As Desventuras do Caos escrita por Reet


Capítulo 6
CAPÍTULO VI — RIVALIDADE


Notas iniciais do capítulo

Agradecimento a Hiro (ID: 645114) pela "porra mais louca" e melhor elogio já recebido.
Betagem feita por Ladybug (ID: 693356) e última revisão por The Stolen Girl (ID: 354553).

(05/12/16) EDIT: Correção de erros encontrados ao longo do tempo.



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Adentrei o bar, explicitamente revoltada, e fui até Shannon, que não notou minha aproximação, ocupado demais bebendo cerveja dos outros. Eu o puxei pela gola da camisa e ele se engasgou, me encarando como se eu fosse uma miragem.

— O que você pensa que está fazendo? — brandi. Eu não era muito alta, mas Shannon era, então a sensação deveria ser similar a um bebê puxando sua calça e te chamando de “bobo”. — Seu irmão foi preso! Por sua culpa!

— Não é minha culpa. — Deu de ombros. — Ele só estava na hora e no local errado, se parecendo com a pessoa errada.

E então Shannon caiu na gargalhada, rindo de sua própria piada. Senti meu estômago revirar com a clara sensação de repulsão.

— O quê? Você está irritada comigo? Isso é sério? — indagou Shannon, um pouco surpreso. — Aquele cara estava te comendo com os olhos! É uma pena que Cold tenha sido levado no meu lugar, mas se você quer saber, ele não dava a mínima para você.

— O quê?!

— Você achou que ele se importou quando foi embora? Ele deu de ombros.

— Você está mentindo — grunhi. Meu corpo estava trêmulo, Shannon estava errado, eu sabia que estava!

— Não estou.

No milésimo de segundo que eu tive para raciocinar, explodi. Não tive como impedir que a cara de Shannon fosse parar no meu punho. De uma forma muito misteriosa e mágica, seu nariz começou a sangrar. Algumas pessoas se afastaram e fizeram um coro de surpresa, então Shannon, começando a ficar vermelho de raiva, passou os dedos pelo nariz para limpar o líquido vermelho.

Imediatamente, o gêmeo loiro avançou na minha direção. Não posso dizer que não senti medo. Naquele momento, meu coração disparou e eu fiquei nervosa com o arrepio que subiu dos pés à cabeça. Em um movimento rápido, ele pegou meus pulsos e os ergueu no alto, segurando-os com apenas uma mão e me empurrando em uma parede de madeira. Minhas costas se chocaram. A tontura me acertou imediatamente. Ele puxou o braço para trás com a mão fechada e eu sabia que iria ganhar um soco na cara, que de certo me desfiguraria. Mas ele hesitou e, me fuzilando com o olhar,  soltou meus braços, dando-me as costas.

Senti meus olhos lacrimejarem com o susto. Soltei o ar pela boca em ofegos de alívio. O zumbido nos meus ouvidos dificultavam minha capacidade de discernir se os gritos à minha volta eram em repúdio à atitude de Shannon ou a minha, mas eu tinha certeza de que naquele momento não me importava. Eu ainda esperava que ele desse meia volta e acertasse minha cara, quem sabe? Suas ações eram completamente imprevisíveis e ao mesmo tempo em que aquilo era assustador, era admirável.

Cold havia sido tão simpático e acolhedor, enquanto Shannon foi o completo oposto. E mesmo que eu soubesse que os dois eram pessoas diferentes, naquele momento, foi como se Cold estivesse prestes a me acertar um soco também.

Corri para fora do bar, ignorando os gritos e vaias, e segui por algumas ruas, até um ponto de ônibus. Deixei algumas lágrimas escorrerem, porque eu não era de ferro e minha vida estava, literalmente, caindo aos pedaços. O susto foi o choque necessário para me dar conta de que estava praticamente órfã e, com certeza, demitida.

***

A delegacia era um gatilho.

O chão brilhava, o balcão não colava ou tinha resquícios de substâncias ilegais, e os policiais, apesar de gordos, não tinham a barriga para fora da calça e açúcar de confeiteiro em volta da boca. Mas ainda assim eu conseguia visualizar todas aquelas coisas.

Quando eu tinha mais ou menos 14 anos, minhas visitas à delegacia eram frequentes e se davam ao motivo da violência doméstica que eu era obrigada a presenciar. William sempre batia e humilhava Carol Firewood, minha mãe. Ele implicava por conta de suas interações sociais, peças de roupa, atraso do almoço ou qualquer coisa que estivesse fora do lugar, e tudo isso só se multiplicava quando ele bebia, o que acontecia, basicamente, todos os dias.  

Mas Carol era emocionalmente dependente dele. Ela me ensinou que os relacionamentos abusivos começavam com o tão esperado “somos feitos um para o outro” e “você é tudo que eu preciso” e a partir daí, a ligação emocional se tornaria tão dependente que um ciclo vicioso se formaria e os abusos... Seriam aturados em prol do amor. Talvez fosse esse o motivo de eu ter tanta dificuldade em me relacionar.

O único problema era que Carol nunca me disse nada disso em palavras, ela era o exemplo de como todo o abuso acontecia. Era uma romântica que acreditava que o amor superaria tudo. Ela o perdoava porque achava que ele estava com problemas e ele que precisava de ajuda, não ela. No fim, ela não suportava mais o peso da relação. E Carol nunca conseguiu escapar.

Até que ela se suicidou e, portanto, estava livre.

Afastei os pensamentos da minha cabeça ao entrar na delegacia. Aproximei-me do balcão e o homem de farda, de aparência jovem, forte e cabelos escuros, prontamente me atendeu.

— Posso ajudar?

— Meu amigo acabou de ser arrastado por um mal-entendido. — Debrucei sobre o balcão e cruzei as mãos a fim de tentar esconder meu nervosismo. — Eu vim tirar ele daqui.

— Lindinha, a delegacia de Bournemouth não comete mal-entendidos — disse o rapaz com um sorriso torto e levemente irônico. — Se o seu amigo não cometeu um crime grave, ou você paga a fiança, ou espera ele sair amanhã de manhã.

Pagar. Claro. Pagar a fiança com o meu total de zero libra.

— Estou te dizendo, ele não cometeu crime nenhum! — insisti. — Ele foi preso por conta de uma briga de bar que ele nem participou!

— E quem participou? — perguntou o policial.

— O irm... — Antes que eu pudesse concluir a frase, eu já sabia o quanto ela soaria ridícula e patética. Revirei os olhos e suspirei. — Quanto é a fiança?

— Qual o nome do seu amiguinho?

— Cold Lane — respondi. Eu estava tão ansiosa que chegava a passar a mão pelo cabelo diversas vezes, embora eu odiasse essa mania.

Cold Auch Lane — recitou o policial ao ler a tela do computador. — 140 libras.

Foi como um soco no estômago. Eu precisei me afastar do balcão para conseguir pensar direito e mesmo assim, não era direito o suficiente para que eu conseguisse resolver essa questão na minha cabeça. Como eu iria arranjar 140 libras? A menos que todo o meu dinheiro voltasse voando até a mim, eu estava perdida.

E quando eu não estava perdida?

— Só um momento. — Acenei para o policial e fui até a porta da delegacia, retirando meu celular do bolso. Rapidamente, disquei o número da pessoa mais lógica, sensata e certa desse planeta. A politicamente incorreta melhor amiga que eu tinha. — Gail. Como faz para tirar um cara da prisão sem pagar a fiança de 140 libras?

Um silêncio se estendeu por longos segundos. Eu estranhei, afinal, Gail não conseguia parar de falar. Naquele momento, ela ficou quieta e eu ouvi sua respiração na linha. Estava prestes a perguntar se ela tinha me ouvido, quando ela respondeu:

— Você está bem, Dawn? — indagou, passando um tom de seriedade pela primeira vez na vida. — Hoje você só me fez perguntas estranhas. Estou considerando acionar um hospício.

— Pelo menos o hospício tem cama, comida e condicionador. — Suspirei, passando a mão pelo rosto. Não sabia como eu ainda tinha coragem de fazer piada com a situação. — Se não me levarem, eu vou de skate.

— O que está acontecendo?

— O cara que me alugou o apartamento foi preso e eu não tenho a droga de 140 libras!

— O policial é jovem ou velho? — perguntou rapidamente. Eu franzi a testa.

— O que isso tem a ver, Gail?

— Me responde! Jovem ou velho?

— Jovem! — esbravejei e tornei e abaixar o tom de voz ao me lembrar de que poderiam me ouvir. Olhei rapidamente para o rapaz que mexia no computador atrás do balcão. — Por volta de vinte e cinco anos, forte... Você não está pensando em traçá-lo, está?

— Passe o telefone para ele — ordenou Gail.

Minhas experiências com minha melhor amiga me levavam a crer que eu não tinha motivos para discutir com ela nesses momentos. Eu voltei ao balcão e estendi o celular para o guarda, que me encarou confuso, porém, resolveu atender ao telefone. Ele mal pode responder a primeira palavra e sua boca se abriu em uma perfeita circunferência. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas o rapaz virou a cadeira com rodinhas e ficou de costas para mim.

Após um minuto de conversa, ele me entregou o telefone. Seu rosto estava corado e estampava um sorriso. Sem nenhuma palavra, peguei o celular e me afastei.

— Está resolvido — disse Gail. — Disponha.

— Que porra acabou de acontecer? — Eu observei o jovem policial se levantar da cadeira com pouco de dificuldade e mancar até o corredor com as celas. — Gail? O que você disse a ele?

— Perdão, Dawn. — Ela soltou uma gargalhada. — Enquanto você for hétero, nunca saberá.

— Por que você queria saber a idade do cara?

— Se ele fosse muito velho, eu não poderia fazer nada por você, querida — disse Gail e soltou mais uma gargalhada. — Só o que tenho a dizer é que preciso cancelar meus compromissos sábado à noite.

O portão que trancava o corredor das celas foi aberto por mais dois homens fardados. Atrás deles, Cold veio com uma expressão de antipatia e fúria. De repente, ele notou minha presença e toda aquela careta se transformou em confusão.

— Gail, você é a porra mais louca que o mundo já gozou — sussurrei, segurando o celular com as duas mãos, prestes a desligar. — Falo com você mais tarde. E obrigada por existir.

— Dawn?! — Cold exclamou, me encarando com os olhos arregalados. Assim que balancei a cabeça, Cold me puxou pelos ombros e minha cabeça foi enterrada em seu peito. Ele estava cheirando a suor, mas ainda tinha um pouco de essência de cigarro de menta ali.

Um guarda parou ao seu lado e entregou uma sacola plástica lacrada com os pertences de Cold. Saímos da delegacia em passadas lentas. Não parecia que eu tinha algo a perder, já que o que eu deveria fazer estava feito. O ar entre nós dois deixava claro que eu havia feito um favor mesmo após ter sido colocada para fora de casa na mesma manhã.

 Cold rasgou a sacola e pegou um cigarro, acendendo rapidamente. Por já estar escuro, a fumaça clara do trago se contrastou com o breu da noite.

— Ele é um filho da puta — murmurou Cold. Eu sabia de quem ele estava falando. — Eu não aguento mais o Shannon.

— Então essa rivalidade... — disse, encarando a rua vazia. — Vem de antes? Por que vocês não moram em casas diferentes?

— É um pouco complicado de explicar. Se fosse pela minha mãe, ainda usaríamos as mesmas roupas. Ela paga nossas despesas, então não temos como fugir disso, é o inferno. — Cold soltou uma risada fraca, talvez imaginando como fosse a situação oposta. — Só consegui que dormíssemos em quartos diferentes quando ele me jogou da escada com doze anos e eu quebrei o braço. — Apontou para uma cicatriz bem feia em formato de lacraia no cotovelo enquanto falava.

— Por que ele te jogou da escada? — perguntei.

— Porque ele é doente! — Cold deu de ombros.

Eu suspirei e ajeitei minha bolsa em minhas costas, dando alguns passos para longe de Cold. Eu havia feito o que podia, mas isso não significava que agora eu teria um abrigo de volta, por isso eu tinha que caçar um lugar para ficar antes que o céu ficasse mais escuro do que já estava. No entanto, assim que Cold notou meu distanciamento, disse:

— Para onde você pensa que vai, mais uma vez?

Virei-me e cruzei os braços na frente do busto. Cold só podia ser demente — tanto quanto o irmão — para achar que alguma coisa tinha mudado. Eu continuava sem dinheiro e sem ter como pagá-lo.

— Vem para o apartamento — disse com um tom de voz pacífico.

— Eu não posso! Cold, eu não tenho como...

— Não precisa pagar nada! — retrucou rapidamente. — Eu não vou deixar você ficar na rua depois de me tirar da cadeia.

— Aquilo não foi nada! — Bufei e ele se manteve em silêncio até que eu continuei a falar: — Tudo bem, foi algo em torno de uma ligação para minha melhor amiga, mas não tem comparação com o preço do aluguel de um quarto. Eu não posso ficar na sua casa, comer sua comida e usar sua água sem ter como retribuir! Eu seria uma... sanguessuga ordinária.

— Você limpa. — Cold jogou os braços para o alto com o cigarro preso na boca. — Você é a maníaca por limpeza, você pode limpar a casa!

— Agora eu sou a empregada. — Cold começou a rir da minha cara e segurou o cigarro longe da boca.

— Você não é a empregada, para de ser dramática — respondeu e descansou uma mão na cintura enquanto gesticulava com a outra. — Se você limpar, não se sentirá uma sanguessuga ordinária. De qualquer forma, seria um prazer ter uma garota como você no nosso apartamento.

Algo me dizia que o sentido empregado em “garota como você” não era o casual e amigável garota como você de sempre. Se eu me importei? Não. Aquilo havia me deixado contente, embora eu estivesse tentando conter o sorriso. A proposta era irrecusável. Encarei Cold como se aquilo fosse uma decisão muito complicada, mas após ouvir o som do meu suspiro, ele se aproximou, pegando-me pelo pulso.

Ele sorriu. Um sorriso extremamente lindo. Aos poucos, eu comecei a diferenciar Cold de Shannon e desapegar da ideia de que eles eram muito iguais. Os dois eram extremos. Apesar do porte físico magro e definido de ambos, o mesmo cabelo loiro até o ombro, despenteado, os olhos castanhos compartilhados, Cold tinha algo a mais, e não era só a fragrância de cigarros de menta. Aliás, Cold sempre estava com o cabelo solto, enquanto Shannon costumava prendê-lo com um elástico.

— Como você sabia que eu estava aqui? — perguntou expressando curiosidade.

— Eu estava tentando um emprego no Bruce’s e... Estou, provavelmente, demitida, agora — admiti.

— No Bruce’s? — Cold arqueou as sobrancelhas. — O velho Bruce explora toda e qualquer pessoa do sexo feminino que vá trabalhar lá. Só a Anastassia, a bartender, resiste.

— É, eu percebi. — Balancei a cabeça, lembrando-me do “que saudade de um rabo fresco que nem esse”. — Mas como você sabe disso?

— Eu já tive amigas que tentaram trabalhar lá. — Abriu um sorrisinho e apontou para o ponto de ônibus, mostrando que deveríamos seguir naquela direção.

— Amigas? — Arqueei a sobrancelha.

— É. — Cold me encarou de relance, tombando a cabeça como se não pudesse esconder a verdade. — Amigas coloridas.

— Então Shannon estava certo sobre isso também — disse, observando que Cold estava sem reação. — “Você não está comendo, você não se importa”.

— Você quer que eu esteja comendo?

— Eu não... — Senti o rubor subir pelo meu rosto e queimar minhas orelhas.  — Cala a boca.

— Dawn — chamou Cold. Eu fechei os olhos e mentalizei que eu não deveria quebrar a política de boa vizinhança tão cedo. Soltei o ar com a boca e me virei para Cold. Ele estava, de fato, perigosamente perto da minha cara. — Nós vamos perder o ônibus.

A droga do ônibus estava dando partida do ponto quando eu me dei conta. E então Cold e eu começamos a correr acenando para que o veículo parasse, mas o motorista parecia simplesmente não nos ver e nem ouvir. O rapaz loiro conseguiu alcançar a barra do automóvel antes de mim e assim que ele pulou para dentro, estendeu o braço para me puxar.

Agarrei a mão de Cold com toda a força que eu tinha e saltei. Ele me puxou no ar e acabou fazendo com que meu corpo se chocasse contra o seu. Eu respirei fundo, tentando acalmar meu coração que não parava de martelar no peito. Cold soltou uma risada alta, mas eu não estava achando graça em tudo que eu já havia passado em um dia só por causa dele. E do irmão dele.

Nós saltamos do ônibus ao chegarmos ao bairro, mas Cold andou muito mais à frente. Ele deixou a porta aberta do apartamento para eu entrar e, assim que a fechei, escutei um barulho surdo e distante de algo que pareciam ser... socos.

Quanto mais adentrava a casa, mais alto os barulhos ficavam e eu conseguia ouvir frases soltas. Larguei a mochila na sala e corri, abrindo a porta do quarto de onde vinham os barulhos: o quarto de Shannon.

Shannon estava no chão com Cold em cima de sua barriga. O gêmeo de cima acertava muito mais socos enquanto o outro tentava se defender sem muito sucesso. Shannon gemia de dor e seu nariz sangrava a ponto de sujar o carpete do quarto. Eu gritei, mas os dois não queriam saber da minha presença.

— SHANNON! COLD! — Avancei para tentar separá-los. — PAREM!

De alguma forma, Shannon conseguiu empurrar seu irmão, que, caindo no chão, deu ao outro tempo para se recuperar, mas imediatamente os dois voltaram a se atacar. Com um soco que Shannon acertou, o lábio de Cold foi cortado, mas ele ainda estava em um melhor estado que seu gêmeo.

Eu não sabia de quem estava com mais pena, pois Shannon era um babaca, mas ele estava muito mais debilitado. Até eu já havia o machucado mais cedo.

Impulsivamente, eu me atirei no meio dos dois e agarrei Shannon com os braços, empurrando-o, mas ao mesmo tempo, o protegendo.

— Cold, para! — brandi. — É suficiente!

— Saia da frente, Dawn! — Cold fuzilava Shannon com o olhar, enquanto ele estava cambaleando e tentando se apoiar na parede, com a minha ajuda.

— Não! Olha o que você está fazendo!

— Não se mete, Firewood. — Shannon murmurou com a voz arrastada e debochada. — Eu vou acabar com esse babaca!

A minha vontade era de gritar: “Você realmente acha isso? Já se olhou no espelho?”, mas Shannon não merecia um pingo da minha proteção. Ele me empurrou me tirando do caminho e avançou para Cold, que começou a socá-lo. Shannon não conseguia se defender, então tentava acertar seu joelho na barriga do outro, mas não fazia muita diferença. Cold jogou o irmão contra a parede e ele parecia um saco de areia de tão fraco e debilitado, gemendo por causa do impacto. Seu sangue escorria pelo pescoço e sujava a gola da camisa preta, e seu cabelo que sempre estava perfeitamente preso, se encontrava todo bagunçado.

Cold se preparou para acertar um soco no meio da cara do irmão, que provavelmente o faria desmaiar àquele ponto. Eu não me importava com a integridade física de Shannon, mas a ameaça havia feito meu coração acelerar e a minha voz sumir.

Eu não conseguia entender por que ele estava frio de tal forma que desfigurar o rosto de Shannon fora uma tarefa fácil, mas eu não tinha a menor ideia de como era o relacionamento dos dois antes de eu chegar.

De repente, a porta do quarto foi escancarada e eu só vi um vulto se jogar em cima de Cold e o agarrá-lo antes que ele pudesse acertar o soco definitivo na cara de Shannon.


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Notas finais do capítulo

✰ GRUPO: https://www.facebook.com/groups/asdesventurasdocaos/

1. Parece que o Shannon está cada vez mais se mostrando detestável, mas por uma fração de segundo ele foi o saco de pancadas. O que achou do capítulo em geral? Que nota você daria?

2. Gail é definitivamente a melhor amiga do mundo, embora pior em alguns sentidos. Você achou alguma parte favorita? Faça um comentário sobre ela ou apenas cite-a.

3. Quem é o vulto que apareceu para salvar Shannon no último segundo? Escreva suas teorias sobre o rumo da fic ou o que você deseja que aconteça.

4. Você gostaria de ler algum ponto de vista diferente sobre alguma cena da história? Qual cena? Em que ponto de vista?

Obrigada por estar acompanhando! Espero que esteja gostando. ♡


P.S.: Só queria dizer que a fanfic Mil Maneiras de Encontrar o Cafajeste Perfeito é deliciosa e merece muito mais reconhecimento que tem. Acessem:
/historia/675607/Mil_Maneiras_de_Encontrar_o_Cafajeste_Perfeito