Perdida? escrita por Romantica10


Capítulo 4
Capitulo Quatro




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CAPITULO QUATRO

Depois da palestra um pouco enfadonha – sinta o sarcasmo -, eles foram embora. Jonas deu uma piscada antes de ir embora. Sorri como uma idiota de seu flerte ridículo. Bill parou ao meu lado na ida.

“Estava passando mal quando saiu da palestra?” Perguntou.

“Não”.Sorri em sua direção. “Estava chato isso sim. Infinitamente chato. E você e Abigail? Hum?” Alfinetei. Ele ficou vermelho.

“Ela… é… Depois da palestra ela saiu com algumas garotas e tal”.

“Você sabe que não foi isso que eu quis dizer, não é?” Me apoiei em seu ombro. “Deixa para lá. Vamos almoçar?”.

“Sim, estou morrendo de fome”.

Todos almoçavam em um grande refeitório. Achamos uma mesa vazia. Bill foi buscar a comida. Fazia um tempo que eu não vinha aqui. Eu não era obrigada a comer aqui. Tânia quase sempre trazia minha comida no meu quarto. Eu, com uma anti-social que sou, não saia do meu quarto para fazer praticamente nada. Minha preguiça também dificultava tudo.

Ele voltou uns minutos depois com a comida. Hoje era macarrão com queijo, eu adoro. Notei que todos olhavam para mim. Bom, pelo menos tentavam disfarçar. Eu nunca me viam , então eu era tecnicamente uma celebridade aqui. Só por causa da AIDS. Eu nem ligo, mas é chato ser a centro das atenções.

“Abigail, me perguntou se você estava afim do cara de cabelo azul”. Todos perceberam que eu tinha falado com Jonas? Claro que sim! Você entrou com ele no pátio! Entraram juntos! Merda!

“Quem?” Desconversei. Ele arqueou a sobrancelha em sinal de descrença.

“Você não me engana, Luiza. Sei que você falou com ele e que ficou toda caidinha”. Colocou um pouco de macarrão na boca, apoiando a mão na bochecha.

“Não estava, não”. Falei um pouco alto de mais. Algumas pessoas perto, nos olhavam com interesse. Fofoqueiros! “Você está imaginando coisas”. Sussurro indignado.

“O pior que enganar os outros é enganar a si mesmo”. Diz.

“Eu não gosto dele”. Digo.

“Está bem”. Responde.

“Nem um pouquinho”.

“Eu sei, você já disse”.

“Que bom que entendeu”. Na verdade naquele momento, eu mesma estava tentando me assegurar de que não gostava dele.

Depois do almoço, eu voltei para o meu quarto. Abigail ainda não tinha dado as caras por aqui. Me joguei na cama, bufando. Minha cabeça estava doendo. Jonas estava costurado em minha mente e por mais que eu quisesse que ele saísse, ele não saia. EU tentava pensar em algo masoquista e triste, mas o sorriso desdenhoso de ficou preso a minha mente.

Toquei meu cabelo, até ele me fazia lembrar de Jonas. E por um momento se passou pela minha cabeça que talvez eu não devesse ficar lutando para parar de pensar nele, porque se ele não saia da minha cabeça e porque eu queria sua lembrança. Parei de me esforçar em esquecê-lo e comecei a lembrar melhor dele.

O cabelo azul era indispensável. Ele não tinha piercing, nem brincos. A coisa mais anormal que tinha nele era só mesmo o cabelo. O rosto era quadrado e os olhos eram negros e profundos. Ele não parecia um homem cheio de músculos, mas por baixo da blusa notei que ele tinha músculos sim. Tapei meu rosto de inquietação. Jesus, será que estou tendo aquelas paixonites adolescentes pela primeira vez? Oh, não!

Abigail voltou para o quarto, conversamos sobre algo simples. Não falei com ela a respeito de Jonas. Eu queria que ele ficasse somente na minha mente e não na dos outros. Egoísta demais até mesmo para mim, mas eu não ligava. Talvez a lembrança dele seria a única boa em minha vida.

Passou-se uma semana depois do evento. Um novo papel apareceu no quadro de avisos. Só Deus sabe quantas vezes eu passei por aquele quadro esperando que algum encontro… Eu não sei bem o que procurava, para mim eu já acho que estou ficando louca, mas no fundo eu sabia o que eu queria. Eu queria que houvesse algum evento no qual Jonas pudesse estar. Eu devia estar mesmo louca. Com certeza, louca.

No domingo, quando eu encontrei um novo aviso, tentei não parecer uma louca ao ver o quadro.

“Jovem voluntário do mês: Jonas Richard”.

Hoje era dia primeiro. Pense na minha ansiedade naquele momento. Até agora eu estou grudada na minha janela, olhando para o nada. Carregando uma caneca fumegante, esperei ansiosamente algo acontecer. Eu sei talvez eu esteja criando falsas esperanças, mas o que custava tentar.

Uma moto roncou. Eu sabia, eu sabia que era ele. Fiquei onde estava. Então ele resolveu aparecer. De primeira pensei que não se tratava dele e sim de uma outra pessoa, mas minha intuição não me enganava. Ele tinha pintado os cabelos e feito um novo corte de cabelo. Agora seu cabelo tinha a mesma cor que as sobrancelhas grossas e negras.

Ele desceu da moto um tanto apressado. Acho notou que estava sendo observado, pois me olhou diretamente. Ele sorriu e acenou para mim. Acenei de volta com uma idiota. Ele me chamou com a mão, um sinal para eu descer. Acenei um já vai e ele esperou.

Desci os degraus normalmente. Ele que esperasse, pois eu esperei por uma semana. Ao vê-lo fiquei meio boquiaberta. Ele estava realmente lindo.

“Cabelo novo, vida nova…” Zoei. Ele coçou a cabeça.

“Já tenho dezoito anos, não posso andar como um rebelde de quinze”.

“Eu tenho quinze”. Alfinetei.

“Mas não é rebelde”. Andou até a minha direção, parando na minha frente. Inclinou-se um pouco. “Eu ainda sou um rebelde de quinze, só pintei para impressionar”. Sorriu.

“A quem?” Desdenhei de sua façanha.

“Você”. Depois disso, calei a boca. Ele riu da minha cara por um tempo, mas depois perdeu a graça. “Vou ficar aqui por um mês em trabalho integral. Vou trabalhar como instrutor das crianças, eu acho”.

“Seria hilariante ver você comandado uma turma de crianças”. Sorri.

“Vou cuidar de uma turma em todas as atividades. Praticamente serei um professor. Sinceramente, estou me sentindo importante”. Sorriu em minha direção. “Onde ficam as crianças?”.

Ele se pôs ao meu lado, enquanto eu o guiava pelos corredores do primeiro andar. “A partir de catorze anos, nós temos que nos mudar para o segundo andar, então possivelmente você não vai poder subir e tal… Os dormitórios são do lado esquerdo do prédio no 1º andar. A parte direita são áreas recreativas como o parquinho e a sala de artes”. Digo parando em frente à porta da diretora. “Acho que talvez você quisesse falar com ela primeiro”. Digo.

Ele bateu na porta. “Entra comigo?” Ele não me deixou, responder, pois logo que o entre de Cristina foi ouvido e praticamente me puxou para dentro. Magra e desajeitada, entrei praticamente cambaleando na sala.

“Você me paga”. Cantarolei sarcasticamente.

“Olá, Diretora sou Jonas, o voluntário”. Falou me ignorando.

“Que bom que veio”. Respondeu ela se levantando. “Luiza, o que faz aqui?”.

Ia responder, mas ele me interrompeu. “Encontrei com ela, que me trousse aqui”.

“Está bem. Tem alguma duvida a respeito de seu trabalho?” Pergunta.

“Não, está tudo bem”. Ele coçou a cabeça. “A senhora deixaria Luiza ficar comigo durante o trabalho?”.

Arregalei os olhos. Que merda ele está fazendo? A diretora me olhou interrogativa.

“Se ela aceitar, não vou discordar. Aceita, querida?” Pergunta.

“Eu…” olhei para ele. “Eu adoraria, senhora”.

Jonas me paga!


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Notas finais do capítulo

Bjs. comentem e recomendem, favoritem.



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