Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 9
Capitulo 8 - Não me reconhecendo mais


Notas iniciais do capítulo

OLÁ POVO! Quero pedir mil perdões pela demora dessa postagem, eu sei que demorou mais do que costumo postar, é que essa semana foi complicado perdi o fim de semana que é o dia que mais escrevo porque fui no hopi hari, ai depois fiquei a semana toda decidindo qual faculdade vou fazer e então pronto, eu só consegui terminar esse capitulo hoje, atrasando as postagens de todas as minhas fics, mas prometo que semana que vem tentarei postar até quarta-feira para compensar a demora desse... Espero que gostem e estamos chegando um novo POV da Katniss, e não será só um não ;) daqui a pouco iremos para os momentos cruciais!!!! E então ai vai:



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Não me reconhecendo mais

Meus olhos não queriam em nenhum momento desgrudar-se dos dela, e enquanto eu esperava a sua resposta parecia que cada segundo havia se tornado séculos, Katniss parecia atônita enquanto também me olhava nos olhos, era como se ela estivesse digerindo a pergunta que eu havia feito.

Eu não sabia o porque de tanto mistério, afinal, era tão simples... Era tão simples ela me falar de uma vez por todas o que sentia pelo Finnick, só que a cada segundo que ela demorava para me responder, mais eu me dava conta de que eu não iria ter essa resposta tão rápido assim, e o pior é que algo me dizia, dentro de mim eu sentia que Katniss estava me escondendo algo.

— Peeta... – finalmente ela iniciou, depois de algum tempo em silencio. – Eu... – ela começou, mordendo os lábios inferiores.

— Você? – eu perguntei, enquanto notava as palmas das minhas mãos começarem a soar. Por que diabos minhas mãos estavam soando? Por que eu estou tão nervoso?

Minha cabeça girava enquanto eu continuava olhando fixamente para Katniss, estávamos tão próximos, sim era uma proximidade perigosa, uma proximidade que eu não me atrevia a ficar em sã consciência, sim eu não estava achando muito normal a minha atitude, eu não estava batendo muito bem das ideias isso estava mais do que claro, e eu devia me afastar, sim era o mais sensato a fazer, mas enquanto eu pensava nisso eu escutei uma voz conhecida próximo de nós, uma voz que embora conhecida eu não consegui identificar apenas por ela.

— Eu estou atrapalhando alguma coisa? – ele perguntou.

Virei a cabeça rapidamente para olhá-lo, acredito que tenha sido ao mesmo tempo que Katniss e então avistamos Finnick, sim, logo ele! E ainda Katniss ao nota-lo sobressaltou-se, afastou-se de mim rapidamente e sorriu de um jeito estranho, uma atitude muito suspeita em minha opinião.

— Não... É claro que não, estávamos apenas conversando... – Katniss se explicou.

E então eu bufei. Por que ela tinha que se explicar para ele? Definitivamente eu não havia entendido a atitude dela. Mas sem dizer uma única palavra segui até a mesa da biblioteca, sentei na cadeira, cruzei os braços e fiquei os observando feito uma criança emburrada.O imbecil do Finnick aproximou-se de Katniss, ignorando minha presença completamente.

— Que surpresa você por aqui... – ela disse e então sorriu para ele mais do que acredito que deveria sorrir. – O que é isso? – ela perguntou e só então notei que ele segurava uma cartolina em uma de suas mãos.

— Eu fiz um cartaz para nós divulgarmos mais nosso manifesto, e então decidi te procurar para ver o que você acha... – ele respondeu, parecia bastante animado até mais do que ela, eu revirei os olhos enquanto observava ela feliz da vida puxar o cartaz da mão dele para olhá-lo.

— Ai, nossa, que lindo, eu adorei, sério, amei... – ela respondeu sorridente e em seguida aproximou-se da mesa em que eu estava, ela colocou o cartaz em cima dela e me olhou, completamente empolgada. – Olha que lindo Peeta, fala sério, ele não desenha bem?

Eu olhei para o cartaz com as sobrancelhas franzidas. Fala sério não era grande coisa, era apenas um desenho estupido de crianças comendo vegetais e embaixo do desenho estava escrito: Vivendo uma vida mais saudável, participe do manifesto dos vegetarianos.

— Ah sim, claro... – eu disse, sem nenhuma empolgação em minha voz.

Depois olhei para Finnick e notei que ele aproximou-se novamente de Katniss, com um sorriso idiota no rosto.

— E então, vou fazer mais alguns para espalharmos pela escola, acredito que daqui uma semana conseguiremos muito mais assinaturas!  - ele disse, ainda sorrindo. Para que sorrir tanto?

— Sim, sim, você vai ver logo vamos conseguir e... – ela dizia até eu não aguentar mais todo essa cena idiota e interromper a conversa.

— Ooh Katniss, você esqueceu da minha aula? – eu perguntei.

Ela então me olhou com as sobrancelhas arqueadas, já Finnick finalmente se tocou de que estava atrapalhando. Já era a hora.

— Ah é verdade, me desculpe, nós conversamos amanhã... – ele falou pegando rapidamente o cartaz de cima da mesa, enrolando-o novamente, ele já havia se virado para sair da biblioteca, quando Katniss aproximou-se rapidamente dele, puxou-o pelo braço e então quando ele se virou, ela o abraçou.

Fiquei observando aquela cena ridícula boquiaberto, sinceramente eu não estava entendendo nenhum pouco toda essa demonstração de afeto.

— Obrigada... – ela agradeceu ao soltá-lo.

Ele sorriu para ela e concordou com a cabeça.

— Nos falamos amanhã, certo? – ele perguntou e ela concordou com a cabeça, sem dizer mais nada, ele virou-se e saiu da biblioteca rapidamente, sumindo tão rápido como chegou.

Só quando ele foi embora, ela me olhou com um sorriso de leve no rosto.

— Precisava de tudo isso? – eu perguntei.

— De tudo isso o que? – ela perguntou, parecendo não entender.

— O abraço, ele ter vindo até aqui só para mostrar um cartaz estupido! – respondi, levantando-me da carteira.

— O que? O cartaz não é estupido! Ah mais é claro... Por que você se importaria com a manifestação? Já que você deve comer uns dois quilos de carne por semana... – ela retrucou.

— Eu não estou falando da manifestação, mas sim daquele cartaz idiota, você é tão inocente que ainda não conseguiu perceber que ele está usando o cartaz como desculpa para se aproximar de você! E alias, até a minha avó desenha melhor do que ele... – eu também retruquei.

— Para mim o cartaz estava bastante bonito, e alias se você não se importa com a manifestação, você não tem que ficar ai falando mal de quem se importa... – ela respondeu, cruzando os braços. – Bem que Annie me falou que Finnick sempre me entenderia melhor do que você...

Ela suspirou e depois se virou caminhando para saída da biblioteca, eu num ato impulsivo corri até ela, puxando-a pelo braço e só depois que fiz isso pensei na idiotice que havia feito, afinal, eu nem sabia o que iria falar.

— Eu... Eu... Eu posso fazer um cartaz bem melhor do que esse se você quiser! – respondi, na verdade foi á primeira coisa que surgiu na minha cabeça e acabei falando.

 - Como? – ela perguntou, cruzando os braços e me olhando com as sobrancelhas franzidas, pela sua expressão parecia meio desconfiada.

— É eu quero participar da manifestação... – respondi, e o rosto de Katniss se iluminou de repente como se fosse mágica. – Sim Katniss, eu vou te provar que posso te apoiar bem mais que o Finnick e qualquer outra pessoa... – eu acrescentei, na realidade nem sabia o porque tinha dito aquilo.

            E então, Katniss me abraçou, parecia ter ficado satisfeita com as minhas palavras, eu suspirei e acabei correspondendo o abraço, pelo menos dessa vez ela não tinha me esmagado com seus braços compridos. Seu abraço era mais calmo, controlado e me passava um calor bom e ao mesmo tempo terrivelmente assustador.

                                                                       ###

Eu não posso negar que às vezes eu me assusto e me irrito com minhas próprias atitudes, eu ainda não havia entendido o porquê prometi para Katniss que participaria daquela manifestação idiota, estava claro que fiz aquilo só para agradá-la, mas o que eu não entendia é por que eu iria querer agradá-la? Logo ela, Katniss Everdeen. Seria por que minha nota depende dela? Ou por que eu estou realmente preocupado com a aproximação dela e de Finnick?

Eu fiquei pensando nesse assunto enquanto desenhava dois alunos comendo verduras e legumes, uma garota e um garoto, sentados em uma mesa, eu tentei caprichar tanto no desenho que quando terminei já era de madrugada, dormi tão pouco que no outro dia acordei com os olhos lagrimejando e uma dor de cabeça irritante. Mas mesmo assim, sai cedo do meu dormitório para levar o cartaz para Katniss, antes de Thomas acordar, ver o cartaz e ficar fazendo um monte de perguntas idiotas.

Já estava virando costume ir ao dormitório de Katniss, e como das outras vezes tive a sorte dela abrir a porta, parecia que a tal de Mia quase nunca estava no quarto e se caso tivesse sempre estava dormindo, e eu agradeci mentalmente por isso, afinal, eu não saberia como explicar-me se ela nos visse juntos novamente.

— Ai você fez mesmo o cartaz que lindo! – ela disse sorridente, ao ver o cartaz na minha mão, em seguida ela pulou nos meus braços, abraçando-me, dessa vez foi apertado, me fazendo lembrar da Katniss de algumas semanas atrás;

— Eu não disse que ia fazer... – respondi com dificuldade, por estar quase sendo sufocado por ela. Realmente ela é um perigo.

Só então ela me soltou, ainda me olhando com um sorriso no rosto, dava para ver claramente a felicidade em sua face.

— Sabe, eu fiquei meio desconfiada, não acreditei muito que você faria... – ela respondeu rapidamente, depois pareceu se arrepender do que disse e começou atropelar suas próprias palavras. – Não... Não pense mal de mim, é que, sabe eu até entenderia se você não fizesse, afinal, você não é vegetariano e eu...

— Katniss! – eu a interrompi. – Eu não fiz porque sou fã de verduras ou legumes, eu fiz porque prometi a você e eu gosto de cumprir minhas promessas!

Ela sorriu para mim e os seus olhos brilharam de um jeito que era difícil de não admirar, ela tinha um sorriso bonito e os olhos eram mais bonitos ainda, e então me lembrei de todas as vezes que me lamentei pelos olhos dela ficarem escondidos atrás de uma armação horrorosa, e pela primeira vez enquanto olhava Katniss eu imaginei como ela seria se ela se arrumasse um pouco mais.

— Peeta? Peeta? – escutei ela me chamar, eu sacudi a cabeça e a encarei com os lábios entreabertos.

— Ahm? – eu fiz, voltando a realidade, percebendo que ela ainda sorria para mim.

— O que foi? Você parece que está no mundo da lua! – ela disse, rindo e então me puxou pelo braço para dentro do dormitório.

— Katniss, eu... – eu iniciei enquanto era arrastado por ela, mas ela logo me interrompeu:

— Pode ficar sossegado Mia acabou de sair, e ela não vai voltar agora! – Katniss respondeu.

Um pouco mais sossegado eu entrei dentro do dormitório, parei próximo a cama dela e olhei a minha volta, enquanto Katniss puxava o cartaz da minha mão.

— Me deixa ver isso aqui... – ela disse animada, abrindo o cartaz em sua cama ela o olhou por alguns segundos, depois olhou para mim, com um sorriso agora mais evidente do que antes. – Que lindo, você nos desenhou!

— O que? – eu perguntei, meio confuso.

— É... Somos nós dois não somos? – ela disse, voltando a olhar para o desenho.

Com as sobrancelhas franzidas eu me aproximei de Katniss, parei ao lado dela e olhei para o desenho, e só então me dei conta de que ela estava certa, o desenho do garoto e da garota, sentados, comendo, era muito parecido com nós dois, sim eu inconscientemente havia desenhado ela e eu.

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 Eu estava enlouquecendo... Essa era a única explicação para o que estava acontecendo, eu ainda não havia entendido como eu havia chegado naquele ponto, mas eu estava com uma teoria de que a queda na escada havia mexido com uma parte do meu cérebro, é, só assim para eu estar agindo dessa forma tão estranha.

Lá estava eu, junto com um monte de paspalhos que eu nem sabia o nome, pedindo assinaturas, vestido com uma camiseta ridícula. Eu estava mesmo passando vergonha pela Katniss Everdeen? Eu estava mesmo sofrendo o risco de cair no mais profundo abismo social? Sim só poderia ser desespero para entrar no time, é deveria ser isso mesmo.

Enquanto pegava a assinatura de um garoto que nem sabia quem é, sinto alguém cutucar as minhas costas, pensei que era Katniss então esperei a terceira cutucada para me virar, mas quando eu olho, me apavoro ao ver que é Thomas me olhando com um olhar que misturava incredulidade e deboche. Droga! Ele havia descoberto, apesar de que eu sabia que não ia demorar muito para ele descobrir.

— O que deu em você? – ele perguntou e em seguida riu, riu de um jeito que me deixou completamente envergonhado, afinal, estava claro, eu estava agindo como um completo idiota e ele tinha a mais absoluta razão de rir.

— Eu... Eu... Eu estou ajudando a Katniss... – gaguejei, Thomas riu ainda mais, tanto, que a risada saiu mais exagerada do que o normal.

Eu olhei a minha volta e depois puxei Thomas pelo braço, levando-o para um lugar mais discreto do corredor, um lugar que ninguém notasse que ele estava praticamente debochando da minha cara.

— Perai, você está ajudando a espantalho? Você está contribuindo nessa idiotice toda? – agora Thomas não ria mais, parecia já ter recuperado o folego. – Sabia que se eles conseguirem, vamos ter que começar a comer mato? – ele discordou com a cabeça, parecia inconformado – Me diga uma coisa, isso tudo é desespero para entrar no time? Sinceramente eu espero que seja, porque se a razão para isso for a que estou desconfiado, eu posso já começar a te dar os pêsames cara, porque você está com sérios problemas!

— Do que você está falando? – eu perguntei, mesmo que no fundo eu já desconfiasse o que ele iria responder.

— Ainda não está claro? Na minha opinião você está apaixonado por esse serzinho horroroso, e sinceramente eu não sei o que essa garota fez com você para acontecer algo de tão terrível com você, não sei se foi macumba, ou uma lavagem cerebral, ou foi a queda que você sofreu, o que aconteceu eu não sei, eu só sei cara que você está esquisito, eu nem estou te reconhecendo mais...

 - PEETA? – escutei a voz de Katniss chamando, interrompendo minha conversa com Thomas, eu não sei se isso me deixava ainda mais nervoso, ou se eu agradecia em pensamentos por não precisar respondê-lo.

Thomas me olhou por mais alguns segundos, antes de se afastar, andando pelo corredor em passos bem largos, sem olhar nenhum segundo para trás.

— Peeta? – Katniss me chamou novamente, mas sua voz parecia distante, eu ainda estava tentando digerir a parte em que Thomas afirma que estou apaixonado por ela. – Peeta está tudo bem?

Agora Katniss estava parada na minha frente, mas minha cabeça girava demais para eu voltar a realidade.

Eu estava confuso... Essa era a realidade, era normal Thomas não estar me reconhecendo, afinal, nem eu mesmo estava me reconhecendo mais.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Será que Peeta está se dando conta ou irá teimar ainda mais que ama Katniss? Não perca os próximos capitulos ;)