Anjo das Trevas escrita por Elvish Song


Capítulo 30
Anjo das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Oi! capítulo novo para vocês! Cruzando os dedinhos para ter acertado.



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Annika acordou devagar, sem saber o que doía mais: seu corpo ou sua cabeça? Tateando a própria cabeça, sentiu um galo enorme na parte posterior, e começou a olhar em volta; estava no sobrado, no quarto do Fantasma, na verdade. Seu corpo fora banhado, e os cortes, enfaixados. Sentia-se um pouco uma múmia, mas ainda estava confusa, sem saber como acabara desmaiando, até se lembrar de ter descido de César, sentido uma pancada na cabeça e apagado... MALDITO FANTASMA! Ela ia MATAR Erik! Precisa ir até o bordel, URGENTE!

Como se lendo seus pensamentos, o mascarado entrou no quarto e deu um leve sorriso ao ver a jovem; veio sentar-se junto dela e, ao ver que Annie se sentara, aconselhou:

— Melhor ficar deitada. Foram muitos ferimentos.

— Não posso ficar deitada, Erik! – exclamou ela, lutando contra o Fantasma para se pôr em pé, o que acabou fazendo – Tenho de ir ao prostíbulo! O que aconteceu naquele sótão não vai passar impune... Os capachos de Lucian que houverem fugido irão... – mas Erik não lhe deu chance de terminar:

— Annika, eu sei. Gabrielle e os meninos do beco foram até lá. – ele tinha uma expressão sombria.

— O que aconteceu?! ERIK DESTLER, O QUÊ ACONTECEU?! – Annika parecia muito alterada, temendo que o pior houvesse acontecido.

 – eu não queria contar isso deste modo, querida – o Fantasma a sentou no leito delicadamente, vendo já a expressão incrédula da moça, que sabia muito bem o que acontecera – atearam fogo ao lugar, com as moças trancadas lá dentro. Queriam eliminar todos os vestígios do lugar.

— Alguém se salvou?! – perguntou ela, tendo confirmada a sua pior intuição.

— Uma jovem e seu bebê. Gabrielle mandou os rapazes os trazerem para cá – o Fantasma se zangara ante o atrevimento da menina, mas não tivera coragem de dizer “não”, ao ver os ferimentos da moça  da criança. – Agora, ela e Sarah estão lá em baixo, cuidando dos dois.

— Mas e as outras? Daniele, Marie, Liane...

— Sinto muito, Annika. Os rapazes tentaram tirá-las de lá, mas já não havia o que fazer.

A moça tinha o rosto muito vermelho, e Erik pensou que ia chorar; em vez disso, ergueu-se de um salto e deu um murro em seu peito, mal ligando para a dor no pulso que isso causou:

— Você! Isso é culpa sua! – gritou, num misto de culpa, pesar e raiva, batendo no peito de seu amante – eu tinha que estar lá! Eu poderia tê-las salvado! Eu tinha...

Zangado, Erik imobilizou a moça entre seus braços e a obrigou a ficar quieta:

— E ia fazer o que? Morrer nas chamas, também? Elas já estavam mortas, quando Renard e Jean entraram na casa. Você estar lá não faria QUALQUER diferença, Annika, além de deixa-la fraca, e fazê-la ver mais uma cena horrível! Acha que eu permitiria isso?

— Não tem o direito de decidir por mim o que devo ver ou não, o que devo ou não fazer, Fantasma! – ela estava zangada, e Erik compreendeu que o estava consigo mesma, por não ter conseguido salvar aquelas que viviam no mesmo pesadelo em que ela crescera.

— Eu não ia deixar você sair por aí, ferida, seminua, tão em choque que mal reagia! Eu não ia deixar você cometer esse suicídio!

— Que diferença faz, para você? Por que se importa?! – perguntou ela, sem pensar no que falava; suas palavras, porém, mexeram com Erik. Num gesto instintivo e impossível de controlar, ele a abraçou com força, quase esquecido dos ferimentos dela, e a beijou profundamente. Mesmo zangada, ela não conseguia resistir àquele beijo, entregando-se e correspondendo apaixonadamente antes que ele se afastasse:

— Porque eu amo você, sua maluca inconsequente! – ainda havia algo de zanga na voz dele, mas estava antes carregada de preocupação e carinho. O próprio artista ficou surpreso em dizer aquelas palavras: era como se apenas ao dizê-las tomasse real consciência do quão reais elas eram! Mas isso não era nada, comparado à surpresa da mulher, que deixou cair uma lágrima, uma única lágrima de alegria pura, enquanto ela lhe acariciava o rosto. Contudo, não era hora para romances, e ele se fez distante e frio novamente – Esqueça o que eu disse. – ele se afastou - Sei que quer ser útil... Acha que está bem o bastante para descer e ajudar com a garota?

— Sim. – ela suspirou: suas feridas doíam, mas eram superficiais e passageiras. Precisava descer e ajudar a socorrer a sobrevivente e o bebê: era o mínimo que podia fazer, agora. Colocando um vestido de algodão sem tingir, ela desceu as escadas acompanhada de seu amado, e seguiu até o quarto que, agora, pertencia a Gabrielle, quando esta não estava no alojamento da Ópera. Uma mistura borbulhante de emoções fervia dentro dela, mas prevalecia algo estranho, uma alegria intensa e serena a um só tempo, causada por aquelas três palavras, tão simples e tão complexas, ouvidas de seu amante: “eu amo você”.

*

A moça tirada das chamas era uma conhecida de Annika e Gabrielle: chamava-se Alice, e tinha, agora, dezessete anos. Ao se ver cercada pelo fogo, abraçara o filho de quatro meses de vida e o protegera com o corpo, tentando impedir que o pequeno se queimasse; dera certo, pois só as mãozinhas e um dos pés pequeninos haviam sido afetados pelas chamas, tendo queimaduras leves. O mesmo não se podia dizer da jovem mãe, cuja pele se soltava a cada vez que Sarah tentava passar uma flanela molhada nos ferimentos cheios de fuligem. Alice não estava consciente, o que era bom, pois estaria uivando de dor, se estivesse: suas costas estavam praticamente descarnadas, a cabeça desprovida de cabelos – queimados que haviam sido – e cheia de feridas, as roupas pregadas aos braços e pernas... Irreconhecível. Não lembrava sequer de longe a moça de lindos cabelos castanhos e pele alva que dançava para os “clientes”, e que suportava toda aquela humilhação com um sorriso de esperança no rosto.

Ao ver a antiga colega de ofício, Annika suspirou: não havia nada que se pudesse fazer por ela. Queimaduras como aquelas, se não matassem na hora, matavam por infecção em poucos dias, pois as feridas se contaminavam facilmente. Ia seguindo para o lado da moça queimada quando esta, subitamente, se moveu, abrindo os olhos. O olhar fraco e toldado de dor e choque fixou-se na mulher loura, e uma voz extremamente fraca chamou:

— Annika...

— Sou eu, Alice! – a ex-prostituta se abaixou junto à outra, cuidando para não tocar nela, mas Alice segurou-lhe a mão com força, desesperada, como se sequer sentisse a dor das queimaduras:

— Annika, cuide de meu bebê. Cuide de Alain... Ele não tem mais ninguém. – ela ofegava e arquejava, lutando por cada respiração – cuide dele... – e então seus olhos se fecharam. Após checar o pulso da jovem, Sarah se afastou e, meneando a cabeça, informou:

— Está morta. Não resistiu aos ferimentos.

As palavras da cigana doeram fundo no coração da loura, que segurou a mão da velha conhecida – uma das poucas partes de seu corpo que não haviam sido totalmente descarnadas – e, tocando suavemente o rosto descarnado, murmurou:

— Você está livre, agora, criança. Descanse em paz. – na verdade, não conseguia chorar pela moça. Comparada à vida que a pobre tivera, vendida para o bordel pela própria mãe, aos nove anos de idade, a morte era um alívio. Sofria, sim, por todas as doze mulheres que nunca conheceriam o sabor da liberdade, a felicidade de fazer o que quisessem... Sentia-se culpada por não ter retornado ao bordel, e encontrado uma forma de libertá-las, mas agora já não havia mais sentido em lamentar. Tudo o que podia fazer, por todas elas, era cuidar do bebê sobrevivente.

A mulher loura se ergueu e, voltando-se para o bebê, viu a mais inesperada das cenas: Erik se abaixara ao lado da criança – adormecida sobre uma pilha de travesseiros feita por Gabrielle – e, com ternura indescritível, pegara o pequeno no colo. Alain tinha pele muito alva, cabelos escuros – castanhos ou negros, era difícil dizer – e, quando abriu os olhos, estes eram cinzentos. Era a primeira vez que o mascarado pegava uma criança no colo, e sentia-se desajeitado, mas inexplicavelmente enternecido e fascinado; a fragilidade do bebê fazia com que tivesse vontade de protegê-lo e mantê-lo a salvo, do modo como gostaria que alguém houvesse feito consigo.

— Assim, Erik – explicou Gabrielle, ensinando o homem a segurar uma criança. O bebê acordara, e agora fitava o músico com enorme curiosidade, sem chorar. Vendo aquilo, Sarah comentou:

— Parece que gostou do senhor.

— É o que parece. – concordou o músico, aconchegando o pequeno junto a si. Estava quase confuso demais com toda aquela situação: ele, que sempre vivera sozinho, enxotado e repudiado por todos, encarando qualquer presença humana como uma ameaça, que abominava ter o silêncio de seus refúgios perturbado por vozes não musicais, que detestava agitação e tumulto, agora via sua casa cheia de pessoas estranhas que, misteriosamente, não pareciam nutrir por si qualquer hostilidade. Havia mesmo um bebê em seus braços! Uma criança que o fitava com olhinhos muito claros, curiosa e quieta. E, por Deus, como era bom sentir o contato daquele pequeno corpo, tão frágil, aquecido por seus braços... Pela primeira vez em sua vida, Erik imaginou como seria ser pai.

POV Erik

Aqueles dois últimos dias estavam me tirando completamente de meu centro: primeiro, Meg chegara sozinha ao teatro, sem fôlego, gritando por mim e dizendo que Annika estava em perigo. Disse-me o nome da rua onde se haviam separado, e fui atrás dessa irresponsável. Confundi-me um pouco com os rastros, depois que ela entrara na casa em ruínas, mas acabei por encontrar outra vez sua pista e, quando a encontro, está esfaqueando seu antigo dono, coberta de mordidas, arranhões e facadas, vestida apenas por um casaco longo. A raiva me dominou, e tudo o que eu queria era matar aquele filho da mãe, cretino, que ousara machucar minha adorada.

Torturei aquele tal Lucian, causando-lhe o máximo possível de dor; porém, quando ele implorou para morrer, eu soube que chegara ao limite: mais do que aquilo, e Annika nunca se perdoaria por não me impedir. Parei não por ser o limite de Lucian – ele merecia dez vezes o que eu já lhe fizera – mas por ser o de minha querida. Dei-lhe a faca e deixei que o matasse, lavando assim sua honra, vingando-se por tudo o que ela e a pequena Gabi haviam passado. Uma vez que os outros haviam deixado o sótão onde estávamos, dizendo algo quanto a precisarem voltar ao bordel, decidi levar Annie para casa: ela estava bastante machucada, e eu precisava cuidar dela. Contudo, a teimosa insistiu em ir atrás dos demais; não tive escolha, senão deixa-la inconsciente: não permitiria que ela se arriscasse outra vez, qualquer que fosse o motivo. Não permitiria, pois mesmo aqueles ferimentos superficiais em seu corpo já me doíam como uma facada... Não conseguia suportar sequer a ideia de vê-la ainda mais ferida ou – algo realmente impensável – morta.

Levei-a inconsciente para o sobrado, banhei-a, tratei de seus machucados – sentindo cada vez mais raiva por Lucian, e desejando ter demorado mais para mata-lo – e a coloquei em nossa cama, para que descansasse. Estava preocupado com Gabrielle, mas sabia que os Garotos do Beco jamais permitiriam que ela se machucasse; especialmente aquele ruivo, Renard, que parecia muito interessado em minha pupila. Foi pouco depois disso, enquanto eu ainda cuidava de Annie, que ouvi batidas à porta; tratava-se de Gabrielle, acompanhada de um casal de jovens ciganos e dos dois jovens que estavam com ela no sótão. Um deles carregava um corpo terrivelmente queimado, enquanto a cigana trazia um bebê no colo; levei um segundo para entender o que ocorria, o que fez Gabrielle perguntar:

— Erik, podemos entrar? É uma emergência!

Afastei-me, dando espaço para que entrassem, e acompanhei Gabi enquanto ela dizia ao ruivo que deitasse o corpo queimado - que parecia ter sido uma mulher, um dia. O bebê chorava a plenos pulmões, e aquilo realmente me irritou; não fazia ideia de como ajudar, então apenas fui buscar água limpa, como Gabrielle me pediu – mas por que eu estava obedecendo a menina, mesmo? Por que devia ajudar a mulher queimada, afinal? Não era racional, mas não me impediu de fazê-lo, mesmo assim. Fiz o que pude, molhando as queimaduras terríveis enquanto Gabi tratava do bebê, que tinha queimaduras leves nas mãos. A cigana veio para junto de mim e disse que se encarregaria da moribunda – pois aquele corpo tão machucado não resistiria, e isso era fato.

Subi para o quarto, apenas para encontrar Annika desperta; discutimos por eu a ter trazido contra sua vontade, e não suportei ouvir tantas tolices de sua boca: POR QUE EU ME IMPORTAVA? POR QUE?! Ela era tão tola, que ainda não havia percebido?! Eu me descontrolei e, abraçando-a com mais força do que seus machucados deviam me permitir, beijei-a, fazendo a declaração que eu tanto contivera, e que tornou tudo ainda mais real. Não havia mais volta, pois não tratava-se de admitir para ela, e sim, para mim mesmo... Eu amava Annika.

Ao perceber o que fizera, tratei de me pôr frio e distante, e leva-la para baixo, a fim de aliviar a culpa que ela sentia por não ter ido socorrer as antigas companheiras. Enquanto ela se ocupava da moribunda, eu me voltei para o bebê: adormecera, e estava tão tranquilo... Senti pena dele. Dormia sereno, sem saber que seria mais uma criança sem mãe, sem pai, sem ninguém por si. Mais um proscrito. Mais um abandonado. Senti-me compadecido daquela criança, tão jovem para se ver tão sozinha no mundo, e a tomei desajeitadamente nos braços, como se isso fosse diminuir a solidão do pequeno. Mas foi a minha solidão que ele diminuiu: foram as trevas em minha mente que se dissiparam, ao segurá-lo; um sentimento protetor, de carinho e cuidado, que eu só podia comparar ao que sentia por Gabrielle, mas ainda mais forte.

Gabrielle me ensinou como segurá-lo, e parecia tão frágil, tão pequeno em meus braços... Ele era como um bonequinho pequeno, que cabia folgadamente em meu colo. Abriu aqueles olhos claros e me fitou, um olhar firme e lúcido, encarando-me fixamente, e esse olhar pareceu fazer um choque me atravessar. Não sei o que houve – talvez tenha visto a mim mesmo naquele bebê – mas vi-me tomado pela firme resolução de não desampara-lo. Não seria aquela outra criança de orfanatos, espancada, esquecida, deixada à própria sorte, podendo ou não encontrar uma família digna. Não. Eu pediria a Madame Giry que encontrasse uma mulher para cuidar dele, no teatro, e seria seu mentor. Cuidaria do pequeno, e garantiria que ele tivesse tudo o que uma criança pudesse precisar.

Quando dei por mim, a mãe do pequeno finalmente falecera, e Annika estava ao meu lado. Lancei-lhe um olhar demorado, e pude ver até as profundezas de sua alma: estava triste, ainda não superara a sensação de culpa, mas também havia esperança e determinação. Mostrando-lhe o bebê, falei:

— Ele precisa de uma mãe. Deve haver, no teatro, quem possa cuidar dele.

— E há – devolveu-me ela, acariciando a cabeça do menino – eu serei a mãe dele.

POV Narrador

Renard, Jean e Tarim providenciaram o triste enterro da mulher, feito num terreno vazio das proximidades, em meio à madrugada, numa cova assinalada apenas por uma cruz de madeira. Para espanto das garotas Anjou, Erik insistira em participar, e ele próprio entalhara a cruz em dois braços de madeira, escrevendo o nome da mulher morta e, em baixo dele, o seguinte epitáfio: “mãe e heroína”, pois, não fosse seu ato de proteger o filho com o próprio corpo, agora haveria dois cadáveres naquela cova. Ninguém além de Annika compreendeu o que o levou a fazer uma hesitante oração em latim, em voz baixa. Havia tanto tempo que não orava, que Erik já não se lembrava exatamente das palavras, mas fez o melhor que pôde... Fez pela mulher que enterravam - pouco mais que uma menina - a qual merecia tudo o que pudessem fazer por ela, por pouco que fosse. Merecia, pois fora verdadeira mãe até seu último suspiro, dedicado a pedir que seu filho fosse cuidado e protegido. Fatos que tocavam intensamente o coração do Fantasma, por motivos muito pessoais.

Enquanto os rapazes e Sarah voltavam para o casarão onde moravam, Gabi e Annika voltaram com Erik para o sobrado. O homem e a adolescente queimaram os lençóis usados para deitar Alice, agora infectados por sangue e fluídos exsudados das queimaduras, enquanto a mulher alimentava o pequeno: fez isso do único modo que pôde, embebendo um pequeno lenço em leite e fazendo-o sugar. Cansada e dolorida, deitou-se de lado, acomodando-o entre seu corpo e seu braço, aleitando-o pacientemente; foi só depois de longos minutos que percebeu ser observada por Erik, apoiado no batente, tendo um sorriso discreto no rosto. Gabrielle também veio para o quarto, após ter se banhado e, exausta após todas as emoções intensa e cenas terríveis que havia visto naquele dia, deitou-se de frente para a irmã.

Compreendendo que sua irmã tinha a alma atormentada pelos últimos eventos, Annika acomodou o bebê no travesseiro, de modo que não pudesse rolar da cama, e abraçou a adolescente, deitando-a no colo. Antes que percebesse, Erik tomara Alain no colo, e se sentara ao lado da mulher, puxando-a contra si e deitando a cabeça em seu ombro. Lembrando-se de como a mãe a acalentava, quando pequena, a pianista começou a acariciar a cabeça da menina e do homem, e entoar uma suave canção:

 

I'm Your Angel - Celine Dion

 

No mountain is too high for you to climb (Nenhuma montanha é alta demais para você escalar)

All you have to do is have some climbing faith, oh yeah (Tudo que você tem que fazer é ter um pouco de fé na subida)

No river is too wide for you to make it across (Nenhum rio é selvagem demais para cruzar)

All you have to do is believe it when you pray (Tudo o que você precisa fazer é acreditar, quando orar)

 

And then you will see the morning will come (Então, você verá o dia raiar)

And everyday will be bright as the sun (E cada dia será brilhante como o Sol)

All of your fears cast them on me (Deixe todos os seus medos em mim)

I just want you to see (Eu apenas quero que você veja)

 

I'll be your cloud up in the sky (Eu serei sua nuvem no céu)

I'll be your shoulder when you cry (Eu serei um ombro para você chorar)

I'll hear your voices when you call me (Irei ouvir suas vozes quando chamarem por mim)

I am your angel (Eu sou seu anjo)

And when all hope is gone, I'm here (E quando toda esperança houver partido, eu estou aqui)

No matter how far you are, I'm near (Não importa o quão longe esteja, eu estarei perto)

It makes no difference who you are (Não importa quem você é)

I am your angel (Eu sou seu anjo)

 

I saw your teardrops, and I heard you cry (Eu vi suas lágrimas, e ouvi você chorar)

All you need is time (Tudo de que precisa é tempo)

Seek me and you shall find (You) (Procure-me, e encontrará a si mesmo)

You have everything and you're still lonely (Você tem tudo, e ainda assim está sozinho)

It don't have to be this way (Mas não precisa ser assim)

Let me show you a better day (deixe-me lhe mostrar um caminho melhor)

Enquanto ela cantava, tanto Erik quanto Gabrielle sentiam a voz doce e gentil acalmar suas emoções, penetrar fundo em suas almas, trazendo luz e esperança em meio ao tumulto deixado pelos últimos fatos. E para o Fantasma, que vira o rosto de Annika retorcido em sede de vingança, que a vira lamentar a morte de uma conhecida, enternecer-se diante de um bebê, tudo isso na mesma noite, aquela mulher só poderia se tratar de um anjo. Um anjo que levava almas para o céu ou para o inferno, mas um anjo. Um anjo da luz, um anjo das trevas.


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Notas finais do capítulo

Espero ter acertado nesse capítulo, que eu reescrevi várias vezes, com vários finais, de um monte de formas.... Não sei se poderia ter sido melhor, mas certamente foi de coração. Então, espero que tenham curtido, e aguardo ansiosamente pelas reviews.
kisses, minhas flores!



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