Mais que o Acaso. escrita por Thaís Romes


Capítulo 8
Família por acaso.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores,
Não era para postar hoje, mas como a minha BFF Olicity Forever me "pediu" (hahaha não foi um pedido) aqui vai mais um capítulo.
Espero que gostem.



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OLIVER

—Nós precisamos conversar. –paro em frente à mesa de Diggle, e ele me olha com aquele ar zen que me faz querer dar um soco nele.

—Em que posso ajudar, Sr. Queen?

—Não havia urgência com os diretores ontem. Como sabia que Felicity estaria no elevador? –semicerro os olhos para ele.

—Não sei do que está falando. –responde inocente. –Vai me despedir? –ergue uma sobrancelha, com um sorriso de lado.

—Não. –me limito a responder, e o sorriso dele se alarga. –Nunca adiantou, por que mudaria alguma coisa agora?

—Vou tomar isso como um agradecimento. –dá de ombros antes de voltar sua atenção para o computador.

Vou para minha sala, me ocupar do meu trabalho e fechar algumas campanhas que faltavam. Estava concentrado quando escuto o barulho ritmado de um par de saltos entrando. Levanto os olhos do computador e vejo minha mãe parada no meio da minha sala.

—Vim te buscar. –ela tinha os braços cruzados e uma expressão nervosa.

—O que eu fiz? –pergunto já me levantando.

—Só vem comigo, Oliver.

Sai pisando duro e a sigo em silencio. Entramos no elevador e a vejo apertar o botão do andar onde fica as salas de reuniões, se não fosse legalmente um dos donos da empresa, estaria pensando em demissão nesse momento. Quando chegamos, vejo Tommy, Walter e o advogado da empresa, Mark Shaw.

—O que está acontecendo? –pergunto assim que minha mãe fecha a porta atrás de mim.

—Oliver, sente-se, por favor. –Walter pede, e ocupo a cadeira ao lado de Tommy. –A DC Aéreas entrou em contato com o Sr. Shaw, a respeito de uma lista de embarque do voo 52, o que caiu. –fico paralisado. –Shaw vai explicar melhor.

—Como sabe, a empresa está sendo processada, o que renderá milhões de dólores em indenização as famílias. Buscando uma brecha, eles encontraram uma alteração nas listas de embarque. Shado Fei, está sendo acusada de não ter feito o procedimento padrão em trocas de passagens. –passo a mão no rosto. –Ela afirma que foi coagida pelo senhor a não fazer a troca imediatamente, por que isso...

—Implicaria em desembarcar a bagagem. –Tommy continua. –O que é procedimento padrão nesses casos, para evitar...

—Que alguém despache uma bomba, eu sei disso. –concluo sem muita paciência. –O que querem que eu faça?

—DC é uma das nossas maiores contas. –minha mãe fala. –Precisamos fazer de você, um mentiroso melhor.

FELICITY

Tentava dar faxina na casa e manter meus pestinhas sobre controle, e não tinha muito tempo. Sara teve a ideia de fazer um churrasco aqui, para que os garotos conheçam o Oliver, mas não apareceu na parte pesada do trabalho. Quando estava terminando de lavar o banheiro social, escuto a campainha tocar. Abro a porta pronta para xingar minha melhor amiga, mas era Oliver quem estava do outro lado, com uma mulher magra, de cabelos castanhos batendo no queixo, olhos azuis e um sorriso largo. Eles seguravam muitas sacolas nas mãos. Me dou conta de que estou descabelada, usando shorts e um top rasgado nas costas, com luvas verdes de borracha nas mãos e segurando um rodo.

—Oi! –Oliver diz, depois de me olhar de cima a baixo. –Pensamos que precisaria de ajuda na cozinha. –seu sorriso se torna debochado.

—Ah, oi. –respondo assim que consigo formular as palavras, cedendo espaço para que os dois entrassem. –Me desculpem, é que ainda estou terminando de arrumar a casa. –justifico arrancando as luvas das mãos, as jogando dentro de um balde.

—Está tudo bem. –a garota responde, com uma voz rouca, bastante agradável.

—Felicity, essa é minha irmã, Thea.

—Claro! –sorrio para ela, que se adianta me dando um abraço que me pega de surpresa. –Oliver fala muito de você.

—Coisas terríveis, posso imaginar. –brinca quando nos afastamos.

—Não Speed, você não pode. –ele diz sério e eu prendo o riso.

—Wally, Bart. –chamo. –Venham aqui!

Eles aparecem empurrando um ao outro, estão em uma faze chata de ficarem se batendo, que me faz sentir como se estivesse vivendo dentro da UFC. Thea abre um sorriso bobo quando os vê, Oliver parece nervoso. Os dois tratam de se comportar assim que veem as visitas. Wally para ao meu lado e Bart se esconde atrás de minhas pernas.

—Esses são Oliver e Thea. –aponto para os dois. –Eles são amigos da mamãe, e ela é irmã dele. –Bart esboça um sorriso tímido para Thea que parecia encantada com ele.

—Oi. –se abaixa, para ficar na altura dos olhos do meu caçula. –Você me parece ser um cara muito esperto. –Bart sorri de verdade dessa vez, feliz por ter ganhado atenção antes do irmão, que estava muito ocupado encarando o Oliver. –E você também. –ela acrescenta para Wally quebrando o contato visual dele.

—Obrigado. –responde com uma educação forçada.

—Bom, vou levar vocês a cozinha, para se livrarem dessas sacolas. –digo rapidamente.

—Posso voltar para meu jogo, mãe?

—Pode. –falo depois de um suspiro.

—Pensei que ele iria me propor um duelo. –Oliver brinca, depois que Wally desaparece no corredor, fazendo Thea e eu darmos risada.

—O que é duelo, mamãe? –Bart pergunta.

—Quer saber meu amor, por que não pergunta para esse cara aqui? –passo a bola para Oliver que me parece apavorado.

Pego as sacolas de suas mãos, Bart estica os braços para ele, que sorri tirando o garoto do chão. Para meu filho conversar olhando nos olhos é essencial, e com a altura de Oliver, ele não conseguiria isso do chão. Thea me ajuda a guardar as coisas, enquanto vemos os dois conversarem, os olhos dela brilhavam como se estivesse emocionada, e depois do que Oliver me contou sobre o seu último ano, consigo entender o porquê.

—Como é seu sobrenome? –Bart pergunta, depois que Oliver o explica a história do duelo a ele. –Nosso cachorro também se chama Oliver. –seguro o riso,  Thea não tem tanto sucesso.

—Queen. –responde sorrindo.

—Posso te chamar de Sr. Queen?

—Não prefere Oliver? –sugere, parecendo se divertir.

—Não. Não penso em você quando digo isso, só no Ollie. –para Bart aquela estava sendo uma conversa importante, seu rostinho estava completamente compenetrado.

—Tudo bem então, pode me chamar de Queen se faz tanta questão. –se dá por vencido.

—Não é Queen, é Sr. Queen. –corrige.

—Okay. –intervenho, tirando Bart dos braços dele. –Muitas regras para uma conversa só, garotinho! –o aperto em meus braços. –pode ir para o banheiro, que eu já vou te dar banho! –o coloco no chão, ele sai reclamando.

—São bons garotos. –Oliver elogia.

—É. Wally ainda tem muita raiva, de tudo. Mas Bart por ser mais novo, consegue lidar melhor com as coisas. –explico.

—Eu gostei da roupa. –ele sussurra, e quando viro para o olhar, rouba um beijo rápido.  –Oi.

—Oi. –respondo com um sorriso bobo nos lábios.

OLIVER

Sou apresentado ao casal de amigos da Felicity, apesar de já conhecer o Ray, em um episódio que não gosto de lembrar. Bart é um garoto muito esperto e falante, mas Wally se mantinha afastado, calado, se ocupando com coisas que pudesse fazer sozinho. Tento puxar papo com ele uma dezena de vezes, mas nunca funciona. Thea tem mais sorte do que eu, conseguiu jogar videogame com o garoto, por um bom tempo. Mas ele desistiu, assim que me ofereci para brincar também.

—Vou atrás dele. –Sara diz se levantando, me deixando com Thea no quarto do garoto.

—Precisa ter paciência, ele deve ter medo de que você substitua o pai. –ela toca meu braço, para que olhe em sua direção. –Se lembra de como foi quando nossa mãe chegou com o Walter? –solto um riso curto.

—Espero sinceramente que isso de carma não exista!

—Você fez da vida dele um inferno! –ela fala em meio ao riso.

—Da vida de quem? –vemos Felicity entrar no quarto, usando um vestido branco florido, estava linda, mas eu ainda preferia os shorts e a blusa rasgada nas costas.

—Ollie, infernizava nosso padrasto quando ele começou a namorar a nossa mãe. –ela se senta ao lado da minha irmã, como se as duas já fossem íntimas a anos. Posso ver muito dela no jeito de Bart agir.

—Vai provar do mesmo veneno! –brinca dando risada junto a Thea.

—Olha, da Speed eu já espero esse tipo de coisa. –aponto para minha irmã. –Mas da senhora... –finjo decepção em minha voz.

—Ele só precisa de um tempo. –dá de ombros. –Não vai colocar nenhuma almofada de pum em sua cadeira ou jogar pó de mico em suas calças. Prometo!

—Que é o que você merece! –Thea se intromete.

—Por que não vai na cozinha pegar qualquer coisa para você? –sugiro sério, para que ela se toque.

—Oliver!

—Não Felicity, está tudo bem. –se levanta, me mostrando a língua feito uma criança. –Vou atrás do Bart, e ver se ele me deixa o apertar um pouco!

—Pobre garoto. –murmuro quando ela sai do quarto.

—Ah, mas ele adora ser apertado, não vai ser problema nenhum. –diz orgulhosa. –Sua irmã é incrível, Oliver. –solta admirada.

—Só não de as chaves da sua casa para ela... –sou interrompido por um tapa no meu braço, me repreendendo. –Você claramente não teve irmãos. –concluo.

—Não, as vezes tenho vontade de colocar meus filhos em lugares separados da casa, só para ver se brigam menos. –desabafa.

—Assim você acaba com toda a diversão. –digo a fazendo me olhar espantada.

Mas não estava prestando atenção, vejo um pôster da Star Labs, preso a parede. Era uma divulgação do Acelerador de Partículas. Por todo o quarto havia tubos de ensaios, daqueles kits infantis, de ciências para crianças. E estrelas florescentes pendendo do teto, com minis planetas.

—Wally gosta de ciências? –pergunto sem parar de olhar em volta.

—Sim, ele tenta ser como o pai em tudo. –ela aponta para o cartaz. –Esse foi o último projeto do Barry. O nome é estupido, ninguém sabia nada sobre o processo químico para entender a sintaxe. –revira os olhos, fico admirado mais uma vez com nossas semelhanças. –Eu o avisei sobre isso, mas... –de repente ela para de falar, e me olha se inclinando em minha direção. –Isso te incomoda? 

—Isso? –questiono confuso, me inclinando também.

—Eu falo muito dele, ando tentando me policiar, mas quando dou por mim, já estou em mais uma interminável história sobre Barry Allen. –suspira com um sorriso triste.

—Eu não me importo. –garanto pegando suas mãos. –Gosto de saber sobre você, e Barry faz parte de quem você é.

—Jura? –vejo seus olhos marejados, a expressão aliviada em seu rosto.

—É claro. –sorrio para ela. –Quer saber? Como está o seu processo contra a companhia aérea, você tem um bom advogado? –faço a pergunta que deveria ter feito desde o primeiro dia.

—Sim, a irmã de Sara, Laurel Lance. –responde.

—Bom, se quiser pode me dar o contato dela. Posso pedir ao promotor informações sobre o caso, ele é amigo da minha família. De graça é claro. –esclareço.

—É claro. –entrego a ela meu celular e a vejo gravar o número de Laurel na agenda, depois me devolve. -Já entendi Oliver, você quer o dinheiro do seguro. –brinca fingindo seriedade, e coloco minhas mãos em sua cintura a puxando para mais perto.

—Não exatamente o dinheiro, mas o que ele pode comprar. –devolvo a fazendo dar risada, antes de beijá-la. Sinto estar sendo observado, abro meus olhos vendo Wally boquiaberto, parado na soleira da porta. –Oi Wally, amigão. –digo me afastando da forma mais delicada que posso, Felicity olha para a porta assustada, caindo na gargalhada assim que o filho sai correndo. –Acho melhor eu ir, e você deveria procurar o número de um terapeuta na internet.  –brinco lhe dando um beijo rápido antes de me levantar. –Vou te fazer o favor de levar a Thea comigo. –implico.

—Você é impossível, Oliver!


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Notas finais do capítulo

Hum... Estão juntinhos de mãos dadas, ao menos até que ela descubra sobre a passagem. Me contem o que acharam do capítulo! Bjnhos.