A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 6
Capítulo 6 – Tempo e um papo sobre casamento


Notas iniciais do capítulo

Hey, peoples, não tenho muito o que comentar, então só aproveitem.
P.S.: Alguém já viu LadyBug? ♥



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P.O.V America

Mais tarde, enquanto caminho para meu quarto, uma frase de Maxon ainda não saiu de minha memória “Você gostaria mais de mim se eu fosse normal.” E o que eu fiz? Pedi tempo. Francamente, America, qual é o seu problema?           

— Ah. – um Christian bastante surpresa na porta de meu quarto exclama assim que viro a esquina do corredor. – O fato de eu ter pensado que você estava no seu quarto esse tempo todo provavelmente faz de mim o pior guarda do mundo. – ele diz, bem humorado.

Dou um sorriso sonolento para ele. Estava tão cansada depois de todo aquele dia longo e cansativo.

— Vocês se divertiram? – seu sorriso some e sua voz é amarga.

— Preciso ir. – é minha única resposta.

Ele, parecendo meio contrariado com a minha falta de resposta, mas sem vontade de criar problema, abre a porta e me deixa passar. Ele me observa caminhar para dentro antes de fechar a porta e me trancar novamente sozinha com meus problemas.

— Não. – Annabeth sorri. – Eu tive apenas três madrinhas de casamento, apesar das pessoas esperarem mais do que isso: Piper, Reyna e Hazel.

Nós estamos discutindo sobre festas de casamento: como queríamos, quem chamaríamos, qual decoração usaríamos, que tipo de comida ofereceríamos... era bastante animador e encantando, mas também, só de pensar eu já sentia-me cansada em ter que preparar tudo aquilo.

— Acho que só se deve convidar madrinhas que você realmente gosta. Que são realmente suas amigas. – Annabeth continua.

Estico meu pescoço para olhar Marlee e fico bastante feliz ao ver que ela também procura meu olhar. Antes de chegar à mansão, eu tinha para mim que em uma competição com um prêmio tão grande como a Seleção não haveria como qualquer uma das meninas ser simpática comigo ou com as outras, no entanto Marlee me acolheu logo que nos conhecemos. Desde então, sempre estamos juntas.

Umas semanas atrás, Marlee comentou que talvez não quisesse ficar com Maxon. Quando a pressionei para explicar melhor aquilo, ela se fechou totalmente. Não estava brava comigo – isso eu sabia –, mas aqueles dias de silêncio me deixaram bem solitária.

— Quero sete madrinhas. – afirma Kriss com uma enorme convicção depois sua cara obstinada falha. – Quer dizer... – ela recomeça rapidamente meio sem jeito – Se Maxon me escolher e eu tiver um supercasamento. – ela dá um sorriso amarelo para o restante de nós.

— Bom, eu não quero madrinhas. – diz Celeste em seu tom insuportável de sempre. – Elas só servem para desviar a atenção dos outros. E como tudo vai ser televisionado, quero todos os olhares voltados para mim.

Aquilo só fez aumentar o ódio que já sentia por aquela criatura insuportável. Eram tão poucos os momentos que sentávamos e conversávamos juntas, quase como amigas, ainda mais com Annabeth e aquela garota estava estragando tudo com seu egoísmo e egocentrismo.

— Pretendo seguir uma tradição familiar. – Elise começa. – Na minha família, todas as noivas usam vermelho e o noivo precisa levar presentes para os convidados da noiva como agradecimento por eles deixarem ela se casar com ele. – diz com sua voz calma de sempre, com quase nenhuma emoção tingindo sua voz.

Como alguém não podia suspirar pelo seu momento do seu casamento? Beleza que eu não pensava muito nisso, mas...

— Não esqueça de me convidar para o seu casamento! – solta Kriss, rindo. – Adoro presentes!

— Eu também! – Marlee parece igualmente animada.

— E você, America? – diz Annabeth, mudando a atenção da conversa para mim. – Por que está tão calada? O que deseja para o seu casamento?

Minhas bochechas coram. Quando eu disse que não pensava muito, eu realmente não pensava. Não fazia ideia de como responder.

Só tinha imaginado um tipo de casamento na minha vida e ele não envolvia igrejas, festas luxuosas ou milhões de convidados. Apenas minha família e a do meu noivo, os amigos mais próximos e um cartório qualquer após acabarmos toda a burocracia.

— Bem... – começo, desajeitada. – Nunca pensei muito nisso, apenas no momento em que meu pai me entrega ao noivo. Sabe quando ele toma sua mão e põe na mão do seu futuro marido? É a única parte por que eu sempre quis passar de verdade.

Por mais embaraçoso que isso possa parecer, é verdade.

— Mas todo mundo faz isso. – diz Celeste, revirando os olhos. – Não é nem original.

Apesar da vontade que tenho de esganar aquele pescoçinho cheio de egoísmo, apenas falo, totalmente controlada:

— Quero ter certeza de que meu pai aprova totalmente a minha escolha no único momento realmente importante da minha vida.

— Que bonito. – comenta Natalie com um ar sonhador enquanto Kriss pergunta:

— Apolo?

Aquela pergunta me dá mais raiva do que o comentário de Celeste.

— Não. Meu pai de verdade. – respondo com falsa calma.

— Mas eu achei que seu pai fosse Apolo. – diz Kriss.

— Ele só contribuiu com o material genético. – respondo quase num rosnado.

— Olha quem está mostrando as garrinhas. – diz Celeste e ri.

— Adoraria “mostrar as garrinhas” para as veias do seu pescoço.

Ela solta uma interjeição de surpresa enquanto Annabeth faz uma careta.

— Tenho certeza de que ele aprovará. Não importa quem seja. – diz ela e tenho certeza que só fala para trocarmos de assunto.

Essa última frase foi dita repentinamente, como se Annie tivesse percebido no meio da fala a sua sugestão de que Maxon seria o escolhido.

Fiquei pensando se ela achava isso, se Maxon contara a ela sobre nós.

Logo depois daquela confusão, o assunto do casamento morreu, e Annabeth nos deixou para ir fazer sabe se lá o que. Celeste estacionou em frente àquele televisor enorme e as outras garotas começaram a jogar cartas.

— Apesar de tudo... – começa Marlee. – Foi divertido. – ela dá um sorriso para mim enquanto sentamos na mesa.

Depois de uma pequena pausa, Marlee solta:

— Okay, você tem que me contar: você não tem mesmo nenhum outro plano para o seu casamento ou apenas não queria revelar?

— Não tenho mesmo. É difícil para mim planejar um casamento grande, afinal sou uma semideusa. Nunca se sabe se durarei até lá.

O comentário é para ser cômico, mas apenas traz uma triste realidade de ser o que somos: nem totalmente mortais, nem totalmente deuses.

Marlee balança a cabeça, acho que ela entende o que quero dizer.

Fico pensando no meu futuro, se é que terei um, mas Marlee interrompe meus pensamentos.

— Chega de estresse. – diz, como se estivesse lendo minha mente. – Você não precisa se preocupar com isso ainda.

Eu estava pronta para contrariá-la quando fui interrompida por um grito de Celeste.

— Vai, droga! – Celeste está batendo o controle no enquanto o aponta para a TV e depois bate ele de novo, dessa vez contra sua própria mão em punho. – Argh!

— É impressão minha ou ela está ficando cada vez pior? – sussurro para Marlee enquanto observo Celeste em seu estado frustrado fuzilando a TV como se pudesse cortá-la ao meio apenas com o olhar. Ela bate no controle mais algumas vezes antes de finalmente desistir e ir trocar o canal manualmente mesmo.

— Acho que é o estresse. – ela comenta, então seu olhar vai de Celeste às meninas na mesa. – Você notou que Natalie está parecendo mais... não sei, distante?

Faço que sim com a cabeça e então volto-me para onde ela está olhando, para as três outras garotas jogando cartas na mesa. Kriss sorri enquanto embaralha e distribui as cartas, enquanto Natalie examina as pontas dos próprios cabelos, vez ou outra arrancando um fio. Seu semblante tem um ar distraído. Quer dizer, mais do que o normal.

— Acho que todas nós estamos sentindo isso, sofrendo com a pressão. – confesso. – Fica mais difícil curtir ou relaxar com um grupo tão pequeno de garotas e com a expectativa do fim da Seleção se aproximando.

Celeste resmungou algo e nos viramos para olhá-la, mas logo voltamos à posição inicial quando ela nos pegou espiando.

— Licença – diz Marlee, mudando de posição no assento. – Acho que vou ao banheiro.

— Pensei na mesma coisa. Vamos juntas? – proponho.

Com um sorriso, ela balança a cabeça para negar. Sempre tão educada. Sorrio com o pensamento.

— Vá na frente. Vou terminar o meu chá primeiro.

— Tudo bem. Já volto.

Saio do Salão das Selecionadas, caminhando devagar por aquele corredor magnífico. Eu duvido que algum dia chegarei a me acostumar com o espetáculo que é essa casa. Estava tão distraída que, ao dobrar uma esquina, trombo com um guarda.

— Ai! – é um grito/exclamação esganiçada.

— Perdão, senhorita. Espero não tê-la assustado.

Ele me segura pelos cotovelos para que eu recupere o equilíbrio.  

— Não – digo, rindo da minha própria situação. – Está tudo bem. Eu devia olhar melhor por onde ando. Obrigada por me segurar, soldado...

— Woodwork – completa na deixa, fazendo uma breve reverência com a cabeça.

— Eu sou America.

— Eu sei. – ele diz, sorrindo.

Sorrio e suspiro. É claro que ele sabe.

— Bom, espero que da próxima vez que nos trombarmos seja apenas no sentido figurado – digo, brincando.

— Concordo. Tenha um bom dia, senhorita – ele responde.

— Você também.

Volto e conto a Marlee sobre a minha trombada vergonhosa com o soldado Woodwork. Aviso a ela para olhar por onde anda. Ela solta uma gargalhada. Bem, não é minha culpa se sou cômica mesmo sem querer.

Passamos o resto da tarde sentadas perto das janelas, conversando sobre as nossas casas e as outras garotas e bebendo chá sob a luz do sol.

É meio triste pensar no futuro. Cedo ou tarde, a Seleção chegará ao fim, e embora eu saiba que Marlee e eu continuaremos próximas, sentirei falta de conversar com ela todos os dias. Ela foi a primeira amiga de verdade que fiz na Seleção e gostaria de tê-la sempre ao meu lado.

Enquanto eu tento curtir aquele momento, Marlee apenas olha pela janela com um ar sonhador. Tento, em vão, imaginar no que ela está pensando, mas está tudo tão sereno que prefiro não perguntar.

A calmaria antes da tempestade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijinhos de purpurina líquida para everyone.



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