A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 69
Capítulo 68


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Por mais anos que passassem, o Três Vassouras nunca deixaria de estar na moda. Gerações de famílias passaram por lá e gerações futuras continuariam a passar.

Os Potter e os Weasley não eram exceção. Rose lembrava-se das vezes que a sua avó Molly lhe contava, a ela e aos seus primos, histórias das suas visitas a Hogsmeade e ao Três Vassouras. Claro que o seu parceiro de sempre, Arthur, estava sempre com ela.

Um facto sobre o Três Vassouras era que este não pertenceu sempre à mesma família. Normalmente, quando o proprietário chegava a uma certa idade, o Três Vassouras era colocado à venda. A atual proprietária era Hannah Longbottom.

Também a decoração era modificada quando um novo proprietário surgia. Hannah optou por uma decoração colorida. Ela pertencera aos Hufflepuff e queria ter algo da sua casa ali presente. Mas, ao mesmo tempo, achava injusto o facto de só estar a casa dela ali representada. Assim, em cada uma das quatro paredes, existia uma bandeira respetiva a cada uma das casas de Hogwarts.

Scorpius e Rose tinham chegado cedo ao Três Vassouras mas isso não impedia que este já estivesse cheio.

Dominique e James já se encontravam lá. Os filhos tinham ficado com Victoire.

—Priminha. – gritou James, dirigindo-se a Rose para abraçá-la, não se importando com quem estivesse à volta. Rose, como era de esperar, corou como um pimento. Ela detestava ser o centro das atenções.

—Sirius, está toda a gente a olhar. – sussurrou Rose ao ouvido do primo.

—Claro que estão. – respondeu James como se fosse óbvio – Eu agora sou uma pessoa famosa.

Rose separou-se de James para abraçar Dominique. As saudades de Dominique também eram muitas. Apenas começaram a falar mais no ano anterior, mas a amizade cresceu de forma exponencial.

Mas o momento mais aguardado era o cumprimento entre James e Scorpius. A última interação entre os dois não tinha sido a mais pacífica possível.

—Malfoy. – cumprimentou James.

—James. – cumprimentou Scorpius.

A tensão entre os dois era notável. Por mais que as coisas estivessem resolvidas entre Rose e Scorpius, James continuava desconfiado. Scorpius já tinha magoado Rose mais do que uma vez e uma das coisas que James mais detestava era ver a prima sofrer.

—E se nos fossemos sentar? – sugeriu Dominique para tentar aliviar o clima – Conta-me Rose. Já compraste o teu vestido para o baile de finalistas?

Rose não precisou dizer nada. A sua cara denunciava-a totalmente.

A verdade é que Rose mal tinha pensado no baile de finalistas. As discussões com Scorpius, os bilhetes anónimos aliados ao estudo intenso dado a proximidade dos exames fizeram com que Rose esquecesse isso.

—Rose, tu vais fazer o discurso. Como é possível não teres pensado nisso? – perguntou Dominique completamente chocada.

—Domi é a Rose. – disse James como se fosse óbvio.

—Está decidido. – disse Dominique em tom confiante, assustando os outros três – Não precisas de te preocupar com isso. Eu vou escolher o vestido e depois envio-to.

—Domi… - começou Rose com receio das possíveis escolhas de vestido da prima.

—Não precisas de dizer nada, Rose. Eu encontro o vestido perfeito para ti.

—E, tirando esse pormenor que parece gigante para a Domi, existe mais alguma novidade, Rose? – perguntou James tentando mudar o rumo da conversa.

—Contei tudo na minha última carta, Sirius. – respondeu Rose.

—Então quer dizer que está tudo bem contigo, Rose? – insistiu James.

—James podes perguntar de uma vez por todas se está tudo bem entre mim e ela. – disse Scorpius não se conseguindo conter – Podes perguntar-lhe à vontade se eu fiz mais alguma asneira. Se eu disse mais alguma coisa que não devia. Eu sei que fiz asneiras, mas eu e a Rose já falamos sobre isso. Ela sabe o quanto estou arrependido.

—Será que estás mesmo, Malfoy? Já não é a primeira vez que a fazes sofrer. – atirou James.

—Da última vez que isso aconteceu, a culpa não foi minha. E tu sabes disso. Sabes perfeitamente que armaram para mim e para ela para nos conseguirem separar. – respondeu Scorpius.

—Meninos acalmem-se, por favor. – pediu Rose intrometendo-se no meio da discussão – Nós somos todos amigos, vamos comportar-nos como tal. Está bem?

Ambos concordaram, reticentes. James ainda estava fulo com o que Scorpius disse a Rose. Isso não era coisa que se dizia a uma mulher. Scorpius devia sabê-lo.

—E como estão as crianças? – perguntou Rose.

Dominique começou a relatar sobre os últimos meses. As noites mal dormidas. As cólicas. Mas tudo isso era apagado pelo tempo passado com os filhos. O crescimento. As risadas. Tudo contribuía para a felicidade de James e Dominique. Os filhos eram a luz dos seus olhos.

—Interrompo? – perguntou Albus chegando perto do quarteto.

James levantou-se para cumprimentar o irmão.

—Como estás? – perguntou James, baixo para que só o irmão ouvisse.

—Melhor. – respondeu Albus com um sorriso. Este esmoreceu ao avistar Octavia do outro lado do Três Vassouras – Mais ou menos. Mas e como é que estão vocês? Onde estão os meus sobrinhos?

—Ficaram com a Victoire. – respondeu Dominique – Olá Albus.

—Meninos desculpem interromper. – disse Hannah chegando perto da mesa onde eles se encontravam com um envelope nas mãos – Pediram-me para te entregar isto, Rose. – disse Hannah estendendo envelope para Rose.

Rose pegou no envelope, reticente. Ela tinha uma vaga ideia de quem seria o bilhete. A maior surpresa foi o lugar onde este foi entregue. Normalmente, ela estava sozinha. Normalmente, ninguém via ela a receber estes bilhetes. Mas parecia que alguma coisa tinha mudado. A pessoa que andava a mandar os bilhetes estava mais arrojada, mais confiante que não seria apanhada.

—Abre, Rose. – pediu Scorpius. O seu tom era tudo menos calmo, ele já não conseguia disfarçar.

Aproveita…aproveita o tempo que tens para estudar. Para estares com o Scorpius. Porque depois dos exames…depois dos exames, tudo vai mudar…

Por momentos, Rose quis acreditar que não era o maníaco a mandar aquele bilhete. Por momentos, Rose quis acreditar que fosse alguma surpresa de Scorpius. Mas não. Ali estava mais um bilhete. Um bilhete que continha finalmente a contagem decrescente. Rose sabia que o maníaco lhe dava pouco tempo, mas agora tinha o prazo.

—Estou farto desta merda toda. – disse Scorpius tirando a carta das mãos de Rose e dirigindo-se ao balcão. Mais precisamente, à zona onde estava Hannah – Dona Hannah, pode dizer-me quem lhe entregou este bilhete?

—Claro, querido. – respondeu Hannah com um sorriso.

Scorpius não esperava por aquela resposta. Scorpius pensava que era mais um beco sem saída. Era isso que o maníaco gostava de fazer. Levá-los a falsas esperanças.

—Foi a Molly. – concluiu Hannah apontando para Molly Weasley.

Tanto Scorpius como Rose, que tinha chegado logo a seguir, olharam para Molly completamente incrédulos. Que razões tinha Molly para os querer separar? Molly sempre se mostrara tão prestável e simpática com os dois. Ela não tinha quaisquer motivos para os separar.

—A Molly? A Dona Hannah tem a certeza? – perguntou Scorpius.

—Sim. – respondeu Hannah – Ela veio entregar-me a carta há cerca de cinco minutos. Mas há algum problema.

—Não. Nenhum. – disse Scorpius tentando esconder, inutilmente, toda a sua raiva.

—Scorp e agora? – perguntou Rose sem conseguir ainda acreditar no que acabara de ouvir. Molly era sua prima. Porque é que ela lhe desejava tanto mal?

—Agora vamos resolver isto de uma vez por todas. – disse Scorpius dirigindo-se à mesa onde se encontrava Molly, Octavia e Sarah – Precisamos de conversar, Weasley. – disse em tom de ordem.

—Ei Scorpius. – disse Octavia intrometendo-se na conversa – Isto não é chegar aqui e falar assim.

—Octavia, por uma vez na vida, não te metas nisto. Isto é um assunto entre mim, a Rose e a Molly.

—A Molly é minha amiga por isso também é do meu interesse. – respondeu Sarah defendendo Molly – Podemos saber qual o teu problema, Malfoy?

—Meninas, eu não vos quero meter nisto. – disse Scorpius.

—Meteste-nos nisto no momento em que vieste a esta mesa. Agora podes desembuchar de uma vez por todas, Malfoy. – disse Octavia já sem paciência nenhuma. O que estava a acontecer aliado ao facto de Albus não deixar de a encarar estavam a deixá-la completamente impaciente.

—Eu e a Rose acabamos de descobrir quem anda a mandar os bilhetes à Rose. Sarah, descobrimos quem te mandou os bilhetes. – disse Scorpius prendendo a atenção das três – Foste tu Molly.

—Eu nem sei do que estás a falar. – disse Molly defendendo-se.

—Sabes perfeitamente. A dona Hannah disse que foste tu que lhe entregaste a carta que chegou às mãos da Rose.

—Qual carta? Eu não sei do que estás a falar. – disse Molly sem perceber o que estava ali a acontecer.

—Scorpius isso é uma acusação muito grave. – interveio Octavia.

—Eu tenho testemunhas, Octavia. A dona Hannah disse que foi ela que entregou a carta para dar à Rose. – disse Scorpius. Ela não conseguia acreditar que a Octavia e a Sarah, principalmente a Sarah, estavam a defender a Molly depois das crueldades que esta tinha feito – Ficas avisada Molly. Mandas mais uma carta e denuncio-te à diretora. Vamos embora, Rose.

Rose foi seguiu Scorpius sem dizer uma única palavra. Ela estava completamente em choque. Ela não conseguia acreditar que tinha sido alguém da sua família que lhe tinha feito aquilo. Ela nunca fizera nenhum mal a Molly.

Mas, algo no fundo da sua mente dizia-lhe que talvez não tivesse sido a Molly a fazer isto. Molly não tinha razões. Molly dava-se muito bem com a Sarah. Qual a lógica de ameaçar a Sarah para se meter com o Scorpius? E notava-se perfeitamente que a Molly estava interessada na Sarah. Além de tudo isto, Molly jurava a pés juntos que não tinha entregue a carta a Hannah. Havia testemunhas por isso Rose não percebia porquê que Molly negava.

—Nós vamos andando. – disse Scorpius despedindo-se de Dominique e James – Desculpem não passarmos mais tempo convosco.

James apenas encarou a prima. Esta estava com um olhar completamente vazio. James aproximou-se e abraçou-a.

—Rose vai ficar tudo bem. – sussurrou James ao ouvido de Rose – Tens de enfrentar isto. Não podes ficar nesta apatia. Por favor, tens de reagir. Tens de ser aquela pessoa que atordoou o próprio primo para que este não fizesse uma asneira. Tens de ser aquela que, mesmo pensando que a pessoa de quem gostava a tinha traído, o ajudou. Tens de ser aquela pessoa que enfrentou a Anderson. Tens de ser forte. As coisas com a Molly vão ser esclarecidas.

—Oh Sirius. – bracejou Rose abraçando James com mais força e deixando cair a sua primeira lágrima.

—Tu és forte. Eu acredito em ti. Tudo se vai resolver. – terminou James soltando Rose e virando-se para Scorpius – Cuida dela.

—Sempre. – respondeu Scorpius.

—----//-----

—Eu não percebo. Eu juro que não percebo. – bracejava Molly enquanto caminhavam em direção a Hogwarts – Eu juro Sarah, eu não fiz nada. Eu não tenho razões para separar a Rose do Scorpius. Porque razões haveria de fazer isso?

—Não sei, Molly. – respondeu Sarah, sinceramente – Eu não sei que razões terias. Aparentemente não tens nenhuma. Mas tu sabias do nosso envolvimento, até porque eras uma das pessoas em causa. E a pessoa que me ameaçou também sabia.

—E isso faz de mim culpada, Sarah? – perguntou Molly sem acreditar no que ouvia – Sarah, tu conheces-me. Tu sabes que eu seria incapaz disso. Eu mal falava com a Rose. Com o Scorpius muito menos. Tu tens que concordar comigo que a única razão de quererem separá-los é porque essa pessoa está interessada num deles. E eu não estou interessada em nenhum deles. Aliás a única pessoa em que eu estou interessada está à minha frente. – confessou Molly.

Sarah olhou para ela sem saber o que dizer. Molly tinha acabado de dizer o que Sarah pensava? Molly tinha acabado de dizer que estava interessada em si?

Se isto tivesse acontecido há algum tempo atrás, Sarah diria que estava apaixonada por Octavia. Mas, naquele momento, ela já não sabia. Naquele momento, a sensatez, a simpatia, a confiança de Molly ofuscavam os sentimentos que tinha por Octavia.

—O que é que acabaste de dizer? – perguntou Sarah para confirmar o que tinha acabado de ouvir.

—Que estou interessada em ti. – respondeu Molly. A voz saiu-lhe mais fraca do que queria. A confiança já não era a mesma.

Agora Sarah tinha a certeza que tinha ouvido bem. E, sem que nenhuma das duas pudesse prever, Sarah beijou Molly.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do encontro entre James, Dominique, Rose e Scorpius? E voltamos a ter um bilhete...que acharam? Acham que foi realmente a Molly a mandá-lo? Acham que não foi? Que acharam do Scorpius ter ido esclarecer as coisas com a Molly? E, por fim, que acharam da Sarah e da Molly?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥