Feelings escrita por Bia


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Eie!!! Voltei! Ninguém liga. Ok. Se continuarem assim naum posto mais, viu. Seus chatus. Brincadeira, amo vocês, mas não contem pro Sebs, ele é ciumento. Espero que gostem!!!



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O garoto destacava-se em meio a tantas pessoas no corredor, talvez fosse seu cabelo loiro prata. O sinal do almoço havia tocado, todos encaminhavam-se para o refeitório, mas Sebastian ia na direção exatamente contrária. Não demorou para que quase esbarrasse em alguém conhecido: Aline Penhallow. A garota estava de mãos dadas com a loira que ele vira antes, e do seu lado esquerdo tinha uma garota de cabelos escuros e olhos negros, bonita, Sebastian pensou. Mas estava acompanhada de um garoto um tanto parecido com ela, exceto pelos olhos azuis.
– Como vai, Aline? – Abriu um sorriso amigável e natural.
– Ah, Sebastian! Esta é minha namorada Hellen – Hellen sorriu – Isabelle – Apontou para a morena –, e este é Alec. Estamos indo almoçar. Quer se juntar a nós? – Isabelle olhou com expectativa, não estava a fim de Sebastian, mas não podia negar que o garoto era um gato.
– Claro, eu adoraria. – Sua expressão era suave e amigável. Juntou-se ao grupo, conversando animadamente.
...
Ok, podia perceber os pequenos flertes de Isabelle, sentada em sua frente, mas estava óbvio demais que era uma brincadeira e ela era uma garota que adorava se divertir. Então, Sebastian apenas seguiu a brincadeira, seja correspondendo ou lançando olhares um tanto sedutores. Aline ria das brincadeiras dos dois, assim como Isabelle.
Era inegável que o garoto era uma fonte de divertimento, simpático e divertido. Alec ficava indiferente a toda essa situação, mostrou um ou dois meio sorrisos, mas só. Não que não gostasse do garoto ou se incomodasse com isso, apenas era um tanto sério para essas coisas. Além do mais, passava quase todo o tempo olhando ao redor como se procurasse alguém. Tentava disfarçar, mas ainda assim era perceptível. Olhou um pouco para trás, para a esquerda dele, e paralisou por um breve momento. Sebastian acompanhou seu olhar e descobriu a razão: um garoto de pele um pouco mais escura, cabelo como se tivesse acabado de acordar, mas charmoso, olhos com lentes de gato, e uma graciosidade ao andar conversava com aquele garoto que havia conhecido: Jace Herondale.
O olhar do garoto moreno virou para a mesa onde estavam, e Alec rapidamente desviou o olhar, com a expressão tensa e minimamente avermelhada. Toda a cena não durou mais que um momento.
Claro que Sebastian poderia ter fingido que não viu nada, mas que benefício ele teria com isso? Olhou para um Alec vermelho, fazendo-o virar os olhos azuis para ele e perceber a situação. Sua expressão endureceu, o maxilar enrijecido e os ombros um tanto tensos.
Sebastian apenas continuou a brincar com Isabelle, depois de encarar Alec por tempo suficiente para que o garoto percebesse a situação em que se encontrava, Sebastian continuou relaxado.
– Então está me dando um fora? – perguntou Sebastian a Isabelle.
– Desculpe, querido. Mas você não é bom o bastante para mim.
Ele teria respondido algo como “estou profundamente magoado, você é a mulher dos meus sonhos”, mas foi interrompido quando Jace sentou-se à esquerda de Isabelle:
– Partindo mais um coração, Isabelle?
– Você sabe, o básico.
Pouco depois do loiro ter sentado à mesa, uma ruiva que Sebastian não havia notado ainda na escola sentou-se à direita dele, de frente para Jace.
Sebastian olhou para sua direita, onde estava a garota, depois desviou o olhar.
– O que vocês acharam do professor de biologia? Cara chato. – disse a ruiva.
– Ah, ele não é tão ruim – Hellen finalmente se manifestou na mesa.
– É, Sebastian brincou um pouco com a cara de bosta dele – Jace lembrou do episódio, quando Sebastian chegara atrasado.
– Sebastian? – A ruiva ficou confusa.
– Sim...? – O garoto ao seu lado a olhou – Isso foi só pelo prazer de dizer meu nome? – Ela sorriu.
– A propósito, Sebastian, Clary. Clary, Sebastian. – Aline apresentou-os.
O garoto estendeu a mão e Clary riu, mas apertou quando viu que não era brincadeira.
– Prazer em conhecê-la, Clary. – Ele disse o nome dela como se estivesse deliciando-se com a pronúncia.
– Igualmente, Sebastian. – Ela imitou seu jeito de falar o nome.
Ele sorriu. Ela sorriu de volta, com a inocência nos lábios. “Vadia”, Sebastian pensou. Já conhecia o tipo de garotas como ela, afinal, já conhecia o tipo de todos. Todos estúpidos e iguais, como seu pai disse. Mas insistem em tentarem ser diferentes com a “casca”, diferentes em como se mostram para as pessoas.
Essa garotinha era do tipo mimada e inocente, que a pior coisa que consegue imaginar está dentro de seu mundinho imprestável, gosta de ser teimosa e fazer as coisas à sua maneira, nisso ele se identificava, mas a maneira dela era patética.
Suspirou pesadamente, pensando no grupo com o qual havia se juntado, nesse grupo de idiotas. Um mais desprezível que o outro.
Não encontraria ali o que estava procurando, precisava de mais. Pelo menos eles trariam um pouco de diversão no futuro, Sebastian já começara a planejar o que faria com cada um deles.
– A propósito, Isabelle, peço perdão por não ser bom o bastante para você.
– Tudo bem, querido. Muitos não são.
– Há alguma chance de que algum dia você saia comigo?
– Claro. No dia em que você cometer um homicídio por mim.
Sebastian sorriu.
– Isso pode ser providenciado, senhorita. – Disse piscando. Isabelle alargou o sorriso.
Alec se mexeu desconfortavelmente na cadeira. Até que por fim, demonstrou sinal de vida.
– O que você estava conversando com o Bane?
– Ah, nada importante. – Alec o olhou duvidosamente – Olha, eu não fui comprar drogas, se é isso o que quer saber!
– Certo. Mas se enviarem você para a reabilitação de novo não diga que não fiz nada. – Jace ficou com a expressão tensa.
– Que seja.
– Jace... – Isabelle começou.
– Uma festa. Ele só estava falando comigo sobre uma festa que ia dar na sexta, para distrair a decepção das aulas terem começado. Mais alguma coisa que eu precise explicar? Quem sabe o motivo de eu comer? Ou andar?
– Jace, não é bem assim... – Alec tentou.
– Não. É exatamente assim. – Ele encarou Alec por algum tempo, com um olhar intimidador. Mas Alec não era do tipo que se deixa intimidar fácil, além do mais, conhecia Jace há anos. Olhou profundamente em seus olhos dourados. O que deixou Jace com raiva: seu olhar era de pena.
– Certo. Desculpe por ter me intrometido na sua vida – Alec cuspiu as palavras e retornou ao seu almoço.
– Então você vai à festa? – Clary perguntou. Jace deu de ombros.
– Sei lá. Não vou muito com a cara dos amigos dele. E ele não disse que seria de graça. Bane costuma cobrar as entradas, não é por menos, as festas dele são as melhores.
– Poderíamos ir. Não há melhor razão para uma festa. – Isabelle olhou para Sebastian – O que vocês acham?
– Não vai dar, sexta Aline e eu já temos planos – disse Hellen.
– Certo... Então...? – Isabelle olhou para os outros.
Jace e Alec olhavam para a própria comida, tensos. Clary não demonstrava estar muito melhor. Ela olhou para Sebastian.
– Tudo bem. Lá se vai a chance de diversão.
Quão patéticos e mesquinhos, Sebastian riu internamente. Iria ser fácil, fácil até demais. Que pena. Ansiava por algo desafiador. Olhou para a garota ruiva ao seu lado. A mais patética, por que não começar por ela? Não, seria previsível começar com o ponto mais fraco do grupo. Poderia começar com grupos de dois ou três, ou quem sabe com todos simultaneamente. Ótimo, assim seria. Quem sabe essa vadia não aprende a enxergar problemas maiores?
Precisaria esperar um pouco e ter um tanto de paciência. Mas valeria a pena. Fará valer a pena.
Muito bem, eles que se preparem. Sua diversão acaba de começar.
...
– Argh! Você só pode estar brincando!
Clary discutia com o telefone, seu rosto quase tão vermelho quanto seu cabelo. Fazia apenas alguns segundos que pegara seu telefone, mas em pouco tempo sua expressão calma e amigável tornou-se agressiva e feroz. Não era tão difícil adivinhar o por que de sua mudança de humor: estavam no estacionamento, e enquanto todos se dirigiam aos seus carros, caronas ou iam embora a pé ou de transporte público, a garota pegou seu telefone: uma das respostas seria que sua carona não havia chegado e que não chegaria tão cedo.
Para resumir, essa era uma ótima oportunidade para Sebastian. Quanto mais a garota confiasse nele, melhor. E a confiança é conquistada pelas pequenas coisas, pelos pequenos atos do dia a dia.
Provavelmente ela ansiava por uma carona, já que quase gritava em pleno estacionamento. Sebastian, a pessoa mais próxima dela.
– Como espera que eu chegue em casa? Voando? – Parou por um momento – Ah, dane-se! – E desligou com uma força exagerada.
O riso irônico do garoto ao seu lado era baixo, mas audível.
– Vejo que não sabe voar. – A garota o fuzilou com o olhar – Quer uma carona? Acabei de ganhar essa beleza e quero usá-lo o máximo – Ela o olhou desconfiada – Vamos, não é como se eu fosse te sequestrar – Ele riu internamente com sua mentira ironizada. Porém isso a fez abrir um sorriso e entrar no carro.
– Tudo bem. Obrigada.
Ele entrou no carro e deu a partida. Bem, não podia mesmo sequestra-la. Ainda não.
A casa de Clary não ficava tão longe, apenas uns 10 minutos de carro, caso não ocorresse nada e o trânsito estivesse razoável, e muito provavelmente uns 15 a pé, mas naquele dia, a Sebastian podia contar com a sorte. Ela deve ser mimada o suficiente para não dar um passo por si própria. Enquanto Sebastian dirigia, ela tentou conversar, falando de seus problemas patéticos.
– Dá pra acreditar nisso? Logo no primeiro dia de aula aquele idiota do Herondale resolve ficar de briguinha com Alec, e sai sem mim, e quando ligo pra ele, ele diz que já está há um quarteirão de distância e que com esse trânsito seria muito chato de voltar. Considerando que somos vizinhos e namorad... E amigos próximos, esse é o mínimo que ele pode fazer!
Sebastian sentiu vontade de abrir a janela e jogar aquela praga ruiva mesquinha fora. Pelo tamanho minúsculo dela, passaria sem o mínimo esforço. Mas havia um “porém”: mal sabia ela que quanto mais falava, mais benéfico aquilo se tornava para ele.
– Ah, Sebastian! Se não fosse por você...
– Você só teria de aprender a voar. – Ela riu.
– Você é um cara legal. – Nesse ponto, já haviam chegado na casa dela. Clary pulou para fora do carro, lançou um último sorriso para o garoto e entrou na casa.
“Cara legal” pensou Sebastian, rindo consigo mesmo. Quão estúpida e patética ela é, será tão fácil que chega a ser decepcionante. Mas ainda assim, não é possível que alguém seja tão fútil, bem, ela é estúpida, porém, não estava na hora de subestimá-la tanto. As pessoas são previsíveis, embora acreditem que são cheias de surpresas. E é óbvio que ele só conhecia um lado dela, ainda há a probabilidade de personalidade dupla.
Clary foi direto para seu quarto, “garoto legal”, ela pensou, e riu consigo mesmo. Mais um novato imbecil. Ela revirou os olhos, pegou sua faca sobre a mesa de cabeceira.
– Clary! Como foi o primeiro dia? – Sua mãe gritou da cozinha.
– Ótimo, mãe! Mas muito dever de casa.
Clary foi direto para o banheiro, retalhar o próprio braço. Tinha uma linha para cada parte de sua vida. Essa linha representava a entrada de Sebastian na sua vida, representava o primeiro dia de aula do segundo ano do ensino médio, representava o fora de Jace, representava todas as coisas obscuras que havia passado pela sua mente naquele dia, e como ela disfarça fingindo ser fútil.
Se olhou no espelho, colocou uma faixa no pulso e cobriu com a manga da camisa.
“Garota estúpida”.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ah, avisando para os que começaram a acompanhar a historia agora: eu gosto muito de comentarios, sabia? E o natal está chegando... E eu tenho uma faca... E eu sei o seu endereço...
Mas sem pressão! (Faca)
Então, vamos abandonar a coleguinha preguiça e dizer para Bia parar de ser idiota nos comentários! E para dizer que o Sebastian é lindo! #SebsDelicia



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