Especial de Ano Novo escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 2
Uma rosa para um doutor


Notas iniciais do capítulo

Como o título mesmo já diz é sobre um dos casais mais queridos e amados do fandom de Doctor Who, eu me incluo nisso, Ten Rose. Espero que estejam gostando e nos vemos lá em baixo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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Comecei a me arrumar uma hora antes da comemoração ser iniciada, não podia me dar ao luxo de atrasar ou minha mãe iria me matar. Estou na TARDIS e o Doutor está se arrumando no quarto ao lado.

Decidi colocar um vestido branco e um tênis de couro da mesma cor, sabia que minha mãe ficaria brava em me ver de tênis, mas depois que se começa a andar com o Doutor, você muda alguns costumes.

Ouvi quando ele saiu do quarto, era só uma questão de tempo até que me chamasse. Eu só estava no banheiro há meia hora, tempo o suficiente para tomar banho, colocar meu vestido e começar a fazer minha maquiagem. A pele já está pronta, só resta a sombra, o lápis, o rímel, o batom e meu cabelo.

— Rose! Ainda vai demorar muito? – gritou já sem paciência.

— Não, e não me apressa. – falei de dentro do banheiro.

Cinco minutos haviam se passado e comecei a fazer a sombra, passar o lápis branco na linha d´água e o rímel. Resolvi passar um delineador prata também.

— Vamos logo. – gritou novamente, ele ficaria me chamado a cada cinco minutos e esses cinco minutos eram cronometrados.

Dessa vez não respondi, sabia que estava bufando na sala de controles da TARDIS e bagunçando seus cabelos, provavelmente estaria levantando cada vez mais seu topete e tirando alguns fios. Minha maquiagem estava completa, tinham se passado dez minutos. Penteei meu cabelo e coloquei uma faixa larga branca.

Sai do banheiro, peguei minha bolsa que estava em cima da cama e segui para a sala de controles, onde o Doutor provavelmente já estaria me esperando com seu terno marrom risca de giz azul, o sobretudo do mesmo tom e o seu clássico all-star de cano médio branco. E é claro que estaria com sua chave de fenda sônica na mão.

— Pronto? – indaguei indo para seu lado.

— Claro que sim. Você está maravilhosa. – falou rindo com a língua entre os dentes.

— Você está como sempre. – comentei nos fazendo rir.

— Allons-y. – gritou enquanto corria pelo painel mexendo em todos os botões.

— Terra, ano de 2004. Dia 31 de Dezembro. Dessa vez vai ser tranquilo? – indaguei olhando em seus olhos.

— Não posso prometer nada. – respondeu dando de ombros.

A cabine de policial azul pousou no lugar de sempre, Mickey e minha mãe já estavam nos esperando. O Doutor abriu a porta, saiu e eu o segui. Ele cumprimentou os dois e eu os abracei. Até podia estar com o Doutor, mas Mickey sempre seria meu amigo.

Seguimos juntos para minha casa, ainda era cedo quando chegamos. Não devia passar nem das oito da noite. Estava feliz de estar com minha mãe, meu amigo e o Doutor, mas outro amigo não iria comparecer. Não nos víamos há um bom tempo e algo me dizia que ele não estava morto. Capitão Jack Harkness fazia falta e ele nem deveria saber disso.

Entrando em casa me sentei no sofá e fiquei lembrando da primeira vez que vi o Doutor. Ele era careca, usava jaqueta e calça de couro e não se importava muito com os outros, mas mesmo assim me chamou para ir junto com ele.

No dia que ele foi ao meu trabalho, pegou minha mão e gritou “corra” eu soube que nada seria o mesmo. Os manequins tinham ganhado vida e mataram meu amigo, ele explodiu meu trabalho e jogou um braço fora. Quando abri a porta no dia seguinte fui atacada por esse manequim e embarquei na TARDIS, não parei de viajar com ele desde então.

Lembrei de todas as aventuras que tive com o “rosto” antigo do Doutor e sorri sozinha. Sei também que estou tendo muitas aventuras com o décimo e que nada poderá mudar o fato de que eu o amo e que vou viajar com ele por quanto tempo me for possível e permitido.

— Rose, o jantar está pronto. Vamos? – o Doutor disse estendendo a mão.

Nada respondi, apenas estendi a minha pegando a mão que estava estendida, joguei meu corpo para frente, ele me puxou e eu me levantei. Seguimos juntos para a mesa e me sentei ao seu lado.

Estávamos no meio do jantar quando tocaram a campainha de casa, não estava esperando ninguém, mas mesmo assim me levantei e fui atender a porta. Quando abri não pude acreditar em quem era, minha melhor amiga estava bem ali na minha frente.

— Emily, faz tempo que não nos vemos! – falei a abraçando.

— Rose, faz tempo mesmo. Posso entrar? – indagou.

— Claro que sim, chegou bem a tempo da sobremesa. – disse abrindo caminho e dando passagem para ela.

Éramos colegas de classe e nos sentávamos juntas todos os dias, quando éramos menores começamos a conversar e conforme fomos crescendo nossa amizade foi ficando mais forte. Com o tempo e as viagens nos afastamos um pouco, entretanto continuávamos amigas. Ela sentou do meu lado direito, já que o Doutor ocupava o esquerdo. Cinco minutos depois a campainha tocou novamente.

— Estamos esperando mais alguém? – minha mãe me olhou como se fosse me matar a qualquer momento.

— Não que eu saiba. – olhei para o Doutor. — Não seria possível, seria? – indaguei com uma expressão mista de preocupação e surpresa.

— Eu... Eu não sei, pode ser que sim. – respondeu ainda tem tom de dúvida.

A campainha tocou novamente e eu me levantei, dessa vez fui até a porta e a abri. Tenho certeza de que fiquei boquiaberta por uns dez segundos, no mínimo. Não podia acreditar que dois amigos estavam aqui no dia mais importante do ano para mim. Ele me abraçou e eu o abracei de volta com todas minhas forças.

— Vamos, entre logo. O Doutor também está, mas ele mudou. – disse o guiando pela casa.

— Olá, Doutor. Você sabia, não é mesmo? Sabia que eu tinha sobrevivido aos Daleks e por isso me abandonou. – parecia bravo.

— Sim, eu sabia. – o Doutor respondeu e então Jack o abraçou.

— Jackie! Mickey! – correu e abraçou os dois.

— E quem é essa garota maravilhosa sentada no sofá? – Jack se sentou ao lado de Emily e passou seu braço por cima do ombro dela.

Eu apenas revirei o olho e tentei contar quantas vezes ele já tinha flertado com alguém que acabara de conhecer, cheguei à conclusão de que é impossível fazer isso. Ele dá em cima de qualquer ser que tenha alma.

— Emily, prazer. – falou se afastando um pouco e apertando a mão dele.

— Jack, para. Com quantas pessoas você já flertou? E quantas você conseguiu algum progresso? Não vale dizer eu e o Doutor, não estávamos preparados para aquilo. – disse e logo em seguida enrubesci e vi que o Doutor também.

— Não posso contar, mas olha posso dizer que você está rosada e que o Doutor alcançou os cinco tons de vermelho possíveis. – riu e apontou para nós.

— Jack Mulherengo Harkness, não tente aliviar sua situação. Está na berlinda e sabe que ninguém aqui presente vai ficar com você. Acho melhor procurar outra pessoa, afinal todos se encantam por você. – disse dando um soco em seu braço.

— Rose Tyler você sabe que eu tenho chances com qualquer pessoa, então por que me disse que não vou conseguir ficar com ninguém que está nessa sala? – me lançou um olhar desafiador.

— Porque minha mãe não iria te aceitar, o Doutor nem comento, eu já tenho o Doutor, Mickey ainda tem medo de você, porque você o assustou a primeira vez em que se viram e Emily tem namorado. Jack desista, mas fique tranquilo você tem todo o espaço-tempo, sei que vai achar alguém. – lancei meu olhar de conselheira.

— Obrigado. O Doutor tem muita sorte em tê-la ao seu lado como companheira, seus conselhos são úteis e sei melhor do que ninguém que é capaz de pará-lo antes que ele cometa algum delito do qual vai se arrepender depois.

— Jack. – o Doutor o repreendeu. — Às vezes sinto falta viajar com você, então nos encontramos e me lembro do porquê de não te convidar para vir conosco novamente, mas não adianta fugir. Você sempre nos acha, essa é sua melhor capacidade.

— Eu sabia que vocês sentiam minha falta, e é por isso que sempre volto. Ou você realmente acreditou que meu vortéx temporal sempre quebra no lugar em que estão? – provocou.

— Sempre soube, afinal você sempre pede para consertar seu manipulador e eu sempre vejo que não está quebrado. – sorriu vitorioso.

Ficamos conversando pelo resto da noite, tivemos algumas discussões, alguns gritos e muitos risos, quando se está na companhia do Jack o que mais se faz é dar risada, ele sabe como se engraçado e com quebrar qualquer gelo.

Dez minutos antes de dar meia-noite fomos para a rua e começamos a nos preparar para a contagem regressiva, dessa vez a neve foi causada somente por causa do clima, sem sinal de destruição. Foi a primeira vez que o Doutor não causou destruição por onde passou. Jack estava do meu lado esquerdo, o Doutor segurava minha mão e estava do meu lado direito. Mickey estava ao lado de Jack, minha mãe estava ao lado do Doutor e Emily estava do lado de Mickey.

Mickey e Emily se conheciam, pois ela era minha melhor amiga e ele era meu ex-namorado. O Doutor parecia não gostar muito da minha relação com Mickey, mas eu não tinha muita escolha, ainda era um dos poucos dos amigos que tenho até hoje. Apertei mais a mão do Doutor para ele saber que eu sempre estarei a seu lado e Jack me abraçou, pois sabia que depois do ano novo teria que partir e não sabia quanto tempo ia ficar sem nos ver.

—10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! – fizemos a contagem regressiva. — Feliz ano novo! – gritamos todos juntos.

Abracei minha mãe, Mickey e Emily ao mesmo tempo. Quando fui abraçar Jack ele me levantou levemente do chão e quando foi a vez do Doutor ele me levantou totalmente e girou comigo, não conseguimos parar de rir até ficarmos com falta de ar. Nos despedimos de todos e juntos corremos em direção à TARDIS, entramos na tão conhecida cabine e partimos para nossa próxima aventura.

— Muito obrigada. –disse e o abracei por trás.

— Por que? – indagou enquanto fazia a TARDIS voar.

— Por ter me acompanhado hoje e ter aceitado comemorar o ano novo. Sei que não gosta de festas de fim ano, espero poder retribuir o favor um dia. – sussurrei.

— Você já retribui todos os dias. Allons-y. – gritou e correu para apertar todos os botões da TARDIS. Juntos sorrimos com a língua entre os dentes e corremos para fora da TARDIS, queríamos ver o que nos aguardava naquele lugar desconhecido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar, a opinião de vocês é muito importante para mim. Até o próximo capítulo.



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