Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 8
Capitulo 7 - Shakespeare


Notas iniciais do capítulo

OLÁ GENTE! Aqui está mais um capitulo de "Remember me", espero que gostem dele, quero agradecer a todos os comentários e dizer que logo vou responder todos tá... Daqui a pouco eu respondo, prometo. Antes de lerem eu vou fazer uma rápida propaganda nas minhas outras fics da categoria Jogos Vorazes, Liberta-me: https://fanfiction.com.br/historia/666595/Liberta-me/ e as Escolhidas: https://fanfiction.com.br/historia/671389/As_Escolhidas/ passem lá, vocês irão gostar! Agora ai está o capitulo:



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Shakespeare

Eu já estava na quadragésima nona página do livro “Ship of Magic” e a vontade de dormir já estava quase que incontrolável, eu acho que eu nunca havia lido tanto na minha vida e eu estava com a impressão de que as palavras já pareciam começar a dançar de tanto cansaço que eu estava, a história até que não era tão ruim assim, tá legal ela era interessante, mas eu já havia ultrapassado os meus limites e uma parte do meu cérebro já gritava desesperadamente para eu parar de ler.

Entretanto a outra parte sabia que eu tinha que continuar, eu não tinha muito tempo, precisava terminar o livro e quanto antes melhor, então eu dizia para mim mesmo que eu tinha que continuar, sem se importar com o cansaço, afinal, essa era a única forma de me aproximar de Katniss novamente, era a única forma de eu conseguir entrar no time. Querendo ou não, eu precisava dela.

E então eu continuei com a leitura, entretanto só consegui ler mais duas páginas e acabei pegando num sono, só acordei quando escutei um barulho alto de fechar de porta, me sobressaltei e olhei assustado para ela, então avistei Thomas que olhava para mim com um olhar um tanto desconfiado.

— O que você está fazendo? – ele perguntou olhando para mim e depois para o livro, ele então mudou o olhar, encarando-me como se o que eu estivesse fazendo fosse a coisa mais sobrenatural do mundo.

— Estou lendo, não está vendo? – eu disse de uma forma meio grosseira.

— Peeta Mellark lendo? – ele franziu as sobrancelhas e depois puxou o livro da minha mão, ao olhar a capa deu risada. – Ah claro, o livro que a espantalho te deu, já sei está com saudades dela e está tentando matar um pouco a saudades lendo essas coisas esquisitas que ela gosta, não é?

— Ah cala a boca seu idiota, não é nada disso! – eu reclamei, sentando na cama, voltando a puxar o livro da mão dele. Em seguida bufei, meio contrariado. – É que eu preciso dela... – eu disse, desviando o olhar para o chão.

— O que? Perai eu estou escutando direito... Você está confessando para mim que está apa... – o idiota do Thomas iniciou.

— Não, nem termine a frase! – eu interrompi quase aos gritos. – Eu não preciso dela dessa forma tá legal, eu preciso da ajuda dela em Literatura Inglesa, para de ficar imaginando coisas onde não existe!

— Ah claro, e você quer agradá-la, ai está lendo o livro que ela te deu... – Thomas concluiu, deitando em sua cama. – Muito inteligente de sua parte, caro Peeta... Só que eu não acredito muito que agora que ela está grudada no Finnick ela irá dar alguma bola para você!

Eu bufei e então olhei para Thomas com raiva, eu odiava quando ele ficava insinuando que Katniss e Finnick tem alguma coisa.

— Eles não estão namorando, ela mesma me falou com a própria boca dela! – respondi, e minha voz saiu mais descontrolada do que o normal.

— Nossa, então você foi lá perguntar a ela? – Thomas me olhou meio surpreso. Eu o encarei, tentei falar alguma coisa, mas somente abri e fechei a boca varias vezes e não saiu nenhum som. Senti-me um completo idiota por isso. – Meu, você está mesmo com ciúmes daquela garota?

— O que? – perguntei, sentindo-me completamente ofendido com a insinuação de Thomas, peguei meu travesseiro e joguei na direção dele com força, acertando em cheio o rosto dele. – Eu não estou com ciúmes dela, só perguntei para... para... puxar assunto, eu já disse, preciso da ajuda dela em Literatura Inglesa!

— Sei... – ele fez, enquanto me encarava meio desconfiado, depois jogou o meu travesseiro de volta para mim, o peguei e encarei-o com as sobrancelhas franzidas, Thomas parecia não acreditar em mim, mas preferi não insistir no assunto, e também dane-se se ele acredita em mim ou não o que importa é que é a verdade.

Arrumei o travesseiro, deitei a cabeça nele e tentei novamente me concentrar no livro, eu precisava deixar o sono de lado, a minha vaga no time dependia disso. E então, evitei falar com Thomas a noite toda.

No outro dia, eu acordei com uma forte dor de cabeça, decorrente á poucas horas que dormi, fiquei até de madrugada lendo “Ship of Magic” e ainda ficou faltando bastantes páginas para terminar a leitura. Mas pelo menos eu já teria algo para falar com Katniss, e eu não perderia tempo, afinal ele é meu maior inimigo.

Arrumei-me apressadamente, ainda era cedo e faltava bastante tempo para a primeira aula, e então eu iria aproveitar esse tempo para tentar ter uma conversa com ela, vesti o uniforme, penteei o cabelo e me observei no espelho mais do que de costume, e enquanto ajeitava a gravata lembrei-me de uma coisa.

Fui até meu guarda-roupa, abri a primeira gaveta e peguei uma pequena caixa, abri-a e então observei o relógio prata que eu nunca havia usado, respirei fundo enquanto tirava o relógio da caixa e meio receoso coloquei-o no pulso.

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Eu senti o meu estomago embrulhar quando parei em frente á porta do dormitório de Katniss, lembrei-me de quando estive pela ultima vez parado em frente a essa porta, não havia sido muito bom, eu torcia mentalmente que pelo menos dessa vez ela não fechasse a porta na minha cara.

Bati três vezes na porta até que Katniss a abriu, e como da ultima vez ela ficou um tanto surpresa a me ver, ela já estava uniformizada e seus cabelos estavam molhados, como se ela tivesse acabado de tomar um banho.

— Peeta... – ela disse, me olhando com a boca entreaberta.

— Oi... – eu, sorri meio nervoso. – Eu ainda não terminei de ler o livro, mas a parte que achei bem interessante, ou melhor, o livro se torna mais interessante quando os pais de Althea a ferram deixando toda a herança dela para a irmã mais velha dela a Keffria e então Kyle aproveita e a expulsa do navio... – eu disse rapidamente, sem ao menos pensar, na realidade foi a única parte que acabei me lembrando do livro e nem sabia se era a melhor hora para falar sobre o livro com ela.

— Você está lendo o livro? – ela perguntou, e eu concordei com a cabeça enquanto engolia um seco.

— Ele não é tão ruim assim... – respondi, e então notei que um leve sorriso surgiu nos lábios dela, sorriso da qual foi acompanhado pelo meu.

— Mas... Por que você está o lendo? – ela perguntou.

— Porque eu... Bem... Eu, eu quero que nós, bem, que nós sejamos amigos novamente... – respondi, atropelando-me nas palavras.

— Por acaso algum dia chegamos a ser? – ela perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Sim... Eu que nunca havia percebido... – respondi, olhando para meus próprios pés, após alguns segundos, sem ter coragem de voltar a olhá-la, senti a mão dela segurando o meu braço, ela o ergueu e só então eu a olhei novamente, percebendo um sorriso de leve em seu rosto, enquanto seus olhos estavam fixos no relógio prata.

— Você está o usando... Eu nunca havia visto você o usando antes... – o sorriso dela se alargou.

Katniss havia me dado o relógio já há dois meses, no meu aniversario de quinze anos, demorou mais ou menos uma semana para eu ter a coragem de desembrulhar o presente e quando o vi até que achei o relógio bonito, mas nunca tinha tido coragem de usá-lo, bem, até aquele momento.

Senti minhas bochechas esquentarem, enquanto eu encarava-a fixamente, Katniss estava bastante próxima de mim, notei que seus olhos brilhavam muito enquanto fixavam-se nos meus olhos. Definitivamente, naquele momento, eu não sabia o que dizer e nem o que fazer.

— Eu aceito... – ela disse após alguns segundos, quebrando o silencio, e só então eu acordei dos meus pensamentos.

— O que? – perguntei, sem entender.

— Ué, eu aceito ser sua amiga novamente... – ela respondeu, e então sorrindo ela abraçou-me com força, a força era tanta, que quase perdi o ar.

— É... Sério? – eu fiz, colocando meus braços em volta dela, enquanto sentia um calor estranho e ao mesmo tempo assustador.

— Sim, sim! – ela disse bastante animada.

— Que bom... É... Eu posso te pedir um favor?

###

— Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer, jamais venha a rosa da beleza a fenecer, porém mais madura com o tempo desfaleça, seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança; mas tu, contrito aos teus olhos claros, alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento, atraindo a fome onde grassa a abundância... - Katniss lia o soneto em voz alta para mim, enquanto andava para um lado e para o outro na biblioteca. Eu estava sentado na cadeira em frente a ela, de braços cruzados, olhando-a com as sobrancelhas franzidas.

Já fazia três dias que Katniss estava me dando aula de Literatura Inglesa e ás vezes ela dava algumas pausas para recitar alguns poemas para mim, ela dizia que essa era uma forma de cada vez mais eu me acostumar com a leitura, bom, eu já tinha conseguido terminar de ler “Ship of Magic” e isso era um grande avanço, mas sinceramente eu não queria ver um livro tão cedo na minha frente.

— Para, para tudo! – eu disse, interrompendo a leitura dela.

— O que? - ela perguntou, me olhando meio confusa.

— Eu não estou entendendo nada do que esse cara ai tá falando, ele escreveu isso quando estava bêbado ou o que? – eu reclamei, franzindo as sobrancelhas, realmente as palavras de quem escreveu toda essa baboseira eram muito difíceis, até aquele momento eu não sabia o que ele queria dizer.

Katniss encarou-me com a boca entreaberta.

— Como ousa falar assim de Shakespeare? - Katniss perguntou sentindo-se completamente ofendida, aquilo parecia ter a atingido no fundo da alma, tanto que era como se eu estivesse falado mal dela e não de outra pessoa.

— O que tem? – eu perguntei meio confuso.

—William Shakespeare é um dos melhores escritores do mundo inteiro, ele foi o dramaturgo mais influente, ele era um gênio, todos conhecem suas obras até hoje, ou vai falar que nunca ouviu falar de Romeu e Julieta? - Katniss perguntou.

— Ah claro, aquela história gay lá que um se mata pelo outro? Sabe muitas vezes eu me perguntei quem foi o retardado que escreveu aquilo... - eu respondi, Katniss ficou completamente vermelha, de raiva.

— Você diz isso porque nunca se apaixonou! - ela disse, cruzando os braços e ficando emburrada.

— E você já? - eu perguntei, franzindo as sobrancelhas.

— Já o que? - ela perguntou, sem entender.

— Já se apaixonou? – eu refiz a pergunta, ela havia saído de forma tão automática, que só depois eu me toquei que eu não deveria ter feito essa pergunta. Apesar de que eu não podia negar, que no fundo eu tinha curiosidade de saber o que ela responderia.

Notei que ela corou levemente, abriu e fechou a boca varias vezes sem sair nenhum som.

— Bom, se você não gostou desse soneto do Shakespeare, tem um poema bastante conhecido que gosto muito... - Katniss disse trocando completamente de assunto, logo então virou a página de seu caderno e começou a recitar. - Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo...

— Katniss... Katniss... - eu comecei a chamá-la, tentando interrompê-la, mas Katniss continuou.

— Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício...

— Katniss, dá para parar? – eu implorei, eu não aguentava mais escutar aquelas coisas sem sentido.

Para minha felicidade ela finalmente parou, e então me olhou seriamente.

— Não gostou desse também? - ela perguntou, depois soltou um longo suspiro. – Assim vai ficar difícil eu te ajudar com Literatura Inglesa!

Eu suspirei e levantei-me da cadeira, enquanto encarava-a seriamente. Eu ainda não havia conseguido esquecer que ela não havia respondido a minha pergunta, assim como também eu não conseguia esquecer que mesmo ela e eu termos voltado a ser amigos ela continuava grudada no imbecil do Finnick, e ainda para piorar, eu não esquecia de jeito algum que Thomas todo dia fica falando no meu ouvido que ela está apaixonada pelo Finnick e só eu que não consegui ainda enxergar isso.

— Por que você trocou de assunto? – eu perguntei, parando bem na frente dela, notei que ela me olhou meio nervosa, e então deu um passo para trás.

— Ahm? - ela fingiu não entender.

— Não se finja de retardada Katniss, que sei que você não é! – eu reclamei, enquanto a encarava meio desconfiado. - Eu te fiz uma pergunta, e você trocou de assunto... Por quê?

Katniss suspirou e discordou com a cabeça.

— Tá legal... Pra que você quer saber? Desde quando você se interessa pela minha vida sentimental? - ela perguntou, arqueando as sobrancelhas e sem parar nem para pensar, eu a respondi:

— Desde agora... – dei mais um passo em direção a ela. – É o Finnick? – perguntei ainda a olhando fixamente, e ela me olhou com as sobrancelhas franzidas. – Por acaso você está gostando dele? – perguntei, agora aumentando o meu tom de voz, sem desgrudar nenhum segundo os meus olhos dos dela.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Iai gostaram? Deixem seus comentários ;)