Last Breath escrita por Bee


Capítulo 14
Capítulo 14.


Notas iniciais do capítulo

OI MEUS AMORES, ESTOU LEVEMENTE ANIMADA, E LEVEMENTE ASSUSTADA. Primeiramente animada porque eu amo esse capítulo e levemente assustada porque eu só tenho dois capítulos adiantados, o começo do 15 e o 18, e a faculdade está me matando. Então fica o aviso, caso aconteça algo e eu não consiga postar terça que vem, não se desesperem, ok? É só por conta da universidade.
Bom, espero que vocês amem esse capítulo tanto quanto eu. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669535/chapter/14

A primavera deu o ar da graça em Londres, e com ela o leve calor em alguns momentos do dia. Hugo e Lily estavam passando tanto tempo juntos que pareciam ter voltado no tempo, para quando eles tinham dez anos, e faziam da casa uma confusão total. Voltaram ao momento em que Hugo e Lilian tacaram fogo na cama, ou quando Lily se rebelou com a ajuda do primo e melhor amigo. Voltaram para o momento antes de tudo piorar.

Hermione estava gostando de ver o filho viver dessa forma, por mais que ela ficasse nervosa sempre que seu filho demorava um pouco mais para voltar para casa. Mas ela sabia que tudo isso fazia seu filho feliz, ficar com Lily o fazia feliz, aproveitar a vida era o que o fazia bem, quem era ela para negar esses pequenos prazeres a ele?

Lily chegou em casa logo após sua aula, e com um sorriso avisou que estava saindo. Ginny como era de se esperar correu até a porta, e pediu que ela ficasse ao menos um pouco em casa, a filha quase nunca estava lá, e bom, a sua mãe estava passando pela síndrome do ninho vazio, não tinha mais seus bebês ali, e tudo que ela tinha era uma Lily que nunca parava em casa.

A jovem ruiva resmungou, mas ficou com sua mãe, contando sobre a aula. Suas notas estavam aumentando, e isso era ótimo, ela não precisaria mais se preocupar tanto com isso. Contou que estava se divertindo sempre que saia com Hugo, mas escondeu que estava apaixonada pelo primo. Ela não saberia como sua família reagiria, eles ainda eram muito tradicionais nesse sentido, e bom, eles eram primos. Não que houvesse algo realmente errado, pois durante anos a fio primos e primas se casaram e formaram famílias.

 Quando finalmente passou tempo suficiente com sua mãe, seu pai chegou. E Lily decidiu passar um tempo com ele, era o mínimo que podia fazer. Harry e Ronald eram policiais, o que já gerava um medo sempre que alguém se aproximava da família, principalmente o jovem Scorpius quando começou a namorar Rose. E todos os dias as duas famílias viviam na preocupação constante com a possível volta de seus patriarcas, era possível que um dia simplesmente eles saíssem trabalhar e não voltassem mais. E por isso Lily resolveu que daria toda a sua atenção ao seu pai, Hugo entenderia, afinal ele faria o mesmo.

Após Harry fazer uma pequena resenha do seu dia no trabalho, que continha muita ação e medo, Lily contou sobre seu dia na escola. E só foram interrompidos pela ligação de James, que ligava sempre duas ou três vezes durante a semana para ficar sempre próximo da família, além de Albus que sempre ligava em seguida, normalmente eles pediam dinheiro nessas ligações, algo que não parece tão estranho.

Ela se sentiu livre e feliz com aqueles momentos em família. Se havia algo que Lily nos últimos anos havia deixado de lado eram momentos como esse. E ela havia deixado seus pais extremamente tristes nesses últimos anos, ela sabia disso. Isso era horrível, ela percebeu naquele momento. Era horrível o que ela fez durante tanto tempo.

Uma Lily completamente diferente havia renascido como uma fênix das cinzas, e ela devia em parte desse renascimento ao seu primo. Ele havia trazido uma luz que há muito havia sido removida de sua vida, a esperança.

Uma esperança diferente, para ser mais exato, uma esperança que a fazia ver uma beleza no mundo que há muito estava extinta. Uma beleza pura, como a do sorriso de uma criança, ou do simples cair de uma folha no outono. A beleza no mundo estava sendo a cada dia desperdiçada pela pressa de viver e pela ganancia. Lily agora conseguia ver o mundo de outra forma, seu coração batia acalantado por isso. Seus olhos viam naquele momento mais cores do que antigamente.

Agora o mundo não era banhado em podridão e decadência, pois havia naquela ponta de vida que Hugo havia lhe trazido, uma bondade e decência que era superior a isso. O ar parecia mais limpo, mesmo com os milhões de anos de podridão, mas isso não impedia de ser um ar limpo.

E talvez Lily tivesse percebido que talvez a morte não fosse a solução mais plausível e rápida para os problemas, era estranho pensar assim? Ela subiu ao seu quarto, e pegou aquele velho caderno preto que não exercia mais nenhuma atração na jovem. E ela o folheou como uma criança que não sabe ler folheia um livro sem figuras.  Nada do que havia naquele caderno dizia respeito a ela.

Mas talvez tudo isso fosse apenas uma consequência da primavera, a estação do amor. Talvez fosse uma consequência daquilo que os pessimistas chamam de sofrimento em parcelas, talvez fosse apenas uma consequência de se estar apaixonada. Mas ela não se importava com isso. Pois a única certeza que a ruiva tinha naquele momento era de que se sentia bem. Amava a si mesma como nunca havia amado. Amava sua família e a tratava como esta merecia. Amava Hugo e se amava por perceber que ele também a amava.

O amor estava movendo o seu mundo, não de uma maneira pessimista ou romântica. O amor exercia sobre o planeta Lilian Luna o mesmo poder que a rotação e a translação tem sobre a Terra.  E isso não era de todo ruim. Sem a rotação e a translação não haveria vida. Sem amor, a vida de Lily estava indo por agua abaixo.

Sem amor próprio, Lily via seu sangue sair de seu corpo com prazer e alivio. Sem amor aos outros, ela causou o mal a aqueles que mais a apoiavam e ansiavam pelo seu bem. Mas ela aprendeu a se amar ao perceber que sem amor próprio não somos nada. E essa é uma lição que todos podemos tirar.

Lilian Luna saiu de casa quando o crepúsculo começou e encheu seus pulmões de pólen e vida. Não se preocupou em tirar o sorriso do rosto ao encarar as crianças que brincavam. Não se preocupou nem um pouco em esconder sua felicidade ao seguir para a casa do primo. E não queria demonstrar nada além do que ela sentia naquele momento.

E naquele momento, sua vida estava perfeita.

Era estranho para ela assumir isso. Nunca achou sua vida perfeita. Não era rica, mas não era pobre, mas o dinheiro não regia a sua vida. Nunca percebeu que a sua vida era perfeita por ter seus pais sempre ao seu lado, e uma família unida, e única. Era perfeita por ela não ter perdido ninguém da maneira como a família de Genevive. Era perfeita, pois ela poderia continuar vendo a beleza.

Quando Lily chegou a casa de Hugo, ela estava com um sorriso no rosto. Hugo não estava muito diferente, ela notou um pouco mais tarde. Havia algo no ar. A leveza da primavera deixava os dois muito mais leve e felizes.

— Vamos dar umas voltas? Passar um tempo no parque? – Lily perguntou docemente, ter seu primo por perto era estranhamente bom e prazeroso. Poder beija-lo mais ainda.

— Não sei se é uma boa ideia. – Hugo brincou – Temos passado tanto tempo juntos que acho que eu vou começar a virar uma velha chata de cento e cinco anos. – ele disse enquanto fechava a porta lentamente.

— Você é um babaca. – Lily entrou na onda e saiu andando em direção ao parque mais próximo. – Um completo babaca. Te odeio.

— Ah, não odeia. – ele riu capturando a mão direita dela. E ele não a largou.

Eles seguiram de mãos dadas até o parque que tinha alguns quarteirões a frente da casa de Hugo, mas não pararam no banco que eles sempre se sentavam. Não porque ele estava ocupado, apesar de estar, esse não era o empecilho, mas não quiseram parar, pois se sentar naquele momento seria quebrar aquele contato único que eles demoraram a conseguir.

Andar de mãos dadas parece uma baboseira para meio mundo. Mas havia um significado naquele gesto, algo que apenas os dois entenderiam, e eles não deixariam que aquilo se perdesse facilmente. Era um laço que aos poucos ia se construindo, havia um fio vital que os conectava, naquele momento o fio os prendia próximos um do outro.

Quando finalmente pararam. Um de frente para o outro, as mãos entrelaçadas, eles já estavam longe do parque, haviam andado até um bairro vizinho, um bairro de estabilidade financeira mais elevada. E Hugo sorriu travesso.

— O que você tem em mente? – Lily perguntou o encarando preocupada.

— Essas casas são imponentes, não são? – ele sorria de uma maneira que assustava sua prima, Lily não queria assumir que tinha medo de ouvir ele propondo aquilo a ela. – E devem ter piscinas.

— E cachorros para proteger a casa. E alarmes. E sei lá, pessoas, Hugo. – Lily o cortou, e vendo o olhar dele continuar divertido ela continuou lentamente – Sou muito jovem para ser presa por invasão de propriedade privada.

— Você não vai ser presa por isso porque nós não vamos ser pegos. – ele continuou brincando com os dedos finos dela.

— Não! Não! Definitivamente não. – ela respondeu grossa puxando suas mãos das dele, e se sentiu mal ao fazer isso.

— Você não tem senso de diversão, garota, nem de espontaneidade. – ele respondeu a abraçando apertado – Vamos, por favor, você concordou em colocar aquilo na lista e vai dar para trás agora que temos a oportunidade perfeita? – não havia como Lily resistir a aquele biquinho que o ruivo estava fazendo, um leve beicinho, aquele olhar de gato que quer comida, e sua prima não poderia negar aquilo a ele.

— Ah, você é um idiota. – ela ralhou – Para de me olhar dessa forma, eu não vou fazer isso. – ela o encarava com raiva – Eu falei para parar. – ela gritou, mas o olhar naquela face levemente pálida continuou o mesmo. – Eu vou fechar os olhos.

— Ai eu vou fungar como se estivesse chorando. – ele ameaçou, mas não que funcionasse com a prima, já que ela fechou os olhos com força e começou a cantarolar alto para não ouvir os resmungos dele.

— Sempre achei que você era uma garota de coragem, mas pelo que eu estou percebendo você é a Lily “gatinho assustado” Potter. – Hugo provocou. Ele sabia que tinha uma única coisa que Lily não admitiria, era ser chamada de medrosa. Esse era um comportamento que ela puxou da sua mãe. E não era como se fosse um segredo, ou algo assim, todos sabia que para fazê-la fazer algo era só mostrar certa duvida.

— Você não disse isso. – ela cuspiu abrindo os olhos rapidamente e lançando o olhar “quarenta e sete” mais mortal que uma garota poderia lançar ao garoto que ela ama. – Seu pequeno rato, você está morto. – Ela ralhou rapidamente – Vou te mostrar quem é o gatinho assustado, peste.

Quando o breu da noite se fez destacado, eles continuaram a sua perambulação pela região. A maioria das residências não tinham muros ou qualquer coisa que os impedisse de, se acaso achassem a casa com piscina, entrar no quintal, o que destoava muito da região que os dois moravam, com casas com muros baixos, mas muros.

Assim que eles repararam que uma casa, uma bela casa por sinal, estava com todas as luzes apagadas, sem perigo de serem pegos, eles invadiram o quintal da casa como delinquentes juvenis, a piscina estava descoberta e desprotegida, então Lily tirou logo suas roupas, ficando apenas de sutiã e calcinha.

Hugo tentou desviar o olhar da cena que tinha ali, mas simplesmente não conseguia. Quando ela finalmente tirou a parte inferior do biquíni Hugo não conseguiu pensar direito. Era estranho ter esses pensamentos com sua prima, mas depois do que quase aconteceu no quarto dele, ele simplesmente não ia querer tirar aquela imagem da sua cabeça. Iria ajudar nas noites frias em que ele gostaria que ela estivesse ao lado dele.

— E então? Vai fica ai apenas olhando? – ela o desafiou enquanto entrava em um salto na piscina. – E trate de tirar essas muitas camadas de roupa, cebola. Porque é peladinho, lembra?

— Sim, eu lembro. – ele bufou, e deu as costas a ela, tirou a roupa rapidamente, deixando-a amontoada em uma pilha e entrou na piscina lentamente. – Eu não sei por que coloquei isso naquela lista.

— Porque nadar pelado na casa de um total desconhecido durante a noite é divertido. – Lily brincou mergulhando na piscina enorme que eles tinham apenas para eles. Hugo via aquela mancha laranja indo de um lado para o outro por vezes rapidamente, às vezes calmamente. Então, ela saiu da água, o cabelo naturalmente liso agora estava completamente escorrido por seu rosto, nuca, costas e seios. Não que Hugo estivesse reparando nesses últimos. – Olha quem parece um gatinho assustado agora, Huguito. – ela sorriu provocante, não que fosse possível ficar mais provocante que já estava.

Hugo sorriu e mordeu o lábio inferior com força tentando se controlar. E então mergulhou com Lily logo atrás dele, ele sentia aquela aproximação dela e com um sorriso a puxou embaixo d’água e a beijou como nunca antes.

Eles só voltaram para a superfície da água quando o ar lhes faltou e eles não conseguiram mais suportar. Beijar embaixo de água apesar de ser atraente possuía algumas dificuldades, mas com certeza eles iriam aproveitar mais disso. Um dia. Não naquele dia, afinal quando voltaram a superfície ouviram o bater das portas de um carro e perceberam que as luzes da casa se acenderam aos poucos.

— Acho que vamos ser pegos. – Lily alertou ao primo, seu olhar era de puro alarde, eles precisavam correr dali o mais rápido possível.

Eles juntaram suas roupas e não se importaram de se vestir ali. Correram para trás de uma casinha que havia no quintal, os fundos da casa davam para um pequeno bosque, o que facilitou para eles se esconderem.

Lily foi a primeira a se vestir. Se vestiu rapidamente, mas para Hugo aqueles poucos minutos representaram uma tortura. Ele não aguentava mais ver aquele corpo que para ele era uma perdição. Ele tinha essa necessidade de tocar aquele corpo que era para ele uma tentação, mas sempre se segurava.

— Hugo? – a ruiva chamou rubra, e com um sorriso encarou o primo nos olhos – Acho bom você terminar de se vestir antes que eu veja ainda mais. – ela apontou para a leve ereção que era perceptível. Hugo não pode ficar mais vermelho, suas orelhas estavam ardendo em fogo. Ele estava encabulado. Se vestiu como se sua vida dependesse disso. Pegou a mão da prima e a puxou para uma saída daquele pequeno bosque.

Aquele final de noite não foi comentado em nenhum momento por nenhum dos dois, mas era claro que aquilo deixou um desconforto no ar. – Acho que é perceptível que eu te desejo. – ele falou quando se despedia dela, e suas orelhas novamente queimaram.

Lily não o respondeu, apenas o beijou calmamente e o desejou uma boa noite. E Hugo percebeu que algo extremamente fodido havia ocorrido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gentem, estamos nos aproximando do fim, perceberam isso? Mais seis capítulos e babau. Bom, o que acharam dessa cena épica? Hugo tem que aprender a controlar seus olhos e seu corpo, ele está deixando muito na cara que deseja a Lily. Bom, me contem o que acharam, sério, eu preciso saber. E Mione, não mate a minha filha, nem seu filho, bonita.
Bom, até semana que vem (espero). Amo vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Last Breath" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.