CAPITULO 2.

Peeta Mellark é um homem de muita classe. Descobri, por meio de Gale, que ele tem 32 anos. Sete anos a menos que meu pai. E dezesseis anos a mais que eu. Estou nessa casa há 3 dias, e se o vi apenas nas refeições foi muito.

Gale está em meu quarto falando sobre o “pai”, quando eu faço a seguinte pergunta:- Gale, nós teremos de casar, não é mesmo?

Ele para de jogar a bola de basquete para o alto e me observa triste.- Acho que sim, Kat.- Responde com a voz quase nula.

– Uma hora teremos de nos envolver.- digo me aproximando de sua boca.

– Talvez.- engole em seco.- Katniss...

Calo sua boca fechando os olhos com força. Abro meus lábios e deixo sua língua passear por minha boca. Porém, não por muito tempo. Eu sinto absolutamente nada, e chega a ser perturbador ter de me casar com Gale sem sentir nem a merda de um beijo!

– Hey, mas não vai ser tão ruim assim.- ele sorri de lado se afastando de mim. Respiro fundo me encolhendo na cama.

– Nós dois sabemos que será, Gayle.- faço graça com o seu nome e ele revira os olhos.- Como anda, Madge?- Mad seria sua namorada, se ela não quisesse que fossem apenas ficantes abertos.

Gale diz que ela não quer se envolver, e depois quebrar a cara. Por mais que ele já tenha dado várias provas de amor a ela.Ela é do nosso mesmo ano, mas estuda em uma sala diferente. Portanto, não temos tanta intimidade assim. Fora que mais da metade da escola já sabe sobre o possível matrimônio.

Para ser bem sincera, não tenho amizade com muitas pessoas. As únicas que eu estabeleco contato são com Glimmer, Clove e Johanna. Que têm personalidades diferentes, e que tem seus pais controlando suas vidas como controlam objetos.

Clove já é comprometida a um cara que tem 4 anos a mais desde à nascença, mas ela não gosta dele. Na verdade, ela é inconformada com essa situação e evita o máximo esse cara.

Johanna não é comprometida com ninguém, e sua família não é tão controladora ao ponto de esquecer o ano que estamos por negócios. Eles são pouco controladores em relação às notas, drogas, sexo e bebidas. Mas ela faz tudo isso por baixo dos panos sem que eles saibam de nada.

Glimmer é comprometida, mas todas as regras que seus pais expuseram a ela, a mesma desacata sem pensar duas vezes. Ela é o tipo de garota que não quer levar a sério os pais, e os desaponta sempre que pode. Porém uma ela não conseguirá: casar-se com alguém.

Essa ela não pode fugir da realidade. Infelizmente, minha amiga chora todas as noites pensando em como será sua vida com alguém que mal conhece.

Pelo menos, terei Gale como marido. E não outra pessoa nojenta e suja. Sei que Gale me respeitará como mulher, mas também sei que não me amará como uma. E que, provavelmente, nos trairemos mais tarde.

Com amores da noite.

Tiro esses pensamentos de minha cabeça pensando na vida de meus amigos homens: Gale e Cato.

Cato é pobre. Ele trabalha como motorista de verão na casa de Clove, e é apaixonado na morena. Mas ela não está terrivelmente apaixonada por ele, Clove já tem muitos problemas para resolver. E ela abrir seu coração para Cato, abriria novas guerras para com os pais. Que poderiam atingir fins como Internatos ou clínicas de reabilitações.

Definitivamente, nenhum dos dois quer isso. Então Cato, contêm-se em guardar seu amor não correspondido. E Clove, vive infeliz.

– Kat?! Esta me ouvindo?- pergunta Gale estalando os dedos no meu nariz.

– Claro, estou apenas cansada.

– Vou te deixar dormir, esposa.- Gale brinca com esse nome e eu reviro os olhos de como ele é bobo.

– Obrigada, marido.- rio de minha própria criancice e ele sai de meu quarto apagando a luz.

Minha visão se apaga aos poucos e eu logo durmo.

Pela manhã, acordo em um sobressalto com meu alarme despertando meus sonhos.- Ai, cacete.- digo.

Estou com muita dor de cabeça. Tomo duas pílulas de remédio e vou ao banheiro fazer minha higiene pessoal.

Ponho o uniforme exigido pelo Regimento Escolar que seria uma saia azul escura dois palmos acima do joelho, uma blusa branca polo com fios de ouro para fazer o símbolo. Um casaco azul escuro com o mesmo símbolo, parecido com um blaser justo e fino. Uma meia 3/4 com um vans preto.

Faço uma careta ao ver o resultado, mas nada mais faço. Já estou atrasada. Desco as escadas correndo e Gale me segura nos braços dando uma rodadinha.

– Bom dia, linda.- ele beija meu pescoço e eu sorrio.

– Bom dia, Gale.- digo e me afasto para tomar pelo menos um suco. Olho o grande relógio rústico da sala e me espanto.- Vamos Gale, a gente vai se atrasar.- pego seu punho e o puxo.

– Calma, princesa.- fala debochado e eu ignoro. Mas somos parados por seu pai.

– Esperem, seu pai ligou. Quer falar com ele?- não. Me contenho a falar algo do gênero.

Amo meu pai e sei o quão importante é para ele fechar negócios com Peeta Mellark. Segundo as maiores indústrias mais bem conhecidas, a empresa de Peeta Mellark e a que mais cresce e a mais bem sucedida. Poderia muito bem participar de uma competição mundial e ganhar facilmente.- Estamos atrasados, não quero chegar muito tarde na escola. Temos prova hoje.

– Claro.- Peeta me lança um olhar de “eu sei que não é isso, mas deixarei passar. Apenas desta vez!”.

Gale somente balança a cabeça negativamente rindo da minha desgraca e eu entro no carro do Motorista. O mesmo que me trouxe para cá, após meu fracasso.

– Escola, Jeff.- diz Gale calmamente fazendo-me por minha cabeça entre suas pernas como apoio.- Calma, Kat. Mas uma hora ou outra terá de falar com ele.

– Eu sei.- suspiro.- Apenas não agora.

– Você é que sabe quando estiver pronta.- fala e eu sorrio timidamente.

Avisto as meninas ao longe quando o carro para e eu corro para perto delas.- Hey, Glimm.- Abraço-a de lado, assim como com Johanna e Clove.- Cato ainda não chegou?

– Não, mamãe pediu a ele para que deixasse ela num consultório ai.- diz Clove dando os ombros, totalmente despreocupado com o mesmo.

– Ele não trabalha lá apenas no verão?

– Yeah, mas ele disse que estaria disponível quando fosse necessário. Mamãe Ta fazendo dele de gato e sapato.- engulo em seco.

Cato me contou uma vez que a mãe de Clove já ofereceu dinheiro a ele para ficar com ela. Clove, obviamente, não sabe. Não sou eu a contar. É essa sumida para o consultório é suspeita demais. Estranhamente suspeita da parte de sua mãe.

– Ei, Kat. Como está lá na casa dos Mellark?- Johanna pergunta.

– Um clima meio desconfortável. O “pai” de Gale e uma pessoa... Fria.- faço uma careta.

– Fria?- Glimmer indaga confusa.

– Sim, do tipo que: “meu coração? Não sei o que é isso.”- uma péssima imitação de sua voz, porém assumo faço fazendo Johanna e Clove sorrirem.

– Muito tenso.- comenta Glimmer e eu assinto.- Seu sogro não será nada agradável então.

– Pelo menos, sem sogras.

– De nenhuma das partes.- chega Gale. Mas o mesmo tapa sua boca imediatamente e as meninas jogam olhares de desaprovação. Não levo muito bem a morte de minha mãe. Aquele acidente...

– Pois é.- falo tirando tudo de minha cabeça. Gale teve uma mãe também.

Mas ela morreu quando o mesmo ainda era um bebê. Ela era muito bonita (pelas fotos que já vi). Era alemã, dos olhos esverdeados e cabelos escuros.

A história de Gale é um pouco mórbida. Sua mãe, Maelys, teve Gale muito jovem com um alcoólatra. Eles se gostavam, mas ela engravidou e foi expulsa de casa. Sem rumo, apenas com um filho na barriga e dispensada pelo cara de uma noite, pediu abrigo a várias instituições. Malas nenhuma ela durava. Até que Gale nasceu, e sua mãe morreu no parto complicado.

A história se segue Gale em orfanatos, até O Loiro dos olhos Gélidos ter idade suficiente e inconformado adotar o pequeno. Seu sobrinho, quero dizer.

Fico feliz em saber que por trás de tanta Indiferença exista,- ou existiu, quem sabe,- um coração. Fora que ele e viúvo, já teve seu coração quebrado e levado para a morte. Por sua irmã e sua mulher.

O sinal toca e vamos todos para nossas salas. Glimmer estuda conosco, mas Clove e Johanna estudam na sala de Madge.

E o professor de Álgebra começa mais uma aula chata.