Especial de Ano Novo escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 1
Clara Oswald e Matt Smith


Notas iniciais do capítulo

Para ser o primeiro capítulo dessa série de ones, eu escolhi uma fic Whouffle, mas é UA. Portanto não me referirei ao Matt, como Doutor e sim como Matt mesmo.
Espero que gostem e nos vemos lá embaixo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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— Rápido Clara! Não podemos nos atrasar para o ano novo! – gritei enquanto a morena estava no banheiro.

— Já vou, Matt! Não possuo uma varinha mágica como a da Hermione. – retrucou ainda dentro do banheiro.

— Vamos logo, você fica bonita de qualquer jeito. Seu pai vai ficar furioso se nos atrasarmos. Não é uma ocasião qualquer, é o ano novo. E não podemos voltar no tempo para você não brigar com seu pai. – falei olhando para o relógio em meu pulso.

— Matthew Smith, eu já disse que estou quase pronta. Não posso sair de casa pelada nem com metade da maquiagem feita. – disse jogando uma escova em minha direção. — Pega! – completou.

Como se eu fosse ser acertado por uma escova de cabelo, assim que agarrei o objeto que fora lançado em minha direção ela saiu do banheiro. Estava linda, mais do que o normal. Usava uma saia branca com uma meia calça grossa devido ao frio, uma blusa branca, com um cardigã da mesma cor por cima e suas botas pretas. Seu cabelo estava preso para trás, mas algumas partes estavam soltas e encaracoladas. Valeu a pena esperar por todo aquele tempo.

— E aí? Como estou? – perguntou com as mãos na cintura.

Clara era assim mesmo, sempre foi. Me mudei quando tinha apenas três anos, ela foi minha primeira vizinha, mas não nos falávamos muito. As vezes a ficava vendo pela janela de meu quarto. Enquanto as meninas da nossa idade brincavam de boneca, ela brincava com carrinhos e armas de brinquedo. Todas as garotas da vizinhança usavam rosa, mas ela sempre estava de azul ou vermelho. Era possível saber quem ela era de longe.

Quando crescemos mais, as meninas passaram a se preocupar com roupas, maquiagens e em ir para a balada, assim como os meninos. Ela não, ficava sempre em seu quarto lendo e não estava nem aí para a roupa que usava. Muitas vezes abria a porta para mim ainda de pijamas. Eu também não gostava de sair, ainda não gosto, prefiro ficar estudando sobre o universo e as maravilhas que ele nos apresenta, a encher a cara em uma festa qualquer.

As vezes ela tentava fazer um suflê de sobremesa e sempre dava errado, provoca a chamando de garota de impossível e ela me ameaçava gritando da cozinha: “run your clever boy and remember” (corra seu garoto esperto e lembre-se). E então eu saia correndo pela casa e ela atrás de mim. Para mim ela sempre será a garota impossível, impossível de se alcançar, impossível de entender, impossível de se afastar e impossível de não gostar dela. Clara Oswald é com certeza a garota mais importante – depois de meus parentes, é claro – que eu já conheci.

— Está maravilhosa. Como sempre, esteja arrumada ou apenas de pijamas. – sorri involuntariamente.

— Você também não está nada mal. – riu e estendeu a mão para mim. — Vamos? – me puxou em direção a saída sem esperar minha resposta.

Ela é assim mesmo, diz e já sai fazendo. Além de ser extremamente inteligente e brilhante, sempre deduzindo o que os outros estão falando ou fazendo, daria uma ótima detetive, as vezes acho que ela se inspira um pouco e pensa que é o Sherlock Holmes. E é isso o que mais gosto nela, seu ar sonhador e todas essas interpretações de personagens marcantes e brilhantes.

Eu pretendo pedir ela em namoro ainda hoje, porque já temos uma relação de cumplicidade e ela vive em casa e vice-versa, acho que está na hora de dar um passo maior em nossa relação antes que alguém o faça. Eu não suportaria perder minha melhor amiga e eu torço todo dia para que Clara Oswald nunca mude. Eu sei que ela tem uma personalidade forte, mas só de pensar em vê-la mudada me da um nervoso inexplicável que toma conta de todo o meu corpo.

— Por que está suando? E por que seus músculos estão rígidos? Matt Smith no que está pensando? Mudanças? Espaço-tempo? Não minta para mim, eu sei que esses são os únicos motivos que te deixam desse jeito. – ela adivinhou e ficou me encarando até eu responder algo.

— Oswin Oswald, você me conhece melhor do que ninguém. Estava pensando em mudanças, mas não se preocupe já passou. Essa noite sonhei com Doctor Who e com você. – tentei mudar de assunto.

— Sério? – seus olhos brilharam. — E foi bom? – estava empolgada com minha resposta.

— Foi, sonhei que eu era o Doutor e que você era minha companheira. Infelizmente não passou de um sonho, gostaria que fosse verdade. Deve ser incrível ver o espaço e o tempo de perto, sentir o vento no rosto e voar na cabine azul... – Clara me interrompeu.

— Que é maior por dentro do que por fora, ou como eu prefiro dizer, menor por fora do que por dentro. Deve ser incrível correr e lutar com monstros, conhecer todos os sistemas de todas galáxias existentes e ver estrelas nascerem e morreram, mas o mais incrível disso todo deve ser. – ela parou e me olhou — Ter uma chave de fenda sônica. – falamos juntos e rimos.

Minha casa não era muito longe da de seu pai, ela foi se arrumar, pois sua casa estava cheia. Todos os parentes dela estavam lá e os meus também. Por sermos vizinhos a muitos anos, nossas famílias ficaram amigas e sempre faziam as festas de fim de ano juntos, como o Natal foi em casa, o ano novo seria na casa dela. E por assim adiante. Assim que chegamos ela tocou a campainha e seu pai nos recebeu na porta.

— Boa noite. – disse estendendo a mao para ele apertar.

— Boa noite, pai. – Clara o abraçou.

— Noite para os dois. Entrem e fiquem à vontade, daqui cinco minutos o jantar fica pronto. – falou indicando o caminho com a mão.

Sabia que fez o sinal apenas por educação, afinal já conhecia aquela casa tão bem quanto a minha. Depois de anos frequentando o mesmo lugar você acaba descobrindo todos os segredos, no meu caso, todas as portas. É como uma pessoa, mas com objetos inanimados.

Depois de cumprimentarmos todos os presentes, nos sentamos no sofá e recebemos vários olhares. Alguns diziam que ficamos bem juntos, outros perguntavam quando íamos ficar juntos e tinham aqueles que não concordavam com a situação, contudo o importante é o que nós pensamos.

Por sorte nem eu nem ela ligamos para a opinião alheia, entretanto ela é mais descarada do que eu. Se algo lhe incomoda ela fala na cara e não espera o momento passar, eu prefiro satirizar a situação e a deixar mais cômica, fazendo a crítica de forma cínica e irônica.

— O que? Um homem e mulher não podem ser amigos? Em que século vocês vivem? Porque eu vivo no 21. – falou sem paciência.

— Calma amor, não adianta esconder deles. Pode abrir o jogo e dizer que vamos nos casar. – disse olhando para todos e rindo para ela.

— Ah claro, quando acordar me avisa. – se levantou e foi em direção à mesa que estava posta. Eu a segui.

O jantar foi tranquilo na medida do possível, perguntaram algumas vezes sobre nossas vidas amorosas e se elas já tinham se cruzado e meu primo Jack nos apresentou sua terceira namorada daquele mês. O mulherengo da família nunca vai tomar jeito, vai ser sempre “Jack, o atirado” ou “Jack, o engraçado”. É legal o tê-lo como primo, ele é o único que sabe plano e é o único que não fala nada sobre mim e a Clara, apesar dele já ter feito uma carta dizendo o quanto combinamos.

— Se me dão licença, eu preciso sair um pouco. - Clara se levantou e foi para o quintal que havia no fundo de sua casa. E como sempre eu fui atrás dela.

— Você está bem? – indaguei preocupado.

— Eu não sei, quero acreditar que sim, mas no fundo sei que não. Estou cansada de fingir que não gosto de você, toda vez que me abraça é como se me sentisse mais amada, toda vez que beija minha bochecha fico imaginando como seria beijar sua boca e toda vez que anda com as mãos sobre meus ombros na rua fico pensando se acham que somos um casal. Eu sei que provavelmente vou estregar nossa amizade, mas eu simplesmente não consigo mais esconder isso de você. Então o que me diz de ser meu namorado de verdade dessa vez? – desabafou e ficou esperando uma resposta.

— Eu fui seu namorado de mentira em algumas situações e tenho que confessar que no fundo ficava imaginando como seria namorar minha garota impossível, minha cúmplice e companheira para todas as horas, minha salvadora em muitos momentos. Você não vai estragar nossa amizade, porque eu vou ser seu melhor amigo para o resto de nossas vidas. Eu digo sim e você Clara Oswald? – disse tirando uma caixa de meu bolso lateral direito. — Aceita ser minha namorada?

—Mais que pergunta, acho que vou negar só por não ter agido como meu garoto espero. – riu, colocou a aliança em meu dedo e eu fiz o mesmo.

Clara Oswald estava sempre um passo à frente e sempre foi mais rápida, por ser perspicaz sempre descobria meus planos, mas dessa vez ela não fazia ideia do que ia acontecer. Eu a abracei e coloquei minha mão por cima de seus ombros e ela entrelaçou nossas mãos.

Nossas famílias saíram pouco tempo depois, cada um estava com um copo de champanhe na mão e ficamos esperando até dar meia-noite para podermos brindar a chegada do novo ano. É uma época de renovar as esperanças e fazer o bem, nosso ano irá começar muito bem, afinal nos abrimos um para o outro e estamos namorando. Algo que ambos ansiaram por muito tempo.

— 12. – uma uva. –falei.

— 11. – duas uvas. – meu pai disse.

—10 – três uvas. – minha mãe contou.

— 9 – quatro uvas. – o pai da Clara entrou.

— 8 – cinco uvas. – Clara gritou.

—7 – seis uvas. – Jack jogou para o alto pegando com a boca.

— 6 –sete uvas. – minha avó comeu a dela.

— 5 – oito uvas. – a avó de Clara deixou cair.

—4 – nove uvas. – meu tio tentou imitar o Jack.

—3 – dez uvas. – minha tia também comeu a dela.

—2 – onze uvas. – a tia de Clara tentou gritar assim como a sobrinha.

—1 – doze uvas. – o tio de Clara ficou jogando de uma mão para a outra.

— Feliz ano novo. – gritamos todos juntos levantando as taças e brindando.

— O certo seria se todos nós comecemos cada um as 12 uvas, como pessoas normais fazem. – cochichei no ouvido de Clara.

— Mas não somos normais. – riu e eu a acompanhei.

E depois de todos se abraçarem e desejaram feliz ano e tudo aquilo que se fala nesse dia, eu peguei Clara pela cintura e a beijei. Sabia que era arriscado, assim que nos separamos a olhei e tentei correr, ela iria me mandar correr, não iria? E então ela me beijou de voltar, agarrou meu rosto e meu beijou. É, Clara Oswald será para sempre uma garota impossível, melhor, minha garota impossível. Noites de ano novo são, além de clichês, surpreendentes, mas eu já sabia que ela estava sempre frente. Minha surpresa tem um nome: Clara, ela sempre me surpreende. Eu já nem deveria mais fiar surpreso com isso, mas ela tem efeito sobre todos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo e não se esqueçam de comentar, a opinião de vocês é muito importante para mim.



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