Shikashi!! escrita por Uma Qualquer


Capítulo 21
Estrada


Notas iniciais do capítulo

"Não há placas ou letreiros
nas encruzilhadas da vida."
(Michi - Utada Hikaru)



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Era sexta-feira, a última do ano. Juntei as provas que tinha recebido naquele dia, guardei os livros e o estojo na bolsa e deixei a sala, já parcialmente vazia. Os Kagamine estavam no corredor e acenaram pra mim, mas não fui até eles.

Como tinha feito a semana inteira, ia voltar pra casa a pé.

Os alunos estavam por todos os corredores, animados por se verem livres da escola, ansiosos pelo fim de semana, o Ano Novo no domingo e o Shougatsu na segunda, o feriado que durava até a quarta. Planejando viagens e passeios com os amigos. Rindo e brincando despreocupadamente, como eu provavelmente estaria em outras circunstâncias. Tudo o que fiz foi pegar o mp3, por o album novo da Utada Hikaru pra tocar, e ir embora sem falar com ninguém.

Quando passei pelo portão da escola, senti que ela estava ali. Pelo canto da visão vi os cabelos curtos e verdes, mas apenas ignorei.

Passamos direto uma pela outra, como duas estranhas, como se nem existíssemos uma pra outra. Como a gente tinha feito por toda a semana.
E assim como nos outros dias, quando me vi sozinha, senti que estava a beira das lágrimas. Mas aguentei firme, respirei fundo e segui em frente.

Porque agora era só o que me restava a fazer.



Eu nunca tinha brigado tão feio com alguém antes. E justo por eu gostar tanto da Gumi, por ela ser a amiga mais especial que eu tinha, tudo parecia ainda pior. As aulas, que em todos aqueles anos tinham sido apenas parte de minha rotina, agora eram um tipo de tortura especialmente sádica. Não bastava a Gumi e eu termos brigado, agora também tínhamos que sentar lado a lado e levar todas as aulas sem nos falar, sem nos olhar, uma fingindo que não havia ninguém no lugar da outra.

Eu não só tinha que aguentar a atitude dela como tinha que agir do mesmo jeito, porque que escolha eu tinha? Ainda estava magoada demais pra sequer pensar em me reconciliar com ela. Por outro lado, a própria Gumi preferia conservar o próprio orgulho a falar comigo. Aquilo ao mesmo tempo me entristecia e me deixava fula da vida. Pois bem! Se ela acha que está certa, eu é que não vou dizer que estou errada.

Era tão idiota, eu pensava enquanto caminhava pelas calçadas cobertas de neve, o vento frio batendo nas pernas apesar da meia calça grossa. Tínhamos brigado por uma bobagem e agora estávamos agindo do modo mais infantil possível, e nenhuma das duas dava o braço a torcer. Só que eu nunca tinha brigado com uma amiga daquele jeito, pra saber que atitude devia tomar. Os Kagamine não me ajudaram muito: enquanto a Rin apoiava minha decisão de continuar a ignorar a existência da Gumi, o Len dizia que o certo era conversarmos como duas pessoas sensatas. Era até legal da parte dele, levando em conta que a briga toda começou porque a Gumi não quis me contar que estava com a Yukari; mesmo arrasado com a verdade, o Len não queria que deixássemos de ser amigas por algo tão bobo.

Quer dizer, era bobo, certo? Eu não tinha o direito de cobrar da Gumi algo que eu mesma não tinha feito. Estávamos quites quanto a isso, por que era tão difícil apenas aceitar?

Com esses pensamentos eu seguia, cada vez mais encolhida no casaco de inverno. Não dava pra ver o pôr do sol por trás do céu cinzento, e o frio e o escuro e uma música especialmente triste da Utada estavam me deixando mais deprimida do que eu tinha me sentido a semana inteira. Outras pessoas passavam pelas ruas, mas elas iam e vinham como borrões. Eu só queria chorar, e gritar, também. Uns três ou quatro gritos podiam fazer maravilhas com aquela infelicidade toda.

— Ei, Miku-chan. Entra aqui.

Ouvi a voz por trás do som nos fones, e só então reparei que tinha um carro bem ao meu lado, rodando devagar pra acompanhar meu passo. O Kaito estava me chamando da janela da porta de trás, como se seguir as pessoas de carro fosse a coisa mais normal do mundo.

— Não, tô de boa – respondi sem parar de andar.

— É sério.

— Parece que eu tô brincando? Me deixa sozinha, por favor.

— Eu deixei você sozinha a semana inteira, como você me pediu. Mas agora não dá mais. Preciso mesmo falar com você.

Ele tinha me procurado na escola, nos últimos dias, querendo conversar algo comigo. Mas eu sempre estava tão na fossa e querendo ficar sozinha, que dizia a ele que não era uma boa hora. E bem, o Kaito esteve comigo naquela noite, então até ele tinha bom senso em entender o que eu estava passando.

Mas pelo jeito, o bom senso dele não podia durar pra sempre.

— Tá bem – respondi mal humorada e entrei no carro. Estava miraculosamente quente lá dentro, mas eu estava meio irritada pra registrar isso direito. – Só não me vem com conselhos, os Kagamine bem que tentaram e...

— Miku-chan – ele me cortou friamente. – Estou falando com você como seu empregador, não como alguém interessado no que você faz da sua vida particular. Agora, pode prestar atenção por favor?

Oh.

Senti o rosto esquentar de vergonha. Sério que eu tinha achado que o alien se importava tanto assim com a minha situação? Ok, ele passou a semana inteira tentando falar comigo. Mas não é porque essa história é sobre mim que o mundo todo vai girar ao meu redor, certo?

Certo. Mas o Kaito bem que podia me fazer perceber isso, sem precisar agir como o imbecil sem coração de sempre! Hmph.

— Desculpe – murmurei de má vontade. – Estou ouvindo, patrão-sama.

Ele estreitou o olhar na minha direção mas não falou nada. Apanhou a pasta de projetos ao seu lado no banco e começou a mostrar alguns rascunhos de cenários.

— Meu editor disse que meus personagens passam tempo demais na escola.

— Bom, eles são estudantes, né?

— Mas estudar não é tudo o que eles fazem. Os shoppings, parques de diversão, karaokês e Akihabara não foram feitos só pra adultos e crianças e otakus. Por experiência própria, desde a visita à casa de banhos, me dei conta que adolescentes também saem pra se divertir.

Deve ter sido uma descoberta chocante. Especialmente pra esse velho rabugento no corpo de um cara de dezesseis anos.

— Certo – falei, fazendo força pra não rir da cara absolutamente séria dele. – E o que pretende fazer a respeito?

— É nisso que preciso de sua ajuda – ele suspirou cansado. – Todas as ideias que tive soaram artificiais quando coloquei no papel. A verdade é que eu li vários mangás em que os personagens vão passear em algum lugar, mas sinto que vou estar copiando as ideias dos outros se eu tentar escrever algo do tipo.

— Mas você escreve mangás escolares. Outros autores não fazem isso?

— A escola me parece um lugar genérico demais pra ser plagiado. Quer dizer, basicamente todo mundo vai à escola...

— Bom, até pouco tempo atrás, você não ia.

Ele estreitou o olhar novamente, mas acabou assentindo. – Verdade.

— Você podia, sei lá, aproveitar o fim de semana e sair um pouco – sugeri. – É Ano Novo, tem lugares no comércio que só abrem durante o Shougatsu... Sem falar que estamos livres da escola por enquanto, agora que as provas acabaram. Enfim, descubra como é se divertir como um adolescente normal, e depois volte a escrever sobre isso.

— De jeito nenhum! – Ele parecia perturbado só de pensar na ideia de que era capaz de se divertir. – Ainda tenho dois mangás pra desenhar. E fui péssimo nas provas, não posso simplesmente me descuidar dos estudos porque é feriado e...

— Tá, entendi – falei impaciente. – Encare isso como pesquisa de campo, certo? Você não passou a escrever melhor depois que entrou numa escola de verdade?

Kaito parou por um momento e seu rosto se iluminou. – É mesmo. Não tinha pensado nisso!

Uma semana inteira pra chegar naquela conclusão, e com a minha ajuda ainda, sério?

— Acho que posso tentar. Obrigado, Miku-chan.

— Sem problemas – dei de ombros.

Fiquei me perguntando como é que o editor dele ainda não tinha se demitido do emprego, porque olha, tava difícil.

O mordomo estacionou diante da minha casa. Agradeci e me despedi dele e do Kaito, dizendo a ele que estaria esperando quando ele decidisse algo a respeito dos mangás.

— Vou ter um pouco mais de tempo livre agora... – eu ia dizendo, e então dei um suspiro infeliz. – Agora que não estou mais desenhando os cenários de Cannonball.

Kaito assentiu compreensivo. – Quanto a isso, Miku-chan... Eu não poderia lhe aconselhar nem se quisesse. Não tenho ideia do que eu faria, se estivesse em seu lugar.

Isso não ajuda muito, refleti depois que ele foi embora. Mas assim que subi pro meu quarto, me permiti chorar um pouco e curtir minha fossa com a Utada no replay, até sentir que ia carregar bem menos tristeza pro ano seguinte.




Ah sim. Falei tanto da minha fossa e de como a Gumi estava sendo estúpida, que até esqueci de comentar as consequências práticas de não sermos mais melhores amigas.

Bom, além de nos ignorarmos durante as aulas, nos evitávamos nos intervalos e eu dei um tempo no clube. A Yukari ainda me procurou e disse que sentia muito, e o único motivo pra eu não ter dado uma resposta malcriada que mataria a minha mãe de desgosto, é que eu estava triste demais pra isso. Então aceitei a solidariedade dela, que no fim das contas era verdadeira. Só que a Yukari não podia fazer muito por nós duas, quando ela era parte do motivo de a Gumi e eu estarmos brigadas.

Os Kagamine, como eu tinha dito, também não puderam fazer muito. Tive receio que eles achassem que pecisavam escolher um lado e me afastei deles primeiro. A Gumi parece pensou do mesmo jeito, porque sempre ficava com a Yukari nos intervalos, de modo que os gêmeos acabaram sozinhos. Quer dizer, não exatamente, já que eles são bem populares e o fã-clube não saía do pé deles.

Quanto ao mangá Cannonball... Eu simplesmente não tinha ideia. A Gumi não falou nada, claro; nem mesmo mandou pedir de volta as folhas pela Yukari ou algo do tipo. Eu sabia que ela muito provavelmente não me queria no mangá dela, ou pelo menos não no momento. Mas eu estava no escuro sobre que decisão ela tomaria, até a manhã daquele sábado, quando o Gakupo me ligou perguntando se podia passar em minha casa pra pegar os cenários.

Ele chegou por volta das dez; era véspera de feriado, então ele não estava trabalhando. Além de estar lindo como sempre, ao vê-lo eu percebi logo a falta que a Luka tinha feito a ele aquele tempo todo. Tinha uma luz diferente em seu sorriso, em seus olhos lilases, aquela tranquilidade no olhar de quem podia ver o mundo desabar e não estava nem aí, porque daqui alguns dias estaria casado com a mulher da vida dele.

E eu achando que não podia ficar mais deprimida.

— Desculpe por incomodar na véspera do feriado – ele disse. – Achei que você e seus pais estariam viajando ou algo do tipo...

— Oh não, somos bem caseiros – respondi, convidando-o para entrar no meu quarto. – O papai quase nunca está em casa, então ele aproveita pra ficar com a família nas folgas dele.

— Entendo. Eu também, vou aproveitar os dias do feriado pra ficar em casa com a imouto.

Não respondi nada à menção dela, me sentindo subitamente desconfortável. Não pela presença do Gakupo, a qual parecia que eu finalmente estava me acostumando. Mas eu não sabia o quanto ela tinha contado a ele da nossa briga, então não sabia o que dizer.

Ele pareceu entender, e não falou nada por um momento. Nos sentamos à mesinha, onde a mamãe já tinha deixado chá para nós dois, e então decidi que era eu quem devia falar algo primeiro.

— A Gumi... Ela vai querer os cenários, não é?

— Sim, ela pediu que você mandasse tudo. Mesmo que não tivesse terminado.

— Mesmo que... – Sacudi a cabeça, contendo a indignação a muito custo. – Não sei o que faz ela pensar que eu não terminei, mas já está tudo pronto há uma semana!

Ele sorriu, parecendo satisfeito. – Foi o que eu disse a ela. Você sempre nos ajudou bastante, até me cobriu quando tive aquele problema com a Luka... É uma ótima profissional, e amiga também. Nada vai mudar isso.

Não consegui responder. Levei alguns segundos pra perceber que o Gakupo tinha me defendido diante da irmã dele, até me elogiado! Minhas bochechas estavam pegando fogo.

— Ela me contou que vocês discutiram no Natal – ele disse por fim.

Olhei pra ele temerosa. – E... Ela contou o motivo?

Gakupo assentiu e contou tudo, e eu fiquei de queixo caído.

A Gumi contou exatamente tudo o que aconteceu, todas as nossas palavras, sem distorcer nada em favor dela ou contra mim. E a única coisa que omitiu do irmão, foi a parte em que eu revelei que gostava dele.

— Pra ser sincero, eu fiquei até surpreso – ele confessou. – Entendo que seja uma situação nova pra ela, estar apaixonada pela primeira vez na vida. Mas não achei que ela fosse, bem... Que ela pudesse se desentender assim com a melhor amiga dela. Sempre vi a Gumi-chan como alguém madura pra idade dela, então fiquei meio chocado quando ela me contou sobre a discussão.

— Bom... Nós duas fomos imaturas.

— Verdade. Ou, só agiram como alguém normal agiria, eu não sei dizer. Mas acho que me surpreendi com a Gumi-chan, porque às vezes esqueço que ela é só uma adolescente. Ela levou uma eternidade pra me contar que estava com a Yuzuki-chan, também. Estar apaixonado na idade de vocês não é fácil, e quando é a primeira vez, pode bater uma insegurança muito forte.

— Ela teve ainda mais medo porque era outra garota – comentei. – Não sabia como você ou eu podíamos reagir, por mais que a gente goste dela...

Aquela boba, pensei tristemente.

— Nesse caso ela até que tem razão – Gakupo disse pensativo. – O mundo que a gente vive ainda é uma droga, então desconfiar até das pessoas próximas é normal. Tudo o que posso fazer é deixar claro pra ela que vou estar do lado dela sempre, e que vou defender ela e a Yuzuki-chan de qualquer um que tente fazer mal a elas.

— Era o que eu devia ter dito... – lamentei, me odiando um pouco mais. – Devia ter apoiado a minha amiga, e não ter sido uma egoísta idiota.

— Talvez você tivesse dito, realmente, se fosse um pouquinho mais madura. Mas foi uma situação nova pra você também. Não receber a confiança de sua melhor amiga em uma questão tão importante... Você até pode refletir sobre os motivos pra ela agir assim agora. Mas naquele momento exato, acho que ia ser demais esperar isso de qualquer um em seu lugar.

Ele me sorria compreensivo, e eu simplesmente não podia com tanta gentileza. Sorri de volta e baixei o olhar, me sentindo mais confortada do que nunca.

— Acho que ser um adulto nessas horas faz toda a diferença– murmurei.

— Ah, que nada – ele riu. – Você não faz ideia de quantas bobagens um adulto como eu é capaz de fazer. Se tornar uma pessoa madura tem muito mais a ver com as experiências que vivemos do que a nossa idade. E é um processo que não acaba nunca. Eu, você e a Gumi não estamos no mesmo ponto da estrada, mas ainda é a mesma estrada. E não tem nada de errado em tropeçar pelo caminho, desde que você continue seguindo em frente.

Sorri pra ele outra vez, agradecida. – É bom ouvir isso... Me sinto um pouco menos culpada agora. Obrigada, Gakupo-san.

— A Luka costuma dizer que, se nada der certo na minha carreira, ainda posso escrever livros de auto-ajuda – ele passou a mão por trás da cabeça, meio sem graça. – Mas não se sinta culpada, Miku-chan. É triste vocês terem brigado, mas não encare as coisas como se fossem culpa sua. Ou como se vocês nunca mais fossem se falar.

— Não sei quanto a isso– desabafei. – Eu não fui compreensiva com a Gumi, e bem... Ela também não foi exatamente gentil comigo.

— Pois é... Acho que nós dois temos o mesmo problema em relação à imouto. Nossas expectativas quanto a ela são mais altas do que deviam.
Diante do meu olhar confuso ele explicou. – A Gumi-chan é uma garota incrível, sim... Mas é só uma garota. Em uma situação nova e delicada, ela vai se resguardar e tentar se proteger. E no calor de uma discussão ela pode ser capaz de magoar, mesmo que seja alguém de quem ela goste muito. Acho que temos que aceitar que ela pode cometer erros sim, porque no fim das contas, ela é só um ser humano como qualquer outro.

Era verdade. Nem era tão difícil ver a Gumi de um jeito mais realista, não depois que ela me acusou de usar o mangá pra ficar perto do Gakupo. Pode ter sido no calor do momento, mas foram palavras certeiras pra me magoar...

Mas então, por que ela não contou ao Gakupo que eu gostava dele? Era óbvio que aquele era o meu segredo, ela poderia muito bem ter contado tudo só por vingança. Se ela fosse a pessoa egoísta que eu quis acreditar que ela era.

Tomamos chá enquanto o Gakupo contava detalhes sobre o casamento dele, achando que seria uma conversa mais amena, quando na verdade só estava me deprimindo mais. Mas eu não demonstrei, obviamente. Só sorria e acenava, enquanto ficava sabendo que a cerimônia seria íntima e discreta, formalizada apenas entre ele, a Luka, a Gumi e alguns primos da Luka que apoiavam o casamento. Depois disso haveria uma comemoração com os amigos, e eles só iam ficar fora para as núpcias por um fim de semana. A Gumi deveria estar convidando os amigos dela, mas com aquela história da nossa briga ela não teve cabeça pra fazer isso.

— De qualquer modo eu já entrei em contato com os Kagamine, o Shion-kun e a Yuzuki-chan – ele contou. – E claro, você também está convidada, Miku-chan.

Oh. Eu sabia que era muita consideração da parte dele, mas não podia deixar de sentir a punhalada em meu coração. Coisas pra se aprender na vida: como recusar quando o seu crush te convida pro casamento dele.

— Hm, a Gumi e eu não estamos nos falando, eu não sei...

— O casamento vai ser daqui a três meses – ele meneou a cabeça. – Até lá, estou certo de que vocês terão resolvido isso.

Oh, meu Deus. E como a gente ia resolver isso?

Saudades de quando a missão mais difícil da minha vida era me declarar pra um cara que ama outra e me vê como uma irmãzinha dele...

Depois que entreguei o envelope com as folhas prontas, o Gakupo olhou pra ele pensativo.

— Sabe, – disse – você não precisa falar com ela agora. Mas se quiser, pode deixar uma mensagem pra eu entregar a ela.

Pensei um pouco. Que mensagem eu podia deixar pra o Gakupo entregar à Gumi naquele momento?

O Gakupo...

Claro.

— Diga que eu falei 'muito obrigada' – pedi. – Acho que ela vai saber o porquê.




Omake!

No play center de um shopping em Tóquio, um rapazinho de echarpe azul e um caderno e caneta em mãos, observa atentamente os brinquedos gigantescos ao seu redor enquanto toma notas.
— Como é mesmo o nome daquele ali, com os cavalinhos? – indaga ao mordomo ao seu lado.
— Chama-se 'carrossel', jovem mestre.
— Certo. – Ele anota o nome e aponta para outro brinquedo. – E aquele ali?
— É uma 'montanha-russa'.
— E aquela roda gigante?
— Bem...


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Notas finais do capítulo

* O nome do capítulo, Estrada, é "michi" em japonês. Também é a primeira faixa do Fantôme, o tal album novo da Utada Hikaru que a Miku ouve nesse cap (e que eu tava ouvindo enquanto escrevia). A letra fala sobre como a Utada lida com a perda da mãe que se suicidou, e a música é simplesmente linda. Aliás, o album inteiro #CompreFantômeNoItunes
* O Shougatsu é o feriado mais importante no Japão. É basicamente o nosso Ano Novo, só que vai do dia primeiro a 3 de janeiro.
A você que leu até aqui, meu muito obrigada de sempre! Sei que os últimos capítulos tão meio na bad, mas prometo que tudo melhora a partir do próximo. Quem quiser deixar um comentário, recomendação, palavras de conforto pra Miku ou receita de cupcake pra ver se a Luka acerta fazer, enfim, fica à vontade! E você que nunca comentou, quebre a rotina hoje! Não precisa comentar a fic inteira, basta deixar seu OLAR aqui pra gente trocar uma ideia. A escritora carente aqui vai amar!~
Beijas e té maisinho :****



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