Stolen Kisses escrita por Lover


Capítulo 2
Capítulo 2: The Bite


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha escrito o capítulo INTEIRINHO (sem salvar, obeveo) e quando fui postar a internet caiu e perdi tudo. T-U-D-I-N-H-O. Alguém me mata.
Espero que gostem do capítulo, me dediquei bastante para escrevê-lo (olha que escrevi duas vezes). Deixem suas opiniões nos comentários, pui favoi.



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— O que você estava fazendo fora uma hora dessas? – ao fechar a porta da casa cautelosamente, rezando para ninguém ouvi-la, Lydia se espantou ao ouvir a voz da mãe soando na sala escura.

Merda!, Lydia xingou a si mesma. Aquela era a primeira vez em que ela saia de noite sem notificar aos pais e chegava tarde em casa. A senhora Martin sempre fora muito exigente, então aquela era exatamente a recepção que Lydia esperava.

— Estou esperando uma resposta, Lydia. – censurou a mãe, cruzando os braços sobre o peito.

— Eu estava assistindo um jogo de lacrosse, mãe. – a menina abaixou a cabeça, examinando o carpete da sala.

— Lacrosse? – sua mãe arqueou as sobrancelhas, fritando-a com o olhar. – E desde quando você gosta de lacrosse? Você odeia lacrosse, Lydia.

— Eu gosto de lacrosse, mãe. – Lydia levantou a cabeça, confrontando-a. – As pessoas mudam.

— Não me venha com este papo de "as pessoas mudam", Lydia Martin. Ninguém muda da noite para o dia, Lydia. – a face da senhora Martin enrubesceu de raiva. – E que roupas são essas, Lydia?

Lydia examinou a si mesma. Ela usava a saia preta justa e uma regata apertada que comprara na Macy's na volta da escola. Definitivamente não era o jeito que ela se vestia sempre.

— Peguei emprestadas. São da Allison. – improvisou Lydia. Se sua mãe ao menos desconfiasse de suas idas à Macy's no tempo livre, ela nunca mais ganharia dinheiro para nada.

— E o que é isso no seu rosto, Lydia? – ela deu um passo para frente, encarando o rosto de Lydia de perto. – Isso é maquiagem? — pronunciou a última palavra como se fosse uma praga.

Lydia mordeu o lábio ao se lembrar das inúmeras camadas de rímel e corretivo que passara no rosto antes de ir para o jogo.

— Não sei o que está acontecendo com você, Lydia. – sua mãe a encarou, balançando a cabeça.

O cômodo ficou em silêncio por longos segundos – provavelmente os mais longos da vida de Lydia. Sua mãe a examinava dos pés a cabeça, estreitando os olhos. Lydia conhecia muito bem aquele olhar: ela estava decidindo o que faria na situação.

— Você está de castigo por uma semana. – impôs, enchendo o peito em sinal de superioridade. – Só vai sair desta casa para ir a escola. No máximo até a biblioteca.

— Mãe, eu nunca saio. - Lydia mordeu o lábio.

— Irrelevante. – a mulher deu um longo suspiro e rumou até as escadas. Subiu os degraus graciosamente, parando no terceiro. – Não se atreva a me desobedecer, Lydia Martin. E trate de devolver essas roupas para a Allison pela manhã.

* * *

— Eu estou tão de castigo. – Lydia reclamou, fazendo um biquinho. Ela virou o volante, estacionando em uma vaga apertada no estacionamento da Beacon Hills High.

— O que você fez desta vez? – Allison debochou, desafivelando o cinto. – Esqueceu de devolver o livro na biblioteca ou tirou 9 em alguma matéria?

Lydia revirou os olhos enquanto desligava o carro.

— Muito engraçado, Allison. – ela deu um sorriso forçado. – Ela ficou toda bravinha porque saí de casa sem avisá-la. E usei maquiagem. E roupas indecentes.

— Uau, quem é você e o que você fez com Lydia Martin? – Allison arregalou os olhos, abrindo um sorriso largo. – Desde quando você tem roupas indecentes?

Lydia revirou os olhos novamente enquanto saia do carro, ajeitando o jeans surrado. Se Allison soubesse aonde ela tinha ido na noite anterior, nunca a deixaria em paz, então Lydia resolveu deixar esta parte de fora.

— Não importa. Vamos logo ou vamos nos atrasar. – Lydia respirou fundo e desfilou até a entrada da escola.

* * *

Depois das aulas, Lydia foi direto para casa. Se tinha algo que ela não precisava era de sua mãe mais brava do que já estava. Ela pensou em passar em alguns lugar para comprar o almoço, mas desistiu ao pensar no que a mãe poderia fazer se descobrisse.

Ao chegar em casa esquentou um pote de macarrão com queijo que havia sobrado do almoço do dia anterior e deu ração para Prada, sua cachorrinha.

— Vamos Prada, coma. – ela mudou a perna de apoio. – Não venha me dizer que vai parar de comer e se tornar anoréxica.

A cachorra continuou com o olhar fixo nela, sem sequer piscar.

— Cachorra estranha. – Lydia murmurou baixinho ao subir para seu quarto.

* * *

 Lydia tirou os head fones dos ouvidos e ouviu atentamente ao silêncio. Ela jurara ter ouvido um estrondo vindo do andar de baixo. A garota levantou de sua cama amarrotada e caminhou lentamente até a porta do quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível.

— Mãe? – Lydia chamou hesitante. Sua mãe nunca chegava em casa antes das oito. – Mãe, é você?

A casa vazia permaneceu em silêncio. Nem um ruído sequer.

— Pare de ser medrosa, Lydia. – a menina repetiu para si mesma em um sussurro. – Provavelmente é só Prada fazendo bagunça.

Ela caminhou lentamente, um pé após o outro, pelo corredor escuro. Pensou duas vezes antes de começar a descer os degraus da escadaria, mas afastou qualquer pensamento ruim no instante em que pisou no piso frio de mármore.

Ela desceu os degraus frios rapidamente e parou ao chegar na sala.

— Prada? – chamou pela cachorra. – Prada? Cadê você?

O cômodo ficou em silêncio por um instante. Subitamente, Lydia ouviu um rangido baixo vindo da direção da porta. Ela passou a mão na parede gélida em busca do interruptor e acendeu-o a tempo de ver a portinhola da porta – feita para que a cachorra pudesse sair – balançar no ar.

— Prada! – gritou enquanto corria em direção a porta destrancando-a rapidamente. – Volte aqui!

Ela abriu a porta rapidamente e tremeu ao sentir o vento gélido soprar em sua face. Ela viu o vulto branco correndo em direção a rua e correu atrás.

O que estava acontecendo com Prada? Ela nunca havia fugido daquele jeito antes, Lydia refletiu enquanto corria atrás da cachorra, que corria a toda velocidade em direção ao bosque que ficava perto da casa de Lydia.

Desde pequena, Lydia adorava brincar no bosque e correr entre as árvores, mas a ideia entrar em um lugar tão escuro no meio da noite aterrorizava a menina.

— Vamos, Prada. – ela choramingou. – Não me faça entrar aí.

A cachorra hesitou antes de entrar no bosque escuro. Era como se ela estivesse decidindo se faria aquilo ou não.

— Não se atreva! – Lydia levantou o indicador e balançou em frente ao animal.

A cachorra a encarou por um segundo. Assim que Lydia deu o primeiro passo em sua direção, ela se virou e correu em direção as árvores.

— O que está acontecendo com você? – Lydia gritou, dando mais um passo. – Eu não entro aí nem morta.

O bosque escuro permaneceu em silêncio. O vento gelado fazia Lydia tremer levemente. O que ela mais queria era voltar para sua casa morna e continuar ouvindo música, mas ela não podia simplesmente abandonar sua cachorra em um bosque vazio no meio da noite.

Para de ser tão medrosa e vá pegar a cachorra!, Lydia gritou com si mesma.

Ela respirou fundo e marchou em direção as árvores.

* * *

— Achei você! – Lydia suspirou aliviada ao ver Prada sentada ao lado de uma árvore de tronco grosso. – Venha aqui.

Ela caminhou até o animal e a pegou em seus braços gelados.

 – Agora vamos dar o fora daqui.

Ela se virou e deu o primeiro passo em direção a sua casa, mas algo a atingiu.

Tudo aconteceu muito rápido. Ela sentiu algo batendo em seu braço direito e a força do impacto fez com que a garota caísse, largando a cachorra que segurava delicadamente. Ela demorou um tempo para se recuperar do tombo, mas rapidamente levantou a cabeça e examinou o ambiente em seu redor.

O bosque estava vazio e silencioso, como sempre.

— Talvez tenha sido só um cervo. – repetiu para si mesma, lutando para não se desesperar.

Assim que apoiou o peso do corpo sobre a perna direita, Prada se pôs diante dela e começou a latir insistentemente.

— Por que você está latindo, sua cachorra inútil? – Lydia reclamou, levantando-se.

Assim que Lydia se estabilizou, sentiu algo puxando sua perna. Ela não teve tempo de olhar o que era. Sentiu uma dor insuportável irradiar de sua coxa e tudo ficou preto.


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