Lost in Love escrita por hummingbird


Capítulo 17
Nem tudo volta a ser como antes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/673082/chapter/17

— Mãe? – Amber gritou e correu para um abraço. A mulher se virou uma expressão de felicidade cruzou seu rosto enquanto as lágrimas rolavam. Ela abraçava a filha

— Oh, princesa... Minha filha... – ela se afastou - Você está bem?

Notei que ela tinha os olhos repletos de cansaço, mas estava muito bonita.

— Estou. Mas quero saber de Ted. – Amber olhou em volta, parecendo se lembrar de que eu minha mãe também estávamos ali. – Ah, antes... Esta é...

— Rachel. Que bom revê-la. Você deve ser o Mathews – Natalie completou casualmente. E eu olhei para ela surpresa, Amber teve a mesma reação. Depois pousei os olhos em minha mãe, que sorria.  – Longa história, Matt... Longa história.

— Olá, Natalie. Fiquei sabendo do que houve e trouxemos a Amber imediatamente. – elas se abraçaram e eu olhei confuso para Amber que estava igual a mim

Natalie me deu um beijo e em seguida virou-se para filha:

— Querida, vai dar uma olhada em Ted. Ele está no 6º quarto da Ala B enquanto eu converso com a Rachel. – ela disse suavemente. – Matt, você gostaria de acompanhá-la?

Assenti com a cabeça.

Chegamos ao quarto na Ala B procurando impacientemente o sexto quarto. Quando o encontramos Amber passou rapidamente na minha frente e eu a segui, fechando a porta com delicadeza. O irmão de Amber estava rodeado de equipamentos médicos e seu rosto estava pálido, ele usava uma roupa de hospital própria para crianças e eu poderia jurar que ele dormia. Como Ana.  Estremeci. Amber se agachou ao lado da cama dele com os olhos marejados.

— Como é o nome dele? Digo... Ted é um apelido não é? – perguntei

— Sim, o nome dele é Theodor. O chamamos de Ted por causa do ursinho “Ted” que ele vivia carregando quando era pequeno. – ela sorriu.

— Ele se parece com você... – completei. Ela levantou os olhos e me dei conta que estava encarando ela fazia um tempo - Gata, eu sinto muito.

— Eu sei, obrigada. Talvez depois você pudesse conhecê-lo. Digo, quando ele melhorar... – ela deu de ombros.

— Seria maravilhoso. E se ele for tão incrível quanto você é, vou adorá-lo – Eu ainda estava me olhando para ela. Amber era tão linda que sua beleza chegava a ser questionável. Fui até ela e deslizei meus dedos por entre seus cabelos. Fazendo movimentos suaves na parte de cima da cabeça da garota.

— Uau, isso é... Bom.  Muito Bom. – ela sorriu.

— Que bom que gostou, fico feliz.

— Obrigado. Por estar aqui comigo.

— Por nada, gata.

— Qual é a do apelido? – ela sorriu para mim e eu fiz uma careta de desconforto.

— Bom... Já se olhou no espelho? – enrubesci – Hmm.. eu

— Deixa pra lá – ela sorriu de novo e se aproximou de mim mais do que qualquer outra vez que já havia feito. Estremeci – Olha, obrigado por tudo o que você fez por mim. Nem sei como te agradecer. Só de poder ver meu irmão e minha mãe novamente já significa muito pra mim e isso só foi possível com a sua ajuda.

— Você merece. Sem problemas. Me desculpe pelo que fiz no parque. Não sei onde estava com a cabeça – na verdade eu sabia sim onde minha cabeça estava naquele dia.

— Desculpado. Como posso te agradecer por isso? Pelo Ted...

— Assim...

Eu a beijei no canto mais próximo possível de seus lábios. Foi um beijo simples e demorei mais do que deveria. Pude sentir seu perfume e sua pele macia.

Ela arregalou os olhos quando me afastei e eu dei um meio sorriso.

— Vou deixar você sozinha com seu irmão.

Saí do aposento e fiquei na sala de espera junto às mulheres.

Amberly

Despedidas nunca são agradáveis, a parte mais dolorosa não é o dizer adeus em si, mas sim você ver a pessoa que ama ir para longe e não poder estar junto dela. Chorei ao deixar Ted em seu leito hospitalar. Chorei na despedida da minha mãe. Segurei o choro durante o avião de volta para Alasca porque era de madrugada e assim como todos, acabei dormindo a viagem toda, porém não o contive o choro quando cheguei na mansão. Tranquei-me no meu quarto, apaguei as luzes e soltei rios de lágrimas encharcando a fronha do travesseiro. A Amber dentro de mim queria estar em Nova York com a verdadeira família, a Amber externa estava começando a gostar e aceitar a vida que estava tendo. Ouvi alguém bater na porta e mandei a pessoa ir embora sem me dar o trabalho de checar quem era porque tudo o que eu queria naquele momento era ficar sozinha.

Cobri o rosto com as mãos e notei um clarão intenso no meu quarto. Uma figura esguia e grandiosa entrou pela porta e a fechou cautelosamente, pensei que era meu pai no inicio, mas a reconheci pela silhueta. Eram quase 6 horas da manhã e Matt estava acordado, sentado na beira da minha cama.

— Como conseguiu entrar aqui? – perguntei.

— Dei um jeito. Você está bem? – ele parecia cansado. Seu rosto foi iluminado por uma brecha de luz e notei sua beleza estonteante. Sempre que estava com Matt estava segura, mas com Adam... Ignorei o pensamento e foquei na resposta para Matt.

— Não. Quero voltar para Nova York, ficar com meus amigos, minha família... Quero minha vida de volta.

— Entendo que você não é feliz aqui, mas acho que poderia tentar. Eles serão importantes para você o resto da sua vida, serão seus amigos e sua família para sempre, mas porque não ter novas experiências aqui também?

— Eu sei, mas me sinto sozinha. Mesmo com as garotas na escola, eu não... – não consegui concluir a frase porque Matt me distraiu descalçando os tênis e se deitando ao meu lado na cama, apoiado apenas pelos próprios cotovelos. – O que você está fazendo?

— Deitando do seu lado, sua burra. Então... Você sabe que não está sozinha, tem a mim também.

— A você? – sorri representando desdém. – Até parece. Matt você só liga para Bethany e para sua fama no colégio, tanto faz a presença da sua irmãzinha ali. – Lembrei-me da noite no show que ele me disse isso. Jogou um balde de água fria nas minhas ilusões.

— Eu disse isso porque não queria demonstrar o que realmente sinto por você – sua voz saiu como um sussurro.

— E o que você sente? – o encarei.

Ele se virou rapidamente e se inclinou para cima do meu corpo, seus lábios colaram nos meus me surpreendendo por completa. Meus músculos endureceram, meu coração acelerava como asas presas em uma gaiola.

Abri meus lábios vagarosamente e fui outra vez surpreendida quando sua língua me invadiu com movimentos curtos e de uma maneira excitante. O rosto de Matt estava quente assim como suas mãos que estavam acariciando minha barriga, ele estava arfando e sorriu durante o beijo fazendo com que eu sentisse uma pitada de prazer. Ele se afastou mantendo a sua testa colada na minha.

— Sabe quanto tempo estou esperando por isso? Muito. – ele arfava. Sua voz saiu tão baixa quase inaudível. Coloquei minhas mãos sobre sua camisa e o puxei para perto.

— Não espere mais. – sussurrei.

Ele voltou a me beijar, não sei dizer quanto tempo durou o beijo. Vi um clarão acender no bolso da sua calça, era seu celular vibrando. Quando ele checou quem era se afastou como se tivesse sido puxado a força.

— O que foi? – perguntei surpresa com o gesto. Ele mostrou a imagem no celular, era Bethany ligando.

— Amber, me desculpe... Eu... Eu não devia ter feito isso. – sua voz saiu como uma suplica e ele ainda estava arfando por causa do beijo. Vendo minha expressão confusa ele emendou caminhando em direção a porta - Você não entende. Nos falamos amanhã.

— Ah, pode ter certeza que não...  – ele olhou para mim antes de se retirar por completo do meu quarto, batendo a porta com força antes de sair e atendeu ao telefone.

Fiquei pensando no beijo e me senti diferente em relação a Mathews, pois ele acabara de me proporcionar um sentimento novo. Será que eu beijo mal? Se sim, porque ele havia dito que estava esperando tanto tempo para isso acontecer?

Entrei em uma batalha contra meus próprios pensamentos tendo o objetivo de tentar entender o que levou a meu irmão postiço ir embora do quarto depois de um beijo tão bom. Acabei adormecendo com o puro cansaço que minha mente e meu corpo estavam.

No dia seguinte, Matt me ignorou o dia todo quando tentei conversar sobre a noite anterior. Era como se eu não existisse mais. Resolvi deixá-lo em paz.

Eu estava chateada? Claro. Mas se ele não queria falar comigo na escola eu poderia tentar quando chegássemos em casa.

Depois da aula fui até a casa da Ashley à tarde. Fizemos brigadeiro e esperamos Lucy e Abby chegarem. Nós iremos fazer uma chamada de vídeo com Stacy e Taylor para convidá-los a conhecer o Alasca.

Eles disseram sim. Depois de muita conversa fui para casa satisfeita com a notícia, pois dentro de alguns dias meus amigos viriam para o festival e eu mataria a saudade que dominava meu coração. Ao chegar em casa, Rachel reuniu todos na sala de estar para dar um anuncio. Sentei ao lado de Matt que comia um grande sanduíche enquanto meu pai chegava ao local, cumprimentando a todos com um aceno.

— Bom... Matt e Amber. Vamos precisar da colaboração de vocês para um evento que ocorrerá nesta casa neste fim de semana. A clínica onde trabalhamos esta fazendo 30 anos e Robert e eu decidimos dar uma pequena festa aqui para comemorar.

— E daí? – Matt deu de ombros.

— Daí que vocês dois serão os anfitriões, assim como nós. – meu pai parecia rígido. – Quero que os convidados se sintam a vontade e com a ajuda de vocês sei que tudo vai dar certo. Podem convidar uma amiga ou amigo desde que não se distraiam da tarefa. Certo?

— Tudo bem – eu disse.

Matt assentiu com a cabeça.

— Conto com vocês no sábado. – disse Rachel.

Saí da sala de estar rumo ao meu quarto, estava doida para tomar um banho e cair na cama. Encontrei Matt no corredor. Aquele era o momento perfeito para falar sobre ontem.

—Ei, Matt

Ele fechou os olhos e fez uma careta.

— Porque não queria falar comigo na escola? Quer dizer, você quase nunca fala, mas eu queria saber o que deu em você ontem? Você não gostou do beijo?

Ele suspirou e olhou para os lados.

— Você está com o seu celular?

Hã?

Sim, está na minha mochila. Porquê?

— Checa suas mensagens. – Ele se virou e foi para o próprio quarto.

Abri a porta do meu quarto e me deitei na cama. Procurei meu celular na mochila e reparei que havia várias mensagens.

Havia uma mensagem de Matt.

Quando a li meus olhos derrubaram lágrimas que eu nem sabia que já haviam se formado. Meu coração doía.

“ Então, aquele beijo não significou nada. Apostei com os meninos que vc era fácil demais pq até alguém como Adam conseguiu te pegar e aí está a prova.  Ganhei uma grana por isso. Vê se não se apega, minha praia é a Bety.

P.s.: Apaga meu número...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CACHOOOOOOOORRO!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost in Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.