Lost in Love escrita por hummingbird


Capítulo 4
Chegada à Mansão Finlay


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora de postar. Acabei escrevendo muito neste fim de semana.



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Me virei e lá estava ela, Rachel. Ela era uma mulher linda, seu rosto tinha alguns traços semelhantes aos da minha mãe. Porém, ela possuía cabelos castanhos escuros e olhos cor de avelã, seu corpo era esbelto e ela era da altura do meu pai, levando em conta que esta vestia salto alto. Ela beijou meu pai e me abraçou. Não correspondi ao abraço, apenas sorri de forma falsa.

— É um grande prazer te conhecer e Meu Deus, Amber, você é mais linda do que eu pensei. – ela sorriu e eu permaneci neutra.

O olhar do meu pai me fez lembrar algo que deveria ser dito:

— Obrigada.

— Cadê o Matt? Pensei que ele viria com você – disse meu pai, e eu o agradeci mentalmente por ter mudado de assunto.

— Oh, ele quis ir para casa descansar um pouco antes do jantar – disse ela.

— Ah, tudo bem. Vamos?

Assenti com a cabeça e enquanto meu pai seguia até a caminhonete de Rachel, ela sussurrou algo no meu ouvido:

— Preparei um ótimo quarto para você e agora um ótimo jantar esta sendo preparado em sua homenagem.

Fiquei olhando apenas. Como ela podia ser tão falsa?

Assenti novamente e caminhei até o carro em silêncio. Meu pai estava dirigindo e ela ao seu lado contava como foi o dia repleto de preparativos para minha chegada. Não queria ouvir isso então peguei meu celular e percebi que Stacy havia deixado algumas mensagens:

“Achei minha blusa vermelha, ela estava na casa do Taylor. Obaa”.

“Meu Deus que aula chata, cadê você pra animar?”.

“Taylor está mandando um beijo”.

“Kate está com um garoto novo, ui”.

“Ei, Jackson apareceu na escola com um olho roxo. OMG!!!!“.

“O que será que causou isso? Será que a garota já deu um fora nele?”

“Como está ai no Alasca?”

“Amber, se tiver um cara muito gato no Alasca você vai guarda-lo e me mandar pelo correio”.

Sorri. Stacy era maluca, mas ainda sim é uma das pessoas mais incríveis que já conheci. Guardei meu celular e me peguei pensando em Jackson novamente, acho que será difícil esquecer tudo o que já passamos principalmente os momentos bons que tivemos. Algo me tirou dos pensamentos em Jackson e foi o centro da cidade. Anchorage era uma cidade iluminada, cada loja possuía um detalhe único que chamava atenção de quem passava. As ruas eram largas e havia praças de lazer em cada esquina, as arvores eram decoradas com pisca-piscas e as crianças brincavam em volta. Era linda.

Meu pai conduzia o carro em uma rua extensa que havia arvores em ambos os lados com flores amarelas que ainda caiam sobre a estrada. A rua estava deserta e meu pai parou em frente a um portão gigante de aço que havia arcos emergindo das laterais até chegar ao topo como lanças. Ele apertou um botão em um pequeno controle e o portão se abriu, seguimos em linha reta por um caminho com cercas-vivas verde-limão.

Paramos o carro em frente a um chafariz vazio e eu desci de carro, ao olhar para cima quase perdi o fôlego. Meu pai havia sido modesto em relação a sua vida financeira, pois a casa era literalmente uma mansão. Nunca tinha estado em uma, apenas contemplava sua beleza em novelas, filmes e reportagens. A ideia de morar em uma acendeu algum sentimento bom em mim, como um refluxo. Mas me contive.

As paredes do lado de fora eram revestida com gesso que davam a impressão de algo medieval e grego, os detalhes das janelas eram todos dourados assim como a porta era grande e brilhava.

— Bem vinda a seu novo lar – disse Rachel, passando por mim e entrando na mansão.

— Espero que goste, querida – meu pai pôs a mão em meu ombro e caminhamos lado a lado até a entrada.

O hall de entrada foi o que mais me chamou a atenção. Se ao ver o lado de fora quase perdi o fôlego, agora não conseguia respirar mais. Era o lugar mais lindo que já tinha visto. Havia duas escadarias de cada lado, ambas com o mesmo detalhe dourado no corrimão. As duas tinham um toque rosado no tapete revestido que as cobria e deduzi que levassem aos aposentos. Entre as escadas havia uma mesa no centro muito elegante que tinha apenas um vaso com um ramo de rosas brancas, em cada lado da escada tinha uma mesa acompanhada de duas cadeiras delicadas com forros floridos. Sobre estas mesas havia um conjunto de porcelana para tomar chá, passamos por eles e chegamos a sala de estar, era toda clara e sua decoração era deslumbrante, havia muitas luminárias expostas. No sofá enorme e cor creme, estava sentado um garoto com um corpo de atleta muito bem trabalhado, que segurava uma das almofadas vermelhas. Ele estava de costas e Rachel chamou sua atenção:

— Matt, chegamos. Esta é a Amber, filha do Robert – disse ela.

O garoto se virou. Ele tinha cabelos bagunçados que outrora já estivessem espetados com gel, seus olhos eram azuis e usava jeans e uma camiseta colada que ressaltava seus músculos. Não pude deixar de perceber que ele era lindo, porém seu olhar carregava uma expressão de desdém ou de superioridade.

— Olá, Amber! – ele estendeu sua mão e eu apertei.

— Oi.

Seus olhos me examinaram dos pés a cabeça, me fazendo enrubescer. Olhei para Rachel em busca de ajuda ou qualquer outro motivo para que ela pudesse me livrar dessa situação.

— Venha guardar suas coisas em seu quarto – por fim, disse meu pai e se virou para Matt – Você poderia me ajudar com as malas dela?

Ele assentiu.

Meu pai me entregou uma mala, pegou mais duas e Matt as últimas. Voltamos para o Hall de entrada e subimos as escadarias, ao chegar ao topo havia um corredor largo e extenso. A segunda porta do lado esquerdo estava com uma placa escrita “Quarto da Amber”. Ele abriu a porta e foi o primeiro a entrar, seguido Matt que entrou para repousar as malas e saiu rapidamente.

Meu novo quarto era grande. Tinha tamanho suficiente para três camas alinhadas ali e uma janela grande. Sua decoração era simples: três das paredes eram brancas e apenas uma havia uma estampa florida rosa. Nela estava encostada uma cama de casal, com um jogo de cama branco e vermelho. Meu pai percebeu minha cara de surpresa e disse:

— Não sei se vai gostar, mas Rachel tomou a liberdade de fazer um closet para você guardar suas roupas, sapatos, joias... Enfim, tudo que desejar.

Ele apontou para uma porta que ficava a alguns metros em frente a cama, ao abrir reparei com outro corredor extenso. A cor escolhida para o ambiente foi rosa e creme, que deu um ar sofisticado, no lado esquerdo havia cabides e araras para as roupas, no lado direito duas estantes para os sapatos. Era lindo. No centro, havia uma cômoda com um espelho e várias maquiagens estavam espalhadas, o espelho tinha luzes ao redor dando a aparência de um camarim. Ao lado da cômoda tinha varias sacolas que tinham vários nomes, resaltando o nome das lojas: Gucci, Louis Vuitton, Chanel, entre outras.

— Rachel também comprou roupas novas, aqui faz muito frio as vezes – disse meu pai

— Ai meu Deus, isso é incrível. – foi tudo que consegui dizer. Eu sorria de orelha a orelha e ao olhar para meu pai, percebi que ele sorria também.

— Tudo bem, acho que vou te dar um tempinho para você arrumar suas coisas e, por favor, Amber – me preparei para ouvir mais um sermão para me comportar, mas os olhos de meu pai percorreram minhas roupas – Troque de roupa, posso te confundir com o Matt. Volto para chamar quando o jantar estiver pronto – e saiu do quarto.

Saí do closet ainda boba com a ideia de que tudo isso era meu, abri uma das minhas malas e procurei alguma outra roupa que não lembrasse um garoto. Optei por uma blusa de veludo preta e resolvi esvaziar algumas malas até meu pai vir me chamar para jantar. Comecei a separar roupas conforme as minhas favoritas e logo ocupei um terço do closet, ignorando as que Rachel havia comprado, pois nem me dei o trabalho de abri-las. Depois organizei meus sapatos e as joias, essa foi a parte mais fácil, pois havia mais espaço para roupas do que para os sapatos. Voltei para minha cama e sentei na beirada, achei o quarto meio vazio embora tudo nele fosse perfeito.

Peguei meu celular e disquei o numero da minha casa, minha mãe atendeu com a voz muito cansada:

— Alô.

— Mãe? Tudo bem?

— Amber – não pude deixar de reparar a felicidade na sua voz- Estou bem, claro. Mas e você? Já chegou?

— Também estou, cheguei faz uns minutos.

— Ah, e o que esta fazendo? – ouvi um barulho ensurdecedor e reconheci a voz de Ted- Seu irmão esta mandando um beijo, ele disse que esta com muita saudade de você – ouvi ele pegar o telefone e dizer – Amber, vou começar a jogar bola em uma escola profissional. Mamãe disse que eu posso ser o capitão do time. O que você acha?

— Que legal, Ted. Só não vale chantagear os jogadores – brinquei

— Cale a boca, Amber. Estou tão feliz que já me esqueci dos doces que você está me devendo. Tchau – ele disse isso rindo e entregou o telefone à minha mãe - Então querida, o que vai fazer hoje a noite?

— Tudo bem. Bom, vou jantar daqui a pouco e dormir. Queria te pedir uma coisa, mãe.

— O que quiser querida..

— Será que tem como você me enviar por correio algumas fotos nossas, dos meus amigos e algumas bugigangas do meu quarto?

— Sim, se quiser enviarei esta semana ainda. Mas você quer alguma bugiganga em especial? – ela disse.

Expliquei o que queria de forma singela e ela ficou animada com o favor que eu estava pedindo, de qualquer forma ela disse que iria me ajudar.

— Tudo bem, vou enviar esta semana como prometi. – disse ela.

— Obrigada, mãe.

— Magina, meu amor. Estou sentindo sua falta.

— Eu também, mãe. Quero voltar para casa- ouvi uma batida na porta e logo a cabeça do meu pai passou por ela, ele percebeu que estava no telefone e falou baixo o suficiente para ouvir que o jantar estava pronto. Assenti e ele saiu – O jantar está pronto, mãe. Vou ter que ir.

— Me ligue amanhã então, quero saber como foi seu primeiro dia de aula em uma escola nova.

— Hã? Primeiro dia de aula? – questionei surpresa.

— Ainda não sabe? Seu pai irá te contar hoje – ela deu uma risadinha sarcástica e se despediu de mim – Até logo, querida. Tenha uma boa noite de sono. Eu te amo.

— Pra você também, mãe. Estou com... Saudades – suspirei – também te amo.

Desliguei o telefone e o guardei no bolso da calça jeans, saí do quarto e dei de cara com o garoto, que esqueci o nome, me esperando no corredor. Ele me olhou novamente com desdém e disse:

— Caramba, você demorou demais lá dentro. Estava falando com o papa? O jantar está pronto, garota. Vamos logo.

— Não importa com quem eu estava falando. Se está tão incomodado porque ficou aqui me esperando? – indaguei.

— Porque seu lindo paizinho me mandou te buscar para jantar. Será que podemos ir logo?

— Claro.

Olhei para ele com a expressão mais ríspida que consegui,mas o acompanhei relutante, ele devia ser igual a mãe. Senti novamente o ódio por ela e me suspirei impacientemente ao pensar que seria o ano mais chato que teria naquela casa. Se pudesse levar o quarto maravilhoso para Nova York eu partiria amanhã mesmo.

Chegamos a sala de jantar, meu pai e Rachel conversavam enquanto mulheres rondavam a mesa colocando alimentos bem apetitosos. Eles não pararam de conversar quando entrei e me sentei, Matt O Arrogante, entrou em seguida e se sentou do meu lado. A comida foi servida e havia várias coisas que eu gostava ali, me lembrou da comida que a mãe de Jackson preparava. Ao me recordar disso fiz uma careta triste.

— Está tudo bem, Amber? – Rachel disse com os olhos repousados no próprio prato.

— Sim – respondi mais seca do que gostaria.

— Bom, queria te contar que amanhã será seu primeiro dia de aula na melhor escola daqui de Anchorage. – Novidade, pensei.- Matt também estuda lá e ele adora. Não é, querido?

Ele assentiu com a cabeça e voltou a devorar sua comida parecendo um porco.

— Você vai adorar esse lugar, seu pai e eu nos apaixonamos por esta cidade assim que a conhecemos..- Já ouvi esta história na versão do meu pai e foi mais do que suficiente, voltei minha atenção para minha refeição. – Puxa, como era incrível... Amber – ao ouvir meu nome levantei minha cabeça em direção a Rachel – Você só não pode sair de casa depois das dez horas da noite, nem ir a festas com pessoas desconhecidas e também terá que apresentar seus novos amigos para ver se estão aprovados – ela ria enquanto pronunciava estas palavras e por um momento achei que ela estava brincando. Olhei espantada para meu pai que sorria enquanto se alimentava e Matt a olhava da mesma forma que eu.

— Você não é minha mãe – disse.

— Como? – o sorriso desapareceu da sua face.

— Eu disse que você não é minha mãe para decidir com quais pessoas devo me relacionar ou aonde devo ir.

—Amber, não começa – meu pai interveio.

— Sei que não sou sua mãe, mas quero te proteger. Não é isso que as famílias fazem? – disse ela de forma natural.

— Você não é minha família. Nunca fez parte da minha e jamais vai fazer.

— Mas seremos uma família. Por isso você e Matt estão aqui, para preencher os lugares dos filhos. Prometo que você será como uma filha para mim – ela disse com sinceridade e a única coisa que pude imaginar era o quão desprezível essa mulher poderia ser.

Soltei um riso irônico.

— Você é maluca.

— Amber, isso é modos? Vá agora para o seu quarto. – meu pai largou os talheres no prato de forma com que tilintassem e se levantou da mesa. Fiz o mesmo.

— Com todo prazer, já havia perdido o apetite mesmo. – ao sair da sala capturei o olhar de espanto de Matt. Provavelmente após a minha saída ele deve estar consolando a mãe.

Subi as escadas lembrando perfeitamente do caminho que havia feito, e me tranquei no meu quarto. Fiquei pensando no acontecido e ainda não acreditava nas palavras de Rachel, ela era uma grande iludida em achar que um dia seriamos da mesma família. Ouvi uma batida violenta na porta e não me levantei para abri-la.

—Seja quem for, por favor, vai embora – foi tudo o que disse.

— Amberly, pare de ser ridícula. Desça e peça desculpa a Rachel. Agora – era meu pai e sua voz soava irritada.

— Não vou. Muito feio de sua parte iludir a cabeça dela com esta história de família, pai. Muito feio- minha voz era repleta de desdém e eu o provocava com facilidade.

— Ora, mas que falta de respeito. Você não vai pedir desculpa? – fiquei em silêncio. Depois de alguns minutos ele disse- Ótimo, esteja pronta às oito horas da manhã para ir a escola e se houver mais um show seu, vamos conversar seriamente.

— Como quiser.

Ele provavelmente foi embora, pois pude ouvir seus suspiros enquanto saia pelo corredor. Me levantei e caminhei a uma porta extra que havia no meu quarto onde ainda não havia explorado. Era um banheiro simples, porém luxuoso ao mesmo tempo. Perfeito. Eu não precisaria deixar meu quarto para tomar um banho e nem correr o risco de encontrar ninguém. Tomei um banho longo e me vesti rapidamente com um shorts e uma camiseta velha, coloquei meu relógio para despertar e repousei em um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostem. Comentem aqui ideias e sugestões para a história, vou adorar ouvir(ler) vocês hihi



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