Até que ponto é fantasia escrita por Niebla


Capítulo 17
Começando a dar certo


Notas iniciais do capítulo

Voltei! E parece que alguém já acertou quem era kkk



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— Pai? — Eu quase derrubo o refrigerante na minha blusa.

— Oi filha! — Minha mãe tira o copo da minha mão e beija a minha bochecha. Ela detestava quando eu comia na sala.

— Pensei que não veria você por aqui. — O “Sr. Yarlok” ajeita a gola da camisa polo que usava por baixo do paletó cinza.

— Eu vim buscar o meu irmão. — Eu pego meu copo de volta e termino de beber antes de devolvê-lo para a minha mãe que me olhava impaciente. — Eu liguei avisando pai, a Anna não passou o recado?

— Como seu pai chegou pensei que preferisse almoçar com a gente. — Minha mãe responde por ele. Aquela, com certeza, era a mania dela que mais me irritava, mas meu pai não parecia se importar, estava cuidando dos negócios da empreiteira pelo celular.

— Admito que estou surpresa, mas… — Começo a recusar a oferta.

— Lu! — Nico desce correndo com o braço enfaixado deslizando pelo corrimão das escadas largas. — Nós podemos ir para uma sorveteria depois do almoço, papai pode ir com a gente e pedir aquele sorvete de baunilha com caramelo que ele gosta, eu aquele de azul com uma bola de morango com M&M’s e marshmallow por cima, você aquele de chocolate com leite condensado e a mamãe aquele de abaca… — Ele sempre tagarelava demais quando ficava feliz com alguma coisa. Eu o abraço apertado abafando a boca dele no meu abdômen. — Eu… não est… conseguindo respirar! — Ele fica todo vermelho quando se solta de mim.

— A Jean e o José já estão terminando de preparar o almoço, aposto que alguém aqui já está com fome. — Ela bagunça os cabelos do meu irmão. — Já são duas e meia, pretende comer só quatro horas?

— Eu vou fazer lasanha, é bem rápido.

— Para com isso filha, até parece que quer fugir da gente! — Minha mãe resmunga.

Ela parecia mais chateada que o normal… Eu olho para o meu pai, ele ria falando ao celular, passava as mãos pelos cabelos do mesmo tom claro de castanho que os do Nico. Ele desliga o aparelho e olha para mim. Eu estava quase cedendo quando o celular toca novamente e meu pai avisa que iria para lá imediatamente. Almoços em família sempre ficavam em segundo plano quando se tratava de negócios.

— Nico, dá tchau para o papai e para a mamãe. — Aperto de leve o ombro dele. Sabia que ele estava magoado. — Eu prometo que te levo para comer sorvete depois, tá bom? — Eu sorrio para ele e a cara de decepção que ele tentava esconder diminuiu um pouco.

Nós nos despedimos e ele grudou na minha mão, andando sem falar nada. Ele era uma criança calma apesar de reclamarem dele por, uma vez ou outra, ele bagunçar muito ou se envolver em brigas na escola. Eu sabia que era só um jeito de tentar chamar a atenção de nossos pais, mas tudo o que ele conseguiu com isso foi uma bronca e mais uma semana sem o iPad que ele nem usava.

— Eu posso ir na janela? — Ele pede quando paramos no ponto de ônibus.

— Só se me der um beijinho.

Ele ri e beija minha bochecha assim que eu abaixo. Nós entramos no ônibus e ele fica lá com a cara grudada no vidro. Ele arregalava os olhos em todas as curvas, como se achasse que o ônibus iria capotar em alguma delas e como sempre pega no sono bem no finalzinho do caminho. Quando chegamos em casa ele se jogou no sofá enquanto eu preparava a lasanha, coloquei a fôrma de vidro no forno e quando fui pôr a mesa vi que tinha acabado o orégano. Para ele, queijo e orégano puros já valiam por uma refeição e lasanha sem essas duas coisas não tinha graça.

— Eu vou comprar orégano ali na padaria e em mais ou menos uns dez minutos eu volto, tá bom?

— Tá, tá, tá… — Ele vira de cabeça para baixo no sofá mudando o canal da televisão. — Qualquer coisa é só ligar pra você ou bater na porta da Clarice aqui do lado. — Esse era o nosso acordo quando ele não queria ir junto.

— Muito bem! — Beijo a bochecha dele e saio de casa apenas com um pouco de dinheiro e o celular no bolso.

Eu não tinha percebido o quanto o céu estava aberto, poucas das as nuvens mais cheias de mais cedo ainda estavam visíveis. Mesmo que as estações por aqui fossem meio malucas, assim como o clima, as árvores mais altas estava ficando cada vez mais verdes e frondosas mostrando que a primavera estava por chegar.

Eu pego um sachê de orégano e um de canela também, eu poderia tentar fazer aquela torta que eu aprendera no livro da Branca de Neve, apostava que Nico iria gostar e depois eu poderia levar uma parte lá para a casa da dona Serena, lembrava que as sete miniaturas do Len adoravam comer aquilo então as chances dele gostar eram grandes. Quando fui pagar a conta, uma mão tocou o meu ombro. Eu não tomo um susto com o toque inesperado, mas sim com quem tocou em mim (e não era Len como, estranhamente, eu tinha imaginado). Eu dou um passo para trás olhando para aqueles cabelos arrepiados e o familiar sorriso idiota, entrego o dinheiro para a caixa que tenta disfarçar o riso por me ver com a cara assustada que eu deveria estar fazendo e saio de lá bastante apressada.

— Ei Luna, espere! Eu tenho que pagar aqui antes… Vamos conversar.

— Hoje não dá para falar. Estou muito atrasada, desculpa… — Eu grito de longe, mentindo, mas ele continuava vindo atrás de mim. Por que esse tipo de coisa sempre acontecia comigo?

— Não podia voltar sem falar com você. — Ele vinha atrás de mim carregando duas sacolas leves, uma em cada mão. — Só quero te dizer que eu gostei muito de quando a gente ficou j…

Eu finjo que não escuto e espero o sinal abrir batendo o pé no chão ansiosa. Os segundos nunca demoraram tanto para passar. Eu não podia simplesmente sair correndo no meio da rua, mas era exatamente o que eu queria fazer.  Eu dobrei a esquina sem olhar para trás. Sabia que aquele infeliz era persistente e não iria parar de me seguir até realmente me perder de vista. Eu tiro a camisa xadrez que eu usava por cima de uma regata e a enrolo no braço procurando o melhor caminho para sair logo dali.

— Len!? — Eu reconheço aqueles cabelos rebeldes de longe. Ele estava sentado de costas para mim em um banco da pequena praça.

— Lun?

Ele pareceu surpreso, mas logo deu de ombros fechando o livro que estava lendo e colocando-o dentro bolsa transversal que usava, era a mesma que eu o vi usando no dia que ele foi buscar Gabriel na faculdade há um mês atrás. Ele deveria estar esperando eu falar ou fazer alguma coisa, mas tudo o que eu podia fazer era continuar olhando ao redor preocupada, não queria que Adam me encontrasse de novo, não agora, pelo menos.

— Está acontecendo alguma coisa?

— N-não. — Junto os meus cabelos e faço um rabo de cavalo alto com um elástico verde que eu estava usando como pulseira desde ontem, torcendo para não virar um fuá.

— Vou fingir que eu acredito em você… Bom, eu estou no meu horário de almoço então é melhor eu almoçar logo…

Já de pé, ele abre a bengala e ameaça ir justamente na direção que eu tanto evitava, mas eu o impeço grudando no braço dele ao ver Adam atravessar a rua. Tento dar um passo, mas Len não deixa. Com certeza estava irritado por eu querer arrastá-lo por aí sem dizer nada e ele tinha razão.

— Por favor… — Peço antes dele abrir a boca para me xingar ou sei lá o quê. — Só dessa vez. —Tentei ser o mais convincente possível.

Eu seguro na mão dele e por incrível que pareça ele decide cooperar. Ele atravessa a rua comigo assim e para na calçada, bufando ao soltar a minha mão para segurar na parte de cima do meu cotovelo, como eu não deixo, Len passa um dos braços pela minha cintura. Ele nem precisou falar que daquele jeito ficaria mais fácil para ele “me seguir” sem chamar muita atenção ou correr o risco de ser arrastado pela minha presa. Não sei como ele tinha adivinhado que eu precisava me camuflar, mas estava sendo perfeito para isso. Adam estava procurando por uma garota sozinha de camisa xadrez, não por um “casal”. Eu nos arrasto para longe dali passando por várias ruas, tomando muito cuidado para não fazer besteira.

— Tem um projeto de degrau aí. — Eu relaxo os meus ombros suspirando ao entrar numa cafeteria.

O cheiro de café misturado com chocolate parecia ter se espalhado em tudo. Era um lugar agradável; as lâmpadas cálidas iluminavam o ambiente de decoração bem simples, mas de bom gosto. Umas oito mesinhas redondas estavam espalhadas sobre a pequena área da frente do balcão, e um sofá bege junto a duas poltronas ficava no canto esquerdo encostado na parede perto da entrada. Era perfeito para relaxar e bater um papo num dia mais tranquilo.

Ter nenhum sinal do Adam era um alívio, mas eu me sentia cada vez mais ridícula por ter saído correndo dele ao invés de enfrentar aquilo de vez. Era tudo minha culpa e não era a primeira vez que algo assim acontecia, mas eu desejava do fundo da minha alma que fosse a última. Eu puxo uma das cadeiras da mesa do canto e sento olhando para o mostruário, ele estava cheio de doces. O atendente cortava um bolo com várias camadas de recheio, deveria estar delicioso. Eu coloco a mão no bolso conferindo que ainda tinha alguns trocados, como Len gostava de doces, eu poderia dar uma fatia do bolo para ele como forma de agradecimento.

— Agora vai me dizer o que está acontecendo ou eu vou ter que adivinhar? — Ele encontra o encosto da cadeira e guarda a bengala no bolso. — De quem você está fugindo?

— Bom, eu estou tentando… Ah, não.

Eu vejo Adam atravessar a rua para entrar na loja em que estávamos. Que coincidência detestável era aquela… Bem que ali deveria ser o único lugar próximo que vendia tortas de limão, algo que ele realmente adorava. Eu viro o rosto e tento escondê-lo atrás do cardápio, mas Adam começa a se aproximar mais rápido como se começasse a me reconhecer.

— Tentando? — Len estava começando a ficar impaciente. Eu mordo o lábio e levanto olhando para Adam de rabo de olho, por sorte ele estava mexendo no celular ao invés de reparar no mundo ao redor.

— É, tentando me… — Não conseguia me concentrar em nada. Meu coração acelerava a cada passo que ele dava.

— O quê? — Ele não tinha percebido que eu já estava do lado dele, então estava com o rosto virado para o lado errado.

— Uh, droga… — Não dava para sair dali a tempo. Se ele chegasse perto, com certeza me reconheceria.

Antes de pensar para não me arrepender, o mais impulsivamente possível, eu fiz a única coisa que podia ser feita: encostei na parede e puxei de leve o braço de Len, para que quando passasse por nós, Adam não me visse enquanto eu me esticava para fingir dar um selinho nele, mas eu tinha esquecido de que ele não podia ver o tapete ou ter uma noção exata de onde eu estava. Não dava para impedir, nossos lábios se tocaram com força e ele quase caiu em cima de mim. Nos primeiros dois segundos, Len não reagiu, depois até ameaçou me afastar e então deixou que eu o beijasse, talvez por ter percebido o que eu queria com aquilo ou por ter gostado… Espera, por que eu ainda estava beijando ele!? Eu, que até então estava pasma o empurrei e deslizei para longe.

Deveria estar vermelha que nem um tomate, porque o meu rosto queimava e estava difícil de me recompor. Eu me odiava por ter feito aquilo. Como eu podia olhar para cara dele depois disso? Nem me preocupava mais com Adam e se não tivesse olhado ao redor tentando pensar no que fazer, nem teria percebido que ele estava no balcão fazendo um pedido.

Len estava parado no mesmo lugar de antes, parecia confuso. Se eu pudesse ver através daqueles óculos escuros, poderia ter certeza de que seus olhos claros estavam arregalados e fixados no meu rosto. Antes de eu conseguir sair ele me segurou pelo braço.

— Você não vai me largar no meio do nada, vai?

— N-não, e-eu…— Eu não olho para ele. — Desculpa por ter te colocado no meio disso. — Eu sussurro. — É algo muito complicado e eu só… Só não queria ter feito isso desse jeito. — Eu me encolho esperando a bronca.

— Tudo bem. — Eu olho para ele cética. Como assim, de uma hora para outra ele resolveu dar uma de compreensivo? — Estou falando sério. — Len muda a expressão como se adivinhasse o jeito que eu estava olhando para ele. Se eu não o conhecesse não acreditaria que ele era cego mesmo se arrancasse os óculos dele e balançasse a mão na frente dos olhos dele feito idiota.

— Não vai gritar nem dizer que está bravo comigo!?

— Não. — Ele tira a bengala do bolso e encontra o pequeno degrau da loja. — Por que eu faria isso? — Ele pisa na calçada virando o rosto para mim apenas para perguntar.

— Bom, porque eu fiz tudo errado. — Eu coloco a mão dele no meu cotovelo e atravesso a rua. — Não deveria ter te arrastado daquele jeito sem explicar nada nem… — Eu penso no beijo e desvio o olhar envergonhada. — Nem quase te largar aqui… Só por metade disso já era motivo, não?

— Não. — Ele vira de frente para mim me fazendo parar de andar. — Olha, eu gosto de você e não quero que pense que sou um estúpido o tempo todo.

Eu engulo o ar olhando para ele incrédula. Quem era ele e o que tinha feito como o Len? Ele só podia estar maluco ou literalmente admitindo que… Bom, eu não queria pensar naquilo, não agora pelo menos! Eu contenho o impulso de sair de perto dele o mais rápido que podia e vou andando em linha reta sentindo minhas mãos suarem um pouco e meu corpo todo esquentar principalmente na parte que a mão dele segurava. Não conseguia parar de olhar para ele, mas logo o nervosismo passou e eu comecei a ficar com raiva. Por que ele estava agindo como se não tivesse acabado de dizer aquilo? Eu respiro fundo tentando parar de ligar para “aquelas coisas da minha cabeça”. E continuo andando, percebendo tarde demais que estava nos levando automaticamente para minha casa.

— Lu, quem é esse cara!? — Meu irmão inclina a cabeça feito uma coruja, finalmente conseguindo abrir o portão com a mão esquerda. — Eu já estava indo falar com a vizinha porque você demorou mais do que disse que iria demorar.

— Eu sou um amigo dela. — Len responde por mim.  — Meu nome é Len, e o seu?

— Nico. — Dá um passo para trás apertando os olhos, ele os arregala ao perceber que Len segurava uma bengala que para ele mais parecia uma vara com umas quatro listras horizontais fininhas. Nico inclina a cabeça curioso quando o vê movimentando aquilo ao atravessar o portão.

— Hm… Isso é cheiro de lasanha? —Maldito nariz de Beethoven, mas não era por mal, eu podia ouvir o estômago dele roncando alto e como eu tinha feito ele perder um bom tempo do horário de almoço dele…

— Bom, eu que fiz. — Eu olho as horas no meu celular e o devolvo para o bolso. — Vou desligar o forno agora. Nico, põe mais um prato na mesa. — Eu puxo de leve o braço dele. — Vamos almoçar.

Eu o levei para a cozinha e coloquei a mão dele no encosto na cadeira para então terminar de colocar as coisas na mesa. Eu começo a fatiar a lasanha do Nico, ele costumava fazer uma bagunça quando tentava fazer sozinho ainda mais machucado (mimá-lo de vez em quando com carinho não fazia mal) enquanto isso ele o observava medindo-o de cima a baixo, seguindo cada movimento dele com os olhos como se ele fosse um extraterrestre, se ele não fizesse isso com todo mundo que acabava de conhecer eu até o repreenderia, mas sabia que mesmo assim ele faria exatamente a mesma coisa. Olhando bem, eu nem tinha notado que ele vestia uns jeans escuros e um blazer por cima que caiam muito bem nele. Até os cabelos rebeldes dele estavam pouca coisa mais ajeitados do que o normal, ele estava tão…

— Você é cego. — Nico finalmente fala alguma coisa.

Eu olho feio para ele e vejo as bochechas dele ficarem cor-de-rosa, aquela não deveria ser a segunda coisa a se dizer a um desconhecido, talvez “um oi, tudo bem?” antes fosse menos direto, mas era o jeito dele. Eu solto uma risada leve e baixa. Tantas vezes ele disse coisas como: “Você tem um cheiro estranho” ou “Por que você pintou o seu cabelo dessa cor?” para pessoas que mal conhecia…

— Sou. — Len corta o primeiro pedaço da lasanha do prato dele.

— Então tá. — Nico sorri enfiando dois pedaços de uma vez na boca eu relaxo meus ombros. Ele balançava os pés debaixo da mesa contente ao jogar mais orégano no prato dele. Não precisava de muito para se sentir assim.

Nós comemos sem pressa e quase acabamos com toda a lasanha da fôrma. Len parecia ter gostado e eu fiquei feliz com isso, era a única das poucas dezenas de receitas que sabia fazer que eu estava satisfeita com o sabor. Nico tirou a louça suja da mesa e eu coloquei os restos na geladeira. Como Len podia enrolar por mais dez minutos antes de voltar para o trabalho, resolvemos ficar ali para conversarmos um pouco. Curiosamente Nico começou a tagarelar, ao contrário do que fazia perto de quem não conhecia por causa da timidez. Os dois se deram bem e nós rimos bastante, apesar da loucura de mais cedo o dia estava sendo divertido.

— Quer dizer que ele puxou a tagarelice de alguém… — Len brinca quando eu o levo para o portão.

— Eu nem falo tanto assim! — Eu cruzo os braços. — Não tenho culpa se algumas vezes, quando você me provoca, eu precise falar tudo de uma vez só para você não ficar me enrolando como sempre faz…

— Viu. — Ele ri mostrando aquelas duas covinhas.

— Vai logo trabalhar. — Eu dou risada sem conseguir soar brava. — Amanhã eu passo na sua casa… Que horas vai estar lá?

— Hm… Na hora do almoço ou depois das seis.

— Te vejo lá. — Eu encaixo a chave esperando ele sair.

— Tchau. — Ele me abraça e eu fico ali olhando-o atravessar a rua ao invés de fechar o portão e entrar.


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Notas finais do capítulo

Tentei passar um pouco mais de ação dessa vez, gostaram?



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