Era uma tarde de sábado relativamente quente, Jessie estava na pequena casa da árvore que seu pai construíra no quintal dos fundos no verão passado. Era pequena, porem confortável, seu interior era decorado com uma pequena poltrona azul, um tapete de lã azul, e cheio de desenhos pelas paredes.

A morena estava deitada no chão gelado, com os cabelos esparramados, e fones no ouvido, estava pensativa. Desde que Armin a consolou, não parava de pensar nele, ainda estava receosa, mas queria acreditar ao máximo que aquela amizade era real.

Ela achava incrível o fato de ele simplesmente não sair da sua mente por nada. Àquela altura, com tudo da sua vida dando uma reviravolta, a garota achou que o ideal era dar uma folga para sua mente, resolvera ficar ouvindo música, em um lugar tranquilo, enquanto deixava os pensamentos correrem soltos, mas não importava o que pensava, ele sempre ocupava o lugar em questão de segundos. Armin sempre ocupava quaisquer devaneios.

Jessie virou-se de lado, e deu de cara com Jacqueline, que a observava da poltrona, com um olhar curioso.

— Vai dormir no chão agora? Se for me avisa que eu fico com o seu quarto. — a loira provocou.

— Idiota. — Jessie então sentou-se e tirou os seus fones, olhando para a irmã. — O que você quer, hein?

— Só queria saber o que você está fazendo. — Jacqueline piscava os seus olhos castanhos profundos, de um modo que realçava seu rosto delicado. Mas Jessie sabia que de delicada ela não tinha nada.

— Eu estava organizando a minha mente. — respondeu à menor.

— Como assim? — perguntou novamente, insistente.

— Você tipo... Para de pensar nos seus problemas, e deixa a sua mente livre, não se força a pensar em nada.

— Ah.

— Agora fala sério. — a morena se levantou. — O que você quer?

— Ahn... Me leva ao pet shop?

— Mas porque você iria lá?

— Ah, fazer o de sempre, sabe? Comprar umas roupas, fazer as unhas.. — ironizou, fazendo a irmã arquear as sobrancelhas. — Por favor, Jessie! A mamãe disse que eu podia ter um cachorro, mas ela não quer que vá sozinha, e o Theo não quer levar! — implorou, esperançosa.

— Ok, não precisa fazer essa cara. Vamos lá, tenho que pegar o carro com a mamãe ainda.

— Eba! Posso dirigir? — questionou a menor.

— Não. — Jessie respondeu ríspida.

— Por quê?

— Porque você não tem carta, e eu quero viver.

As duas desceram a rampa da pequena casa na árvore, e se dirigiram à cozinha, onde encontraram sua mãe assando um bolo.

— Mãe, eu posso pegar o carro? Pra levar a chata aqui ao pet shop?

— Claro querida, não demorem.

Ambas saíram em direção à porta, Jessie pegou a chave num pequeno pote, ao lado da porta, e se dirigiu à garagem, acompanhada da irmã. Abriu a porta da picape vermelha, e deu a partida.