— Como assim Gina se casará com outro meu filho? – Lilian perguntou depois que se sentou na cama ao lado de Harry.

Então Harry começou a contar tudo, toda a sua história e de Gina desde que descobriu que ela era uma princesa até o ponto em que ela lhe contou que estava grávida e a aparição repentina do maldito príncipe, e em seguida a pior parte da história na opinião de Harry, o casamento de Gina com o príncipe Thomas. Lilian não falara nada enquanto seu filho lhe contava a história, apenas o olhava com a boca levemente entreaberta.

— Filho, Gina é... a princesa Ginevra? – Lilian o perguntou como se não tivesse ouvido tudo o que Harry acabara de dizer.

— Sim, mãe...

Lilian arregalou os olhos ao ouvir a afirmação do filho. Claro ouvira tudo o que ele disse, mas não estava conseguindo acreditar até ouvi-lo afirmar outra vez.

— Vocês se conheceram, se apaixonaram e agora ela está gravida e irá se casar com um príncipe que, de acordo com ela, se não fizer isso você irá morrer? – Lilian questionou aterrorizada falando tudo muito rápido.

Harry apenas assentiu e Lilian ficou ainda mais aterrorizada.

— Eu não sei o que eu faço mamãe. – Harry falou como se fosse uma criança perdida na floresta completamente sozinha.

— Eu... filho não sei o que dizer... eu... vou chamar seu pai...

— Não, eu prefiro que somente a senhora fique sabendo. – Harry a impediu quando ela intencionou levantar.

— Mas, Harry...

— Mãe, por favor. – Pediu em desespero.

— Certo... Harry o que será dessa criança? – Lilian perguntou já pensando no futuro.

— Gina me disse que a teria em lugar distante e me entregaria para criá-la quando nascesse. – Harry falou enquanto deitava-se no colo da mãe.

— O que!? – Lilian exclamou. – Como irá fazer isso? As pessoas iram perguntar de onde surgiu essa criança! O que dirá a elas?

— Não sei! Pensarei em alguma coisa, ainda faltam nove meses.

Se seguiu um pequeno silencio até que Harry perguntou um pouco inseguro para a mãe:

— Mãe você irá me ajudar, não é?

Lilian olhou para o filho e mostrou pequeno sorriso triste como se entendesse e respondeu:

— Sim, filho eu vou te ajudar.

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No dia seguinte no castelo de Grifinória...

Já fazia muito tempo que Gina não dormia com os olhos inchados de tanto chorar enquanto estava abraçada a Draco; isso só acontecia quando Gina estava morrendo de medo dos trovões que faziam quando havia tempestade em seu reino e ele estava bem no quarto ao lado. Ele era o único que conseguia acalmá-la para finalmente ela dormir.

Até hoje Draco não sabia como ela se virava sem ele desde que parou de visitar o reino anos atrás ou até mesmo nos curtos intervalos de tempo em que ele não estava no reino.

E lá estava ele agora. vendo-a ali, já crescida, agarrada em seus braços, com os olhos inchados de tanto chorar, o rosto naturalmente pálido com uma expressão indefesa que o fazia querer protegê-la.

Sempre iria se lembrar de todos os momentos de tempestade no reino de Grifinória quando eram apenas crianças e ele a consolava. Porém, agora não era apenas uma tempestade com uma chuva tremenda e com bastante raios e trovões que Gina temia; agora sua tempestade era apenas o príncipe Thomas. Draco sabia que se esse príncipe se atrevesse a entrar em seu caminho, não teria controle sobre os seus atos, apenas pelo simples motivo de ter feito, o seu pequeno furacão Weasley chorar.

Ele não havia dormindo muito a noite, muito menos Gina que acordava por um tempo, chorava, falava palavras sem nexo e depois que Draco a acalmava conseguia dormir novamente.

Draco olhou para o lado e avistou Astoria dormindo no sofá que havia no quarto de Gina, sorriu ao constatar que ela havia passado a noite com eles. Ela realmente havia se dado bem com Gina e isso o deixava imensamente feliz. Viu que Tory estava acordando aos poucos. Quando já estava completamente desperta, ela sorriu quando o viu a olhando e se aproximou da cama onde ele ainda abraçava uma Gina, agora adormecida.

— Ela está bem? – Astoria o perguntou depois de ter se curvado em direção a ele e lhe dado um pequeno beijo em seus lábios.

— Ela está bem. – Ele respondeu. - Eu acho, saberemos mais quando ela acordar.

— Eu já estou acordada. – Gina falou em uma voz ligeiramente rouca.

— Você está bem? – Draco imediatamente a questionou preocupado.

— Estou bem melhor que ontem, acredite. – Gina respondeu ajeitando-se na cama.

— Astoria, vá chamar alguma criada para ajudar Gina no banho, por favor. – Draco pediu e Astoria assentiu e saiu do quarto antes mesmo que Gina pudesse protestar.

— Você está realmente bem? – Draco perguntou ainda preocupado.

— Você já sabe a reposta. – Gina o respondeu dando um pequeno sorriso triste.

Draco devolveu o sorriso igualmente triste e devagar se desvencilhou de Gina e levantou-se.

— Vou trazer algo para você comer, você precisa se alimentar e alimentar meu afilhado também. – A avisou depois de beijar sua testa.

— E como sabe que será o padrinho? – Gina perguntou quando Draco já havia alcançado na porta.

Draco virou-se e disse com um sorriso dessa vez sem tristeza:

— Apenas sei.

Piscou para ela e saiu do quarto indo pegar o café da manhã de Gina.

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Não demorou muito e a criada a qual Astoria foi atrás entrou no quarto de Gina. Ajudou-a no banho e a escolher um vestido sem mangas da cor verde-claro com um enorme decote nos seios, que os deixavam avantajados e foi aí que Gina percebeu...

Seus seios estavam ficando maiores e eles não seriam os únicos a ficarem maiores. Sua barriga também cresceria e, com esse pensamento se olhava no espelho, já vestida, pousou as mãos em seu ventre e o acariciou. Sem perceber um sorriso ia surgindo no rosto da princesa.

Estava tão concentrada no momento que mal conseguiu ouvir alguém batendo em sua porta. Depois de uns minutos ainda acariciando seu ventre ela disse, “entre!” E pôde ver que era Hermione quem estava batendo em sua porta.

Sua cunhada vestia um vestido longo azul marinho de mangas cumpridas, com sua habitual coroa prateada com pedrinhas azuis, agora com algumas pedrinhas vermelhas por conta de seu casamento com seu irmão. O semblante de sua cunhada estava sério enquanto se aproximava da penteadeira de Gina e pegava sua escova de cabelo.

— Como nos velhos tempos? – Hermione perguntou sugestivamente apontando para os cabelos úmidos de Gina que ainda não haviam sido penteados e para o pequeno sofá perto da lareira.

Gina assentiu com um sorriso que mal podia ser percebido e dirigiu-se para o sofá e Hermione logo juntou-se a ela e começou a pentear seus cabelos enquanto Gina olhava para a lareira, que estava apagada por ser de dia.

— Me desculpe por ontem. – Hermione finalmente quebrou o silêncio.

— Te desculpar?

— Sim, fui grossa com você quando estava em um momento muito difícil, eu não devia ter feito aquilo. – Hermione explicou.

— Não, Hermione, você não tem que se desculpar de nada, tudo que disse é verdade eu não havia pensado nos sentimentos de Harry, apenas nos meus. – Gina falou sendo verdadeiramente sincera.

— Vai realmente continuar com essa loucura de se casar com outro? – Hermione a questionou enquanto ainda peteava seus cabelos.

— Hermione, eu sou uma princesa e Harry é meu súdito, eu não devia nem ao menos conhecê-lo como conheço, não devia estar apaixonada por ele, não devia estar grávida dele! – Deu sua explicação.

— Então, isso é um sim?

— Sim, isso é um sim.

— Irá mesmo entregar seu filho a Harry? Irá abrir mão de ver o crescimento de seu filho? – Hermione questionou com o tom de voz carinhoso, sabia que o assunto seria delicado.

Gina colocou as mãos no ventre novamente.

— Eu queria muito acompanhar o seu crescimento, ouvir as suas primeiras palavras, acompanhar os seus primeiros passos, sua primeira cavalgada, sua primeira luta de espadas e muitas outras coisas que irei perder da vida de minha criança. – Gina falou com os olhos marejando a cada exemplo que dava.

— Oh, Gina, isso não tem que ser assim. Não pode ser assim. – Hermione falou mais para si que para Gina. - Porque vocês não fogem para bem longe daqui? – Sugeriu finalmente parando de pentear os cabelos de Gina.

— Já cogitamos essa ideia uma vez. – Gina relembrou com um sorriso triste quase imperceptível.

— Mesmo? E...?

— E que nem eu e nem ele, temos coragem de abandonar as nossas famílias. Nós temos receio de nos arrepender depois. – Explicou.

— Mas, Gina as coisas mudaram. Deus! Você está gravida! – Hermione falou com exasperação.

— Como estar grávida muda tudo, Hermione? – Gina indagou virando-se de frente para a cunhada.

— Oras, agora vocês têm um motivo para não se arrependerem! Serão felizes! Essa criança vai trazer tanta felicidade para vocês! E todas as vezes que se sentirem arrependidos olharão para ela e irão lembrar que estão ali porque se amam e amam aquela criança. - Hermione falou com se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Além disso, você poderá acompanhar o crescimento de sua criança.

— Mas como faria isso? Como irei fugir desse reino junto a Harry? – Gina questionou.

— Espera... está mesmo cogitando a minha ideia? – Hermione perguntou um pouco incrédula.

— Porque, não?! – Falou com uma excitação cresceste. Apenas pensar na possibilidade de que poderia viver sua tão sonhada vida junto a Harry e seu bebê, se enchia de uma esperança avassaladora. - Como irei fazer isso?

— Não se preocupe, eu irei lhe ajudar. – Hermione lhe respondeu com aquele sorriso que somente aparecia quando tinha uma ideia que até mesmo ela assumia ser brilhante.