How do you find me? escrita por April Criatividade Brooke, HeloiseC


Capítulo 21
Memory Attack (part 3)


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, fui largada o dia inteiro nesse mundo :D



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                A queda...

                A queda me lembrou das minhas origens...

                Eu caí...

                Havia escuridão por todo lugar, a ameaçante ausência de som me perturbava. Não sabia como fui parar ali, não me lembrava de absolutamente nada. Então eu vi a mim mesma, em mais de uma forma.

                Eu estava caída, observei a mim mesma, a única coisa que eu vestia era um vestido branco que parecia ter sido destruído em um incêndio, pois neste havia queimaduras, rasgos e marcas de fuligem, mas eu não parecia ter saído de um incêndio. Minha pele estava limpa e meu cabelo preso para trás em um rabo de cavalo.

                Na minha cabeça, uma coroa.

                Em minha mão, uma espada.

A coroa transformou-se numa garota loira de olhos azuis usando um vestindo elegante e apertado, seu olhar era triste e tímido. Ela estava de costas para mim, encolhida ali de pé abraçando um livro enquanto fitava meu rosto com a face levemente virada.

A espada, então, transformou-se em outra garota com as mesmas características, porém mais alta, com roupas de batalha e com um ar intimidador que transmitia tal força e confiança impressionantes. Esta me olhava bem nos olhos com uma expressão sarcástica.

Eram a Princesa e a Jogadora.

— Que queda, hein? – Sarah questiona em um tom intimidador – Nada digno de alguém como eu, mas não posso culpá-la. Você também tem que passar muito tempo sendo essa daí – Ela aponta para a princesa com o olhar.

— hã... – Consigo falar.

— Você levou uma queda bem feia, atingiu sua cabeça, uma parte dela que é responsável por suas memórias e outras coisas – Explica a princesa olhando para frente no vazio – Você está em um coma.

— O que? M-mas eu tenho...

— Coisas a fazer? – Completam as duas.

— Ser nós duas está te matando e você sabe disso – Diz Sarah despreocupada pendurando a espada no ombro.

— Sabe que nunca poderia ser você, Sarah – Respondo.

— Ah não? – Ela questiona sorrindo.

 – As pessoas estão tentando te avisar, mas você não está escutando - Anuncia a princesa virando-se.

— Eu não posso pedir ajuda, estamos tão perto, só preciso de mais um tempo.

— Não temos mais tempo, Astrid Hofferson – Ambas falam com os olhos sendo tomados totalmente por uma luz vermelha.

                A princesa pega um frasco com algo roxo dentro e o destampa enquanto Sarah posiciona a espada a sua frente.

                - Se você não fizer nada – elas sorriram com dentes afiados e lágrimas negras escorreram em seus olhos vermelhos – Nós todas vamos morrer.

                Sarah enfia a espada no coração e a Princesa bebe da poção que seria um veneno e as duas, antes de morrer, dizem:

                - Nenhuma de nós será livre se você não mudar os fatos.

                Um espelho surgiu a minha frente, meus olhos ficaram totalmente negros e o vestido ganhou tons de vermelho. Vi-me desmaiar mais uma vez.

***

                - Astrid, você precisa sair daqui!

                - Astrid – gritava uma voz chorosa- vai ficar tudo bem, minha filha.

                Abri meus olhos que deviam refleti o alaranjado pelas chamas ao meu redor. O castelo inteiro em meio a chamas, a brisa insignificante arrastando as cinzas e o tecido da cortina.

                Eu me sentia menor e assustada, uma linda mulher de cabelos castanhos e olhos idênticos aos meus estava falando comigo e eu logo a reconheci, Reyna, minha mãe, estava presa debaixo de um guarda roupa feito de mármore. Ela gritava e chorava para que eu saísse.

                - MAMÃE – Grito chorando tentando tirá-la dali – MAMÃE!

                - Não filha, mamãe esta bem – ela empurrava o guarda-roupa com os braços e as pernas – Filha você tem que sair daqui.

                Calid surgiu das chamas no quarto e quando ela percebeu, tirou um dos braços dali e o usou para segurar a minha mão. Eu me debatia de chorar tentando levantar o estúpido guarda roupa.

                - Escuta a mamãe, filha. A mamãe te ama, te ama muito – Ela diz encostando a minha cabeça contra a dela – Mamãe te ama mais do que você ama ela, continuar a amar,tá bem? É a única coisa que a gente tem quando a tristeza vem. Não deixe de amar, minha criança porque eu te amo muito, Astrid Hofferson. Não importa como.

                Senti Calid puxando a minha cintura em meio a lágrimas me tirando do incêndio.

                - MAMÃE!

                - TEMOS QUE SAIR DAQUI, ASTRID. VAI FICSR TUDO BEM – GRITA CALID TENTANDO ME ACALMAR.

                Quando eu olho novamente para o lugar onde minha mãe estava, apenas a mão que segurou a minha estava ali, sobre caído chão. Não se podia mais ver seu rosto ou seus cabelos, apenas aquele braço esticado no tapete do lado de fora daquele guarda roupa.

                - MAMÃE!

                - MÃE!

                - Mãe...

                - mãe...

                ...

***

                - MÃE! – Eu grito acordando enfim.

                Eu estava suando frio, apenas a luz da lua iluminava o cômodo. Onde eu estava? O que eu vestia? Bem, eu não sabia. O que me importava era que minha respiração voltasse ao normal.

                Olhei para onde eu estava, era a... Não poderia ser. Poderia? Eu estava vestida uma camisa verde folgada e uma blusa um pouco colada por baixo para que não revelasse nada. Além de uma calça azulada meio frouxa. Meus cabelos estavam soltos com apenas a minha headband e um curativo, quando a toquei senti todas as partes que haviam sido agredidas da minha cabeça e do meu corpo doerem numa sintonia agonizante.

                Então me lembrei de tudo o que eu tinha visto, finalmente lembrara a morte da minha mãe e tudo o que eu queria era esquecer de novo. As lágrimas que evitava derramar se mostraram e eu não me importava mais com elas, mas tudo pelo o qual eu chorava não era mias por não ter minha mãe perto de mim, isto eu já chorara bastante quando mais jovem, o motivo pelo qual eu chorara era de nunca ter cumprido aquela promessa direito...

                - Eu não acredito que no único momento que eu saio ela acorda – Eu ouço a voz preocupada de Soluço em meio a passos apressados.

                Ele abre a porta segurando um remédio em uma das mãos, ele parecia exausto, eu me sentia exausta, estamos todos exaustos. Soluço vira minhas lágrimas. Eu não acreditava que ele cuidara de mim tão bem, alguém que era tão frio antes e que agora me faz sorrir ao olhar para mim.

                - Astrid...

                Eu não falo nada apenas me levanto e estendo meus braços pedindo um abraço com um pequeno sorriso. Ele sorri pra mim preocupado e me abraça rapidamente.

                Não sei o quanto ele se importa comigo, mas ele me abraça de um jeito que eu não preciso ficar nas pontas dos pés para alcançá-lo, ele simplesmente me levantara.

                - Eu estava tão preocupado... Achei que não fosse acordar... E-então eu te trouxe pra cá, você estava muito machucada...

                - Obrigada- eu o interrompo com lágrimas de alegria por ter alguém que se importa tanto assim comigo enchendo sua bochecha de beijos – Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada...

                Ele sorri corando pondo a cabeça no meu ombro.

                - Não precisa parar não, mas você sabe que ainda tem muito que me explicar, não é? – Ele pergunta.

                Saio do abraço.

                - Eu sei sim... Mas há quanto tempo eu estou desacordada? – Pergunto.

                - Não se preocupe com as coisas, eu dei algumas desculpas e mexi uns pauzinhos, você está livre por mais uns quatro dias.

                - Nossa! Como fez isso? Nem eu consigo tanto tempo assim.

                - Eu tenho certas vantagens com os jogos e sendo o líder, deveria saber disso, princesinha – Ele diz irônico.

                - Não me chama assim, não – Digo bagunçando seus cabelos, mas quase caindo.

                - Você ainda está bem fraquinha, não se esforce muito, tudo bem?

                Confirmo com a cabeça.

                - Estou mais preocupada com ter que me acostumar a ter que olhar pra cima pra te ver, eu nunca notei que sou tão mais baixa que você e sem falar dos apelidos que você vai colocar em mim daqui pra frente – Mexo os ombros.

                - Pode apostar – Soluço confirma – Baixinha.

                Sorrimos um para o outro.

                Vamos para a sala no andar de baixo, ele diz que tem alguém me esperando lá, Soluço me apoiou porque ainda estava difícil andar. Embora não me lembrasse de ter memachucado tanto assim.

                - Não acredito como minhas roupas velhas ficaram bem em você – Ele diz enquanto descemos.

                - Estão bem frouxas, pra falar a verdade. Não quero reclamar, mas o que aconteceu com as roupas da S... – Me calo.

                - Minha mãe as pôs para lavar, ao que a aparenta também já sabia... Eu juro que ela não me contou, ela percebeu que eu quase te chamei de Astrid na ultima prova, desculpe.

                - Só tenha mais cuidado, está bem? Estou tentando não levantar a mínima suspeita.

                - ASTRID! –Grita Calid ao chegarmos à sala me abraçando.

                - E por falar em discrição – resmungo até sentir a dor de seu abraço apertado – Ai!

                Calid se desculpa me largando. Eu não estava mais brava com eles, eu estava triste por eles terem feito aquele vestido de casamento, de não terem me perguntado nada... De muita coisa, mas tudo o que eu via em Calid agora era o incêndio.

                - Eles sabem? – Soluço pergunta confuso.

                - Eram os únicos que sabiam...

                Além dele, Dave e Valka estavam ali preocupados comigo. Eu já achava aquelas cinco pessoas demais, um número tão elevado, mas que se importavam tanto comigo. Era meio assustador carregar isso, mas era tão bom tê-los ali para mim.

                Após todos me abraçarem e me analisarem bem, eu olho para os Haddock respirando bem fundo.

                - Eu achei que contaria isso mais cedo, mas a oportunidade não havia chegado até agora... Eu preciso contar pra vocês, Valka e Soluço, sobre a Sarah... – Digo me sentando entre Calid e Dave olhando para os Haddocks sentados a minha frente prestando atenção totalmente – Tudo isso foi ideia do Stoico...


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Deu uma aliviada no coração?
Peço mil desculpas por não ter respondido todos os comentários dos capítulos de domingo. Prometo que até sexta todos estarão dignamente respondidos com muito carinho.
Mesmo assim, por favor, não deixem de comentar porque incentiva demais.
Espero que tenham gostado do capítulo.
(Não sabe ainda a nova frequência de postagem? Tudo bem, o próximo sai dia: 24.03.2016)



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