Ondas de uma vida roubada escrita por Maresia


Capítulo 35
Pela mão da coragem


Notas iniciais do capítulo

Preciso de feedback, digam-me o que estão a achar da história por favor.



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O manipulador universo da imprensa enchia-se de inúmeras e diversificadas notícias, ilustrando o cenário vivido no redor das Torres Stark, letras, imagens, títulos e vídeos deambulavam de forma incessante pelos olhos dos mais curiosos e assustados, no intuito infundado de compreenderem o que realmente se passava.

“ Derrame de gás mortal na atmosfera”;

“ Milhares de vítimas”;

“ Culpado ou inocente”;

“ Invasão alienisna semeia o caos”;

“ Homem de Ferro herói ou inimigo?”;

“O poder do dinheiro”;

“Convocação urgente do exército”;

“ Ameaça biológica corrompe Nova Iorque”;

“ Onde estão os Vingadores?”;

“ Terror e medo assombram populações”

                Estas e outras notícias cresciam em milhares de redes sociais, jornais e revistas, elaborando crenças e falácias sobre o verdadeiro sucedido daquele dia, lucros e lucros arrebatavam os cofres das grandes empresas de comunicação social, enquanto Nick Fury e Steve Rogers analisavam cada detalhe insignificante sobre toda aquela situação catastrófica.

— Pensei que não te assustavas com uma coisa destas, o que se passa afinal? O gelo roubou-te a coragem e a força indomável de lutar? – Zombou o sarcástico diretor, vendo a preocupação e o desconforto brilhar nos olhos azuis do Capitão.

— Nada disso Nick, o gelo somente me tornou num homem diferente. – Explicou Steve enigmaticamente, observando um pequeno vídeo que focava com precisão o Homem de Ferro, imóvel olhando um vazio aparente, alheio a toda a situação que o rodeava, ou assim fazia querer. – Esta atitude do Tony está a intrigar-me, ele não é homem de cruzar os braços perante este tipo de adversidades, ou ele tem algum plano na manga, ou então está completamente perdido, embora eu não acredite nisso. – Sugeriu incrédulo com o absurdo comportamento do seu amigo.

— O que mais me surpreende é o facto do Stark ter cometido um erro de principiante, noutras circunstâncias ele também subestimou os seus oponentes, contudo os seus erros nunca atingiram proporções tão marcantes, o seu nome ficará arrastado pelas ruas da amargura e da desconfiança, ele nunca mais será o mesmo. – Analisou com mestria o experiente coronel, tamborilando com os dedos na secretária. – E porque é que ele ainda não solicitou a ajuda dos Vingadores, o orgulho pode-lhe custar anos de investimento e dedicação. – Concluiu.

— Vou comunicar com a mansão para tentar compreender o que se passa, para perceber se lhes foi solicitada algum tipo de colaboração. – Decidiu Rogers, desfazendo a sua momentânea neutralidade.

— Sim, boa ideia Capitão. – Aprovou o Diretor em tom cansado, bebendo um valente trago de uma cerveja quase vazia. – Algo o preocupa para além do derrame de veneno, conheço-o bem para compreender isso. – Pensava, vendo o soldado erguer-se e dirigir-se a um telefone pousado num pequeno suporte na outra extremidade da intransponível divisão. – A sua expressão está tensa e apreensiva como se temesse algo, algo que só ele sente. Como se carregasse nos ombros uma tremenda responsabilidade, espera lá, quem é que ele quer enganar? Já entendi, é isso mesmo!

— Scott é o Steve, vocês já estão a par do que aconteceu nas imediações das Torres Stark? – Perguntou Rogers em tom inseguro, pegando no escutador telefónico com força.

— Sim, Cap nós já sabemos do que aconteceu, o Tony já nos informou. – Respondeu o Homem Formiga confuso com aquela estranha pergunta.

— Porque não estão no terreno, o que se passa afinal? – Insistiu Steve ainda mais confuso do que o domador de formigas.

— O Tony nomeou dois de nós para esta missão, está tudo a correr bem Steve fica calmo, nós tratamos de tudo. – Explicou Lang rapidamente, embora estivesse pouco seguro das escolhas do milionário, sabia que Clint era um herói digno e dotado de infindáveis capacidades de combate, contudo Diana era apenas uma miúda sem qualquer tipo de experiência naquelas andanças, talvez pudesse comprometer o sucesso da missão, porém não se atrevia a dizer aquilo que pensava, a profunda relação entre Steve e Diana era do conhecimento geral, não queria de forma alguma contradizer as apostas do bravo americano.

— Quem é que está a ajudar o Tony? – Questionou o capitão em voz sufocante, como se a resposta lhe rompesse a garganta.

— O Gavião e a Sereia. – Respondeu Scott ligeiramente receoso.

— Tens a certeza disso Scott? – Interrogou Rogers, não querendo acreditar no que os seus ouvidos escutavam.

— Sim tenho. – Disse Lang, compreendendo a incredulidade patente na voz do bravo herói.

— Obrigado Scott, mantenham-se alerta, podem ser precisos a qualquer momento. – Preveniu Steve, sentindo um arrepio de insegurança e terror percorrer de forma brutal o seu corpo. – Que bela maneira de tentares fazer as pazes com ela, não haja dúvida Tony. – Cismou, voltando para junto de Fury.

                Nas imediações da estação do metropolitano, Clint vagueava aborrecido de um lado para o outro, nunca tivera qualquer tipo de problema em trabalhar em equipa, todavia naquele momento específico preferia que Diana não aparecesse para lutar a seu lado, confiava nas suas capacidades de combate e de estratégia, afinal fora treinada pelo maior herói de todos os tempos, e na sua incrível força de vontade, estas qualidades eram armas preciosas para se tornar um ilustre herói, um respeitado Vingador e um ser humano inigualável, contudo não a queria expor a tal ameaça mortífera, a simples ideia de a imaginar ferida ou na pior das hipóteses morta fazia o seu espírito mergulhar num mar de sangue vermelho e muito quente, o sangue do seu nobre coração. Tinha consciência que ela o mataria se suspeitasse dos seus pensamentos, no entanto não os conseguia controlar com a mesma perícia que comandava as suas leais setas.

— Gavião estou aqui, desculpa o atraso, tenho que pedir ao Tony para instalar no meu carro um mecanismo aéreo. – Desculpou-se a morena, estacionando o seu potente Audi em cima do passeio, quando o cenário é de crise as normas de trânsito que se lixem!

— Finalmente, pensei que estavas com medo – Provocou o Arqueiro, desviando o olhar do corpo bem definido da Sereia, maldito fato! – Toma, veste isto. – Disse, dando-lhe um pequeno saco, de onde ela retirou um fato isolador de cor branca.

— Certo, o que se passa afinal? – Perguntou a Vingadora surpreendida, colocando o equipamento de contenção biológica.

— O Tony resolveu brincar ao carnaval…

— Oh meu Deus! – Exclamou Diana completamente abismada com a narrativa do Gavião, porque perdera tanto tempo, assim nunca se conseguiria assumir como uma heroína de confiança. – Vamos lá temos uma cidade para salvar!

— É como estar com o Cap, mas em versão feminina! – Pensou Clint fascinado, seguindo a Sereia que deslizava a grande velocidade pela estrada apinhada.

                No epicentro venenoso e demoníaco, Stark e Susan uniam desesperadamente esforços para conter aquela onda infernal, assassina e intolerante, ceifadora de vidas e vontades, derramando os seus caprichos e ambições pelos corações desprotegidos da população indefesa, apenas salvaguardada pela esperança e motivação que a palavra Vingadores ocupava nos seus destruídos espíritos.

— Como o teu desespero faz palpitar de forma trepidante o meu coração, escuto-o como uma maravilhosa orquestra de cordas, as cordas do destino que eu habilmente comando. Achas que essa mulher é opositora para mim, serás responsável por mais uma morte! – Exclamou Bizarov deliciado, não compreendo que as insígnias do destino estavam a mudar a sua trajetória, ou assim queriam fazer parecer.

— Não cantes vitória antes da última e derradeira nota musical! – Retorquiu Stark categoricamente, sabia que o seu estatuto social já estaria certamente devastado, contudo esse aspeto agora não importava, depois com mais calma debruçar-se-ia sobre esse problema.

— Homem de Ferro estamos aqui! – Exclamou a Sereia em voz tranquila, a sua coragem disfarçava com eficácia a sua insegurança.

— Bem-vindos ao meu show, no início pretendia que este espetáculo fosse privado, contudo esse desejo revelou-se impossível, porém não fico triste com isso, pelo contrário, assim testemunharão a queda do poderoso Tony Stark! – Declarou o palhaço, encarando Diana e Clint com pura indiferença, como se a sua presença não valesse de nada.

— Percebe-se agora porque não tinhas futuro no circo, não tens graça meu! – Comentou o Arqueiro friamente, preparando uma das suas brilhantes e afiadas setas de combate.

— Olha, olha! O que temos nós aqui, um arqueiro! – Observou o venenoso ser em tom apreciativo, aplaudindo com escarnio Clint. – Quando o circo voltar a prosperar sobre o globo, tenho um enorme prazer que integres o meu espetáculo. – Disse sorrindo maldosamente, acho que ninguém o informou que os Arqueiros já conquistaram um lugar de destaque no mundo!

— Claro que sim! – Afirmou o Gavião em tom hipócrita, recordando os distantes tempos em que a sua vida pertencia a uma tenda de circo. – Vamos acabar com isto! – Decidiu, puxando a corda do seu arco.

— Não! – Gritou Diana aterrorizada, puxando com força o braço musculado do louro.

— Mas que raios pensas tu que estás a fazer? – Questionou mestre das setas incrédulo.

— Não faças isso, podes sem querer rebentar outro balão, não sejas imprudente. – Avisou a Vingadora rapidamente.

— Eu sei mirar com precisão, não iria falhar, quem pensas tu que eu sou, um amador? – Retorquiu Clint indignado.

— Se ele se sentir ameaçado pode lançar outro dos balões pelos ares, não faças nada de estúpido, vamos seguir o plano. – Preveniu a Vingadora em tom defensivo, aguentando a frieza azul que imergia das profundezas do capuz do Arqueiro.

— Só gostava de saber quem te nomeou líder desta equipa! – Exclamou o louro, resignando-se à vontade da Sereia. – Então vá lá paralisa-o para eu lhe poder gamar os balões.

— Certo, assim o farei. – Disse Diana aparentemente determinada.

                A atmosfera envenenada ressuou com milhares de notas de cristal, enquanto a linda Sereia movia os seus finos lábios ao sabor das marés límpidas da sua coragem, contudo a sua garganta manipulada pelas inseguranças tremendas do seu jovem coração estrangulou-a num sufoco de arrependimento e terror, silenciando aquela fatal voz.

— Então, ficaste muda foi? – Brincou o Gavião, não lendo as marcas gravadas no coração da morena, não compreendendo o receio e a insegurança que pintava os seus olhos da cor do infinito.

— Eu não consigo. – Murmurou a Sereia assaltada pela vergonha e pela humilhação, a descrença invadia cruelmente o seu espírito deixando-o á deriva no mar revolto. – E se os meus vibratos se tornarem mais intensos e em vez de o paralisarem rebentam os balões? – Pensava, à medida que remexia nervosamente as mãos suadas pelo desespero sufocante.

— Precisamos de ti, onde está a coragem que fascinou o Capitão América, onde está a coragem que me fascinou a mim? – Perguntou o arqueiro em tom compreensivo, observando as sombras do medo e do fracasso almejarem a sua princesa com a brutalidade de uma seta. – Vamos reage, não fiques aí a pensar no que poderia acontecer, não o saberás se não tentares, força, faz aquilo para o qual foste treinada durante meses. – Incentivou.

— Eu não sou a pessoa indicada para esta missão. – Desabafou a Vingadora, mergulhando na triste e falaciosa angústia.

— Vamos lá miúda eu acredito em ti, a doçura e a bravura do teu espírito são as tuas grandes armas, a coragem que corre nas tuas veias é um incentivo para todos nós, a tua grandiosa força de vontade é um raio de sol na nossa travessia pela paz e pela justiça, mitifica o orgulho e a liderança do Capitão América, não permitas que os seus esforços caiam no abismo do esquecimento, honra os teus valores morais, coragem, nós confiamos em ti! – Declarou Tony em voz amável, observando a perdida alma da morena vaguear pelos primórdios da insegurança.

— Vamos Sereia, faz com que a tua voz nos guie até á vitória, faz com que ela seja a espada que derruba o mal, faz com que ela seja a luz que salvará milhares de vidas, faz com que ela seja o antidoto contra o veneno que emana da morte, nós acreditamos em ti! – Exclamou Susan em tom doce, sabia o quanto uma palavra de encorajamento alegrava o coração dos que abraçavam involuntariamente o receio.

— Se não enfrentares este desafio, então nunca serás uma Vingadora. – Murmurou Clint em tom duramente frio, aquelas palavas rasgavam-lhe o peito como um aguçado punhal.

                Qual será a decisão de Diana? Será a voz da Sereia a onda prateada que guiará os Vingadores pelo caminho da vitória?


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Notas finais do capítulo

No inicio do capitulo coloquei diversos excertos de noticias baseando-me na BD "Capitão América e Thor: A essencia do medo";

A Sue Storm tem o poder de se tornar invisivel, mas também tem o poder de criar campos de força, neste capitulo ela usa esses campos de força para conter a nuvem de veneno.



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