Remember me escrita por J S Dumont


Capítulo 49
Capitulo 48 - Katniss X Peeta II


Notas iniciais do capítulo

olá gente, ai mais um capitulo para vocês, voltei mais rápido dessa vez, e já adiantando o próximo vai ser muito importante para o desfecho da história, não percam gente, e não deixem de comentar nessa reta final, estamos chegando já aos ultimos caps, teremos mais ou menos uns quatro a partir de agora, mas prometo que quase todos eles serão grandinhos que nem o passado, e que nem esse, então ainda tem um pouco de remember me para aproveitarem.
comentem, recomendem e favoritem ai pessoal!!!
bgs bgs ;)



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Peeta X Katniss II

Katniss Everdeen

Alguns meses depois...

— Qual é o seu problema? Não tem outros alunos na escola a não ser eu? Eu estou com a impressão de que você está me perseguindo, já é a terceira vez que você me coloca de detenção nesse mês! – Peeta reclamou para mim, parecendo estar completamente indignado, toda vez que eu o via com aquele olhar de raiva, eu não sabia porque mas eu sentia vontade de rir, e foi isso mesmo que fiz rir, era tão fácil consegui-lo deixar irritado.

— Eu não tenho culpa se a única coisa que você sabe fazer nessa escola é infligir regras, eu só estou apenas cumprindo o meu dever... – eu disse da forma mais indiferente o possível em seguida revirei os olhos, tentando manter a minha pose, a pose que eu criei já alguns meses quando decidi ser indiferente a tudo que se referisse a Peeta Mellark, ou pelo menos fingisse que ele é indiferente, eu tinha conseguido cumprir tão bem esse meu papel que ás vezes até eu acreditava que Peeta não significa mais nada para mim. – Aliais como você é insuportável Peeta, mesmo passando os anos você ainda tem essa péssima mania de sempre achar que minha vida gira ao seu redor, eu já não te disse milhares de vezes que você não significa nada para mim? – eu disse, cruzando os braços e erguendo uma de minhas sobrancelhas.

Depois de tantas coisas que nos aconteceram em todos esses anos, uma coisa eu aprendi nesses últimos meses, ignorar Peeta foi a única maneira de fazer com que tudo doesse menos, demorou para eu aprender a olhar para ele com indiferença, demorou para aprender a não falar sobre ele com as outras pessoas, demorou para os meus olhos não o procurar no refeitório, ou nas aulas, demorou para eu aprender a mentir para mim mesma que ele não é mais importante para mim, eu aprendi e tão bem que consegui enganar todos a minha volta, com exceção de Annie que insiste que tudo que estou fazendo é errado e uma hora eu vou poder me arrepender.

— O que foi Peeta? Vai ficar me olhando com essa cara de tacho? – eu perguntei num tom zombador, ao ver que ele não falava mais nada, apenas me olhava com um olhar chocado, parecia que mesmo com o tempo, ainda ele estranhava as minhas atitudes, parecia que nunca iria se acostumar.

Ele se aproximou de mim, até parar em minha frente, seu rosto estava um pouco vermelho, não era a primeira vez que eu o via assim, ele puxou-me de repente pela cintura, encarando meus olhos e em seguida desceu o olhar bem lentamente em direção de minha boca, fora difícil, mas eu mantive a mesma expressão em meu rosto. A mesma expressão dura, como se estivesse coberta por uma mascara sem emoção, eu estava convicta de que eu não me deixaria abalar, por nenhuma atitude que ele tomasse, tentei focar meu cérebro em qualquer lugar, pensar em qualquer outra coisa naquele momento, para não sentir todos sentimentos esquisitos que sempre senti quando ele está perto de mim,.

— Tem certeza que eu sou insignificante a você? – ele me perguntou, eu quis respirar fundo antes de respondê-lo, mas não consegui, eu não queria que ele percebesse nenhum tipo de nervosismo em mim, queria continuar com aquilo até o fim.

— Completamente! –eu respondi.

E eu consegui, consegui manter-me firme, não só apenas na aproximação, mas também quando Peeta, na tentativa de me abalar, beijou-me levemente.

Foi apenas um simples toque de lábios, algo muito pequeno se comparado ao que já havíamos vivido até ali, por um lado, uma parte de mim queria acabar logo com aquilo, esquecer todo aquele fingimento e lhe corresponder. Já a outra, era minha parte orgulhosa, obrigou-me a me manter firme, como se nada estivesse acontecendo, como se ele não fosse grande coisa, e essa parte era a que estava sempre vencendo nesses últimos tempos.

E novamente ela venceu...

Assim que ele me soltou, olhou-me com um olhar confuso e ao mesmo tempo impressionado, ao perceber que permaneci imóvel, diante daquele toque de lábios, diante daquele beijo. E era ai que eu via que ainda valia a pena, porque apesar de tudo, apesar das vezes que eu quis voltar atrás, eu ainda sentia-me satisfeita quando o via assim, abalado, mal, pisar nele me fazia sentir-me por cima, me fazia sentir como se eu estivesse fazendo justiça a todo sofrimento que ele me causou e me causa até hoje.

— Então acabou a sua tentativa de demonstrar o quanto não é insignificante para mim? – eu perguntei enquanto arqueava as minhas sobrancelhas. – Bom... – eu iniciei pegando uma das folhas de detenção do bloco de notas. – Como você já imagina está de detenção! – eu disse, sorrindo para ele e então o entreguei, ele continuou com aquele olhar impressionado, já eu dei de costas a ele e sai andando, indo embora, sem em nenhum momento olhar para trás.

###

Meu coração só foi mesmo disparar acelerado, assim que entrei no meu dormitório, foi só ai que parecia que a ficha caiu, e comecei a pensar na atitude desesperada de Peeta, respirei fundo, e tentei rapidamente tirar esses pensamentos de minha cabeça. Peeta já havia ficado para trás, eu não tinha que pensar nele, eu não tinha que sentir nada com os beijos dele, com o toque dele, ele era indiferente. Era isso que eu queria acreditar, era isso que desesperadamente eu precisava acreditar.

— Está tudo bem Katniss? – ouvi Annie me perguntar, assim que ela saiu do banheiro do dormitório, para ela eu nunca conseguia fingir, ela nunca esteve de acordo com a minha mudança, com a forma em que trato Peeta, mas por mais que ela falasse que eu estou errada, eu não conseguia enxergar isso, eu estava cansada dos erros de Peeta, das desconfianças dele, de quando ele do nada muda de atitude e começa a me tratar com indiferença, ou me critica, para mim eu estava certa, extremamente certa em agir assim. Eu tinha que dar fim a esse ciclo de decepções, eu não tinha mais que criar expectativas referente à Peeta, pois era sempre assim quando eu o ignoro, ele vem atrás de mim, sentindo-se uma vitima, mas era só eu perdoá-lo, que ele ia e me magoava novamente. Então, isso eu não vou mais permitir, eu não vou mais acreditar nele.

— Eu estou ótima! – eu falei, mas Annie continuou olhando-me com o olhar desconfiado, eu encarei-a com as sobrancelhas franzidas e em seguida eu me afastei, só me senti mais a vontade depois que entrei no banheiro e fechei a porta.

Tudo já estava estranho demais para mim, e o olhar de Annie não ajudava nada, só piorava ainda mais tudo, e as vezes a única coisa que eu queria era fugir dela. Escorreguei o meu corpo na porta do banheiro, até permitir-me cair sentada no chão, encostei minha cabeça na porta e fechei os olhos, lembrando-me da forma que Peeta me olhou, depois do que aconteceu eu duvidava muito que Peeta ficasse com qualquer duvida de que ele se tornou indiferente para mim, agora ele deve acreditar que não sinto mais nada por ele. E era melhor assim, eu tinha mais absoluta certeza de que é melhor assim.

###

Peeta continua sendo o mesmo imbecil de sempre, eu tive a maior prova disso no dia seguinte, ao vê-lo no corredor bem próximo de Glimmer, eles se olhavam fixamente e trocavam sorrisos um com o outro, Peeta falava algo e Glimmer confirmava com a cabeça, teve um momento em que ela passou a mão no cabelo, sorriu e pegou a mão dele, meus olhos grudaram nas mãos dos dois, unidas, os dedos entrelaçados, e aquilo fez com que meu estomago revirasse de uma forma estranha, o meu sangue começou a subir, e claro, com razão. Ontem ele me agarra, me dá um beijo, e hoje já está de mãozinhas dadas com a Glimmer? E ainda eu estou feito uma idiota, parada no meio do corredor, observando isso. Respirei fundo e revirei os olhos, comecei a caminhar evitando olhar para eles de novo, passei ao lado deles e dobrei o corredor apressadamente, só quando estava numa distancia razoável que consegui respirar normalmente. Eu respirei fundo e tentei não pensar mais nisso, afinal, eu não vou me abalar com isso, Peeta Mellark não vai me abalar mais.

Continuei a caminhada, quando escutei uma voz atrás de mim me chamando, eu não precisava nem me virar para saber de quem se tratava, era Cato. Esse insuportável nos últimos meses ficou atrás de mim feito um carrapato, e isso claro me irrita, me irrita profundamente.

— Katnis... Katniss... – ele me chamava, respirei fundo, parei de andar, me virei e olhei para ele.

— O que você quer agora Cato? – eu perguntei.

Ele sorriu para mim e deu um passo em minha direção.

— Eu queria te chamar para dar uma volta comigo no centro amanhã, você não quer? – ele perguntou, amanhã era o dia da escola nos levar até o centro, eu iria ficar junto de Annie e Finnick, mas eu sabia que seria mais um passeio segurando vela, apesar de que, eu não sabia o que seria pior, ficar segurando vela, ou aceitar o convite de Cato.

— Você não desiste né? – eu perguntei para ele, cruzando os braços e o olhando com as sobrancelhas arqueadas, percebi que o sorriso dele se alargou.

— Não, eu não desisto, pois você vale a pena! – ele disse, sorrindo para mim, e eu não pude evitar sorrir. Tenho que confessar que nesses últimos meses recebi bastante cantadas de garotos, nunca dei chance a nenhum deles, mas de todos Cato sempre fora o mais insistente, na verdade ele tenta algo comigo desde que eu mudei de aparência, sempre fugi dele e muita das vezes fui mal educada, eu sabia que eu tinha uma trava quando o assunto era garotos e não conseguia me interessar por nenhum, é difícil se interessar por alguém quando toda a sua vida você esteve interessada apenas em uma única pessoa. O primeiro amor, o amor de infância, que virou de adolescência, de juventude e sei lá até aonde irá chegar.

Enquanto eu olhava eu pensava em todos os garotos que dei fora desde que Peeta e eu terminamos definitivamente, foram vários, agora ele, com ele parecia que as coisas eram diferentes. Logo lembrei-me da cena que vi minutos atrás, ele junto de Glimmer, de mãos dadas, com os dedos entrelaçados, enquanto falavam e sorriam um para o outro. Novamente meu estomago embrulhou. Será que ele não percebe que essa garota morre de amores por ele? Logico que ele deve perceber, tanto que já estava de mãos dadas com ela. Mas não, eu não iria ficar me remoendo com isso, em vez disso eu decidi dar uma resposta a Cato:

— Tá bom Cato, eu aceito ir ao centro com você! – eu disse a ele, e no mesmo momento ele sorriu e seus olhos até brilharam, e então eu sorri de volta para ele.

###

Tirando o beijo que Gale roubou de mim, em toda minha vida Peeta Mellark foi o único garoto que eu beijei, namorei, fiz amor e também me apaixonei. mas tenho que confessar que eu estou cansada disso, eu estava cansada de Peeta ter sido o único em tudo na minha vida.

Depois de Gale ter se declarado para mim e ter me beijado, ele nunca mais tocou naquele assunto, ainda conversávamos, mas fingíamos que aquele dia nunca havia acontecido, tenho que admitir que isso me deixava aliviada, embora eu estivesse cansada de fugir dos garotos e deixar Peeta como o único na minha vida, eu não queria tentar qualquer tipo de relacionamento com Gale, eu confiava nele, ele era um grande amigo, mas acho que é por isso mesmo, no fundo eu sei que será difícil de um novo relacionamento dar certo, e não quero ter uma relação fracassada com o melhor amigo, pois sei que se o mais obvio – de dar errado – acontecer mesmo, eu não vou perder apenas um namorado, eu vou perder também um grande amigo.

Então, Cato era minha melhor opção, tudo bem ele me irritava, era bonito, mas era muito burro e grudento, na verdade qualquer coisa que ele me falasse ou qualquer atitude dele, acabava meio que me irritando, no fundo eu sabia que estava procurando defeito nele de proposito, era um mecanismo de defesa para fugir, mas eu insisti, eu não podia viver com medo para sempre, eu tinha que virar a página e tentar seguir a vida, já que eu sabia que Peeta Mellark para mim não seria mais opção.

Tentei me distrair no centro com Cato, ele era simpático, embora nossos assuntos não combinassem, quando fomos a uma lanchonete, acabei deparando-me com Peeta, Glimmer, Thomas e Madge. O novo trio da escola - que não se desgrudavam mais – estavam junto com Madge, eu sabia que Thomas estava ficando com Madge, e eles estavam quase num relacionamento sério, mordi meus lábios fortemente enquanto encarava eles, eles ainda não haviam notado nossa presença, conversavam e parecia felizes, aquilo me incomodou, ainda mais em ver Peeta sorrindo. Ainda mais em saber que parecia ser um passeio de casais.

— é... Você quer ir para outro lugar? – Cato perguntou para mim, ele parecia ter percebido o que eu estava encarando, além do mais eu parecia uma idiota parada na porta da lanchonete, travada, olhando para eles.

Logo sacudi a cabeça e voltei para a Katniss indiferente de sempre.

— Sim, vamos procurar uma lanchonete melhor! – eu disse para ele, e ele concordou, então fomos para outro lugar.

Confesso que aquele encontro por acaso com os quatro, deu um empurrão a mais para eu aceitar Cato, na outra lanchonete que fomos, lá Cato e eu começamos a conversar, não demorou muito para ele se aproximar mais, se aproximar mais e mais, até me puxar para um beijo, eu correspondi, embora achasse estranho beijar outro garoto que não fosse Peeta.

O beijo dele parecia errado, não era suave que nem o de Peeta, e muito menos tão bom, mas eu sabia que eu teria que me acostumar, se eu conseguia fingir tão bem que Peeta é indiferente para mim, eu também conseguiria fingir que gosto de Cato, confesso que no fundo eu tinha esperanças de que uma hora para outra eu fosse começar a gostar dele.

Não demorou muito para que Cato me pedisse em namoro, e eu decidi aceitar. Essa noticia se espalhou muito rápido pela escola, e eu sabia que logo cairia nos ouvidos de Peeta, no refeitório comecei a sentar-me junto de Cato, como boas namoradas costumam fazer, logo percebi que Peeta começou a nos encarar com um olhar um tanto sério, era o mesmo olhar de quando ele me via próxima de Gale, ou de Finnick. Aquele olhar me fez lembrar o passado e por um lado eu achava isso bom, mas por outro era torturante.

Annie e Finnick não demoraram muito para reclamar do meu namoro com Cato, dizendo que não iria dar certo, Gale foi único que ficou quieto parecendo não querer se meter – o que achei um tanto estranho – até mesmo Madge quis “defender” Peeta para mim, dizendo que naquele passeio ao centro em nenhum momento Peeta demonstrou ter algo a mais com Glimmer. Mas decidi ignorar tudo, eu tinha que tentar, eu tinha que fazer o possível para tentar seguir em frente, não importa o que eles dissessem.

Cato e eu nos dávamos bem, embora ele fosse burro e seus assuntos não fosse muito agradável, eu não precisava prestar muita atenção no que ele falava e isso já era ótimo, afinal, ele não percebia quando eu me desligava e não o ouvia mais, ele já ficava satisfeito em me ver concordando com a cabeça e sorrindo para ele.

O beijo dele ainda não era tão agradável, e ele era bem mais safado que Peeta, sempre já queria chegar no ponto e eu sempre tinha que cortá-lo, o que o irritava um pouco. Mas na medida do possível, estávamos conseguindo seguir com o namoro, e para mim já era um grande avanço.

Os dias foram assim, seguindo normalmente, até que um dia enquanto eu seguia para a minha aula de cálculos avançado, senti alguém puxar o meu braço fortemente, virei para trás e fiquei surpresa ao ver que se tratava de Peeta, desde o dia em que ele me beijou, ele nunca mais tentou falar comigo e também não consegui encontra-lo fazendo algo “errado” pela escola, da qual eu pudesse lhe dar novas detenções.

— Peeta... – eu falei, tentando não demonstrar o quanto eu estava surpresa. Tentei permanecer com uma expressão seria, enquanto encarava-o fixamente. – O que você quer?

Notei que o rosto dele estava levemente vermelho, ele parecia estar um pouco nervoso, sua testa escorria suor, ele passou a mão no cabelo e soltou um longo suspiro.

— Eu sei que eu não deveria me meter na sua vida... – ele começou e logo o encarei, arqueando as sobrancelhas. – Mas você deveria tomar cuidado com o Cato!

Definitivamente eu não entendi o que ele quis dizer.

— Ah é? Por que Peeta?

— Ele não presta, ele não tem boas intenções com você... – ele disse rapidamente.

— Você deve entender e muito de pessoas que não prestam, não é? – eu perguntei, logo Peeta bufou.

— Até quando você vai ficar tratando tudo como se estivéssemos numa guerra hein? O que estou falando é uma coisa séria, é para o seu bem!

— Eu não sou uma menininha inocente e idiota Peeta, eu acho que já tive muita experiência com você, eu aprendi a me cuidar! – eu falei firmemente, ele suspirou e discordou com a cabeça.

— Por que você está namorando com ele? Eu sei que você não gosta dele! – ele disse.

— Como você é arrogante, você acha que ainda morro de amores por você, não é? Eu já não te mostrei que por você eu não sinto mais nada! – eu falei irritada, dando um passo na direção dele, Peeta me encarou seriamente. – Você que está morrendo de ciúmes do Cato! – eu falei, e ele deu uma risada, discordando com a cabeça.

— O mundo também não gira ao seu redor, senhorita Everdeen, mas como você está me garantindo que não precisa da minha ajuda, tudo bem, eu já fiz o meu dever de bom moço e te alertei, agora você é quem sabe se quer acreditar ou não! Boa aula para você! – ele falou e depois saiu caminhando, cruzei os braços, me virei e fiquei observando ele se afastar, pelo jeito que ele havia falado parecia que ele sabia de alguma coisa, e foi isso que fiquei pensando no resto do dia.

Até mesmo no jantar eu fiquei pensativa, não olhei para Peeta, continuei fingindo o quanto ele é indiferente a mim, mas fiquei um bom tempo mexendo em minha comida, enquanto pensava nas palavras dele e ouvia Cato falar de um assunto que eu sequer prestava atenção, eu só acordei para realidade quando ele colocou o braço em volta do meu ombro e aproximou seu rosto com o meu.

— Por que você hoje não vai dormir no meu dormitório? Você sabe que eu tenho um só para mim e até agora não quis conhecer... – ele disse.

— O seu dormitório é igual de todo mundo, não tem nada demais para conhecer! – eu disse, com indiferença.

— Ai é que você se engana, vai amor, vamos lá! – ele falou, novamente dando um beijo no meu rosto, eu sabia que não deveria fazer aquilo, mas foi um impulso, um impulso fez meus olhos procurarem Peeta, e rapidamente eu o encontrei, acompanhado de Thomas e Glimmer, os olhos dele estavam fixos em mim, e as suas palavras se repetiram em minha mente. Ele parecia saber de algo, eu sentia isso.

Levantei-me rapidamente da mesa, Cato olhou-me com um olhar confuso.

— Desculpe Cato, mas eu estou cansada, preciso ir para meu dormitório, amanhã quem sabe? – eu disse, sorrindo forçadamente para ele.

Ele sorriu de volta para mim, mas sei que seu sorriso foi forçado, me virei e sem olhar para nenhum outro lugar sai rapidamente do refeitório e fui em direção ao meu dormitório.

Entrei nele rapidamente, fechei a porta, mas logo em seguida ela foi aberta agora por Annie. ela entrou e aproximou-se de mim.

— Você não sabe o que o Finnick me falou... – ela falou, eu virei para ela e olhei-a com as sobrancelhas franzidas.

— O que? – perguntei.

— Peeta brigou com Lucius por causa de você! – ela disse.

— Como assim? – perguntei, sem entender.

— Finnick falou que Lucius estava zombando de você com Cato, e eles saíram na maior pancadaria dentro do vestiário, falaram que o rosto do Lucius está inchado, por isso que não o vimos no refeitório! – Annie explicou. – Você não está entendendo Katniss, Cato realmente é um safado, até Lucius sabe disso, ele quer só transar com você e sair espalhando por ai...

— Mas eu não transei com ele! – eu disse, cruzando os braços, e olhei para ela seriamente.

— E o que adianta ter um namorado que não dá para confiar? Você não faz ideia do problema que esse namoro pode causar a você, Cato não presta, Finnick vive falando isso para você e você sabe que ele fala isso porque ouve as conversas que rola no vestiário masculino...

— Peeta me falou a mesma coisa... – eu falei, e a voz quase não saiu. – Que Cato está com más intenções...

 - E então? você acha que vale a pena Katniss? Você sabe muito bem que só está namorando com Cato para irritar Peeta, até quando você vai ficar infernizando esse garoto? Você está indo muito longe, você sabe que tudo que você faz pode ter consequências, isso tudo poder te prejudicar...

— Você quer que eu faça o que? Eu precisava seguir minha vida, Cato e eu estamos de boa...

— Ah estão de boa? – Annie perguntou, arqueando as sobrancelhas, eu concordei com a cabeça. – Você continua apaixonada pelo Peeta, e não vem querer me enganar, como faz com o resto do mundo! E duvido muito que esse traste do Cato vai fazer você esquecer ele...

— Para de falar que eu ainda gosto do Peeta, eu decidi seguir em frente, eu decidi enterrar Peeta para sempre e é o que vou fazer, não venha querer me convencer a voltar para aquele ciclo de decepções porque é só isso que eu ganho ficando com Peeta, é melhor assim, porque eu não tenho nenhuma expectativa com Cato, então não tem como ele me fazer sofrer...

— Você nunca pensou que Peeta pode um dia pensar o mesmo e seguir com a vida dele? – ela perguntou para mim, e no mesmo momento meu coração disparou. – Ele fica ai triste, solteiro, no máximo ele é amigo da Glimmer e só essa amizade já te deixa louca, se você fica assim só por ele ser amigo de outra garota, você nunca pensou na possibilidade dele também cansar e fazer o mesmo que você está tentando fazer? Seguir com a vida dele? Por que é isso que você está fazendo cada vez que o maltrata, você está o afastando mais, está o empurrando para os braços de outra garota, e quem sabe no futuro, não seja a Glimmer mesmo?

— Annie... – eu tentei falar, Annie deu um passo em minha direção e olhou-me seriamente, continuando, impedindo-me.

— No começo até foi legalzinho ver você dando a volta por cima, mas tudo tem um limite Katniss, esse seu orgulho, essa sua arrogância não é saudável e já está se prolongando demais, você e Peeta estão nessa guerra a meses, mesmo você maltratando e pisando em cima do garoto, ele ainda está ai te defendendo, tentando te ajudar, mas uma hora ele pode cansar e lembre-se que estamos perto de se formar, se você não decidir agora, você pode nunca mais vê-lo, ele pode ir embora, ir para alguma faculdade longe, e você nunca mais vê-lo, é melhor ele ir embora com você, do que com a Glimmer não acha?

Eu fiquei olhando para Annie, sem saber o que dizer, algumas lágrimas queriam se formar em meus olhos, mas eu me segurei.

— Annie, para de me torturar com essas coisas! – eu disse, passando a mão no cabelo e me afastando dela, Annie tinha essa péssima mania de querer me fazer lembrar de coisas que eu fazia o máximo possível para não pensar.

Eu percebi que ela aproximou-se de mim, parando ao meu lado.

— Você pode enganar todo mundo e até ele Katniss, você pode dizer para todos que não o ama, e pode até convencê-los disso, mas você mesma, você mesma você nunca vai conseguir enganar, você sabe o que você sente por ele, você sabe Katniss, você tem pouco tempo para se decidir, e é melhor se decidir agora, do que quando for tarde demais! – ela disse para mim, e então eu observei ela se afastar e entrar rapidamente dentro do banheiro, fechando a porta atrás de si.

E só então eu permiti que as lágrimas que eu segurava com tanta força começassem a cair, enxuguei-as com força, sentei-me em minha cama, e senti minha cabeça girar, ainda tentando digerir todas as palavras que Annie havia me falado.

continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Iai será que ela vai perdoar peeta ou continuará com a mesma pose? deixem suas opiniões, bgs bgs ;)