Perdida em Crepúsculo: além do sonho. escrita por Andy Sousa


Capítulo 12
Tudo por você.


Notas iniciais do capítulo

Será que apesar de toda aquela raiva e sede de vingança tem alguém aí com dó do Edward?
E será que alguém se lembra do pobre do Jacob?
Bem, nosso lobo não é nada bobo, vocês acham que ele vai deixar quieto um vampirão desse dando em cima da garota dele? Hmmm...
Boa leitura!



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Edward PDV

"Tem uma coisa que não consigo explicar.
Eu estou tão apaixonado por você
E você nunca vai levar isso embora.
E se eu disse isso cem vezes antes, espere mais mil.
Fique esperando que eu vá te ligar
Só para saber se você está bem quando não estou por perto.
Perguntando se você me ama,
Eu adoro o jeito que você faz isso soar.
Será que eu tento demais fazer você sorrir?
Eu não posso acreditar, você realmente me conquistou.
Eu pensava que o mundo tivesse perdido o sentido,
Então você chegou e mudou tudo.
Jogou fora o passado, me mostrou o futuro
E sinto como se pudesse voar quando estou perto de você.
Eu só quero saber se você fica bem
Quando eu não estou por perto."

Calling You – Blue October

~*~

O restante do horário de almoço pareceu se arrastar, eu ainda conversava com meus irmãos, contudo desta vez era apenas para me distrair. Assim que o sinal soou me levantei e fui até Liese, ela andava despreocupadamente seguindo o curso, mas ao menos estava sozinha. Foi pega de surpresa ao me sentir ao seu lado e suspirou. Sempre era bom estar perto, ela tinha um cheiro singular, doce e extremamente convidativo. O monstro em mim já havia se acostumado a ficar apenas na vontade.

— Veio me fazer companhia? – Provocou sem me olhar.

Era divertido vê-la tentar parecer ameaçadora em sua frieza, o efeito não pegava direito em mim, só o que conseguia era ter vontade de sorrir.

— Tem alguma objeção?

— Não. A escola é para todos.

Ri.

— Sim, de fato.

Apesar de ter falado comigo estava anormalmente quieta, então me dei conta que o que eu via era um disfarce, do mesmo jeito que ela fizera no refeitório.

— Continua assustada?

Fitávamos a frente apesar de estarmos claramente em uma conversa, parecia que Liese também evitava olhar em meus olhos.

— Talvez com o tempo eu consiga esquecer, mas ainda é muito recente. E até mesmo para mim que acabei me acostumando a ver coisas esquisitas aquilo foi bastante desagradável. Não sei, pensava que depois de ter visto você ser agressivo comigo nada mais pudesse me assustar.

Eu não disse nada e enfim pude sentir seu rosto observando o meu.

— Não falei isso como uma provocação, me desculpe. É só a verdade – deu de ombros. – Mas a minha verdade está tão confusa ultimamente, assim como minha realidade, nada mais parece fazer sentido, se é que um dia fez.

Riu ela sem humor.

Chegamos à porta da sala de biologia, mas não adentramos de imediato.

— Outra vez estamos no corredor tendo conversas demasiadas sérias para a nossa idade.

Aproximei-me um pouco e baixei o tom da voz.

— Esqueceu-se de que sou consideravelmente mais velho?

Ela me olhava e piscou vagarosamente, então sacudiu a cabeça e se afastou, teria achado sua atitude peculiar se sua face não tivesse ficado enrubescida e suas palavras seguintes confirmaram minhas suspeitas.

— Você ainda continua sendo bom em deslumbrar uma garota. Ficaria agradecida se não fizesse isso comigo.

— Eu não fiz de propósito.

Era verdade. Claro que tinha ciência de que era perfeitamente capaz de seduzir qualquer humana e não me gabava, era uma característica acentuada de nossa espécie, nossa forma de atrair as vítimas. Eu era o predador mais perigoso do mundo, pois tudo em mim era atrativo.

— Claro que não fez.

Estava irritada e saiu de perto de mim indo se sentar no lugar de sempre. Liese não era a única que passava por aquilo, os pensamentos da maioria das garotas ao redor dizia que elas desejavam estar comigo e pelo quê? Por um rosto bonito apenas, pois nenhuma delas me conhecia a fundo, não sabiam nada sobre minha personalidade, mas algumas conseguiam ter ideias tão exigentes que chegava a beirar o absurdo. Acreditavam que eu fosse perfeito, pois minha face era. Então os humanos estavam sempre se pondo nas garras do predador sem sequer fazer esforço. Sua vaidade era o que lhes custava a vida.

Constantemente estas meninas eram repelidas, era seu instinto natural, todavia não havia qualquer encorajamento de minha parte, pois não lidava bem com estas investidas nada sutis. Quando andei para perto de Aneliese me vi momentaneamente interessado em saber o que ela pensava sobre mim. Seria igual às outras? Eu não duvidava disso. Ela era jovem, adolescente, porque não pensaria como uma? Mas estava sendo condescendente agora, porque abria uma exceção. Eu não me importava que ela pudesse ser inconsequente, impulsiva, superficial quanto ao amor, eu pouco ligava. Eu só queria que ela me quisesse.

Será que fazia algum sentido? Provavelmente não.

Estávamos lado a lado, eu sentia seu calor, ouvia seu coração, sentia o cheiro de sua respiração, mas nunca me senti tão distante.

— Continua firme em sua decisão de não me revelar informações sobre ontem à noite?

Ela estava com queixo apoiado na palma da mão e olhava para o outro lado no que parecia ser uma tentativa de me ignorar. Pensei em lhe dizer que todas as vezes que decidia me magoar ela conseguia, me doía muito ser alvo de sua indiferença, porque eu fizera por onde, contudo eu jamais demonstrava, eu também me escondia detrás de uma máscara. Eu tinha inúmeras delas.

— Saiba que é egoísmo guardar o conhecimento para nós mesmos – tentei usar de amenidades.

— Então serei egoísta e posso lidar com isso.

— Vai esconder a verdade de Charlie também?

Ela bufou.

— Bem que eu queria ter escondido – falou distraída.

Bingo!

Depois de um minuto enfim saiu de sua posição, se recostou à cadeira e me encarou por entre olhos semicerrados.

— Você está planejando algo, não está? Estou sonhando ou mais cedo me deu sua palavra de que não iria atrás daquelas pessoas?

— Sim, eu dei e vou cumprir, porém não pode me deter de tentar mantê-la a salvo. É só o que me importa.

— Eu não era a única na mira das ameaças, Lauren não sofreu nada grave, mas ela deve se lembrar de alguma coisa e para alguém que não conhece esse seu universo sombrio isto deve ser um baita de um golpe.

Assenti.

— Não vou deixá-la desprotegida, se é o que quer dizer, mas compreenda que sou perfeitamente capaz de vigiar as duas.

— Eu já tenho quem cuide de mim.

Fora de sua visão pude cerrar meus punhos procurando concentrar toda minha raiva ali.

— Fala do cachorro.

— Jacob, ele se chama Jacob.

— Oh me desculpe. Fala de Jacob. Seu... O quê? Não acho que sejam namorados.

— Ainda.

O professor adentrou a sala e pediu aos alunos que fizessem silêncio. Aneliese se afastou e contra a vontade tive que desviar meus olhos, mas aquela maldita palavra ficou queimando por trás de minhas pálpebras tornando difícil ignorar a fúria de meu ser.

Eu não conseguira voltar a meu estado de controle habitual, precisara de toda a força de vontade do mundo para manter o comportamento normal durante as aulas, estava sendo um dia desafiador. O sinal de saída ecoou como o sino da libertação, eu não aguentava mais ser tão cuidadoso, precisava ficar longe destas pessoas, precisava extravasar a inquietação e a revolta ou acabaria agindo sem pensar. Fiz o caminho direto para o Volvo, aproveitando de minha destreza para me desviar dos estudantes, em cinco minutos havia alcançado o veículo e já estava atrás do volante esperando que meus irmãos se reunissem a mim.

A radiopatrulha adentrou o estacionamento e parou perto do canteiro. Os pensamentos de Charlie foram de grande ajuda, mais ainda do que as informações que Liese havia me prestado. Ele estava em sua própria busca por justiça, mas não encontraria nada quando na verdade perseguia pistas falsas, ainda assim eu daria um jeito de tomar posse do depoimento que ele tinha na delegacia. Poderia fazer isto facilmente pela noite.

Aneliese surgiu no corredor novamente junto das amigas e elas discutiam o tal baile. Abri a janela para ter mais acesso ao que falavam.

— Mas porque você não iria Liese?

— Não sei. Vocês não acham que o clima de repente ficou pesado?

— Claro. Nós entendemos seu lado, pois o que você e a Lauren passaram foi horrível, mas talvez justamente por isso fosse aconselhável sair e se divertir, você não acha?

— Não sei. Vou ter que pensar sobre isso, além do mais fiz planos sem sequer consultar Jacob.

— Seu par? Mas você já não o convidou?

— Sim, mas já faz tempo e nunca mais tocamos no assunto. As coisas agora estão... Diferentes. Talvez ele nem queira mais ir.

— Ah não faça isso Liese, por favor, nós já compramos tudo, o vestido, os acessórios. Combinamos de ir para aproveitar a noite junto, todas nós, se lembra? – Indagou Stanley tentando animá-la.

— Sim, eu sei. Mas e quanto a Lauren? Vocês sabem acaso se ela tem um par?

— O Tyler. Não é?

— Hmmm acho que sim. Bem, eu tenho que ir, voltarei ao trabalho hoje e não quero me atrasar.

— Tudo bem.

Caminhou apressadamente até a viatura e logo estava fora de vista.

Eu me questionava porque estava voltando à cidade tão cedo, mas estava sendo impossível ficar em meu quarto ou qualquer outra parte da casa. Eu estava enormemente ansioso e Alice não parava de me importunar com seus pensamentos, pois eles eram quase sempre sobre Liese, era sua forma de expressar a preocupação pela segurança dela.

Em particular além destas coisas eu tinha algumas outras que gostaria de esclarecer e simplesmente era impossível deixar para depois.

Sabia exatamente onde tinha de ir e dirigi velozmente pela estrada que beirava a floresta até alcançar a parte mais movimentada e fui obrigado a diminuir, mas não deixei de pisar no acelerador sempre que possível. Cerca de dez minutos depois de sair da mansão eu chegava a meu destino, deixei o carro em uma das vagas disponíveis para clientes e caminhei até o interior da loja. Um sino na porta anunciou minha chegada.

A Newton’s Outfitters era um dos maiores estabelecimentos da cidade, havia ganhado notoriedade por fornecer diversos equipamentos para atividades ao ar livre em uma área em que o turismo em sua maior parte consistia nisso. Minha família e eu éramos compradores fiéis, contudo em geral não usávamos o que adquiríamos por aqui, servia apenas para endossar nosso disfarce.

— Oh Edward! Como está querido?

Karen Newton saiu detrás do balcão e veio prestativa me receber com um largo sorriso. Ela e o marido haviam automaticamente criado uma boa imagem de nós depois que passamos a ser seus melhores clientes. Era incrivelmente superficial, sem dúvida e não me admirava que seu filho compartilhasse do mesmo tipo de noção ultrapassada.

— Olá, tudo bem?

Ela estendeu sua mão e a apertei rapidamente, dessa vez tinha a desculpa do frio para justificar minha temperatura.

— Em que posso ajudá-lo?

— Ontem meus irmãos e eu fomos acampar e só então nos demos conta de que nossos sacos de dormir estão bem puídos.

— Entendo. Bem, eles são resistentes, mas com o excesso de uso tendem a desgastar, não é? A seção de artigos noturnos é por aqui – indicou o caminho.

— Mãe, você sabe se...

Newton surgiu na curva de um dos corredores e parou de falar ao me avistar, seus pensamentos não se tornaram muito amigáveis e o observei com a mesma frieza que ele tentava demonstrar.

— Me desculpe, pensei que estivesse sozinha.

— O que é filho?

— Bem, eu precisava de sua ajuda lá atrás.

Ele falava do depósito, haviam recebido uma encomenda divergente do pedido que fizeram.

— Agora estou com um cliente, Michael.

— Tudo bem Karen. Acredito que esse assunto possa ser urgente. Porque não me deixa por conta dos funcionários?

Claro que eu estava sugerindo...

— Aneliese.

Não demorou até que ela aparecesse e por sua expressão já devia saber que eu estava aqui.

— Sim senhora Newton?

— Pode deixar suas tarefas por enquanto, Edward precisa de ajuda na seção de artigos noturnos.

Ela esboçou um sorriso simpático, mas não se passava de educação.

— É claro – respondeu vindo para perto.

— Ele e sua família são nossos clientes há bastante tempo, acredito que você irá fazer um ótimo atendimento. Aneliese é uma das melhores funcionárias que já tive Edward, ela sem dúvida vai lhe atender com bastante atenção e simpatia.

— Eles já se conhecem mamãe, esqueceu? Estudamos todos na mesma escola. – Newton não estava muito animado com a atitude da mãe, ele pensava que ela estava sendo ridícula.

Gentil.

— Oh, é verdade, como fui boba. Bem, então vou deixá-los, mas estarei lá no depósito caso precisem de mim.

Com mais um sorriso ela se ausentou junto do filho.

Liese se voltou para mim e outra vez demonstrou o sorriso prestativo, porém falso.

— Em que exatamente posso ajudá-lo?

Suspirei e lhe disse exatamente o que viera buscar, percebi que pareceu se divertir obscuramente com o que eu dissera.

— Isto realmente funciona, não é? Quero dizer, todos eles acreditam que vocês são adeptos de atividades saudáveis. A aparência está ao seu favor. – Falou enquanto seguíamos para a parte mais afastada.

— Tento entender se isso se tratou de um elogio.

—Não, não foi um elogio, você sabe que é bonito.

— Eu devia esperar por sua acidez?

— Devia esperar por isso e muito mais – me olhou significativamente.

— Me prometeram uma vendedora atenciosa e simpática – provoquei.

Analisava as etiquetas nas embalagens e levantou os olhos me encarando seriamente.

— Se eu fosse enumerar todas as promessas que ouvi e não foram cumpridas... Bem, você ficaria impressionado.

Estava brava.

Repentinamente me senti tolo por tê-la feito agir assim então achei melhor me concentrar na escolha dos produtos. Liese era boa no que fazia, não deixava por nada de ser profissional e respondeu todas as minhas perguntas sobre a mercadoria, em seguida me acompanhou até o balcão onde chamou pela senhora Newton para fazer a cobrança. Depois de insistir um pouco consegui dela a permissão para que Liese me acompanhasse até o carro com o pretexto de ter mais algumas dúvidas sobre a compra.

Do lado de fora ela andou ao meu lado em silêncio até estarmos suficientemente longe.

— Você não tem dúvida alguma sobre isso – falou apontando para as sacolas que eu carregava. – Você sequer vai usá-los e mesmo que fosse não encontraria o menor problema, acredito que vampiros saibam ler muito bem um manual.

— Sim, vampiros sabem ler um manual.

— Ótimo, então quer conversar comigo e claramente não pôde ao menos esperar que eu estivesse fora do trabalho. O que está acontecendo Edward?

— Sei que acha difícil acreditar, mas só estou preocupado com seu bem-estar.

— Estou perfeitamente bem como você mesmo pode ver.

— Sim, eu vejo. Mas...

— Edward, eu não preciso de sua proteção. Não quando implica em você achar que pode se manter próximo, não quero soar petulante, mas Jacob não gosta de você e quero evitar problemas.

— Não pensei que tivesse que prestar contas a outra pessoa.

— E não tenho, contudo não significa que eu simplesmente vá fazer coisas que sei que poderiam aborrecê-lo. Ele tem motivos para ficar irritado, você não acha? Inúmeras vezes eu estive muito perto de você, conversamos na escola e aqui estamos nós novamente. E sabe o que ele faz durante todo esse tempo? Confia em mim! Se arrisca para manter a tribo a salvo e eu sei que também está cuidando de mim. Ele merece muito mais comprometimento de minha parte, já lhe disse, eu não quero ser responsável por magoá-lo.

— Será possível que sua resolução não mudou em nada?

— O quê? Depois de ontem...

— Não, não é como se lhe cobrasse alguma coisa, sabe que eu viria te procurar de toda forma.

— Eu não vou mudar minha opinião. Quantas vezes terei de lhe dizer isso? Não vou largar Jacob. Ele esteve presente por mim quando mais precisei, foi ele quem me ajudou a superar toda a dor da rejeição e perda quando você se foi. Sabe que não foi fácil, mas na verdade talvez não saiba.

— Sim eu sei. Acredite em mim. Você está me fazendo passar pelo mesmo.

— Não, eu não estou. Eu não o magoei sem motivo, não o feri por acaso, minha reação é apenas uma resposta a seus atos. Olhe, eu não quero continuar essa conversa, ela não vai nos levar a lugar algum.

— Como pode saber?

— Apenas sei. Minha vida podia não ser maravilhosa, mas quando me aproximei de você eu me condenei e depois de ontem percebi que vampiros definitivamente não são bons para mim. Eu sempre me machuco ao ficar perto demais.

— Você não pode estar falando a sério. Aneliese onde está seu juízo? Você está junto de um lobisomem! Porque só vê o monstro em mim?

Ela sacudiu a cabeça.

— Não é isso, eu não estou julgando apenas pelas maldições que cada um de vocês carrega. Eu vejo as pessoas que são e Jacob de alguma forma é mais... Humano.

Como é?

— Então é isso? Vou te perder porque não tenho humanidade suficiente? É o que pensa de mim?

Ela apenas me olhou, mas seu silêncio era indubitavelmente uma confirmação.

Você não vê, mas estou sendo humano agora. Essa necessidade que tenho por você é minha parte humana. Queria ser mais humano que isso e agir impensadamente. Se pudesse fazer o que desejo você não estaria mais aqui, eu a raptaria e levaria para muito longe, para um lugar seguro onde só teria a mim para protegê-la. Então a amaria como nunca antes, todos os dias e todas as noites até convencê-la de que é a única para mim...

Eu quis dizer a ela todas essas coisas, mas não disse. E eu sabia o porquê, era porque esperava que me pedisse para ficar, queria ouvi-la dizer que me perdoava e que tudo voltaria a ser como antes. O fato era que eu não podia simplesmente forçar minha presença.

Meu subconsciente riu de mim.

Todavia isto é justamente o que você anda fazendo nos últimos dias.

Sim, era. Eu estava sendo patético... E mesmo que em meu último momento de rebeldia tentasse fingir não me importar, precisava me lembrar de que talvez Liese estivesse certa; agora mais do que nunca seria seguro que eu me mantivesse distante.

Ela olhava para o lado tentando se abstrair da conversa.

— Isso é tudo de que preciso. Obrigado.

Abri o porta-malas e coloquei as compras dentro. Então não havia nada mais que eu pudesse falar, era uma fuga. Um vampiro podia ficar envergonhado?

Comecei a me afastar, mas ao alcançar a porta do veículo ela me chamou, caminhou até mim e estendeu a mão.

— Senhora Newton me mataria se eu não lhe entregasse alguns.

Deixou a palma à vista e nela havia adesivos da loja.

— Não precisa usar se não quiser, mas oferecemos a todos os clientes, então... - Deu de ombros.

Peguei os objetos de sua mão sem deixar de notar que ela evitou ao máximo prolongar nosso toque.

— Agradecemos por escolher a Newton's.

Era sua frase de praxe, eu sabia, pois já a ouvira sendo dita por outros funcionários. Curta e profissional também indicava que nossa conversa estava terminada. Quando me virei e entrei no carro ela não me impediu. Quando manobrei para a saída ela já alcançava a porta e pude vê-la uma última vez antes que sumisse por entre um dos corredores.

Em nenhum momento Aneliese olhou para trás.


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Edward, tá carente. E a Liese firme e forte na recusa...



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