Até que ponto é fantasia escrita por Niebla


Capítulo 16
É tudo culpa da estrela




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Quando saímos do livro foi muito estranho. Antes estávamos tão próximos e de repente Len estava de pé segurando no meu braço enquanto eu, de joelhos, quase caia em cima do livro fechado. A sensação dos lábios deles nos meus, os olhos hipnotizados pelos dele e o soluço preso na garganta ainda estavam ali. Toda a emoção da história apertando o meu peito. Eu tinha sido tão impulsiva… Talvez ele nem gostasse mesmo de mim. Deveria ter se deixado levar pela emoção do momento só para acabar logo com a história e…

— A vó disse para vocês irem para a sala conversar com ela. — Gabriel aparece na porta e eu me levanto num pulo deixando a mão de Len escorregar para longe. — Vocês estão bem?

Ele olha para nós dois desconfiado. Gabriel era muito bom de pegar as coisas no ar, mas era péssimo em definir o que eram essas tais coisas. Como ele olhava fixamente para mim, deduzi que ele tinha percebido que eu estava chorando e tentava decidir se deveria ou não perguntar o que tinha acontecido.

— C-claro… Eu só preciso tomar um ar. — Eu passo por ele com um riso fraco.

— Gabriel, você já… — Escuto de longe quando já estava no meio do corredor. Eu torcia para ele dizer nada comprometedor, meu coração estava tão acelerado…

Eu seco o meu rosto na manga da blusa e vou direto para a cozinha abrir a porta dos fundos. Quando entrei no quintal, apertei um pouco os olhos por causa do vento que balançava os meus cabelos agora soltos. O sol que começava a se pôr tingia boa metade do céu de laranja e tons rosados, deixando as nuvens ainda mais parecidas com algodão-doce. Um dos feixes alaranjados de luz batia no meio do meu rosto atravessando também as folhas da árvore antiga que mantinham ali, isso me fez sorrir. A brisa suave sacudia levemente tudo o que era verde, carregando com ela aquele cheiro delicioso de grama recentemente cortada. Nunca tinha reparado o quanto ali era bonito. Eu fecho os meus olhos e solto um longo suspiro. Precisava relaxar e controlar o fluxo maluco sentimentos que rodopiava no meu peito.

Eu bebo um copo d’água e vou para a sala com a expressão mais neutra que eu consegui formar, mas minha vontade era de sair logo dali e evitá-lo o máximo que pudesse. Dona Serena sorri para mim apontando para o sofá pequeno onde Len estava sentado e avisa que tinha esquecido de uma coisa e que já voltava. Um dos cotovelos dele estava apoiado no braço do sofá e a cabeça inclinada sobre a mão. Parecia perdido em seus pensamentos. Eu sento meio desconfortável e Len dá um leve pulo mudando completamente de postura. Havia um clima meio esquisito entre nós dois, a última coisa que eu queria que acontecesse. Desvio o olhar reparando nos livros sobre a mesinha.

— Dois dos livros da arca estão sobre a mesa. — Eu falo antes que ele perguntasse. — Rapunzel e A pequena sereia… Interessante, ser justamente um dos que a gente já leu e o outro não, parece que ela escolheu assim de propósito…

— Eu sabia! Minha vó sempre soube o que tinha dentro da arca.

— Por que acha isso? Ela não disse que nos viu mexendo?

— Viu mesmo? Eu estava com isso na cabeça já faz algum tempo, mas agora tenho quase certeza. A única vez em que ela entrou na sala no dia que abrimos a arca foi para me entregar a chave, não foi? — Ele vira para mim.

— Exatamente. — Serena me assusta ao tocar no meu ombro.

— Por que não nos disse desde o começo que sabia? — Len pergunta tocando um dos livros sobre a mesa.

— Admito que estava doida para saber como foi. — Ela senta. — Vocês já devem ter percebido que as histórias seguem a personalidade e aparência de vocês e que dá para entrar com os papeis invertidos até. Comigo e com seu avô, foi incrível. Passamos nossa lua de mel na Chapeuzinho vermelho e eu mostrei para ele como eu podia ser uma loba muito m…

— Vó! — Len passa a mão pelos cabelos, era engraçado notar que eles voltavam quase que exatamente para o mesmo lugar. — Foco, por favor… — Eu sacudi de leve a cabeça como se aquela frase também fosse para mim.

— Bom, na verdade eu queria que vocês aproveitassem da melhor forma possível. — Ela tira o pote da estrela de um dos bolsos. — É mesmo mágico, ninguém imagina que algo assim possa existir nesse mundo, mas existe, não sei como nem o porquê exato, mas essas histórias tão reais quanto a vida de muita gente.

— E como… — Eu suspiro.

— Mas algo fez você querer falar com a gente sobre a arca agora, não foi só curiosidade. — Len parecia olhar para a avó com firmeza.

— É porque eu descobri que vocês ignoraram o aviso das cartas e deixaram a estrela escapar.

— Cartas? — Dessa vez eu que pergunto.

— Sim, duas, uma na caixa e outra dentro da arca. — Serena parecia preocupada.

— Uma deve ter caído quando a caixa rasgou. — Ele continuava virado para a avó. — Talvez debaixo de uma das estantes.

— Não foi de propósito.

— Eu sei querida, não precisa ficar tão tensa assim. — Serena bate de leve no meu braço, ela mal sabia que não era por causa daquilo que eu estava tensa, mas sim por, provavelmente sem perceber, Len estar colado em mim no sofá. — Essa segunda é meio que uma lista sobre o que fazer caso tudo comece a dar errado.

— Acho que você viu que tínhamos perdido a estrela naquele dia que perguntou se eu tinha me cortado, não? — Ele batucava com os dedos levemente no braço sofá.

— Sim, eu vou explicar tudo, mas antes… Luna, segure isso daqui, por favor. — Ela me entrega o pote. — Bom, perder a estrela não é o maior problema, mas sim por quanto tempo ela fica perdida. Vocês já devem ter percebido que o tempo dentro das histórias não é igual ao daqui.

— Sem contar que às vezes, dentro da própria história parece que pulamos algumas partes dele. — Len complementa. — Lembro de ter vontade de usar ao banheiro, mas nunca de ir até um deles antes de me sentir normal de novo.

— Que bom, né. Imagina ter que sair da casa no meio da noite para usar o banheiro externo ou então uma daquelas valas esquisitas… — Eu lembro de um filme antigo que tinha algo assim. — Ou então tomar vários banhos frios.

— Verdade. — Serena ri. — Bom, pensem na estrela como um guia dentro da história. Quando ela está concentrada dentro do pote, fica mais fácil de controlar o que acontece dentro lá dentro, mas fora dele não. A estrela está inundando cada vez mais as histórias e com vocês, que estão vivendo como personagens neles, não é muito diferente.

— Como assim? — Eu mordo o lábio.

— Olhe para o braço esquerdo do Len através do frasco.

— P-por que o Len tá azul!? — Eu dou um breve pulo para trás.

— Como assim? — Ele passa a mão pelo braço como se pensasse que era tinta.

Eu via um risco azul fraco bem no lugar do “corte imaginário” do outro dia, assim como várias manchas desbotadas em todo o tórax e uns aranhões leves, mas de um azul mais forte espalhados pelo corpo. Nas minhas próprias pernas eu via uns riscos leves e uma mancha no cotovelo que eu tinha batido dentro de uma das histórias. Quando olhei para a mesa vi que apenas um dos livros brilhava bastante na parte das páginas e no título com uma luz bem colorida, quando eu toquei o outro, aquela luz azul ameaçou tomar conta dele, a letra “R” de Rapunzel já estava começando a ficar tão colorida quanto as letras do outro livro, mas eu tirei a mão antes que isso acontecesse e ele voltou ao normal.

— Isso é coisa da estrela. É como se ela também estivesse dentro de vocês por causa dos livros, todos os lugares que vocês machucaram, de alguma forma deixam isso visível. — Conforme ela vai explicando a cara de “o que raios está acontecendo!?” de Len vai diminuindo.

— O que isso significa? — Ele encosta no fundo do sofá ainda mais pensativo do que antes.

— Que a estrela solta está misturando a fantasia com a realidade e isso é bem perigoso. Nunca pensei que veria isso acontecer de verdade…

— Por isso o sangue na minha blusa naquele dia… e Lun, não sei se você percebeu, mas eu não estava tão perto assim de você quando entramos no último livro se comparar com o jeito que estávamos quando saímos. Eu quase caí em cima de você. — Francamente aquela era a última coisa que eu perceberia naquele momento… Toda a última cena do livro voltou na minha cabeça eu abaixo o rosto sentindo minhas bochechas queimarem.

— Normalmente, quando alguém se machuca, ou fica cansado dentro da história, no mundo real tudo fica imediatamente normal, mas agora não. Por enquanto os ferimentos e sensações passam rápido, mas logo não passarão.

— Isso quer dizer que se um de nós morrer na história… — Ele engole em seco.

— Isso mesmo. — Serena olha para nós dois apreensiva. — Vocês precisam recuperar os fragmentos e precisam fazer isso rápido, porque se não conseguirem juntá-los a tempo, tanto a fantasia quanto a realidade vão se misturar tanto que não vai ter como separá-las novamente.

— Literalmente? — Eu mordo o lábio.

— Literalmente. Bom, o tempo dentro do livro é o que importa, eu separei todos os livros de dentro da caixa. Deixei os que já leram fora, no alto da estante e… não sei o motivo, mas alguns, como esse daqui. — Ela levanta “A pequena sereia”. — Atraíram mais energia da estrela do que os outros então os deixei na parte debaixo do pano da arca, leiam esses, mas com muito cuidado.

— Então é melhor abrirmos esse logo. — Len sugere e eu fico pálida, não queria entrar num livro estando tão confusa sobre tudo.

— Que bom que está animado é bom que continue assim. — Ela ri. — Mas eu não recomendo esse daqui especialmente. Digamos que as chances dos dois terem um final feliz nessa história é muito bamba para quem está com a estrela solta. Não tem como pular fora ou alterar o enredo tão facilmente quanto nos outros.

— Dava para pular fora? — Eu olho para ela bastante surpresa.

— Sim, mas precisariam se concentrar muito e se deixarem atrair pela força da estrela, mas como ela está toda espalhada o máximo que aconteceria seria mudarem de livro, bom é melhor não tentar, aposto que não ajudaria a devolver a estrela para o lugar dela. — Ela estende a mão e quando me estico para devolver o pote, eu o derrubo chão e ele rola para perto dos pés dela.

— Ah não… — Eu fico com medo dele ter rachado.

— Não se preocupe. — Ela o coloca na mesinha. — Enquanto um pouco da estrela estiver aí dentro, ele é praticamente indestrutível, mesmo se pisar em cima ou jogar pela janela nem rachar ele vai.

— À prova de Lun então. — Len ri e eu olho feio para ele.

— Existem outras arcas como essa? — Estava curiosa com os outros tipos de histórias que poderiam existir desse jeito.

— Com certeza, mas não sei quantas são, umas doze talvez… Bom, eu só vi uma outra de longe uma vez. Era a de contos de terror, algo terrível. Para você fazer ideia, a estrela de sangue dela ficava presa num pote de chumbo com um par de espacinhos de vidro, se não fosse eles nem daria para vê-la lá dentro, Aposto que é impossível abrir porque ninguém são iria quer que aquilo escapasse…

— O mais perigoso então. — Len encosta no fundo do sofá. Ele tinha tirado o cubo mágico dele de “algum lugar do além” e estava passando a mão por ele agora, lendo as cores.

— Sim, mas não subestime os contos de fada, muitos deles tem um lado bastante sombrio…

— Isso é assustador…— Eu me arrepio ao lembrar de algumas versões mais antigas de alguns contos.

— Mas relaxem, se não bater com a personalidade de vocês é bem difícil de acontecer.

— Naquela hora você disse escapar? Então quer dizer que toda essa fantasia da história poderia ficar solta, tipo solta mesmo?

— Ou vocês podem ficar presos nos livros. — Se não estivesse no sofá, eu cairia para trás. — Bom, é melhor eu ir, tenho que preparar a próxima aula que vou dar lá no curso. — Ela ri da minha reação, mas não era como se Len não estivesse surpreso, mesmo com a expressão neutra, eu podia ver que ele estava mais pálido.

Quando ela sai da sala levando as coisas da arca, eu pego o meu celular mandando uma mensagem para Ângela, por sorte ela estava em casa e eu poderia passar lá quando quisesse. Len já tinha resolvido todo o cubo, ele era mesmo muito rápido com aquilo… Eu levanto do sofá pensando em avisar que sairia, mas Gabriel entra na sala tirando um DVD de uma sacolinha, nem sabia onde ele tinha encontrado uma locadora, na verdade pensava que elas estavam extintas.

— Trouxe aquele filme antigo que você disse que queria assistir. — Ele joga o DVD no meu colo. — Como já comi pipoca demais hoje, trouxe salgadinho.

Len liga a televisão e eu coloco o filme no aparelho enquanto Gabriel voltava da cozinha com um pote para cada um. O filme mal começou e nós três já estávamos entretidos, riamos e conversávamos bastante sobre ele, mas eu estava incomodada. Len estava agindo como se nada tivesse acontecido. Mas não era isso o que eu queria?

— Vai passar aqui amanhã?

— Não sei, acho que vou sair com meu irmão. Se formos para o cinema, acho difícil, talvez só depois do almoço dependendo da sessão. — Eu penso que seria bom se lêssemos pelo menos mais um dos livros.

— Então nem vou te ver. — Len vira para mim.

— Ah é, amanhã você volta a trabalhar. — Gabriel senta de novo no sofá juntando toda a bagunça que fizemos.

— Eu nem sabia que você trabalhava.

— Achou que eu ficava em casa o dia inteiro sem fazer nada? Quem faz isso é o Gabriel.

— Ei! — Gabriel cruza os braços.

— Estavam reformando o prédio por causa de um vazamento, era coisa feia então fecharam por umas duas semanas. Foi bom porque foi bem na época de entregar os trabalhos da faculdade.

— Bom, eu vou indo…

— Até logo então. — Gabriel me abraça e Len acena.

 Eu sai da casa deles com pressa, deixando a chave em cima da estante. Como avisei que estava perto, Ângela me encontrou na frente do metrô e nós duas, subimos pelas escadas porque o elevador estava cheio. Batemos na porta por um tempo até Leila abrir e Juno sorri para mim espalhando umas folhas na mesa.

— Quanto tempo! — Juno me dá um abraço. Notei que ela tinha pintado os cabelos repicados de azul marinho dessa vez, tudo nela, menos o temperamento, parecia ter saído de uma daquelas animações fofas japonesas.

— A Ângela está fazendo mais um daqueles projetos malucos dela, quer ajudar? — Leila parecia um pouco cansada e não era atoa, ela estava no terceiro ano do curso de engenharia civil e pelo cimento nos sapatos tinha acabado de voltar de uma inspeção ou algo assim.

— Dá trabalho demais… — Juno se joga no sofá. — Olha só esse roteiro, ela e o Nick já fizeram umas quatro peças e ainda assim é só metade das personagens … — Ela junta a pequena pilha de folhas cheias de desenhos. — Não sei porque estou fazendo isso ao invés de estudar para a prova de ecologia…

— Porque você adora! — Eu mostro a língua para ela, mas ela sabia que era verdade. — Falando em Nick, cadê ele?

— Foi comprar mais linha dourada. — Ângela corta um pedaço de um pano bem leve com uma tesoura de ferro. — Ele ficou com a parte dos bordados. — Ela ri. — Ele se deu mal, são para um vestido longo e na hora ele nem sabia.

— Parem de deixar as minhas orelhas vermelhas. — Ele bufa entrando no apartamento. — Eu também moro aqui!

— Nós quatro, amorzinho. — Juno aperta a bochecha dele, agora anda logo porque tem mais teco de pano do que chão nessa sala! — Ela empurra uma pilha para baixo da mesinha. — Estou aqui anotando pra eles o que descrevem das roupas na peça e o que eu acho que seria interessante também. Bom, você pode me ajudar aqui Lun, sei que é um desastre com a agulha.

— Ei! — Eu finjo estar brava. — Só porque eu costurei uma peça na outra da última vez…

— A Ângela não sabia se te ajudava ou se ria da sua cara. — Nick começa a rir.

— Amigos são para isso, ainda mais os de infância. — Ela coloca o cotovelo no meu ombro e tira os meus óculos. — Pensei que ia comprar aquela armação vinho lá da loja.

— Deu preguiça. — Eu coloco os desenhos em ordem na mesa e pego o roteiro. — Na verdade eu acho que o grau diminuiu, se for verdade já mudo a lente e a armação junto.

— Vai ficar aqui até tarde? — Leila me pergunta.

— Vou, se não atrapalhar é claro… — Eu pego o lápis e começo a anotar em uma das folhas. Aquela personagem corria muito então era melhor colocarem uma roupa mais curta na frente para a atriz não tropeçar no vestido.

— Claro que não vai. Pode até dormir aqui se quiser. — Juno chega perto do meu ouvido. — O Nick vai sair com a Maria, a irmã dele e a Clara de novo hoje à noite e, se tudo der certo, ele não vai voltar tão cedo. Vão todos para o cinema.

— Pare de falar assim, vou começar a achar que você também quer ir.

— Pra ficar segurando vela para vocês? Não sou freira não. — Ela implica. — Sem contar que a Clara é insuportável, não sei como a sua mãe não mandou ela pra fora no meio do dia da pizza.

— Nem me fale. — Eu começo a rir. Eram vinte pessoas na casa, quinze caixas de pizza e só ela com a cara emburrada.

— Vocês falam, falam e falam e nada de terminarem alguma coisa… — Ângela ri. — Se terminarmos a parte de hoje logo, eu prometo que faço aquela torta de morango que vocês tanto amam. — Ela ajeita a faixa que usava no cabelo afro dela.

Ela não precisou falar mais nada, todos tentamos nos concentrar no que fazíamos e é claro que perdemos o foco várias vezes, afinal isso era o que dava a graça. Acabei dormindo no sofá da sala, só acordei com Juno jogando videogame de corrida com a Leila. Elas sabiam que o meu sono era pesado por isso nem abaixaram o volume da televisão.

— Caramba, que horas são? — Eu me enrosco no cobertor que usava.

— Uma da manhã. — Juno olha no celular depois de pausar o jogo.

— Volta a dormir, você tem algumas roupas que esqueceu aqui da última vez. — Leila boceja. — Só mais essa rodada que nós já saímos.

Eu durmo antes disso e acordo com o despertador. Eu sorrio por saber que ali era mais perto da faculdade e só precisaria usar o metrô. Depois de tomar um banho e colocar as minhas roupas e uma calça capri da Leila, (a única com o mesmo número) eu vou para a faculdade. Por sorte não precisava de nada além de um caderno e uma caneta para hoje.

Não precisaria dizer que a manhã passou correndo, ainda mais porque eu não conseguia parar de pensar naquela loucura toda dos livros e consequentemente nele. Era estranho, quanto mais pensava nos livros menos confusa eu ficava sobre eles, mas quanto mais eu pensava nele mais confusa eu ficava. As leis de proporção não pareciam funcionar com ele…

Depois de passar num banco, vou direto para a mansão buscar o meu irmão. Suspirei aliviada ao não ver um Audi amarelo no nosso jardim, ele já deveria estar em casa, há uns maravilhosos 500 quilômetros de distância. Cumprimentei todos que encontrei no caminho com um sorriso maior do que o de costume. Vou para a sala bebendo um copo de refrigerante que peguei na cozinha e fico bastante surpresa com quem encontro no meio da sala em plena terça-feira.


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Notas finais do capítulo

Essa explicação bem básica faz toda diferença, não? Alguma teoria conspiratória?



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