Last Breath escrita por Bee


Capítulo 15
Capítulo 15.


Notas iniciais do capítulo

Ei everybody, eu estou meio cansada hoje, por isso a postagem do capítulo tá meio blé, e eu preciso dormir porque amanhã de manhã tenho que sair de casa às 6 da manhã, triste. Bom, esse é um capítulo que eu não gostei de escrever, achei meio blé, mas tudo bem, foi o que saiu. Eu não vou falar muito, só leiam. E estamos chegando ao final da história, que lindo.
Boa leitura.



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Acho que já passou da hora de fazer isso. Esse foi o primeiro pensamento de Hugo quando ele acordou naquela manhã. Não estava se sentindo bem há alguns dias, sua cabeça vivia em um estado de dor constante, ele podia jurar que um movimento iria fazer com que ela explodisse. Além de se sentir constantemente fraco e sonolento. Ele sabia que não poderia prolongar aquela conversa por mais tempo. Por isso ele chamou Lily para sua casa naquela tarde.

A ruiva estava feliz em poder ver o primo, afinal há mais de uma semana eles não se viam, ele estava muito doente naqueles dias. Deveria ser alguma virose ou ele talvez tivesse comido algo estragado. Lily não sabia direito. Mas do mesmo modo ficou preocupada. E a insistência dele em que ela não o visse a alarmava mais ainda. “Você pode acabar pegando”, ele sempre dizia.

E ela nunca desconfiou de que talvez não era exatamente por esse motivo que o primo não a estava encontrando nos últimos dias. Mas também, Lily não era nenhuma adivinha para saber de algo que eles mantinham sob sete chaves. Era o segredo obscuro da família.

Lily chegou com o maior sorriso no rosto a casa de seu primo. Ela trouxe consigo alguns livros para que ele se distraísse nesse meio tempo. Trocou algumas palavras com a figura abatida de Ronald que a recebeu, e correu escadas a cima. A cena que encontrou não era de todo estranha, Hugo estava deitado, como sempre ficava, na sua cama. Talvez a única diferença era que não havia um único elemento sonoro no quarto, e que o primo estivesse com os olhos cobertos.

— Você me chama aqui e vai dormir? – Lily brincou dando um soco leve no braço do primo como eles faziam às vezes.

— Desculpa. – ele pediu e então com dificuldade abriu os olhos, a claridade o incomodava, fazia seus olhos arderem e a cabeça latejar, mas ele não ia ser rude com Lily. Ele não queria que ela falasse mais nada, nem que ela desse aquele sorriso típico dela de quem vai aprontar, pois isso dificultaria a formação dos pensamentos na cabeça dele.

A questão é que Hugo havia planejado a conversa inteira em sua mente. Ele sabia que deveria começar levemente e depois com o tempo, e aproximando ela sempre dele, ir tocando nos assuntos mais complicados. Ele havia imagino a reação, Lily primeiro ficaria chocada, depois choraria, essa era a reação esperável. Mas Lily deu aquele sorriso, e ele perdeu qualquer coragem que havia criado de conta-la sobre tudo.

Hugo tinha que falar sobre a descoberta, e depois sobre a partida, a sua luta, e depois o retorno, e deixaria claro que tê-la ao seu lado modificou a percepção que ele tinha de mundo. Que ela havia criado aos olhos dele um mundo digno. E que sua maior tristeza era o fato de que ela ficaria ali sem o seu apoio. Mas acabou não falando nada.

Sua boca secou. Seus olhos focaram nos dela. Sua garganta se fechou em um nó sufocante. Ele não havia previsto a dificuldade de contar sobre isso para ela. Mas ele sabia que era necessário.

— Lily, precisamos conversar sobre uma coisa importante. – Hugo sorriu levemente pegando na mão dela. Ela estava na cadeira que Hermione deixou ao lado da cama nesses dias, e da qual foi difícil tira-la. – Você pode fechar a porta e encostar a persiana? – ele pediu com um sorriso tão fraco que não era perceptível.

— Mas se eu fechar tudo não vou pegar essa sua virose, Huguito? – Lily sorriu abertamente para ele em tom de brincadeira e seguiu fechar a porta.

— Você não precisa se preocupar em pegar. O que eu tenho é pior, mas não é transmitido dessa forma. – ele olhou para suas mãos, como elas pareciam interessantes naquele momento.

— Nossa, Hugo, agora pareceu sério. O que você tem? – ela perguntou ansiosa se sentando de frente para ele na cama, ela puxou as mãos dele e as apertou contra as suas próprias em sinal de apoio.

— Quando eu me mudei para a Alemanha não foi para estudar, Lils. – ele começou a encarando, os olhos delas tão inquisitivos para ele. – Eu fui para o melhor hospital na pesquisa e cura ao câncer.

— Hugo, não se brinca com essas coisas. – Lily disse séria o encarando, ela lançou então um sorriso enorme para ele – Vamos, se arrume e vamos dar uma volta. – ela falou puxando a coberta que o cobria. Os remédios dele que estavam sobre a cama, sob a coberta, caíram no chão fazendo um grande barulho e muita bagunça.

— Eu não estou brincando, Lily. – Hugo encarou os remédios e percebeu que sua prima ainda encarava os vidros de remédio. – Eu só não sabia como te contar.

Lily não falou nada. Hugo se questionou se ela ao menos respirava naquele momento. Seu rosto estava contraído em uma careta, e ele teve medo de falar algo que a fizesse piorar. Ele esperava que ela chorasse, gritasse, ficasse com raiva, ele esperava ao menos uma reação dela naquele momento. Mas Lily não reagiu, a ruiva encarava o chão como se ela o tivesse perdido.

Talvez ela tivesse mesmo perdido seu chão.

— Eu só te contei porque eu não aguentava mais guardar esse segredo. Eu não sei mais quanto tempo eu tenho, talvez muito, talvez pouco. Está sendo uma surpresa para mim cada dia que eu posso respirar e sentir seu cheiro. – ele tentou, com muito esforço ele se sentou de frente para ela, mesmo que seu corpo doesse, naquele momento não importava, tudo o que importava era ela.

— Merlin. – Lilian sussurrou. – Merlin! Merlin, Hugo. – ela disse com toda sua força, mas não havia lágrimas, e nem tristeza, na verdade Hugo só parecia com raiva, mas é claro que ela ficaria triste com isso.

— Me desculpa só te contar agora, na verdade eu queria que você fosse uma das primeiras a saber, porque eu te amo. Mas metade da nossa família não sabe. – Hugo a confidenciou, e ela deu um leve sorriso, como um sorriso irônico.

— Não é algo muito bom de se descobrir, sabia? – ela disse apenas. – Merlin! Por favor, diga que está mentindo.

— Eu gostaria. – ele disse simplesmente. – Quer deitar um pouco comigo?

Lily novamente não falou nada, apenas se ajeitou e deitou, a cabeça sobre o peito arfante do primo, e as pernas entrecruzadas com as dele. Depois de alguns minutos de silêncio, Lilian Luna respirou fundo, e resolveu pedir: - Você pode me contar tudo sobre o que você passou?

Hugo contou tudo para LL, desde a descoberta de tudo, até sua volta. E contou também que ele havia voltado porque voltou, não deixou de falar que ele tinha provavelmente pouco tempo de vida, e que queria viver sua vida como se ela fosse acabar no próximo dia. Para Hugo o item mais importante da lista que eles haviam criado, era a necessidade que ele tinha de sentir que fez a diferença na vida de alguém.

Ser importante, ao menos para uma pessoa no mundo todo, era o ponto chave de sua vida. Ele não queria desperdiçar sua vida, acordar um dia e perceber que sua vida chegou ao fim e não havia feito a diferença para ninguém.

— Você não pode morrer, Hugo. Isso é... isso não é justo. – Lily falou desenhando círculos na barriga de Hugo – Você é tão bom, e droga, você prometeu não me abandonar nunca.

— Eu acho que pessoas boas também morrem, mas eu não me considero uma boa pessoa. E eu não vou te abandonar, eu nunca te abandonaria. – ele disse com aquele sorriso fraco que tanto fez parte da construção dele, o sorriso fraco que recebia dos médicos, o sorriso fraco que recebia das pessoas que sempre queriam demonstrar compaixão, o sorriso fraco quando as pessoas descobriam que aquele ruivinho tinha câncer. – Eu não vou te abandonar se você não me esquecer quando eu partir.

O choque da realidade que atingiu Lilian foi tão forte que ela não pode mais impedir que as lágrimas rolassem. Ela não queria mesmo acreditar naquilo que ele falava, talvez aquilo fosse apenas um terrível pesadelo. Hugo iria morrer bem velhinho, ao seu lado, depois de ter muitos filhinhos e aproveitar a vida como se todo dia fosse o ultimo, mas sem ser o ultimo.

O choro compulsivo que Lily não conseguia segurar, fez com que a camiseta dele ficasse levemente encharcada onde ela estava deitada. Ela soluçava e seu corpo tremia como se ela estivesse tendo uma convulsão. Há anos ela não chorava dessa forma. Há anos ela não sentia uma dor tão funda que a fizesse ficar assim. E ela esperava não ter que passar por isso.

Ela se lembrava perfeitamente da ultima vez que ela ficou daquela forma. Não foi por conta de Genevive, mas pela morte de seu cantor favorito, era domingo, e ela estava assistindo TV com seus irmãos quando a noticia saiu. Ela ficou chocada observando a TV, ela chorou copiosamente, e não dormiu durante a noite de tão nervosa que ela havia ficado.

Hugo era seu novo cantor favorito.

E o ruivo sabia que naquele momento a melhor coisa que ele poderia fazer com a sua prima, era a deixar colocar aquilo para fora sem interferir. A verdade é que ele não sabia o que poderia falar ou fazer para acalma-la, e era melhor que ela deixasse sua tristeza toda se esvair naquelas lagrimas.

Lily chegou em casa com os olhos marcados. Sua tia lhe deu uma carona e ela chorou o caminho todo, mesmo que ela tentasse parar de chorar, ela simplesmente não conseguia, as lágrimas nunca pediam permissão para saírem e queimarem seu rosto.

Hermione ficou na porta conversando com Ginny, ela explicou o que havia acontecido, e explicou que como Hugo havia contado tudo para LL, e que seria bom mantê-la sobre vigilância, tendo-se em vista o fato de que Lily tem um histórico de mutilação e recaídas.

Quando Ginny chegou ao quarto da filha, a porta estava trancada, como era de se esperar. Por isso não demorou a pegar a chave reserva que ela mantinha sempre por perto, e abrir aquela porta. Lily não estava em seu quarto, mas a porta do banheiro estava fechada, o que provavelmente deixava claro que ela estava lá.

— Querida, você sabe onde a minha lamina de barbear está? – Harry gritou da porta do quarto deles.

Terror e desespero é o mínimo a se dizer que Ginny havia sentido quando percebeu que talvez Lily estivesse lá fazendo aquilo novamente. Ela tentou se lembrar se havia se livrado de todas as laminas dela.

Bateu na porta, e Lily não respondeu. O que fez seu coração bater acelerado em desespero e angustia. Bateu novamente. Nenhuma resposta. Seu coração estava desesperado. Ela estava desesperada por Lily não responder. Sua filha poderia ter feito uma grande besteira.

Ginny gritou desesperada por Harry, que invadiu o quarto da filha rapidamente, e sem que sua esposa precisasse falar nada, ele se jogou contra a porta três vezes, até que esta cedesse. Eles encontraram Lily desvaída no chão do banheiro, o sangue escorria de cortes profundos em ambos pulsos. Ginny ligou rapidamente para uma ambulância, enquanto Harry checava os sinais de sua filha.

— A gente tem que dar um jeito de estancar o sangue, querida. Me traga o máximo de toalhas que conseguir. – Harry tentava manter a calma, ele era acostumado a encontrar cenas parecidas com essa, e ele nunca teve problemas em lidar com elas, mas nesse momento, ele só conseguia pensar que algo horrível poderia acontecer com sua filha. – E vamos manter a calma.

Eles estancaram o sangue, e uma Ginny desesperada esperava na porta da casa pela ambulância que parecia não chegar nunca. Eles estavam desesperados. Lily não havia realmente acordado até aquele momento, o que deixava tudo ainda mais angustiante para Harry, que continuamente checava a frequência cardíaca de sua filha.

— Por favor, Lily. – ele sussurrava próximo a ela, sua calça de pijama estava manchada com o sangue que estava no chão. – Por favor, você é a minha menininha, por que você fez isso? – Harry implorava com lágrimas nos olhos.

Quando a ambulância chegou e levou Lily, ele simplesmente abraçou a esposa, e os dois choraram. Ginny contou que Hugo havia contado do câncer, e que Lily já vinha se cortando há algum tempo. Ele encarou a esposa magoado, e com dificuldade disse:

— Por que você não me contou sobre isso?

— Eu só achei melhor deixar quieto, desde que Hugo voltou ela não vinha fazendo isso. E eu achei melhor não te preocupar. – a ruiva contou desesperada, as lágrimas banhando seu rosto. – Eu achei que ela não ia voltar a fazer isso.

— Tudo bem. – Harry sussurrou – Eu acho que esse não é o momento para brigar. Alguém tem que ir na ambulância com ela. Você vai de carro? – ela apenas assentiu, ela sabia que era melhor que ele fosse por ser da policia.

Mas antes de Ginny entrar no carro e ir, ela mandou uma mensagem para seu irmão Ronald, avisando da situação. E entrou no carro com pressa, correndo em direção ao hospital.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? O que acharam da reação da Lily? E do que ela fez depois? E como acham que essa história vai se desenrolar agora? Interajam, eu não mordo.
Beeeijos, amo vocês.



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