The Mystery Machine escrita por MikeJ


Capítulo 3
Scream & Shout!


Notas iniciais do capítulo

Sim, o título do capítulo é referência à música de mesmo nome da cantora americana Britney Spears.



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—--  1916, Vinita (Oklahoma)---

Os poucos habitantes da pequena cidade de Vinita, em Oklahoma, encontravam-se aglomerados em frente a um grande prédio, que aparentava ser um hospital. Era completamente branco, com varias janelas por toda a extensão dos dois andares.

— E hoje, meus caros amigos, eu corto essa fita, mas não estamos reunidos apenas para ver um velho prefeito como eu cortar uma fita, mas sim por conta do que ela irá nos proporcionar. –Ao dizer isso, o homem corta a enorme fita vermelha que estava presa entre os dois pilares que se encontravam um em cada lado da entrada principal.  –Eu lhes apresento o Eastern State Hospital, que tratará exclusivamente da saúde mental do nosso povo.

Todos ali reunidos aplaudem e celebram, mas o prefeito percebe ao longe um grupo de indígenas, com ódio em seus olhos.

—-- 2016, Sacramento (Califórnia)----

— Aquele lobisomem quase arrancou meu braço fora. –Diz Shaggy passando a mão levemente sobre seu ombro enfaixado.

— Não exagera, foi só um arranhão. –Diz Fred prestando atenção na estrada, já que já era noite.

— Porque não foi em você! –Diz Shaggy, irritado.

— Calma aí! Antes de reclamar, deveria agradecer ao Scooby por ter salvo você, caso contrário seria muito pior que um simples arranhão. –Diz Daphne.

— Eu já agradeci e sou extremamente grato a ele. –Diz Shaggy, batendo nos joelhos, fazendo o enorme cão pular sobre ele.

Velma apenas revira os olhos para toda a situação.

— Achei o site de um hotel que está em promoção. –Diz Velma. –E ele parece ser bem melhor dos “hotéis beira de estrada” que temos nos hospedado ultimamente.

— Então é nesse que iremos. –Diz Fred com entusiasmo.

A cena muda e mostra a van entrando na grande cidade de Sacramento, após mais uma hora dirigindo cidade adentro, o grupo encontra o hotel.

— Wow! Ele é bem maior do que eu imaginava. –Diz Shaggy olhando para cima.

— Finalmente uma hospedagem decente. –Diz Daphne, enquanto saía da van com sua mala.

O grupo já estava no lobby do hotel, com suas malas e pertences.

— Como posso ajudá-los? –Pergunta a atendente, uma moça negra com olhos cor de mel.

— Vimos o anúncio da promoção. –Diz Velma tomando frente. –E vimos também que vocês possuem quartos com quatro camas.

— Ah, sim, sim. Temos quartos com quatro camas. Só temos que fazer o cadastro de vocês e está tudo certo.

Alguns minutos depois o grupo já estava em seu quarto.

— Sinto uma energia negativa nesse quarto, na verdade... Nesse andar inteiro. –Diz Daphne parada no centro do quarto olhando ao seu redor.

Logo em seguida, Scooby senta ao seu lado e começa a farejar o ar.

— Aparentemente você não é a única. –Diz Fred apontando para Scooby.

— Mas nós todos temos o amuleto de proteção, nenhuma energia fantasmagórica ou demoníaca pode nos atingir diretamente. –Diz Daphne, já sentada em uma das camas tirando suas botas.

— Eu só quero saber o que tem no frigobar. –Diz Shaggy passando por seus amigos indo em direção à mini geladeira.

A cena muda, todos já estavam dormindo em suas respectivas camas e Scooby dormia no canto do quarto em um amontoado de almofadas, quando de repente Daphne acorda assustada e se depara com uma figura fantasmagórica flutuando no meio do quarto. Uma mulher, com pele cinza e sem globos oculares, apenas buracos.

A tal figura profere um grito estridente que acorda a todos no quarto, quase que automaticamente todos colocam suas mãos sobre os ouvidos. A figura parte em direção à Daphne, mas ela apenas atravessa a jovem bruxa e some na parede.

— O que diabos foi isso? –Pergunta Fred assustado.

— Um fantasma, gênio. –Diz Velma pegando seus óculos no criado mudo.

— Não, não era um simples fantasma. –Diz Daphne, preocupada. –Era uma Banshee.

— Era o que? –Pergunta Shaggy.

— São espíritos que percebem a morte, o grito de uma banshee significa que alguém nas proximidades irá morrer. –Diz Daphne, deixando agora todos preocupados.

— Isso nos inclui? –Pergunta Fred.

— Infelizmente sim, assim como qualquer pessoa nesse andar inteiro, ou até mesmo nesse hotel. –Diz Daphne.

— Mas ela é perigosa? –Pergunta Velma.

— Geralmente não, só assombram lugares e avisam a morte. Mas... –Daphne pausa por um tempo, respira fundo e diz. –As sombras já haviam tomado conta daquela banshee.

— Assim como ocorre com fantasmas normais? –Pergunta Velma, assustada.

— O que ela quer dizer com isso? –Pergunta Shaggy.

— Quando pessoas morrem, elas ficam em nosso plano caso tenham coisas pendentes, mas se a maldade corromper a essência dessa pessoa, ela se torna um espírito maligno. Ninguém sabe ao certo como elas surgem, mas há uma lenda que diz que banshees eram mulheres em vida que foram assassinadas e por isso tem como propósito pós-morte de avisar aos outros que a morte está próxima. Se essa lenda for verdade, uma banshee também pode ser corrompida. –Diz Daphne, demonstrando preocupação e medo.

— E se caso ela estiver corrompida... O que pode acontecer? –Pergunta Fred, também assustado.

— Ela perde sua essência de bondade e avisa que a morte está próxima... A morte ocasionada por ela mesma.

Dito isso, o medo estava visível no rosto de todos ali presente, que se entreolhavam com preocupação.

A cena muda, Daphne e Velma estavam de frente para a cômoda no canto oposto à “cama” de Scooby, que observava atentamente sua dona.

— Quando eu e meu clã nos mudamos, a casa estava sendo assombrada por uma banshee, foi então que eu aprendi com minhas anciãs um feitiço que irá nos guiar até o rastro da morte. –Diz Daphne enquanto segurava uma vasilha dourada com várias ervas.

— Rastro da morte? –Pergunta Velma observando a amiga.

— Quando uma banshee prevê a morte de alguém, ela deixa um rastro dessa energia, com isso poderemos seguir o rastro. –Daphne derrama um liquido verde na vasilha e começa a esmagar a mistura com um pilão enquanto dizia uma frase em latim repetidamente. Até que ela para de falar e enfia a mão no pote, tirando um amuleto. –Essa pedra preta é um ônix, a pedra que representa a morte em algumas culturas, o usaremos como uma bússola.

— Não devemos esperar os garotos voltarem? –Pergunta Velma.

— Podemos lidar com isso, eles fazem a parte deles e nós fazemos a nossa. –Diz Daphne segurando o amuleto que começa a balançar e inclina bruscamente para direita. –Vamos nessa.

As garotas, seguidas do grande cão, seguiam rumo à direção que o amuleto apontava, quando Velma decide quebrar o silêncio.

— Como funcionava isso? Morar com um clã e tudo mais?

— Eu sou de uma linhagem antiga de bruxas brancas, então meu clã era um clã familiar e as anciãs eram minha avó e suas duas irmãs. –Diz a moça enquanto virava um corredor.

— Mas vocês podem ter uma vida normal, né? –Pergunta Velma.

— Claro que sim, minha mãe é arquiteta por exemplo. Nós só costumamos morar juntas para compartilhar conhecimento e é mais seguro, mas podemos ter uma vida fora ou morarmos sozinhas também. –Antes que Velma pudesse perguntar algo, o amuleto vira com tudo, apontando para uma porta. –Aqui.

Daphne bate na porta algumas vezes, mas sem resposta.

— Você sente presença humana ali dentro Scooby? –Pergunta Velma.

O grande cão fecha os olhos e começa a farejar, logo em seguida abre os olhos e balança a cabeça positivamente.

— Eu não sinto nenhuma aura, nada. –Diz Daphne com a mão em frente à porta, tentando captar algo.

— Com licença. –Velma toma a frente. –Apesar de amar estudar e eu realmente amo, às vezes eu também queria sair e curtir um pouco, mas minha mãe não deixava, então tive que aprender alguns truques. –Velma tira um cartão de crédito do bolso e faz o velho truque do cartão na fechadura, conseguindo abrir a porta. –Voilà!

Daphne faz uma cara de “nada mal” e os três entram no quarto, mas já era tarde demais. Sobre a grande cama de casal havia um homem morto, com a garganta cortada e no chão havia outro homem, virado de cabeça pra baixo. Daphne caminha até o homem e o vira, mas por pouco não cai para trás com o susto que levou ao ver o homem sem olhos e com a boca aberta, sem língua também.

— Oh Deus, ela é ainda mais maligna do que eu imaginava. –Diz Daphne, enquanto Velma estava tão assustada que ficou paralisada, sem dizer uma palavra se quer.

A cena muda, as garotas e Scooby, agora juntos dos garotos, já estavam no quarto.

— Então ela matou duas pessoas? Não apenas uma? –Pergunta Fred assustado.

— Sim, por isso devemos detê-la o mais rápido possível. –Diz Daphne. –Trouxeram o que eu pedi?

— Sim, tá aqui. –Diz Fred, entregando uma caixa de madeira com vários símbolos dourados. –Mas o que iremos fazer exatamente? Prender ela nessa caixa?

— Isso, enquanto vocês estavam fora, contatei meu antigo clã e assim que capturarmos essa banshee, poderemos entregá-la para elas. –Diz Daphne.

— Mas como uma simples caixa de madeira irá resolver esse problema? –Pergunta Shaggy, enquanto come uma barra de chocolate.

— Não é uma simples caixa de madeira! Essa é uma caixa mágica, que pode absorver e prender qualquer tipo de fantasma ou figura espectral, mas eis o problema... O fantasma, banshee ou o que quer que seja, tem que estar sobre.

O grupo se entreolha por um momento e começam a debater ideias de como colocar a banshee sobre a caixa. A cena muda, já era noite e o grupo seguia Scooby em sua forma infernal pelos corredores do hotel.

— E se alguém ver ele? –Pergunta Shaggy.

— Ninguém o verá, apenas quem ele permite que o pode ver. –Diz Daphne, enquanto levava consigo um pequeno saco de couro.

O grande cão infernal farejava o chão, como um cão caçador sentindo o rastro de um coelho, até que ele para em frente a uma porta e rosna.

— Arrombe. –Ordena Fred que carregava em seus braços a caixa de madeira.

O cão dá dois passos para trás, pega impulso e salto com violência contra a porta, arrombando-a. Ao cair da porta, o grupo se depara com duas moças, uma em cada cama e a banshee flutuando sobre elas. A criatura tenta fugir, mas Daphne tira um pó vermelho de dentro do saco e joga no quarto, levantando uma fumaça vermelha, ao tentar atravessar as paredes, a criatura se vê presa.

— Sua vez Scooby. –Diz Daphne.

A banshee tenta atacar o grupo, mas Scooby salta para cima dela e a mantém presa no chão, o grupo se aproxima, mas a criatura começa a gritar expulsando Scooby de cima dela.

— O grito dela repele criaturas demoníacas. –Grita Daphne, se esforçando para que o grupo a escute.

Ao contrário do que o grupo pensava, a banshee não partiu para cima deles após terminar de gritar, ela flutua para cima de uma das garotas e a levanta pelo pescoço, na sua outra mão, suas unhas crescem e ela se prepara para atacar, quando algo atinge sua cabeça, uma bala, o local atingido queima por alguns segundos depois volta ao normal.

— Bala de sal sua vadia. –Diz Shaggy apontada a espingarda para o espírito furioso.

A banshee larga a moça e parte para cima de Shaggy, mas o rapaz pula para trás e revela a caixa atrás dele, a criatura tenta voltar atrás, mas a caixa puxa a banshee com força, um último grito de horror é ouvido por todos, quando a caixa finalmente se fecha.

— Vocês estão bem? –Pergunta Velma para as garotas, que observavam assustadas toda aquela situação.

A cena muda, o grupo estava no lobby, com uma mulher ruiva, aparentemente quarenta anos e traços que lembravam Daphne.

— Você fez um ótimo trabalho filha. –Diz a mulher abraçando sua filha. –Vocês também pessoal.

Logo em seguida duas senhoras, ambas com cabelo branco, aproximam-se do grupo.

— As garotas e a atendente do hotel não sabem de nada do ocorrido, limpamos a mente delas. –Diz uma das senhoras.

— Quanto aos homens mortos, elas terão que descobrir de uma forma ou de outra. –Diz a outra senhora.

— Obrigada vovó e tia Marie, sou muito grata. –Diz Daphne abraçando sua avó e logo em seguida sua tia.


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Notas finais do capítulo

O flashback no começo do capítulo nao tem ligação alguma com o capítulo em si, mas é o trecho de uma história maior que terá pedaços nos próximos capítulos e será a drama principal da fanfic.



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