Next Door Lover escrita por VicWalker


Capítulo 4
III - Trabalhando com Problemas


Notas iniciais do capítulo

Nos últimos minutos do segundo tempo eu consegui trazer capítulo novo!!!

Vocês não tem ideia de como foi difícil escrever esse capítulo. O calor está tão grande que eu não aguento chegar perto do meu computador, mas hoje eu passei o dia com o notebook no colo só para terminar esse capitulo para vocês.

Me desculpem pela demora, mas como eu disse que na minha outra história, eu tenho sérios problemas de concentração. Então quando eu estou escrevendo, minha atenção é facilmente desviada para o desenho que meus irmão estão assistindo ou eu minimizo o word do nada para ver algum vídeo do Rato Borrachudo.

Eu achei um aplicativo para me ajudar no meu problema de concentração e logo meu quarto vai ter ar-condicionado então o problema de calor vai acabar também.

Eu criei um trailer para a história então quem quiser ver o link está nas notas finais.

Boa leitura!

Editado: Eu esqueci de dizer Feliz Ano! Boa festa a todos vocês e que ano que vem de vocês seja cheio de coisas maravilhosas.



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Brandon ainda esperava uma resposta e eu tentava meu máximo para não olhar para ele. Eu estava encarando as figuras do tapete por muito tempo. Era interessante como os quadrados se misturavam com os triângulos, formando várias formas pelo tapete oval. Eu deveria comprar um tapete assim para minha sala, talvez escondesse as manchas de vinho no carpete. Na realidade, minha casa estava precisando de várias coisas novas.

Ouvi ele pigarrear e pelo canto do olho eu vi que Brandon estava me encarando, mas eu não tinha coragem para olhar ou responder sua pergunta. Ele ficaria bravo se eu respondesse sua pergunta com uma cantada antiquada? Ficaria estressado se eu dissesse que não tinha planos de abrir mão dele?

Minhas duvidas comprovaram que eu não tinha um conhecimento aprofundado sobre a sua personalidade. Eu precisava saber mais sobre os seus gostos e costumes. Se eu quisesse realmente ter uma chance de conquistá-lo será preciso que eu conheça ele tão bem quanto eu conheço a mim.

O problema seria saber sobre ele. Como eu poderia me aproximar dele se as circunstâncias em que nos conhecemos pessoalmente exigiam o meu afastamento? Olhei o apartamento novamente, eu não estava tão perdida assim. Eu já conhecia o andar e o apartamento que ele morava, já era o suficiente por agora.

Eu podia ver que ele estava ficando impaciente, ele tinha começado a bater o pé repetidas vezes no chão fazendo um som abafado. Eu tentava ignorar o fato de que logo ele iria brigar comigo novamente. Ele suspirou antes de começar a falar novamente:

—Seja lá qual foi o motivo, eu gostaria que você parasse — Ele falou calmamente e sem nenhum pingo de emoção na voz.

Foi como se tivessem jogado um balde de água fria em cima de mim. Todos os meus planos indo por água baixo quando ele falou essas palavras. Ele continuou me olhando como se quisesse ter certeza que eu tinha entendido o que ele havia falado. Eu não sei ao certo se ele disse algo após isso, minha cabeça estava em outra dimensão. Segurei as lágrimas que queriam cair e fiz um gesto concordando.

— Você tem a minha palavra — Eu tentei forçar a minha voz a soar forte e decidida, mas o que saiu foi um gemido junto com palavras.

Pigarrei para limpar minha garganta e decidida a não ficar nenhum momento a mais na presença dele me levantei e fui em direção à porta. Minha mochila ainda estava pendurada nas minhas costas e eu apertava a alça com demasiada força, tentando conter as lágrimas teimosas que insistiam em sair.

— Você não quer esperar antes de ir? — Ouvi ele perguntar e eu sabia que ele havia falado só por gentileza — Está muito frio lá fora.

— Está tudo bem — falei tentando segurar a tristeza na minha voz — Eu vou correndo.

Não dei tempo para ele responder, apenas abri a porta e sai correndo para o elevador. Não demorou muito para eu chegar ao térreo e logo eu estava de volta as ruas, com as pessoas me olhando torto por causa de minhas roupas. Não me importei com nada nesse instante, fui correndo em direção à entrada do meu prédio. Nunca fiquei tão agradecida pelo portão de segurança não funcionar corretamente.

Subi as escadas sem parar para respirar e quando cheguei ao meu andar notei que a porta do meu apartamento ainda estava aberta. Torci para que ninguém tenha entrado, principalmente o jovem suspeito que morava no apartamento do lado. Entrei na minha sala e respirei aliviada por ver que tudo ainda estava em ordem. Fechei a porta e a tranquei passando a chave duas vezes. Queria ter certeza que nenhum visitante aparecesse agora.

A primeira coisa que pensei em fazer foi tirar a roupa e ter um banho bem quente. Fui em direção ao banheiro tirando a blusa pelo caminho e entrando de cabeça no jato quente. Eu tinha que ser rápida e não podia ficar no chuveiro por muito tempo, a estrutura elétrica do prédio era muito velha, de forma que se eu demorasse muito o disjuntor cairia. E nesse instante, a última coisa que eu precisava era um banho frio.

Me lavei rapidamente e fiquei alguns segundos ainda debaixo do jato quente para me aquecer. Me dei por vencida quando comecei a sentir cheiro de queimado, normalmente isso era um indicio que a água não ficaria quente por muito tempo. Fechei o registro e puxei o roupão que ficava pendurado ao lado do Box. Vesti ele e enrolei uma toalha na cabeça antes de passar correndo para o meu quarto. Não existia nenhum jeito de eu vestir a blusa que eu estava, porque isso me lembraria de Brandon, então procurei no meu armário uma calça e uma blusa que pudesse me aquecer e logo eu estava envolvida nos meus cobertores.

Eu queria chorar mais segurei as lágrimas durante todo o tempo até que o sono chegou. Eu não ia chorar por alguém que eu não tinha trocado mais de vinte palavras. Proibi meu cérebro de pensar nisso e deixei minha mente vaguear pela terra dos sonhos. Me senti sortuda quando acordei por não ter sonhado com o meu vizinho.

Eu ainda sentia uma dor no peito quando levantei da cama e comecei a me preparar para mais um dia de trabalho. Tentei não pensar em assuntos que não envolviam meu trabalho ou meus pacientes e tomei meu café calmamente enquanto foleava o jornal do dia. Decidida a espairecer mais um pouco, resolvi ir trabalhar de bicicleta. Me agasalhei o máximo que eu podia e sai nas ruas de Amsterdã revestida pela metade do meu guarda-roupa.

Eu sou uma pessoa que sente frio com facilidade então o inverno holandês é uma provação para mim. Principalmente em Amsterdã. Nascida e criada na única região holandesa que possui um pouco de calor, enfrentar os ventos fortes e geadas de Amsterdã foi difícil, mas eu estava determinada a montar minha clínica na capital.

Algum tempo trabalhando em um hospital foi o suficiente para eu conhecer alguém que partilhava as mesmas ambições que eu. Minha parceira de negócios e minha amiga, Lisa Voyer. Apesar de que é Lisa que paga a maior parte das contas, nossa clinica é bem estável.

Sai na rua montada em minha bicicleta e aproveitei o vento que forte que fazia esvoaçar meus cabelos e as folhas no chão. Uma das maravilhosas coisas que existiam aqui, a facilidade de se locomover pela cidade. Eu odiava andar de transporte público por ter muitas pessoas ao meu redor, por isso, normalmente eu preferia ir a qualquer lugar de bicicleta.

Pedalei por alguns minutos até a fachada do prédio onde eu trabalho aparecer. Se você pegar a avenida principal e virar na primeira rua do canal, você irá se deparar com um prédio antigo de tijolos. Entrando nele e subindo as escadas até o terceiro andar você irá encontrar a melhor clinica psicológica da cidade. Quer dizer, estávamos nos esforçando para ser.

Entrei no consultório e minha secretária já estava sentada em sua mesa digitando furiosamente o teclado do computador. A primeira coisa que ouvi foi o seu grito de alivio quando cruzei as grandes portas de madeira.

— Graças a Deus, você está aqui! — Ela veio correndo na minha direção e segurou meu braço — Estamos com problemas!

— O que aconteceu, Anne? — perguntei preocupada. Ela parecia agitada demais nessa manhã.

— A Dra. Voyer foi viajar mais cedo e não temos alguém para substituí-la — falou exasperadamente.

Viajar mais cedo? Isso não parecia ser coisa da Lisa, ela era alguém tão responsável que eu não conseguia vê-la indo viajar sem avisar ninguém. Tirei meu celular da bolsa e disquei o número dela rapidamente, por sorte ela atendeu após o primeiro toque.

— Lisa? Onde você está? Anne disse que... —Comecei a perguntar quando ela deteve minha fala.

— Estou viajando e não vou voltar por um tempo — murmurei baixo e eu tive que me esforçar para ouvir.

— Como assim? — perguntei novamente, não entendendo nada da situação — Lisa, você poderia ter avisado, assim daria tempo de Anne trocar o horário dos pacientes.

— Igual você me avisou quando dormiu com o meu irmão? — indagou e eu pude distinguir o tom de irritação em sua voz.

Então esse era o motivo da viagem inesperada? Bom saber que um fato não importante foi o suficiente para ela me largar desesperada em um clinica cheia de pacientes querendo ser atendidos.

— É por isso que você viajou? — perguntei ainda sem acreditar — Olha Lisa, seu irmão é maior de 21 anos. Ele pode fazer o que bem entender.

— Eu te conheço, Alicia — falou novamente e eu estava começando a ficar insegura — Você queria algo e usou meu irmão para isso. Você é incapaz de manter um relacionamento com alguém sem interesse, honestamente, eu não acho que posso trabalhar com alguém assim.

— O que você quer dizer com isso? — Minha preocupação tinha atingido níveis alarmantes — Você vai abandonar a parceria?

Se Lisa saísse eu não seria capaz de manter o local. Meu coração começou a bater mais rápido em desespero.

— Eu não sei ainda — disse e eu relaxei com essas palavras. Ainda tenho chances de convencê-la a não ir — Vou tirar esse tempo para pensar, quando eu chegar nós conversamos.

Sem se despedir ela desligou. Eu ainda não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer então fiz a única coisa que podia fazer no momento.

— Anne, ligue para todos os pacientes de hoje e remarque os horários — falei enquanto me dirigia para minha sala — Vou atender todos eles hoje.

Meu dia foi assustadoramente ocupado. Os pacientes da manhã foram os mais fáceis de atender, era aconselhamento familiar. Os da tarde foram predominados pelas fobias, particularmente, eles eram os mais tediosos de se lidar. Então por último, quando já estava escurecendo apareceu os meus favoritos. Os que possuíam alguma doença ou distúrbio psicológico.

Eu sempre achei interessante em saber como a mente humana funcionava. Os casos mais extremos eram sempre os meus favoritos, por serem difíceis de lidar e complicados, mas eu sempre gostei de um desafio. Eu, originalmente, gostaria de ter sido uma psicóloga forense, mas acontece que não é uma vaga muito utilizada onde eu moro e minha mãe não achou que era um profissão adequada para mim quando eu comecei a fazer faculdade.

Eu quase estava me esquecendo do motivo de me enterrar totalmente no trabalho. Minha parceira estava ameaçando abandonar o barco e eu não podia deixar isso acontecer. Peguei o celular do bolso e mandei uma mensagem para ela enquanto aguardava o próximo paciente.

Alicia: Você não pode me abandonar agora. Não pode abandonar a clinica.

Lisa: Se eu te perguntar qual é o motivo de você querer que eu fique, o que você vai responder? Você está interessada na nossa amizade ou só me quer para garantir a clinica?

Parei para pensar alguns segundos. O porquê de eu estar insistindo tanto? É verdade que ela é minha amiga, mas ela também me ajuda a pagar minhas contas e sustentar a clinica. Eu não sabia como responder.

Alicia: Essa é uma pergunta difícil.

Lisa: Não seria se fossemos amigas de verdade.

Alicia: Ai. Essa doeu de verdade.

Lisa: Se você se doeu é porque é verdade.

Desisti da conversa e chamei o próximo paciente. A porta se abriu e uma menina avançou a passos rápidos e se sentou na poltrona. Verifiquei sua ficha para ver o seu nome e qual era o seu caso. A palavra “anorexia” estava marcada em negrito e possuía uma série de observações embaixo. Fechei o arquivo com um suspiro e me arrumei na cadeira.

— Boa noite, Srta. Aalst — Abri meu sorriso simpático que era usado para deixar meus pacientes à vontade — Como vai?

— Onde está a Dra. Voyer? — perguntou enquanto olhava para os lados como se para se para ver se Lisa apareceria em algum momento.

— A Dra. Voyer não está aqui hoje — falei tentando soar o mais simpática o possível — Por que você não conversa comigo hoje?

Ela parecia meio hesitante em aceitar. Ficou em silêncio por alguns segundos antes de balançar a cabeça, concordando em conversar comigo.

— Não precisamos falar sobre o que você conversa com a Dra. Voyer — sugeri com um sorriso.

Ela provavelmente estava assustada por ter que compartilhar assuntos pessoais e privados com alguém que tinha acabado de conhecer.

— Isso seria bom — murmurou e eu sabia que tinha ganhado um ponto em sua consideração.

— Então, quantos anos você tem? — perguntei.

Era melhor começar com perguntar curtas e breves que não exigissem muito dela. Assuntos cotidianos eram os melhores para isso.

— Faço 18 daqui a três meses — comentou para logo ficar em silêncio novamente.

A conversa não iria para frente assim. Olhei para minha sala enquanto pensava no que fazer quando o armário no fundo da sala chamou minha atenção. Era onde eu guardava os jogos infantis que me ajudavam com os pacientes menores. Levantei e caminhei na direção do objeto para pegar algo. Quando voltei ao meu assento carregava nas mãos uma caixa de quebra-cabeça de vários cachorrinhos.

— Quer montar comigo? — perguntei enquanto abria a caixa e espalhava as peças pela mesa.

— Uh... Claro — Pude perceber que ela ficou surpresa com a minha sugestão.

Começamos a montar em silêncio. Eu separava as peças que continham cachorrinhos e ela montava as beiradas. De vez em quando eu levantava o rosto para ver a reação dela e me deparava com um sorriso singelo nos seus lábios. Estávamos quase terminando quando minha companheira resolveu falar:

— A Dra. Voyer não costuma fazer isso — comentou enquanto encaixávamos as últimas peças.

— O que ela costuma fazer então? — perguntei curiosa.

Se eu fizesse a mesma coisa que Lisa, talvez ela se sentisse mais a vontade para compartilhar suas coisas comigo.

— Nós só conversamos — disse para mim como se estive compartilhando um segredo muito importante — E ela me dá conselhos. Só isso.

Eu sabia como era o método de trabalho de Lisa, mas isso não ajudou a me deixar menos espantada. Acho que o fato da minha preferência seja trabalhar com crianças eu acabo sendo muito dinâmica e brincalhona com todos os pacientes.

— Cada um tem seu jeito de trabalhar — falei para não deixar a sala ficar em silêncio de novo.

— Eu sei é só que... — Ela tinha ficado hesitante de novo, dei um sorriso para ela indicando que ela poderia falar — Eu poderia ter consultas com você a partir de agora?

— Claro —Fiquei meio atônita com a sua pergunta, mas não era estranho os pacientes escolherem ter consultas comigo — Tenho certeza que vamos nos dar bem.

Ela sorriu e completou o quebra-cabeça. Depois ela se levantou e se retirou da sala com uma rápida despedida. Sorri com a sensação de um objetivo cumprido. Eu gostava quando os pacientes se davam bem comigo.

— Ela foi o último paciente — Anne falou esgueirando apenas sua cabeça para dentro da sala — Você já pode ir embora.

Dei um sorriso aliviado e juntei minhas coisas para poder ir. Esperei Anne trancar tudo e juntas descemos até o térreo. Me despedi dela rapidamente e logo eu estava pedalando pelas ruas de Amsterdã de volta para minha casa. Não demorou muito para eu chegar em casa, agradeci por ter escolhida ir trabalhar de bicicleta. Se fosse esperar o ônibus eu chegaria muito tarde em casa.

Subi morrendo até o meu andar e tive uma breve briga com a fechadura antes de destrancar a porta e entrar. Joguei minha bolsa para o canto dela que ficava ao lado da porta e me joguei na minha poltrona. Alguns segundos sentada foram o suficientes para perceber que minha poltrona ainda estava voltada para a janela do meu vizinho.

Eu tinha saído determinada a esquecê-lo pelo resto do dia e foi o que aconteceu, mas acabou por ser outro problema maior que ocupou minha mente. Se Lisa decidisse acabar com a parceria seria impossível para eu continuar com a clínica, a menos que eu arranjasse outro parceiro.

Minha atenção foi capturada por um breve movimentar de cortinas do meu vizinho. Desesperada para ele não achar que eu estava sendo infiel com a minha palavra fechei a minha cortina com pressa. Eu estava sentida de ter que tomar essa atitude, mas era necessário.

Eu ainda não tinha desistido de conquistar ele. Enquanto me arrumava para dormir e preparava algo rápido na cozinha para eu comer, comecei a pensar em métodos de como conquistar meu vizinho.

A garrafa térmica de café chamou minha atenção e foi como se uma lâmpada tivesse se acendido na minha cabeça. Eu poderia entregar um café da manhã na casa dele dizendo que era um pedido de desculpas, ele não poderia me expulsar com esse extremo nível de bondade.

Decidida e extremamente feliz por ter conseguido tramar algo programei meu despertador para tocar cedo e fui dormir feliz. Afinal, no dia seguinte eu teria muitas coisas para fazer.

Senhor me ajude! Eu estou indo invadir o apartamento do meu vizinho gostoso!


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Notas finais do capítulo

Trailer da Fanfic -> https://www.youtube.com/watch?v=GmDFes1Myuw

Espero que vocês tenham gostado e eu prometo que o próximo vai sair mais rápido. Beijos e até o próximo!