãe que estava com um resfriado. Encontrei Ashley na hora do intervalo e ela me disse que Alex não tinha voltado para casa e nem vindo à escola esta manhã, ela estava preocupada.

            - Ele tinha dito que foi na casa de um amigo. Você sabe que amigo é esse? – perguntei.

— Não faço a mínima ideia. Aiai.. Ele anda ultimamente tão estranho. Fazendo uns comentários estranhos sobre as garotas

— Ele sempre foi estranho. Você sabe... Lembra aquele dia que ele tentou beber suco de abóbora pelo ouvido?

Ela riu.

—Tudo bem, deixa pra lá. Você viu Hunter depois da luta?

— Não, cheguei e fui dormir. Ele não veio hoje, pois está “resfriado” - dei de ombros.

— Ah sim. Puxa, que vaca – Ashley virou sua atenção para o corredor extenso na nossa frente, ela se ajeitou no banco onde estávamos sentadas - Olha só quem está vindo exibindo seu decote.

Caminhando ao redor de garotas com minissaia, estava Bethany com três botões da camisa abertos, revelando seus seios. Os garotos paravam para contemplar e ela parecia muito contente. Ela percebeu que eu a observava e retribuir o olhar esnobe. Ashley revirou os olhos e quando as garotas se afastaram fomos para a aula

Estava tão cansada na penúltima aula que adormeci, Ashley me acordou segundos antes do sinal da saída tocar. Caminhamos juntas até a saída.

— Queria ter todas as aulas com você só pra poder tirar foto de todas as vezes que você dorme – ela riu

— Ora, sua atrevida – soltei uma risadinha. – Tenho que ir. Vejo você amanhã, OK?

— Sim, preciso fazer o trabalho de... – o rosto dela ficou pálido – Ai meu Deus, Amber, nosso trabalho de física. Eu esqueci completamente e tem que ser entregue daqui dois dias.

— Ashley, calma. Eu faço hoje. – sorri – Fica tranquila. Até logo.

— Uffa, até.

Cada uma foi para um lado da rua e resolvi pegar meu celular para mandar algumas mensagens para Stacy, ela não me ligou nessa semana porque quase não tinha tempo. Os alunos da minha antiga escola passariam por uma avaliação muito importante e ela estava estudando com Taylor todo tempo livre.

Meus olhos estavam tão grudados na tela do celular que nem reparei que havia entrado em uma rua desconhecida. Eu me lembrava do caminho de casa, mas não desta rua. Tentei voltar e acabei me perdendo ainda mais. Saí por uma viela estreita e dei de cara com quatro homens com gorros e vestes pretas encostados na parede. Não era uma boa escolha passar por aqui, então dei meia volta e continuei a procurar a rua certa. Olhei para trás e meu coração gelou, senti meu estomago revirar quando reparei que os quatro homens agora estavam me seguindo. Tentei não parecer assustada, porém apertei o passo. Olhei novamente e eles estavam perto o bastante de mim, então corri. Um deles me puxou pelo braço e meu corpo foi levado com força para trás.

— Olha só que garota linda. Porque esta com medo de nós, docinho?  - disse o homem cujo olhos eram azuis idênticos aos de Alex. Porém sua barba era grisalha e suas feições eram assustadoras.

— Me deixe em paz – tentei chutá-lo, mas as mãos que me seguravam eram muito fortes.

— O que você tem aí para nós? – ele apontou com a cabeça para minha mochila e eu não respondi. Dois dos homens a tomaram de mim com extrema rigidez.

Eles jogaram meus cadernos e livros no chão até que acharam meu celular no bolso pequeno e algumas joias que eu não lembrava que estavam ali. Eles observaram e resolveram que isso era tudo que queriam levar. O homem barbudo de olhos azuis chegou bem perto de mim e disse:

— Vamos levar seus brinquedinhos conosco, minha linda. Pode dar uma boa grana– sua barba começou a roçar no meu rosto e senti um hálito de cerveja e cigarro, sua boca estava perto da minha e não contive o nojo. Cuspi em sua face. Ele ordenou que me soltassem e chutou meu estomago me fazendo cambalear para trás.

— Que garota rebelde – ele arfou e chutou mais uma vez a aérea dolorida, me fazendo cair no chão com muita intensidade. Dois homens fizeram o mesmo, chutando meu abdômen e minhas costas várias vezes. Senti o gosto do sangue e sal na minha boca, fazendo minha vista se turvar, não conseguia gritar por causa da dor.

Os chutes cessaram e eu senti um alívio percorrer meu corpo, a agonia tomava conta de mim. Ouvi o homem se pronunciar novamente, desta vez sua atenção estava voltada para os amigos.

— Pronto, essa daí não veremos mais. Vamos embora daqui antes que alguém apareça. – ele arfava. Antes de ir embora mais uma vez, me deu outro chute na barriga. Gritei de dor e eles foram embora.

Algum tempo depois (minutos. Horas, talvez) decidi me levantar para tentar achar o caminho de volta para casa. Levei a mão à testa e percebi que além do suor, havia sangue. Muito sangue. Eu estava sentindo calafrios e minha boca ainda tinha gosto de sangue. Caminhei lentamente, cada músculo meu se contraía de dor e cada passo era como estar pisando em caco de vidro com os pés descalços. Finalmente cheguei à mansão, o portão estava semiaberto e continuei a caminhada. Faltava pouco para escurecer, reparei que as mulheres que cuidavam da casa tomaram o cuidado de acender todas as luzes da casa e os holofotes do jardim.

Por um momento minhas pernas vacilaram e eu caí no chão tossindo. Vamos, Amber. Falta pouco. Cheguei até a porta de entrada e usei toda minha força para abri-la e quando o fiz, desabei no chão vomitando muito sangue.

Havia uma empregada perto das escadas e quando me viu gritou o nome de Rachel várias vezes pedindo ajuda, ela apareceu no topo das escadarias e as desceu rapidamente, Matt veio logo atrás correndo. Desabei no chão envolto do meu próprio sangue, um suspiro se formou em minha garganta, mas o engoli quando a escuridão me venceu.

                                                  .....

Acordei em meu quarto e as dores voltaram como a uma lembrança. Pisquei lentamente e vi vários rostos familiares no aposento. Rachel estava com as mãos na boca contendo o choro, meu pai olhava com pena, e Matt estava com os braços cruzados me analisando formalmente. Havia duas empregadas uniformizadas, uma de cada lado da minha cama.

— Amber... – meu pai começou – O que houve com você?

— Eu...- tentei me sentar e emiti um ruído de dor nas costelas. As empregadas me ajudaram a me sentar e depois prossegui – Eu me perdi na hora de voltar da escola e... Fui assaltada.

— Oh, Meu Deus – Rachel parecia muito assustada.

Teatro,pensei.

— Quantos homens eram? - meu pai parecia exausto. Ainda estava com as vestes do trabalho. Pisquei demoradamente antes de responder.

— Quatro.

— Eles levaram alguma coisa sua?

— Levaram meu celular e algumas joias.

— Isso é tudo culpa minha – Rachel elevou a voz – Devia ter apressado as coisas e a buscado na escola. Se não tivesse demorado tanto para buscar minha mãe nada disso teria acontecido.

— Tudo bem, querida - ele se virou para mim - Rachel ia te buscar depois da aula se não tivesse ido buscar a mãe dela que irá passar alguns dias aqui conosco porque está doente. Está se sentindo melhor?

— Sim, estou. Só quero descansar um pouco.

— Tudo bem. Vou deixá-la descansando e mais tarde peço a uma das empregadas para trazer o remédio que alivie a dor. Amanhã você não precisa ir à escola.

Assenti com a cabeça.

— Hmm.. Matt – ele levantou seus olhos para mim e caminhou até a beirada da cama – Será que você pode ligar para Ashley e avisá-la que não vou para escola amanhã?

— Claro - disse ele casualmente e sorriu. Logo depois fechou a cara. Acho que ainda esta com raiva de mim por ter me encontrado no dia do show.

Depois que Todos se retiraram do quarto deitei novamente e fechei os olhos. Ouvi meu pai conversando com alguém do lado de fora do quarto e me esforcei para ouvir.

— Sei que você não teve culpa, mas será que podia ficar de olho nela para que isso não aconteça novamente? Amber é uma garota teimosa e precisa de proteção, se ela souber que estou te pedindo isso fará de tudo para provar o contrário.

— Não vou ficar de babá de ninguém – era a voz de Matt.

— Não é trabalho de “babá”. Pense que é como cuidar de uma irmã mais nova, afinal ela será sua irmã postiça em breve.

— Nunca - Ele retrucou.

— Será e você sabe disso. Faça apenas o que eu mandei e terá algo em troca – a resposta foi como um sussurro. Depois veio o silêncio.

Consegui dormir por algumas horas, mas acordei com uma vontade enorme de vomitar. Corri até o banheiro e na pressa derrubei uma caixa grande no grande no chão fazendo barulho, me debrucei na pia e agora estava repleta de sangue, me senti enjoada e voltei cambaleando para cama. Meu pai entrou correndo no quarto minutos depois, preocupado comigo por causa do barulho da caixa caindo no chão.

— Eu só fui até o banheiro. Estou muito enjoada.

— Ah, que susto! – ele suspirou e caminhou até a caixa caída no chão- Você teve uma hemorragia interna, por isso esta vomitando sangue. Precisa tomar cuidado, Amber.

Assenti. Ele continuou:

— Esta caixa chegou para você. Foi sua mãe que mandou.

Fui até onde estava o caixote e ajoelhei para abri-la, meu pai me ajudou e reparei que ali continha tudo o que pedi para minha mãe. Havia fotos da família, fotos de Stacy, Taylor e eu, tinha uma com Jackson. Um pisca-pisca, uma luminária e uma cortina florida parecida com a estampa do meu quarto. Sorri. Minha mãe sabia como me alegrar.

— Amber, compraremos um celular novo para você. Amanhã mesmo, se estiver se sentindo melhor. – meu pai disse solidário.

— Ótimo – sorri e voltei para a cama.

Ele saiu exatamente quando as empregadas bateram na porta trazendo o remédio. Elas entregaram um comprimido do tamanho e formato de uma pupila, eu o engoli com a sensação de algo estar rasgando na minha garganta. Percebi uma cabeça entrando no quarto com os cabelos grisalhos. Era uma figura baixa e um pouco robusta, a pele era caída e ela tinha a um sorriso largo no rosto.

— Esta é a Senhora Finlay, mãe da patroa Rachel. – disse a empregada.

— Olá – respondi.

— Ela não fala, senhorita. Está doente. Tem alucinações.

— Oh, puxa...

A velhinha caminhou até mim e passou a mão pelos meus cabelos molhados de suor, ela pousou o dedo indicador sobre meus lábios pedindo silêncio e emitiu alguns sons guturais. Sorria alegremente e tentei devolver o mesmo sorriso.  Ela mexeu os braços para cima e ao olhar através dela percebi um par de olhos assistindo pela porta entreaberta, era Matt e logo após saiu correndo. Voltei minha atenção para a vovó que agora estava entretida com as luzes do quarto. As empregadas a conduziram para fora do quarto e se retiraram, apagando a luz. Dormir não foi nada difícil, pois meu corpo ainda estava fragilizado então peguei no sono rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Ainda não acabou. Alguém se identifica ou se identificou com Amber?



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