A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 7
Capítulo 7 – Uma Briga Trilíngue


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, não faço ideia do que dizer, mas estou bem feliz que minhas ideia estão começando a surtir efeito, para vocês terem ideia, coisas que estou escrevendo agora, eu pretendia pôr na primeira temporada, então, né...? Mas gosta da ideia da fic estar se distanciando cada vez mais da história original. Claro, ela ainda é minha base, mas não quero que fique igual, entendem? Bem... espero que gostem.



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P.O.V America

No dia seguinte, estou com minhas criadas no quarto quando Mary me pergunta quando será a viagem para, logo em seguida, ser repreendida por Anne.

— É uma boa pergunta. – digo, olhando para Mary e ignorando a bronca de Anne.

— Para onde a senhorita pretende ir? – pergunta Lucy em seu tom baixo habitual.

— Não sei. – as olhos. – Para onde eu deveria ir?

— É uma escolha sua, senhorita... – começa Anne quando é interrompida por Mary.

— Sempre quis visitar a Inglaterra. – confessa. – Ver o Big Ban ou andar naquela roda gigante gigante. – rio da repetição de palavras. – É lá que tem aquela roda gigante enorme, não é? – pergunta, insegura após minha risada.

— Acho que sim. – respondo, ainda rindo.

— Bom, então eu gostaria de ir para lá. – ela conclui, sorrindo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Quando eu era adolescente, sonhava em ir para Paris. – diz Lucy, inesperadamente rompendo o silêncio, num tom sonhador. – Sempre achei aquele lugar tão romântico.

Sorrio para ela. Ás vezes me esquecia de que as meninas tinham suas próprias ambições.

— E você, Anne? – pergunta Mary.

Anne a fuzila com o olhar brevemente.

— Nunca pensei nisso.

— Ah, Anne, vamos, se abra! – diz Mary.

— Hm... – ela parece insegura.

— Se não quiser falar tudo bem... – digo.

Passam-se mais alguns segundos de silêncio e quando acho que ela realmente não vai responder, ouço sua voz.

— Quando eu era criança eu sempre quis ir para a Disney.

Surpreendo-me com sua confissão.

— Sério?

— Não ria, por favor, senhorita.

— Não. Não é isso, só que... – Anne nunca me pareceu alguém que gostaria de ir para a Disney. – É um sonho massa.

— E o seu? – ela me pergunta.

— Ah, eu antes queria ir para a Grécia, mas descobrir que eu era filha de Apolo meio que destruiu isso.

— Por quê? – Mary pergunta.

— Nada que vem dele me agrada. – respondo imediatamente

— Mas você vem dele. – observa Lucy, o que me faz parar por um instante.

— Infelizmente. – é apenas o que respondo, encerrando a conversa.

— Quando iremos viajar? – pergunto a Maxon.

— Não sei, America. Tive o jantar e o encontro antes das eliminações e meio que tinha me esquecido da nossa viagem. – confessa. – Acho que em breve.

— Em breve quando?

— Por que de repente você ficou tão interessada nessa viagem? – ele parece irritado.

— Não sei, só pensei nela e achei melhor não deixar passar. Vai que você me elimina.

— Ambos sabemos que eu não vou fazer isso. – sua expressão é indecifrável.

— Não, não sabemos. – respondo.

Ele fica em silêncio por alguns segundos antes de se virar bruscamente para mim.

— Está bom. – declara por fim. – Você pelo menos sabe para onde quer ir?

— Bem, isso...

— Está vendo? – ele parece mais irritado e não entendo o motivo.

— Pensei em combinarmos juntos. – continuo num fiapo de voz.

Ele para por um momento e me encara, parece arrependido, depois sua expressão se reconstrói.

— Não tenho nenhuma preferência.

— Nem eu. – respondo.

— Mas eu tenho. – diz uma voz.

Volto-me para traz para ver Asher a alguns metros de distância, com uma flor qualquer em mãos. Ele anda lentamente até nós e me dá a flor. Não digo nada. Não tenho coragem.

— O que você está fazendo aqui? – quase rosna Maxon. – Não vê que isso é uma conversa em particular.

— Ah, mas eu achei que estivesse convidado para essa viagem. – diz Asher com seu tom irônico de sempre, fingindo estar magoado.

— Não, você não vai. – diz Maxon, enquanto eu ao mesmo tempo digo:

— Qual a sua ideia?

Maxon para, assim como eu e nos encaramos por alguns segundos. Não sei o que se passa, mas em seus olhos leio várias emoções que não consigo distinguir. Não entendo o que está acontecendo e sinto-me estranha por isso.

— Já ouviram falar no Rio de Janeiro?

A ideia de Asher era bastante simples, divertida e inusitada: enquanto minhas criadas queriam lugares parecidos com Nova York, apesar de tudo, cada uma com seu toque especial, Asher queria algo totalmente diferente e especial: Rio de Janeiro, uma cidade de clima tropical de um país tropical chamado Brasil.

— Mas a senhorita fala espanhol? – pergunta Anne em voz baixa para mim, mais tarde, em meu quarto.

— Português. – corrige Asher, suavemente, logo atrás de mim, na porta do quarto, com Maxon atrás dele o encarando como se pudesse eliminá-lo apenas com um olhar. Talvez, se Asher fosse um mortal, Maxon pudesse. Isso só me lembra de que não devemos brincar com deuses.

— Na verdade não, mas aparentemente Asher fala. – sorrio.

— De fato.

— Eu também falo, na verdade. – ouço a voz baixa e cheia de mau humor e mais algum sentimento que não consigo distinguir, talvez ciúmes?

Asher ignora completamente a interrupção do irmão.

— Não será maravilhoso, nós três no Cristo Redentor?

— Mas... o Cristo, Cristo, existe mesmo? – pergunto, ao mesmo tempo que Maxon diz em um misto de surpresa e extrema irritação:

— Nós três?

— Mas é claro! – ele sorri e não sei ao certo se estava me respondendo ou a Maxon.

— “Mas é claro”, America ou Maxon? – pergunto.

— Maxon. – ele responde e sua expressão se torna sombria e distante. Olho para Maxon e percebo que ele está com a mesma cara. – Prefiro não falar sobre isso, America. Não cabe a mim.

Faço careta. Não queria causar, nossa. Mas depois que soube que gregos, romanos, nórdicos e egípcios coexistiam no mesmo lugar, tempo, universo e espaço – acredite em mim, é confuso –, achei que não seria tão complicado se o Deus cristão também existisse, mas parece que não teria minha resposta, afinal.

Maxon pigarreia.

— Como assim nós três? Só vamos eu e America.

— Claro que não. A ideia de ir para o Rio foi minha! – Asher rebate.

Olho para Anne e vejo que ela faz menção a sair, mas peço que fique, com Mary e Lucy no ateliê e eu sozinha com dois deuses extremamente brigões, não sabia em que quadro acabaria.

— E quem ficará com as meninas? – questiona.

— Se você se preocupa tanto, porque você mesmo não fica? – contra-ataca Asher.

— Porque era eu que iria inicialmente!

— Planos mudam, querido irmão! – Asher tenta manter a voz leve e calma, como se nada daquilo importasse de fato, mas vejo a vermelhidão de raiva em seu rosto. No dele e no de Maxon que, por um pequeno instante, parece um espelho perfeito de Asher.

Tenho vontade de interferir, de fazê-los parar de brigar, mas tenho medo de ser incinerada.

— Seja sincero, Asher, você só está insistindo tanto nisso, insistindo tanto nela para me atingir. – diz Maxon apontando com a cabeça para mim.

Pera aí. Por que eles estão agindo como se estivessem sozinhos? Não veem que estou no quarto e ouvindo tudo?

— Não se superestime, Maxon. Esse, muito provavelmente, é seu pior defeito, achar que é o centro de tudo. Centro da vida de Zeus, centro do palquinho do Olimpo, centro da infância de todos, o “Príncipe”, o “dono” da Seleção. Acorde, Maxon. Você nem ao menos é igual a nós.

Quem é “nós”?

— Como ousa? – Maxon parece prestes a explodir e tenho medo do que virá a seguir.

E então eles começam a falar coisas e mais coisas ao mesmo tempo e não consigo entender nada, apenas ofensas proferidas em várias línguas, algumas conhecidas como o inglês, espanhol ou grego e outras em outras que nem imaginava que existiam.

PARAA! — grito em plenos pulmões, tentando impedir o que diabos virá a seguir.

Maxon e Asher param por um instante, bocas abertas, como se estivessem preparados para voltar a bombardear um ao outro com insultos a qualquer momento.

Eles me encaram.

Os encaro de volta. No meio do bate-boca, Maxon e Asher se aproximaram bastante, talvez para poderem empurrar o dedo no peito um do outro sem precisar esticar o cotovelo. O pensamento quase me faz rir, mas o ambiente não me permite liberar a risada. Apenas os observo com um ar acusatório e acusador, como uma mãe que pega os filhos se estapeando. Apesar da comparação não ser das mais adequadas, é exatamente assim que me sinto.

Suspiro.

— O que há com vocês dois? – sento-me na cama.

Olho para Anne, no fundo do quarto, aparentemente tentando não ser notada, olhando de um lado pro outro como se procurasse um lugar para se esconder no chão. Acho que não é adequado uma criada ouvir a briga dos “patrões”.

O que vem a seguir é completamente inesperado: Asher e Maxon trocam um olhar rápido, depois olham para mim e saem sem nada falar.

— Nunca vi Maxon naquele estado. – desabafo com Anne, segundos depois da saída tempestuosa dos dois do quarto. – Nem Asher, na verdade, mas não o conheço bem o suficiente para saber se isso é ou não do feitio dele.

Anne corre imediatamente até mim para me acudir.

— Quer uma água, senhorita? – ela parece preocupada.

— Acho que quem merece uma água é você, Anne. Obrigada por ficar. – digo com um sorriso realmente agradecido.

— Ao seu dispor, senhorita. – ela me devolve o sorriso. E então, seus olhos piscam e a Anne totalmente eficiente e inabalável está lá de novo. – Um copo de água, então, senhorita?

— Dois, Anne. – digo e olho para o céu pelas portas abertas da minha sacada. – Dois.


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Notas finais do capítulo

Como assim "igual a nós", hein, Asher?
Teorias?



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