How do you find me? escrita por April Criatividade Brooke, HeloiseC


Capítulo 22
This time don't need nother perfect lie


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO NOVO o
(sei que vocês estão curiosos demais para lerem as notas iniciais então vamos conversar lá em baixo)



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Capítulo 22 - Não precisa mais de nenhuma mentira perfeita

 

 

[...]

Suspirei um pouco nervosa, desejava ter contado essa história antes, mas Soluço não era do tipo que assumiria a responsabilidade desse segredo ou no fim dos jogos quando tudo fosse resolvido, porém agora o futuro era tão incerto...

— Tudo isso foi ideia do Stoico...

— Meu pai está envolvido nessa história? – Perguntou Soluço confuso.

— Bem, ele é o autor de tudo isso – Respondi sentando no sofá de frente para eles, Calid e Dave sentam ao meu lado.

Quando eu tinha apenas alguns meses de vida, Aina e Berk fizeram uma aliança contra Drago Sangue Bravo. O rei Arthur mandou seus melhores guerreiros para a batalha, entre estes guerreiros estava o meu pai, Argus.

Vi Valka e Soluço arregalarem os olhos quando mencionei Drago.

Não tenho lembranças concretas dele, mas ouvi histórias de como ele era leal e como lutava bravamente. Disseram que ele nunca deixou de lutar e nunca se redeu, mas esse foi o caminho para sua morte.

Minha mãe, Reyna, ficou muito triste com sua morte, mas tentou não deixar isso tomar rumo, ela era uma simples costureira e uma das mais belas guerreiras de que eu já ouvi histórias e alguns anos após a morte de meu pai, minha mãe e o Rei Arthur se apaixonaram e se casaram. O rei já havia perdido sua esposa por conta de uma doença grave. Ele me recebeu como sua filha de braços abertos, mas suas filhas reais não gostaram muito da ideia de uma plebeia fazer parte da família.

Desviei o olhar de todos, como as lembranças de Rosabelle e Belle me agredindo.

E-elas meio que... abusavam de mim, faziam brincadeiras de mal gosto, me humilhavam diante dos outros,com o tempo vinha só piorando até se tornar algo bem mais sério e isso meio que... meio que ainda acontece pra falar a verdade.”

Senti Dave colocar a mão em meu ombro e olhei rapidamente para os Haddocks, só para encontrar o olhar solene dos dois.

Isso fez uma grande mudança na minha vida, entrar na família real de um dia para o outro não foi fácil. Porém Reyna estava feliz, e eu não a via feliz de verdade desde antes da morte de meu pai, então ela estar feliz naquele lugar me fez feliz também.

Mas ainda acontecia a guerra lá fora. Drago ficou com tanta raiva de Aina por ter ajudado Berk, que mandou parte de seu exército de dragões atacarem Aina.

Me lembrei dessa parte faz muito pouco tempo. E-eu não conseguia lembrar muita coisa, por causa de um tipo de trauma que eu tenho... Os curandeiros disseram que algo muito forte teria de acontecer para que eu lembrasse o que aconteceu naquela noite...

— Espera. – Interrompeu Calid tocando minha mão.

— Como você se lembrou? – Perguntou Dave.

— N-não sei muito bem, eu meio que revivi essa cena quando estava dormindo...

— M-mas... –Calid ia falar alguma coisa, porém se interrompeu.

Eu deitei minha cabeça em seu ombro e continuei da melhor maneira que pode.

Era noite, ninguém esperava pelos dragões que surgiram do céu incendiando tudo, até mesmo o castelo. O castelo foi o que mais sofreu com o ataque, tudo foi incendiado. Quase todos dos criados e da família real conseguiram escapar.

Assim que o ataque começou, Reyna correu para me buscar em meu quarto, infelizmente ela acabou presa de baixo de um armário enorme que pegava fogo. Eu me recusei a deixá-la e se Calid não tivesse me salvado, eu estaria morta nos destroços do castelo junto com minha mãe...

Calid apertou minha mão em sinal de apoio. Soluço e Valka continuaram em silencio, então respirei fundo antes de continuar.

Respirei fundo.

— Quando me imaginava contando, pensei que seria mais fácil... – Comento continuando.

O reino ficou de luto pela perda de outra rainha, ele sentia que o mundo não lhe estava lhe dando a dádiva de amar, sua morte dela afetou mais a mim e ao Rei Arthur. O Rei parou de fazer seus deveres, não ligava mais para o reino ou para qualquer outra coisa. Ele apenas se trancou no castelo sem mais nem menos. Entrou em depressão e não deixava nenhuma de suas filhas sair do castelo para que não vivêssemos num mundo escuro, frio e cruel que não permitiria o amor...

Até que semanas depois, Stoico veio visitar o Rei Arthur para dar suas condolências. Ele conversou com o rei e logo depois foi até mim. Stoico conversou comigo, mas eu não falei quase nada durante a conversa, pois estava muito triste pela morte de minha mãe. Até que ele me convenceu a sair um pouco de meu quarto para caminhar pelo jardim.

Havia um soldado, que acabara de perder sua filha. Ela era apenas uma criança e havia morrido de fome, pois o Rei não estava cuidando do povo. Esse soldado se revoltou e quis matar ambos os líderes, Arthur e Stoico.

Comecei a brinca com meus dedos.

Enquanto eu e Stoico caminhávamos pelo jardim, vi o soldado correr em direção a Stoico com uma espada na mão. Não sei o que deu em mim, acho que foi um impulso que veio do lado de meu pai, mas eu peguei o machado de Stoico, que estava preso a sua cintura e bloqueei o ataque do soldado. Imediatamente Stoico tomou seu machado de volta e capturou o soldado. Não falamos a ninguém sobre isso, e ele foi embora.

— Meu pai poderia ter morrido, Astrid... você... salvou ele – Soluço parecia um pouco chocado.

Eu não sabia o que dizer, como poderia se responder aquilo com ele não estando mais em nossa presença?

— Eu... eu... – Suspirei – Eu acho que é melhor que eu continue a narrativa...

Dias depois ele voltou, e me falou sobre o mundo. Um mundo feliz, completamente diferente da realidade que eu estava vivendo naquela época. Stoico falou sobre uma ideia e depois partiu de volta para Berk.

Eu li muitos livros sobre esse mesmo mundo que Stoico havia me contado. No começo não liguei, mas fiquei pensando... Era possível?

Poucos dias depois mandei uma carta confidencial a ele, perguntando qual era sua ideia sobre esse mundo tão maravilhoso que havia contado. Logo, Stoico voltou novamente a Aina e me disse “As pessoas perderam a esperança, mas a esperança é a última que morre. Na verdade, ela nunca morre e você pode ser uma nova esperança para essas pessoas, eu posso ver isso”.

Parei por um instante e respirei fundo, Soluço parecia melhor, até sorria pra mim mio preocupado.

Então, ele me contou sobre uma garota chamada Thornado...

Valka e Soluço assentiram ligando os pontos.

Stoico falou de como ela era heroica, corajosa, que não tinha medo, na verdade o maior medo dela era ter medo. Ela era malandra, dava um jeitinho em tudo, era esperta, transformava tudo em arma... Não me entendem mal, Sarah não é perfeita, mas é incrível! Uma garota que superava os próprios defeitos, ela fazia com que suas qualidades superassem seus próprios defeitos.

E quando eu perguntei quem era aquela garota, ele apenas respondeu olhando pra mim com aquele sorriso motivador: “É você. Ela vai ser você”.

Comecei a ficar meio sem graça contando aquilo, mas era preciso.

Na hora eu fiquei confusa, pensando em como eu poderia me tornar uma garota que é completamente diferente de mim. Mas ele continuou. Disse que a Thornado era uma esperança, e não uma pessoa. Que eu nunca poderia ser realmente a Thornado, ela era apenas um símbolo.

Então Stoico começou a me treinar, não com muita frequência. Apenas me ensinava muitas coisas para eu poder treinar. Eu aprendia a técnica sozinha, por meio dos livros, e Stoico me ensinava a ação, por meio da prática. Foi assim que nossa amizade começou...

Depois de muitos treinos, Stoico me ensinou como ser a Sarah, como agir feito a Sarah. Mas ele disse que precisava de alguém que soubesse sobre a Sarah, que estivesse em Aina para me apoiar. Então, Stoico escolheu Calid e Dave.

Sorri para os dois que devolveram o gesto.

Os dois estudaram muito junto comigo e me ajudaram em tudo em que podiam. Eles aprenderam como transformar uma pessoa em outra completamente diferente pela aparência e acabaram se tornaram grandes estilistas e designers de Aina e logo o rei os contratou no castelo.

Aos treze anos, conseguimos criar a Sarah e ela “salvou” a cidade pela primeira vez. Bem... não deu muito certo, mas ela conseguiu ajeitar tudo no final do dia. As pessoas se interessaram nas ações da Sarah. E com o tempo ela foi ajudando cada vez mais Aina e o povo alegrou-se novamente. Sarah Thornado ajudava de todas as formas, até mesmo em pequenas coisas, ela trazia comida do castelo às vezes, ajudava, salvava as pessoas que corriam perigo, estava sempre aberta a ajudar até mesmo em problemas pessoais com conselhos ou um ombro amigo.

A população não se interessou no motivo de uma garota surgir do nada e começar a ajudar as pessoas, o que interessava ali era o presente e não o passado.

E naquela época, os jogos haviam parado, pois o rei não poderia conceder o desejo do vencedor. Quando o rei caia, o reino inteiro caia também inclusive o poder. Gold perdera todo o poder que tinha, além dos jogos e a esposa durante aquela época difícil, sem os jogos a família dele humilharia seus ancestrais, então ele sempre deu credibilidade à heroína que ali surgia. Para ajudar a população, Stoico levou o rei para uma festa, onde ele mesmo havia trazido comida.

Sarah conseguira ensinar as pessoas que ódio não era necessário, então Aina se reergueu em amor e compaixão, as pessoas não sentiam raiva do rei, elas queriam apoiá-lo agora. Durante o evento aconteceu um acidente com a caixa d’água, porém Sarah salvou o rei Arthur e ele também viu a esperança nela.

Então começaram a surgir novos heróis e o dever de ajudar o próximo despertou nas pessoas. Foi aí que comecei a ver o mundo de uma maneira que nunca havia visto antes, de um novo jeito. Também vi que o mundo não era apenas Aina, tinha mais coisas afora que eu gostaria de ver com os meus próprios olhos.

Suspirei voltando a brincar com meus dedos.

Mas por causa de Sarah, tive que fazer alguns sacrifícios. Fiquei mais tempo presa no castelo. E aquela compaixão que a população já sentiu por mim, se foi, e se tornou em antipatia. Eles pesavam que eu os odiasse e que era incapaz de seguir em frente. Me tornei o contrário de Sarah.

Enquanto ela significava esperança, eu significava medo.

Quando Stoico descobriu que os jogos haviam voltado, ele me prometeu que eu os venceria para que eu, enfim, pudesse ser livre da vida naquele castelo.

E Sarah finalmente conseguiu entrar nos jogos, mas então recebi uma bomba de Berk.

Pela primeira vez desde que comecei a falar, encarei os dois Haddocks.

Stoico havia morrido. Para Sarah foi apenas um pequeno desafio para seguir em frente, mas para mim foi mais um peso nas costas. Então dediquei tudo a Sarah, assim seria finalmente livre e poderia conhecer o mundo do jeito que Stoico me contou.


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Notas finais do capítulo

Feriado! Viva! Sem escola!
(pois é, tem uma galera aí pensando que eu sou mais velha, mas ainda vou completar 16 em agosto. Devo ser mais nova que uns dois leitores hehe...)
E aí? O que estão achando da fic? Tudo beleza? Vamos conversar nos comentários por que eu acordei meio tagarela :D
*A partir daqui não posto mais a frequência* (caso não saiba é dia sim, dia não)
Vejo vocês nos comentários ;D



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