Rose, Rose, não consigo acreditar que continuas a duvidar das minhas capacidades.

Como conseguiste achar que eu seria assim uma pessoa tão descuidada. Nunca pensei que caísses direitinha na minha artimanha. Tu saberás quem eu sou quando eu quiser.

E para que fiques com menos dúvidas só te tenho a dizer…conheces a maldição Imperius?

Aquele tinha sido o bilhete que Rose tinha recebido no dia a seguir à visita de Hogsmeade.

Depois de ela e Scorpius terem confrontado Molly com a possibilidade de ela ser a autora dos bilhetes, Rose não deixou de pensar nisso. Na sua cabeça passavam mil e um motivos que Molly teria para fazer aquilo. Cada um menos plausível que o outro.

Molly era aquela pessoa que se mantinha no seu canto sem fazer mal a uma mosca. Molly era aquela pessoa que se notava a léguas estar interessada em Sarah Finnigan dando-lhe menos razões para os querer separar.

E ali, à sua frente, estava a prova que as ideias mirabolantes que tivera durante a noite não faziam qualquer sentido. Ali estava a prova que Molly nada tinha a ver com os bilhetes.

Rose sentia-se completamente culpada pela forma como deixou Scorpius falar com Molly. Sentia-se culpada por, por momentos, ter acreditado que Molly seria realmente capaz de fazer aquilo. Rose sentia-se completamente burra e frustrada por não ter pensado nas mil e uma razões que justificassem ter sido Molly a entregar o bilhete a Hannah e sem ser a real culpada. Nunca passou pela cabeça que o maníaco dos bilhetes utilizasse uma das Maldições Imperdoáveis para continuar com os seus joguinhos nojentos. Nunca lhe passou pela cabeça que essa pessoa cometesse esse crime.

Naquela manhã, Rose não seguiu para o salão Principal. Naquela manhã, o destino de Rose era outra. A entrada perto das cozinhas que dava acesso ao salão comunal dos Hufflepuff.

Ao contrário do que Rose poderia esperar, Molly não saiu do salão comunal dos Hufflepuff. Ela chegou pouco depois de Rose.

—Bom dia, Molly. - disse Rose cumprimentando a prima.

—Bom dia. - cumprimentou Molly - Se vieste aqui para continuares com as acusações de ontem...

—Não foi por isso que eu vim aqui. Pelo contrário. - disse Rose - Acompanhas-me até ao salão Principal?

Molly concordou. Ela queria saber o que Rose tinha a dizer. Ontem apenas Scorpius tinha falado. Rose permanecera calada. Apenas, notou Molly, o choque caracterizava Rose.

 -Eu queria pedir-te desculpas. - disse Rose enquanto caminhavam - Queria pedir desculpas pela forma como o Scorpius falou contigo. Queria pedir desculpas por, por momentos, ter acreditado que eras tu a autora dos bilhetes. Eu sinto-me péssima por ter desconfiado de ti. Por ter desconfiado de alguém da minha própria família. Do meu sangue.

—O que te levou a chegar à conclusão que não era eu? - perguntou Molly.

Rose baixou a cabeça. Tinha sido o maníaco dos bilhetes que lhe tinha dito que tinha usado a maldição Imperius em Molly.

—Foi a pessoa que manda os bilhetes que me disse que te colocou sobre a maldição Imperius. - confessou Rose.

—Quer dizer que não pensaste sequer na inocência da tua prima? - perguntou Molly em tom magoado.

—Eu estive a noite toda em branco a pensar neste assunto. Tentava imaginar que motivos terias para nos separar. O teu interesse na Sarah Finnigan é óbvio por isso não podia ser para ficares com algum de nós dois. Nós não nos detestamos para tu quereres o meu mal. Desculpa Molly. Desculpa por em vez de ter pensado nas formas que existiam para que tivesses sido tu a entregar o bilhete à Hannah de forma involuntária, estive a pensar nos motivos que terias para me separares do Scorpius.

—Eu fiquei magoada, Rose. Mas, ao mesmo tempo, eu percebi. Quando a Hannah vos disse o meu nome, o vosso único pensamento foi confrontar-me e saber as razões que me levariam a fazer aquilo. Eu perdoo-te. 

—Mesmo? - perguntou Rose mostrando o seu primeiro sorriso, naquela mamhã.

—Mesmo. - respondeu Molly sorrindo - E agora que também fui metida ao barulho, vou fazer o máximo possível para descobrir quem escreve os bilhetes.

—Obrigada Molly. - agradeceu Rose

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Scorpius não esperava que Rose entrasse com Molly no salão Principal. Alías, Scorpius não esperava ver Rose e Molly juntas. Não depois do que aconteceu ontem. Não depois de terem descoberto que tinha sido Molly a responsável pelos bilhetes anónimos.

Scorpius levantou-se, deixando Albus a falar sozinho, e dirigiu-se para perto da namorada. Ele queria saber exatamente o que se estava a passar ali.

—Sabes perfeitamente que podes vir estudar comigo sempre quem quiseres. - ouviu Rose dizer.

—O que é que se está a passar aqui? - perguntou Scorpius sem cumprimentar nenhuma das duas.

—Bem, eu vou andando. - disse Molly despedindo-se de Rose. Ela sabia que Rose era a melhor pessoa para explicar a Scorpius.

—Estou à espera. - disse Scorpius.

—Vamos tomar o pequeno-almoço? - perguntou Rose entregando o bilhete que recebeu mais cedo e dirigindo-se para perto de Albus. Naquele dia tomaria o pequeno-almoço na mesa dos Gryffindor.

—Como assim a maldição Imperius? - perguntou Scorpius sem conseguir acreditar, sentando-se em frente a Rose.

—Quem é que usou a maldição Imperius? - perguntou Albus.

—O maníaco dos bilhetes. - respondeu Rose, sussurrando - Ele colocou a Molly sobre a maldição Imperius para que esta entregasse o bilhete à Hannah e nós ficássemos a pensar que ela era a responsável. Essa pessoa fez com que eu desconfiasse da minha própria família e isso é algo que eu nunca me vou perdoar.

—Rose não digas isso. Fui só eu que falei. Eu é que devo um pedido de desculpas à Molly. - disse Scorpius tentando confortar a namorada. 

—Mas eu, por momentos, acreditei que fosse mesmo ela a responsável. A Molly que não faz mal a uma mosca. 

—É plausível que tenhas pensado nisso, Rose. - disse Albus - Há meses que andas a ser ameaçada e está foi a primeiro prova concreta. Falsa mas concreta.

—Mesmo assim. - disse Rose.

—Rose não penses mais nisso. Pelo que vi a Molly está na boa contigo e parece ter entendido a tua reação. Agora temos que nos concentrar nos exames. Ninguém nos vai fazer mal, eu prometo. - disse Scorpius agarrando a mão da namorada.

—Eu só espero que tenhas razão. - disse Rose não muito confiante.

—Ele tem. - disse Albus colocando um braço sobre Rose.

—Eu tenho sempre razão. - gabou-se Scorpius - Agora vamos para a aula.

O trio levantou-se pronto para ir para a aula. Já fora do salão, Rose e Scorpius começaram a subir as escadas mas Albus parou. Perto dali passava Octavia toda aos sorrizinhos com um aluno dos Slytherin. Albus não se lembrava do nome mas sabia que ele era do ano de Octavia. 

—Rose podemos só falar sobre uma coisa antes de irmos para a aula? - pediu Albus. Tanto Rose como Scorpius começaram a descer as escadas - Sozinhos. 

Scorpius não disse nada. Começou a subir, outra vez, as escadas. Apesar de não ter dito nada, ele tinha ficado magoado. Ele era o melhor amigo de Albus. 

—Passa-se alguma coisa? - perguntou Rose vendo o semblante sério do primo - Ainda agora estavas tão sorridente.

—Eu queria pedir-te um grande favor. Um favor que só tu podes fazer. 

—Se eu puder, claro que faço. - respondeu Rose com um sorriso.

—Como melhor aluna, sei que vais fazer o discurso no baile de finalistas. - começou Albus.

—É verdade. - respondeu Rose.

—Eu queria pedir-te para me deixares fazer o discurso. - pediu Albus. Rose olhou para ele, espantada. Ela não esperava que Albus lhe pedisse uma coisa daquelas. Logo ele que detestava falar diante de multidões. 

—Qual o motivo, Al? - perguntou Rose sem esconder o seu tom de curiosidade.

—Prometes que não contas ao Scorpius? - perguntou Albus. Rose hesitou. Ela é Scorpius não escondiam nada um do outro. Mas, ao mesmo tempo, Rose sabia que Albus tinha um motivo muito grande para lhe estar a pedir isto. Por isso, acenou - O motivo é o seguinte...

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 Por mais que Octavia quisesse tentar esquecer, ela não conseguia. Quando se apanhava distraída, Octavia começava a imaginar conversas simples com Albus. Conversas que costumavam ter sobre os mais diversos assuntos. Começava também a lembrar-se do sabor do beijo de Albus. Menta.

Como já tinha afirmado diversas vezes, não seria ela a dar o braço a torcer. Ela tinha razão. Albus tinha feito asneira e tinha que a corrigir.

Mesmo não querendo, Octavia não deixava de pensar no dia que Albus colocaria o seu orgulho de lado e falaria com ela. Mas, a cada dia que passava, a sua esperança ia morrendo. Octavia nunca tinha admitido aquilo a ninguém, nem mesmo à Sarah, mas ela sentia mesmo a falta de Albus. Essa foi a principal razão de ter passado com Richard Sprouse em frente a Albus. Ela queria provocá-lo para ver se ele falava.

—Estamos muito pensativas. - disse Sarah assustando Octavia.

—Sarah. - protestou Octavia - E a menina está muito feliz. Parece que a vida lhe anda a correr bem. - observou Octavia tentando mudar o assunto da conversa. 

—Posso dizer-te a minha noite correu muito bem. - respondeu Sarah com tom sonhador.

—E do que estás à espera para me contar? Quem é que deu o primeiro passou? Tu? Ou foi a Molly? 

—Como é  que tu sabes que foi algo relacionado com a Molly? - perguntou Sarah. 

—Primeiro, tu és a minha melhor amiga. Segundo, eu passei o dia todo com vocês. A tensão sexual era notória.

Sarah sorriu. Ela não podia negar isso. 

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Desde que voltara a falar com Albus que as aulas de Runas Antigas eram diferentes. Os trabalhos continuavam a ser em grupo e o seu parceiro era sempre Albus. Agora por opção própria. 

—Lembrem-se de estudar bem as traduções das runas. O exame é completamente teórico. O conhecimento das Runas é muito importante. - dizia a professora enquanto os alunos arrumavam para sair.

—Rose, dá para falar contigo, agora? - pediu Liam. Ele também tinha Runas Antigas.

—Eu vou indo. Encontramo-nos nos jardins. Até já. - despediu-se Albus.

—Até já. - despediu-se Rose - Há algum problema, Liam?

A conversa que Rose tinha tido a caminho de Hogsmeade com Scorpius por causa de Liam ainda não tinha terminado. E, apesar de achar que Scorpius estava a exagerar, por causa dos seus ciúmes, numa coisa ele tinha razão. Liam quase não os deixava estar sozinho. 

—Eu queria saber quando é que voltamos a estudar juntos. É que estou com algumas dificuldades a Runas.

—Eu vou estudar com o Albus. Quando estudarmos Runas, eu posso dizer-te e tu juntas-te a nós. 

—Mas o problema é que eu prefiro estudar à noite e a essa hora de certeza que não estás a estudar com o Albus. - insistiu Liam.

—Eu tenho as patrulhas, Liam. - disse Rose referindo-se às rondas que tinhas por ser delegada. Mas a grande verdade para não querer aquilo era a torre de Astronomia. Ela não ia abdicar daqueles momentos com Scorpius.

—Mas pode ser depois. - continuou Liam a insistir.

—Depois não dá. Eu também preciso de dormir. - desculpou-se Rose.

—Quem te ouvir falar até parece que estás com medo de ficar sozinha comigo. - disse Liam apanhando Rose de surpresa.

—E porquê que haveria de ter medo de ficar sozinha contigo? - perguntou Rose sem entender onde Liam queria chegar.

—Porque tens medo de não conseguir resistir mais. - respondeu Liam deixando Rose de boca aberta - Não precisas de fingir, Rose. A química entre nós é evidente.

—Não há qualquer química entre nós. - disse Rose dando um passo atrás para se afastar de Liam - Eu tenho namorado.

—Isso nunca impediu ninguém de se sentir atraído por outra pessoa. - respondeu Liam aproximando-se de Rose. Esta tentou esquivar-se mas a parede apareceu atrás de si. 

—Liam afasta-te. Por favor. - pediu Rose.

—Eu sei que queres isto tanto como eu. - disse Liam continuando a aproximar-se.

—Não quero não. 

Poucos centímetros separavam as bocas de Liam e Rose. Liam era do dobro do seu tamanho. Rose sabia que não conseguiria fugir. Mas no último instante, alguém apareceu.

—Stupefy. — alguém gritou - Ela disse não, seu cabrão. - disse Scorpius completamente furioso. Se o olhar matasse,  Liam já não estaria a respirar.