Escola de Guardiões - Recrutamento escrita por Tynn


Capítulo 7
Capítulo 5 - Plano B




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Grifo Violeta (Arthur, Lana e Ezmia)

Missão: Impedir o atentado ao One World Trade Center

O carro prateado trafegava na cidade de Nova York com incrível agilidade. Ele fugia das principais zonas de engarrafamento, dobrava em esquinas que pareciam pequenas demais para um carro passar e ultrapassava alguns sinais vermelhos. Na janela de trás, um rosto com olhos puxados e franjas perfeitamente cortadas olhava para tudo maravilhado. Lana nunca tinha dado um passeio em Nova York antes e estava começando a adorar aquele lugar.

Ela tinha consciência de toda a responsabilidade da missão, por isso mesmo gostava de curtir os momentos intensamente. Sabia que a coisa ficaria séria quando os três alunos descessem do carro e entrassem no One World Trade Center. A última informação que receberam era que o terrorista estava usando um casaco de lã preto, cobrindo os olhos com um capuz. Ela sentiu Ezmia se remexer ao seu lado.

— Lana, você está levando uma bolsa, né? – A manipuladora perguntou. Só então Lana se lembrou de seus parceiros. Arthur estava na outra ponta do banco, o olhar fixo no nada.

— Estou sim. Eu carrego minhas armas nela. – A garota abriu a bolsa e mostrou o pequeno arsenal: shurikens, kunais, dardos e uma adaga japonesa chamada tanto. Ezmia não escondeu o espanto. – Muita coisa, eu sei...

— Você é uma ninja?

— Quase isso. Eu fui treinada desde pequena na arte do ninjutsu, taijutsu, kayakujtsu e hensojutsu. – A menina falou com um sorriso no rosto. – Tiveram outras, mas essas são as que eu domino mais.

Ezmia tentou não pensar em todos aqueles nomes. A única coisa que conseguiu imaginar foi em Lana juntando as mãos e fazendo clones de si mesma com um Kagebushi no jutsu. Apesar daquela expressão distraída e fofa, a japonesa parecia ser uma tremenda lutadora de artes ninjas. Até mesmo Arthur parou de se concentrar nos próprios pensamentos para encarar a oriental.

— Eu queria que você guardasse a minha adaga aí. – Ezmia falou, mostrando uma adaga de prata. – Eu não tenho tantas coisas maneiras como você.

— Também, você nem precisa. É só pedir qualquer coisa que a outra pessoa irá atender. Isso sim é incrível! – A empolgação de Lana era contagiante. A menina pegou a arma branca e colocou dentro da bolsa. – Alguém tem doce aí? Eu adoro comer besteiras quando estou nervosa.

Ezmia tocou nos próprios bolsos a procura de algum confeito, mas não encontrou nada. Arthur puxou um chiclete do bolso da bermuda, entregando à japonesa. Ela nunca esperava que o colega caladão guardasse algo assim; agradeceu e começou a fazer bolas de chiclete na boca.

— O que vocês acham da Escola de Guardiões? – Arthur perguntou simplesmente. Os olhos castanhos meio avermelhados dele fitaram as duas companheiras. Elas ficaram pensativas.

— É um bom lugar para aprender a lutar e saber mais coisas sobre outras criaturas. Quando eu era pequena, passei muito tempo treinando a arte ninja com a minha família, mas era algo seco e sem graça. A Escola de Guardiões permite que a gente trabalhe em equipe, pratique, aprenda, cresça de uma forma incrível. – Lana falou.

Enquanto escutava, Ezmia abaixou a cabeça. A pergunta de Arthur a fez lembrar-se das palavras de Kitty, pedindo para que a moça fosse embora da escola. Depois, ela voltou mais um pouco no tempo, recordando os longos minutos em que ficou erguida de cabeça para baixo na parede por causa do professor Hector Moore. Toda a conversa dos dois sobre o rei Mael e um novo governante para a Terra fizeram a manipuladora estremecer. Arthur parecia ler seus pensamentos.

— Você não acha o lugar seguro. – O bárbaro disse para Ezmia, por fim. – Eu também não.

O motorista do carro pisou no freio e eles pararam na frente do One World Trade Center, o prédio mais alto dos Estados Unidos. Lana reparou no clima tenso que ficou dentro do veículo, por isso tratou logo de sair e girar o próprio corpo na calçada, agradecendo por estar em um lugar tão incrível. Quando Ezmia ia sair do carro, Arthur puxou o braço da garota.

— Quando a gente deter esse terrorista, eu terei que fazer uma coisa. – O bárbaro sussurrou. – Não sei se vocês duas vão concorda, por isso estou avisando logo. Não me impeçam porque eu preciso descobrir os podres dessa escola. Espero que você me entenda.

A manipuladora encarou o amigo. Aquelas palavras encheram-na de uma sensação empolgante, como se ela também quisesse participar daquilo. Sabia que existia alguma coisa muito errada na escola e havia prometido à Kitty que iria descobrir em quem elas podiam confiar. Os professores Hector Moore e Clemenetine White com certeza já estava na lista de professores-malvados-e-possíveis-traidores. Ezmia saiu do carro, admirada com a grandiosidade do prédio, ao contrário de Arthur.

O bárbaro não estava gostando da viagem. Ele encarou o motorista, torcendo para que o homem não fosse um espião da escola para saber o próximo passo da equipe. O rapaz saiu do carro com a sua mochila nas costas, a qual guardava um machado de batalha para atacar o inimigo. Ele seguiu para a entrada do prédio, usando uma camiseta branca sem manga e bermuda camuflada. Logo na entrada, o trio teria que enfrentar uma fila enorme para trocar os ingressos comprados online. Arthur bufou, porque ele próprio odiava enfrentar fila.

Eles receberam a passagem de acesso e foram para a segunda parte da entrada: um hall cheio de policiais, com detectores de metal e uma cabine para passar a mochila, ao qual um monitor mostrava uma visão interna da bolsa. Poderia ser pior? Os olhos de Arthur se arregalaram, ele não tinha pensado nisso antes. Sempre foi bom em luta, sabia que podia quebrar a cara de qualquer espertinho que tentasse acabar com ele ou suas amigas. Poderia inclusive bater naqueles policiais com suas mãos nuas. Entretanto, o trio precisava ser discreto para pegar o terrorista, que por sinal iria passar pelo detector naquele instante. Um homem de capuz preto entregou uma maleta para o policial e atravessou o detector de metais que não deu nenhum aviso. Coisa que não iria acontecer quando Arthur entregasse a mochila com seu machado mortífero.

— Droga! – Ele murmurou.

— Lana, me passa a bolsa agora mesmo! – Ezmia sussurrou para a amiga. A japonesa tirou a mochila das costas e entregou para a companheira. A fila estava andando depressa. – Eu posso manipular o guarda para ele não surtar quando ver as armas na bolsa.

— Meninas, eu estou com um machado na minha mochila. – As duas encararam Arthur, incrédulas. – Foi mal, eu não sabia que isso ia acontecer. Você consegue manipular todo mundo ao mesmo tempo?

Ezmia puxou Lana e as duas foram para trás de Arthur, deixando o bárbaro a dois minutos de passar pelo detector de metais.

— Eu só posso manipular quem eu olhar diretamente nos olhos. Não tem como controlar todos os guardas. – Ezmia tentou conter o nervosismo na voz.

— Ezmia, vai junto com Arthur. Quando o policial ver a bolsa dele, mande-o esquecer daquilo. – A oriental olhou para frente, ansiosa. – Acho que acabamos de perder o terrorista!

— Próximo! – Um guarda gritou.

Arthur engoliu em seco e deu dois passos para frente. Ele olhou de relance para trás, encarando Ezmia com cara de: “me socorre!”. A moça achou engraçado o robusto bárbaro demonstrar medo por um simples detector de metais, mesmo assim se concentrou na missão. Ela ia caminhar até ele quando o guardar a empatou.

— Sinto muito, a senhorita vai para o outro detector. – Ele apontou para um lugar vazio no lado direito. – Próximo!

— Eu não posso ir para lá! – Ezmia falou, mas o guarda estava com os olhos distantes, encarando as outras pessoas na fila. Um segundo policial puxou o braço de Ezmia, conduzindo-a a outro detector.

Arthur passou pelo detector de metais e a mochila dele entrou no compartimento de raio-x. Ezmia puxou o braço do policial. Ele a encarou, surpreso.

— Me solte agora mesmo! – Ela ordenou e o homem a soltou imediatamente. Assim que a manipuladora correu para trás de Arthur, todos os policiais do hall sacaram suas armas. Ela encarou o guarda que verificava a mochila do bárbaro. – Você não viu nada de suspeito! Volte a trabalhar como um bom funcionário que você é.

Ao dizer isso, ela reparou que existia meia-dúzia de policiais apontando armas para ela. A manipuladora deu um giro no próprio corpo, vendo que estava cercada. Ela não tinha tomado uma boa decisão no fim das contas. Arthur continuava parado do outro lado do detector de metais, impotente.

— Plano B! – Lana gritou da fila e lançou bombas de fumaça no chão, tiradas do próprio bolso. Ela sempre carregava kemuridamas consigo para o caso de emergências.  De uma hora para outra, todo o hall ficou repleto de uma fumaça densa e escura, deixando policiais, visitantes e funcionários em pleno caos. A oriental sabia muito bem como se movimentar naquela escuridão, correndo como uma raposa entre as pessoas.

Ezmia sentiu um policial puxar o seu braço, mandando-a ficar parada. A moça tentou usar sua manipulação, mas mal conseguia enxergar o próprio nariz. A fumaça de Lana era realmente escura. De repente, um brutamonte empurrou o policial com tamanha força que ele foi arremessado a alguns metros dali. Ouviu-se alguns tiros, mas nenhum os atingiu. Arthur, que havia derrubado o policial, segurou na mão de Ezmia e eles correram no meio da confusão, que agora era regida a gritos de susto e desespero.

Lana se movimentava com maestria no meio do caos. Ela acertou um policial com um golpe certeiro na nuca, desmaiando-o. Nocauteou mais dois naquela imensa confusão e vislumbrou os cabelos ruivos e cacheados de Ezmia se moverem no meio da fumaça. A moça recuperou a mochila de Arthur e correu em direção a eles, puxando o braço do bárbaro.

— Por aqui! – Berrou e correram juntos até o elevador que dava para o andar 103º.

Arthur deu um murro no guarda que estava na porta do elevador, deixando-o desacordado com o impacto. Eles entraram na compacta cabine, que parecia bem diferente de um elevador normal. As paredes do elevador eram imensos telões programados para mostrar a construção do One World Trade Center no decorrer dos anos. Ezmia achou aquilo exagerado, quando escutou alguns guardas gritarem.

— Por ali! – Eles apontaram para o elevador. A manipuladora deu um passo à frente, a visão já se acostumando a fumaça.

— Vocês não estão nos vendo. Nós fomos para o outro lado! – Ela apontou para a direita. Quatro policiais pareceram hipnotizados com aquela informação. – Avise a todos que nos viram indo para lá! E digam que o elevador subiu sozinho! Agora!

Os policiais começaram a falar pelo comunicador, dizendo exatamente o que Ezmia pediu. Lana apertou alguns botões dentro da cabine, sorrindo ao conseguir fazer o sistema funcionar.

— Não é só apertar o andar 103º? – Arthur perguntou para a curandeira.

— Esse elevador sobe 100 andares em um minuto. Eu precisava saber como ele fazia isso! – A menina apertou um último botão. – Subindo! Não é emocionante, pessoal?

Ezmia estava na frente, encarando qualquer policial que pudesse querer atirar neles. Os olhos dela se moviam de um lado ao outro da ampla área à frente do elevador, quando se depararam com alguém em especial. O coração de Ezmia ficou acelerado. Ela pensou em parar o elevador, sair correndo dali, dar um abraço ou um murro naquele homem. Ainda estava indecisa sobre a última ação. As portas de ferro fecharam com um zumbido.

— Pai... – Ezmia sussurrou. Tinha certeza que aquele homem era seu pai, o mesmo que a abandonou há tantos anos, que havia deixado sua mãe sozinha para cuidar da filha pequena. Ezmia sentiu uma lágrima querendo se formar, enquanto várias perguntas bombardeavam sua mente: O que o pai dela fazia ali? Por que ele havia a abandonado? Será que a sua mãe sabia daquilo?

— Ezmia, o que aconteceu? Você parece que está pálida, e suando frio, e está um tanto quando desesperada. Eu sei que foi muita coisa que aconteceu, mas... – Lana começou a falar preocupada.

Ezmia tentou disfarça a comoção em seu rosto, mas era difícil quando os três estavam dentro de um cubículo apertado. As paredes do elevador mostraram a construção do prédio, partindo de simples rochas até os andares mais altos e cheios de tecnologia. A manipuladora tentou pensar em algo, mas não precisou. O elevador demorou exatamente 1 minuto para chegar no 103º andar, abrindo a porta. Ela se virou e tampou a boca para não gritar.

— Fiquem atrás de mim. – Arthur tirou o machado da bolsa ao ver a cena. Pessoas corriam em desespero, mulheres choravam em agonia, homens caiam no chão, ensanguentado. – O negócio vai ficar feio daqui para frente.

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Ryüjin Azul (Ryan, Kitty e Galina)

Missão: Pegar o Livro da Magia Antiga no mausoléu de Phetimílio, no mundo de Bubéstis

O professor Hector Moore não estava brincando quando falou de monstros na areia do deserto. A equipe Ryüjin Azul aprendeu isso da pior forma possível.

Um portal verde surgiu a 1 metro do chão, com três jovens despencando desnorteadamente. A primeira pessoa a tirar a cara enfiada da areia foi Galina. Ela estreitou os olhos, já que o sol estava escaldante... Quer dizer, a expressão certa não seria “o sol estava escaldante”, mas sim “os sóis estavam escaldantes”! Existiam três astros flutuando lá em cima, um grande e redondo, com outros dois menores circulando na orbita do principal. Os sóis eram vermelhos e intensos, assim como a imensidão de areia que acompanhavam o deserto.

Ryan tateou o chão a procura de seus óculos escuros. O rapaz estava com o cabelo todo bagunçado, mas não se importava muito com isso. O seu estilo mesmo vinha dos óculos, Ray-ban, que comprou como presente para si mesmo no último natal. É, ele precisou se presentear porque a sua relação com a família não era muito boa. Ele se levantou e ajeitou a jaqueta jeans, dizendo um sonoro “Uau!” ao ver o cenário desértico. A areia era quente e áspera, o vento quase não soprava direito e, mesmo assim, o garoto estava extasiado. Ele girou o corpo por completo, tendo que tirar os pés inúmeras vezes da areia porque eles simplesmente pareciam afundar nela. Quando o garoto terminou de dar seu giro de incredulidade, encontrou Kitty fazendo careta e correndo na direção dele como uma doida.

— Estamos sendo atacados! – Ela berrou e, imediatamente, um monstro gigante com milhares de dentes saltou do solo. Ele parecia uma sanguessuga tamanho XXXG, o corpo era esguio e molenga, mas tinha uma boca tão grande que engoliria um carro com uma única mordida. A cor da pele era marrom, só que mais escuro do que a areia. Ryan saltou para o lado e viu o monstro abocanhar um punhado de areia e afundar no chão.

— Quem sabe ele não seja vegetariano?

Kitty o encarou com raiva e depois procurou Galina no meio do deserto. Ela estava lá, a alguns metros deles, segurando duas adagas. Pelo visto, o primeiro monstro só havia atacado a bruxa. Não que isso fosse bom, já que ela conseguia ver as ondulações no solo abaixo deles e identificou dois monstros “nadando” embaixo da areia. Kitty apontou para um ponto atrás de Galina e gritou novamente.

As duas espadas de Ryan, falcatas, zumbiram quando o garoto as tirou da bainha e correu para socorrer Galina. Ele saltou em direção ao monstro, que cresceu do solo a uma altura de 3 metros, a boca aberta como um faminto. Ryan atingiu a lateral da boca do monstro com suas espadas, coisa que só deixou a criatura mais enfurecida. O bicho se contorceu e girou o corpo enorme e cheio de banha na direção do guerreiro, que rolou no chão do deserto. Galina já tinha visto a criatura, mas não tinha a agilidade do guerreiro para sair daquela situação. O monstro desceu com velocidade em direção a manipuladora, a boca aberta e pronta para engolir a nova presa.

— Close os suum! – Kitty conjurou o feitiço com a varinha erguida. Um feixe violeta atingiu a boca do monstro, que se fechou como se alguém colasse Super Bonde nela. A criatura gemeu de irritação, mas continuou seu movimento em direção a Galina. Mesmo com a boca fechada, a criatura deveria pesar umas 50 toneladas. E tudo isso atingiu de cheio a manipuladora.

Galina usou seus braços para se defender, cruzando-os sobre o tronco. O monstro bateu nela e começou a afundar na areia, arrastando a garota junto, que sentiu os grãos baterem em seus cabelos, braços e pernas como pequenas pedras de granito. Ela pensou em gritar de dor, mas se abrisse a boca engoliria areia. E algo dizia que isso não era legal. A menina fechou os olhos, sentindo o seu corpo se afundar cada vez mais no deserto. Percebeu que não era capaz de respirar embaixo daquela imensidão marrom. O monstro então rolou para o lado, deixando-a sozinha embaixo da terra. Ela estava presa a sabe-se-lá quantos metros de profundidade, perdendo o ar e sem condições nenhuma de sobreviver. Galina segurou a adaga com mais força e sentiu seu corpo desfalecer aos poucos.

O monstro era muito comprido, Ryan tinha consciência disso. Enquanto a criatura descia pela terra, empurrando Galina para baixo, o guerreiro pensou em como poderia salvar a amiga. Kitty correu para ajudar o rapaz, mas o chão sob ela começou a se mexer e a menina caiu. A varinha mágica pendeu para o lado e rolou como uma bola. De repente, viu-se erguida em cima do primeiro monstro que os atacou. Os olhos arregalados mostravam espanto, entretanto Ryan tinha uma necessidade urgente.

Por mais que quisesse salvar Kitty, o guerreiro sabia que Galina não iria sobreviver muito tempo embaixo da areia. Ele viu o rabo da criatura que afundou Galina surgir da terra cravou suas espadas na criatura, deixando-se ser puxado para dentro da areia.

Diferente de Galina, o guerreiro estava sendo protegido pelo próprio corpo da criatura. O garoto descia desengonçadamente pela terra; toda a areia sendo afastada pela sanguessuga gigante. Os óculos escuros ajudaram a permanecer com os olhos abertos mesmo debaixo da terra, apesar disso causar-lhe um grande incômodo. Sentiu algo bater em seu ombro e imediatamente soltou as espadas do corpo do monstro. Esticou os braços dentro da terra para segurar a mão de Galina e mirou o céu acima. Estava na hora de usar toda a sua força para sair dali.

Os olhos do rapaz ficaram negros, seus movimentos tornaram-se mais precisos e velozes, seu rosto adquiriu uma configuração grave. Ele estava mais forte, resistente e ágil, como nunca! Agradeceu por ser um Ruriam e cavou para fora como uma toupeira humana. Os braços respondiam rapidamente, a tensão do momento lhe dava a adrenalina necessária para sair da imensidão de areia, e conseguiu erguer a cabeça enfim, retirando Galina da areia. A menina estava pálida, sem forças.

Ryan se certificou de retirar todos os membros de Galina de dentro da terra, aliviado por ter conseguido fazer aquilo, quando olhou para o lado e viu a cena mais bizarra de todos os tempos: Kitty brincava de touro mecânico com uma sanguessuga gigante. Lógico, a feiticeira berrava e escapulia de um lado ao outro, enquanto o monstro tentava derrubá-la para devorá-la em seguida.

— Eu acho que eles realmente não são vegetarianos. – Ryan deduziu. Galina voltava a respirar e começava a fazer movimentos leves no corpo; o guerreiro já estava no seu estado original, sem os olhos negros do bolado. Era bem verdade que ele estragou os óculos escuros, mas resolveu não pensar nisso. Pegou as espadas e saltou em direção ao monstro touro-mecânico.

Péssima ideia.

Assim que a criatura viu Ryan, ela saltou em direção ao rapaz e quase o engoliu de uma vez. O garoto pensou em ficar embaixo e enfiar a espada na bochecha do monstro, do lado de dentro da boca, mas seria dilacerado antes disso. Por isso, pulou para o lado e escapou do golpe, sentindo o corpo de Kitty rolar em cima dele. O monstro desapareceu na terra.

— Você não faz nada direito. – Ela disse. Em seguida, sacou uma varinha imaginária. – Droga, cadê a minha varinha?

— E eu que sei? – O guerreiro girou as espadas e ficou olhando para o chão. – Ele daqui a pouco aparece de novo e “nhac”, ataca a gente. Você precisa fazer aquele negócio de novo.

— Sem a varinha é meio impossível. – Kitty ficou de costas para ele, permitido que a dupla tivesse uma visão de 360 graus. – Está vendo algo?

— Areia, areia quente e mais areia. – Ryan brincou. – Você não vai me transformar em porco, né?

— Acho que você vai virar comida de minhoca gigante antes disso.

Eles sentiram o chão tremer, como se um grande terremoto estivesse prestes a acontecer. O coração de Kitty disparou com uma ideia sinistra: e se o monstro saísse da areia já com a boca aberta? Ela olhou para baixo e viu a areia se moldando em presas enormes de sanguessuga. A boca do monstro era realmente grande, não conseguiriam correr para fora do circulo mortal sem antes virarem o almoço da criatura. Ryan ergueu as espadas, mas sabia que seria inútil caso fossem engolido. Não estavam em um desenho animado para continuarem vivos dentro da barriga do monstro.

— Segura, Kitty! – Galina gritou, arremessando a varinha. Galina conseguiu achar o graveto mágico! A varinha de Kitty chegou nas mãos da feiticeira bem na hora em que os dentes do monstro surgiram. Kitty apontou para baixo e torceu para que o feitiço ultrapassasse a areia.

— CLOSE OS SUUM!

E, de repente, os dentes do monstro se juntaram. Ryan e Kitty pularam para não sofrerem com o golpe e foram arremessados para o alto por um monstro de 50 toneladas incapaz de abrir a própria boca. Eles rolaram para o lado e viram a criatura se contorcer de agonia e descer para a areia, indignada. Galina ainda estava no chão, meio atordoada, mas satisfeita pelos seus amigos não estarem na barriga de uma daquelas criaturas. O monstro mergulhou na areia e desapareceu.

— Como você... – Kitty apontou para Galina e depois para Ryan. A última coisa que se lembrava era de Galina sendo enterrada viva pelo monstro. – Você conseguiu tirar ela do fundo da areia? Como?

— Eu tenho uns truques especiais. – Ryan sorriu, correndo para ajudar Galina a se levantar. A manipuladora, com seus olhos verdes, apoiou-se no rapaz para manter-se em pé. Aos poucos, estava se recuperando.

— O que você fez com eles? Ficarão sem comer para o resto da vida?

— Foi apenas um feitiço de “fechar boca”. Não dura muito, eles devem voltar a nos atacar em alguns minutos. Mas enquanto estiverem de boca fechada, acho que não farão nada com a gente. – Kitty falou orgulhosa.

— E para aonde nós vamos agora? – A última coisa que Galina queria era passar mais tempo naquele deserto sem fim.

— Para lá! – Ryan disse e apontou o dedo. – Acho que seria bom um pouco de civilização.

Kitty girou o vestido azul-marinho, encarando uma pequena vila que se estendia pelo deserto. Por causa do ataque dos monstros, o trio não tinha avistado o povoado que estava a alguns quilômetros deles. Lógico que teriam que caminhar durante um bom tempo até lá, mas era o único caminho que tinham para seguir. Ryan enterrou os óculos Ray-Ban na areia e fez um rápido funeral, não sem antes levar um sermão de Kitty e quase ser arrastado por Galina, que não suportava a ideia de perderem tempo ali por causa de uns óculos. Ela estava grata por Ryan ter salvado sua vida e agora estava na hora dela salvar a vida do garoto. Depois de muita arenga, o trio finalmente conseguiu caminhar unidos, prontos para uma nova jornada.

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A Hora Fatal (Ann, Sarah, Matheus e Pietro)

Missão: Encontrar as Pedras da Habilidade e sobreviver ao reality show A Hora Fatal

É irônico uma pessoa com o sobrenome “del Mar” morrer afogada. Pensando assim, a minha vida é uma sucessão de ironias. Primeiro, sou expulso do orfanato na Cidade do México por tentar fugir algumas vezes de lá. Até que encontro um casal que decide me adotar. Logo eu, uma criança problemática! Dois americanos, que me levam para os Estados Unidos e começam a fazer experiências comigo, achando que eu fosse um rato de laboratório. Eu fugi e acabei caindo aqui, num hospital com loucos, sendo assassinato por uma enfermeira gorducha que aperta meu pescoço e mantém minha cabeça embaixo d’água, na banheira. Por mais que eu me debata, esmurre, chute... Não sou capaz de vencer a força dessa mulher. Acho melhor fechar os olhos e descansar em paz. Meus cílios relaxam, minhas mãos param de lutar e boiam na água, eu sorrio. Como deve ser o céu? Eu não sei... Talvez tenha anjos. Mas com certeza eu não vou para o céu. Eu devo ir... Pera aí, alguém jogou uma pedra na água?

Pietro del Mar saiu do seu torpor e começou a tatear o fundo da banheira, procurando um objeto oval que sentiu bater em seu braço. Ele encontrou, segurando a Pedra da Medicina. Imediatamente, a enfermeira parou de tentar afoga-lo, soltando o garoto e encarando a sua nova vítima. Matheus estava lá, com um olho roxo, ofegante e os punhos cerrados.

— Não vou deixar você matar mais ninguém. – Ele socou a enfermeira redonda na cara e ela girou o pescoço, mas aquilo não era suficiente para quebrar seu mecanismo vital. As batidas na porta do banheiro voltaram a ficar altas, indicando que os outros manequins assassinos estavam impacientes.

A enfermeira, com um sorriso maligno, pulou em cima de Matheus e começou a apertar o seu pescoço. O rapaz foi suspenso no ar, erguido pela força de um boneco sanguinário. Ele chutou a barriga da enfermeira, contudo ela parecia não sentir dor. Nem mesmo uma careca se formou em sua cara. Ela empurrou Matheus contra a parede, ele soltou um gemido.

Enquanto isso, Pietro se recuperava do ataque. O adolescente apoiou as mãos na banheira e conseguiu tirar a cabeça da água. O mundo ainda estava girando. Ele identificou um chuveiro mais ao alto, pingando água de instante a instante; um garoto sendo mantido no ar por uma enfermeira de meia-idade, superforte; uma coleção de revista da TEEN VOGUE delicadamente arrumada ao lado do vaso sanitário; e um enfermeiro muito bonito tentando passar pela janelinha do banheiro. Toda aquela informação fez a cabeça de Pietro girar mais ainda, até que resolveu se concentrar na coisa mais importante. Olhou para as revistas: como alguém poderia ter tão mal gosto? Então conseguiu ficar de pé e saiu da banheira.

— Enfermeira, me desculpe, mas você é quem está pedindo isso. – O garoto, com seus cabelos azuis intensos, segurou um punhal invisível no ar. Instantaneamente, uma adaga psíquica surgiu entre seus dedos. Ele atacou a enfermeira por trás, usando sua mutação para não mata-la. O mutante era capaz de deixar qualquer pessoa inconsciente com a sua adaga, com apenas um golpe. Contudo, ao atingir a mulher maligna com a arma, ela apenas virou o rosto e o encarou.

Matheus aproveitou o momento e juntou as duas pernas, dando um chute tão forte e concentrado que fez a enfermeira tombar para trás. Ele então socou o queixo da mulher e a chutou em direção ao vaso sanitário. Ela caiu em cima da privada, meio zonza. Matheus pegou a primeira coisa que encontrou na frente – uma escova para esfregar as costas – e bateu com tanta força na cabeça da mulher que o pescoço dela girou, fazendo um sonoro “clic”. Ela fechou os olhos e caiu como um boneco sem vida.

— Você matou uma mulher!? – Pietro segurou a adaga psíquica e apontou na direção do desconhecido. – Quem é você?

— Calma, camarada, eu me chamo Matheus Antony. – Ele disse. O garoto parecia ter uns 15 anos, era alto e tinha os cabelos loiros, que caiam na testa. – Pelo visto você não está sabendo de nada mesmo. A gente está em um Reality Show, cara, chamado A Hora Fatal e esses doutores loucos são na verdade manequins que ganharam vida. Se a gente girar a cabeça dele com muita força, eles pifam.

— Como... – Pietro estava muito confuso para fazer qualquer comentário. Ele olhou para a mulher no chão, reparando na incrível semelhança com um manequim para pessoas mais cheinhas.

O garoto mexicano, com seus cabelos azuis e olhos profundos, começou a juntar o quebra-cabeça na sua própria mente, quando um enfermeiro conseguiu pular da janela e cair no chão com um estouro. Ele atacou Matheus com um murro; sorte que o garoto conseguiu defender, mas logo recebeu um golpe na barriga. Pietro ainda estava em dúvida se aquele enfermeiro era mesmo um manequim, afinal o cara andava e tinha pinta de galã. Resolveu então usar sua adaga para nocauteá-lo, mas não surtiu efeito algum. Matheus contra-atacou o rival, que pareceu rir com o golpe. Então Pietro o pescoço do enfermeiro com a adaga, usando toda a sua força. O inimigo parou de atacar e caiu no chão. O pescoço estava cortado, mas havia plástico no lugar da pele ou da carne.

— Obrigado, cara! – Matheus agradeceu, chutando o boneco sem vida.

— E como nós saímos daqui? – Pietro resolveu sentar em cima da tampa do vaso sanitário. Atrás da porta, os manequins continuavam a bater sem parar. A tranca não iria aguentar por muito tempo.

— Você está com a Pedra da Medicina. – Matheus apontou para a mão esquerda de Pietro. Ele viu uma pedra com o símbolo de um cajado com asas e duas cobras enroladas nele. A expressão de dúvida não poderia ser mais clara. – Quem tiver essa pedra, poderá sair do hospital sem ser atacado. Por isso que a enfermeira parou de tentar te matar e o outro carinha lá, nem notou sua presença. É assim que as coisas funcionam nesse jogo bizarro.

— Mas a gente só tem uma pedra e duas pessoas. – Pietro não era o melhor aluno em matemática, mas estava claro o problema numérico. – O que faremos agora?

— Bom, eu resolvi te salvar para pensar nisso. Não acho justo alguém morrer por causa de mim. A gente só não tem muito tempo. Aquele pessoal ali vai nos fatiar em picadinho. – Matheus colocou a mão no queixo, pensativo. – Será que nossos cadáveres serão usados nas aulas de medicina? Já que estamos em um hospital?

A porta balançou com mais força. Os manequins estavam realmente irritados. Pietro fingiu não ouvir o último comentário de Matheus, ele parecia ser uma cara que gostava de fazer piadas, só que elas eram um tanto quanto mórbidas. De repente, a porta se abriu com um solavanco. Uma enxurrada de enfermeiros, médicos, zeladores e recepcionistas invadiu o banheiro como lunáticos. Matheus colocou-se a frente de Pietro, em um ato bastante heroico, se não fosse tão trágico. E o mexicano teve a ideia mais louca de sua vida.

O rosto dele ficou vermelho de tanta vergonha, mesmo assim Pietro segurou na mão de Matheus, compartilhando a Pedra da Medicina com o garoto. Matheus encarou o rosto tímido do aliado, que realmente tinha se esforçado para segurar na mão dele com tanta intimidade, e só então entendeu o plano. Se a pessoa que estivesse tocando a Pedra da Medicina não era atacada, o que aconteceria se os dois tocassem na pedra? A resposta era aquela: os manequins não atacavam ninguém. Os funcionários do hospital pararam o ataque de fúria na mesma hora, como se fossem programados a ignorar qualquer pessoa que estivesse com as mãos encostadas na pedra. Pietro ficou ao lado de Matheus.

— Desculpa por isso. – Ele disse, coçando a testa. – Mas pelo menos não estamos mortos.

— É um ótimo plano, cara. – Matheus sorriu, satisfeito. – Só não pense que eu vou te chamar para jantar por causa disso. Aqui tem muitas enfermeiras bonitas, quem sabe eu não possa arrumar alguém para a gente?

Okay, Matheus era ruim de piadas. Pietro ficou ainda mais vermelho depois daquele comentário, mas o seu companheiro pareceu nem reparar. Eles saíram do banheiro de mãos dadas, entrando em um quarto de hospital vazio. Os manequins nem olhavam para ele enquanto os dois andavam pelos corredores, procurando a saída do hospital. Eles passaram a correr, mas de forma lenta porque precisavam combinar o passo entre si. Só pararam quando desceram as escadas e viram uma quantidade enorme de profissionais da saúde tentando arrombar uma porta. A porta, como de costume, cedeu e os manequins assassinos invadiram o quarto. Matheus e Pietro supuseram que existia alguma vítima ali e estavam esperando uma sinfonia de murros, gritos e confusão. Entretanto, parecia que os manequins tinham errado o caminho. Não houve nada, absolutamente nada. Até os próprios bonecos pareciam confusos.

— Eles estão com a Pedra da Medicina! – Alguém gritou no meio do corredor. Matheus virou o rosto à procura da voz, mas não encontrou nada. – Eu sei que não preciso falar, mas não me sinto confortável com uma voz na minha cabeça. Você sabe o quanto isso é irritante?

De repente, Matheus percebeu uma mancha se movimentar pelo corredor. Era como se a luz do corredor tivesse se defrontado com um vidro levemente transparente. Ele vislumbrou o formato de duas pessoas quase invisíveis que foram na direção deles. E, de repente, sentiu um chute na barriga e alguém o empurrando contra a parede. Nesse momento, a mulher invisível mostrou sua forma: uma garota ruiva de 15 anos e olhos penetrantes.

— Sarah, pegue a Pedra da Medicina na mão do outro carinha. – A ruiva mandou. – Se só uma pessoa puder sair daqui viva, esse alguém será uma de nós duas.

Uma segunda garota surgiu no meio do corredor. Ela era loira e usava roupas de hippie, mas não parecia tão agressiva quanto à primeira. Sarah fez uma careta para Pietro, como se fosse atacar o garoto, e depois caiu na gargalhada.

— A gente não vai fazer isso, Ann. – Ela disse, sorridente. – O carinha de cabelo azul tem um plano. Não é mesmo?

Como Sarah sabia disso? Será que ela conseguia ler as mentes de Pietro? O jovem achou aquilo um absurdo, entretanto ele próprio era capaz de criar uma adaga do nada e sair atacando quem quisesse com aquilo. Resolveu deixar essa dúvida para depois.

— Se a gente compartilhar a pedra... – Ele começou a falar, nervoso. – Todos nós poderíamos sair daqui vivos.

Ann fitou o garoto tímido, que parecia ter uma idéia maluca. Ela nunca tinha pensado naquilo, mas não custava nada tentar. Os manequins olharam para o quarteto no meio do corredor e passaram a andar naquela direção, raivosos. Pietro abriu a mão, que estava com a Pedra da Medicina, e todos os outros três tocaram na pedra com a ponta do dedo.

De repente, os manequins pararam de correr como uma tourada. Era como se Sarah tivesse compartilhado o poder de invisibilidade com os demais, com a diferença que só os manequins tinham deixado de ver o grupo. Eles se moveram com dificuldade pelo corredor e perceberam que os bonecos abriam espaço para passar.

O grupo conseguiu chegar à recepção depois de um tempo, que daria para a saída do hospital, quando a televisão ligou sozinha:

— Muito bem, jovens! Vocês acharam uma solução estupidamente ridícula para sair do hospital, devo dizer que foram engenhosos. Entretanto, a Pedra da Medicina só dará a permissão para que um de vocês quatro saíam do Reality Show. Os demais terão que ficar aí até acharem outra pedra ou morrerem! – O locutor deu uma gargalhada alta e continuou. – Desejo uma boa sorte.

A televisão se desligou sozinha. O grupo olhou um para o outro, mas não falou nada. Já era bastante desconfortável andar segurando uma pedra com a ponta do dedo, não queriam fazer com que a situação ficasse mais embaraçosa.

Saíram do hospital depois de muitos esbarrões, se deparando com uma cidade perfeitamente construída. As pessoas (bonitas e sorridentes demais) caminhavam de um lado ao outro sem rumo, saindo de lojas de roupa, de lanchonetes ou até mesmo andando até o final da calçada para depois voltar ao início. Eles perceberem que todos eram manequins, com exceção do pequeno grupo de sobreviventes. Ann soltou a pedra assim que pisou fora do hospital.

— Beleza, então o que faremos agora?

— Eu não sei... – Sarah olhou ao redor, preocupada. – Mas acho uma boa idéia procurarmos as outras pedras da habilidade. Antes que sejamos mortos.

— Eu gostei dela. – Matheus comentou, soltando a pedra. – Pietro, fique com a Pedra da Medicina. Iremos dar um jeito de sair daqui.

— Er... Obrigado. – O garoto colocou a pedra no bolso, meio inseguro. – Mas não temos muito tempo.

Ele apontou para a igreja, ao qual um enorme relógio marcava exatamente uma hora da tarde e continuava a se mover, faltando apenas 5 horas até apontar para a expressão: A HORA FATAL.

 


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Notas finais do capítulo

Equipes:

Grifo Violeta
Orientador: diretor Franklin
Arthur Bone - bárbaro
Lana Mizuki - curandeira
Ezmia Mauntravani - manipuladora
Missão: Impedir o atentado ao One World Trade Center.

Dragão Negro
Orientadora: Clementine White
Aleka Savalas - curandeira
Alwaid Draconis - mutante
Oktavia Kadnikov - mutante
Missão: Os fugitivos!

Ryüjin Azul
Orientador: Hector Moore
Ryan - guerreiro
Kitty Hudson - mutante (feiticeira)
Galina Strosvisck - manipuladora
Missão: Pegar o Livro da Magia Antiga no mausoléu de Phetimílio, no mundo de Bubéstis

Lobo Roxo
Orientador: Victor Quinn
Deborah Quinn - mutante
Scott Blake - mutante
Ali Hastings - curandeira
Missão: Descobrir pistas sobre os sequestradores de Ann na loja de brinquedos "Toys R Us".

A Hora Fatal
Ann Levynsck - mutante
Sarah Watson - mutante
Pietro Del Mar - mutante
Matheus Antony - guerreiro
Missão: Encontrar as Pedras da Habilidade e sobreviver ao reality show A Hora Fatal.

PS: Sarah, Pietro e Matheus, resolvi mexer um pouco na história de vocês. Logo, vocês não serão alunos típicos da Escola de Guardiões. Eu vou falar com vocês por Mensagem Privada hahahaha

PS²: Estão curtindo? Perguntei no capítulo anterior se tinha problema com capítulos grande e a maioria disse que não! Então... Acho que exagerei hahaha O próximo será menor, prometo!